sexta-feira, 12 de outubro de 2012

1013 B TOMÁS DE AQUINO conciliação da escritura da Bíblia com as ciências naturais


13 DE OUTUBRO.   AQUINO: a pesquisa das ciências naturais libertada da Teologia

TOMÁS DE AQUINO
Santo Tomás de Aquino, San Tommaso d’Aquino, Aquinas, Thomas-Saint; Doctor Angelicus
(nasceu em 1225, em Roccasecca, perto de Aquino, Sicília, Itália; morreu em 1274, em Fossanova, Lácio,
Itália)

FILÓSOFO TEÓLOGO DOMINICANO INTRODUTOR DE ARISTÓTELES NA FILOSOFIA CATÓLICA

O RACIOCÍNIO CIENTÍFICO NA FILOSOFIA MODERNA
A grande revolução do pensamento humano ocorreu com o fim da Idade Média, com a queda do papado, da unanimidade católica e do feudalismo.
O movimento intelectual na Europa do ocidente nos anos 1300, século XIV até os anos 1700, século XVIII, passou a ter duas correntes. Um movimento foi de decomposição e destruição da filosofia monoteísta antiga e o outro movimento foi de composição e preparação da nova filosofia positiva, clara e distinta. Homens como Kepler e Galileu, Descartes e Francis Bacon ao mesmo tempo em que construindo a nova filosofia perturbaram o antigo modo de pensar. A revolta começada por Descartes conduziu finalmente a assaltos ainda mais poderosos , contra as crenças recebidas do que a ação de alterações religiosas feitas pelos reformadores protestantes.
Descartes é o representante mais completo do movimento duplo de composição e decomposição. Começou a grande revolução matemática que permitiu a Newton interpretar o sistema solar. Abriu-se o caminho para a operação destrutiva do século XVIII que afinal levou à Revolução Francesa contra a política antiga de privilégios. Hobbes e Espinosa continuaram o movimento de demolição. A teodicéia de Leibnitz era ainda mais perigosa. Locke renunciou francamente ao conhecimento do absoluto divino. Hume e Diderot demonstraram sua impossibilidade. Kant completou a operação. Eles foram todos tanto construtores como destruidores.
O mês de Descartes da Filosofia Moderna descreve essa importante revolução intelectual, a maior em toda a história da sociedade humana ao estender a razão experimental a todo conhecimento.
A primeira semana deste mês mostra os representantes da filosofia Escolástica. É a tentativa sistemática de Alberto Magno, de Tomás de Aquino e de outros para empregar a lógica de Aristóteles na defesa das crenças e para reconciliar a fé com o pensamento científico. O ceticismo inicial é também representado por nomes como Ramus, Erasmo e Montaigne. O chefe de semana é Santo Tomás de Aquino.

Ver em 1008 01 C  em 08 de outubro o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social do mês


TOMÁS DE AQUINO (1225-1274) era filho de uma antiga e nobre família. Passou sua infância no mosteiro beneditino de Monte-Cassino. Em seguida estudou na Universidade de Nápoles, que tinha sido então fundada pelo imperador Frederico.  Em 1243, contra o desejo de sua família, ele entrou para o mosteiro dominicano de Nápoles. Quando em viagem a Roma, ele foi seqüestrado numa emboscada e foi mantido prisioneiro durante um ano num castelo pertencente a sua família.
Conseguindo escapar, sua Ordem o enviou para Colônia, na Alemanha, onde começou o estudo sistemático da filosofia e da teologia com o famoso filósofo Alberto Magno. O estudante alto e gordo, sério e calado, era alvo de riso pelos colegas, que o apelidaram de “o boi mudo”. Mas “a voz desse boi”, disse o seu professor, “encherá um dia o mundo todo”. O que de fato aconteceu em grande escala.
Tomás foi para Paris com Alberto Magno em 1245 e começou a expor as Sentences de Pierre Lombard, famoso texto medieval. Poucos anos depois, recebeu o grau de doutor em Teologia. Sua fama logo foi conhecida e o papa Clemente IV lhe ofereceu o arcebispado de Nápoles, que ele recusou obstinadamente para se dedicar a seu trabalho de pesquisa sistemática da Teologia.
Em 1273 Tomás foi convidado pelo papa Gregório X a tomar parte, com outros teólogos, no Concílio de Lyon. Durante a viagem ele sofreu um mal súbito, morrendo em 1274 na abadia cisterciense de Fossanova, no Lácio, na Itália.
A obra de Tomás de Aquino é muito extensa. Mas a apreciação desse trabalho de uma vida intelectual laboriosa deve ser feita pelo conhecimento da evolução mental que ocorreu em seu tempo. Também é possível estudar as conseqüências da atuação marcante que Tomás de Aquino e seus continuadores na escolástica.
Os árabes fundaram escolas para o ensino das ciências de observação com base na filosofia de Aristóteles, nas áreas da Europa que conquistaram. Logo esse ensino provocou um grande entusiasmo pelo estudo das ciências, que animou todas as mentes mais em preparadas do continente. Escolas da mesma natureza se levantaram por toda a parte no Ocidente.europeu Observatórios astronômicos, escolas de dissecação de cadáveres, museus de história natural foram feitos na Itália, na França, na Inglaterra e na Alemanha.
Roger Bacon (1214-1292), frade franciscano cultivou as ciências naturais com muito sucesso. Ficou logo, desde o início, fortemente sentida a superioridade do saber científico sobre as especulações sobrenaturais, transcendentais ou metafísicas. Os sacerdotes, membros eminentes do clero e até dois papas foram completar sua educação em Córdoba, na Espanha, com professores árabes.
Essa revolução intelectual, ameaçadora da autoridade religiosa da Igreja Católica, foi enfrentada pelos membros mais destacados do sacerdócio. A cultura filosófica foi retomada para mostrar que a religião era compatível com o saber da filosofia natural. Uma verdadeira cruzada intelectual foi instituída contra a invasão da filosofia aristotélica ameaçadora da doutrina católica, até então baseada na filosofia de Platão.
Tomás de Aquino se tornou um filósofo moderno ao aplicar a lógica de Aristóteles para defender a religião e estabelecendo a liberdade da filosofia no estudo da natureza pelo uso da razão, ao passo que o estudo da religião se daria pelas verdades das revelações divinas. Ou seja, a filosofia e a ciência não mais seriam subordinadas às escrituras, seriam livres para pesquisa na experiência da natureza.
O grande mérito de Aquino foi conciliar a ciência e a escritura sagrada na Santa Bíblia. O resultado foi liberar a pesquisa científica na cultura da Europa do Ocidente por meio da filosofia escolástica. E entre os primeiros cientistas e filósofos da natureza se encontram os sacerdotes católicos. Foi a origem do grande progresso científico dos séculos seguintes. Como também foi a raiz da maior revolução social dos homens em todos os tempos, a modificação da forma dos sentimentos, do raciocínio e da ação na nova sociedade científica e industrial. Uma revolução que começou nos anos 1300 e dura até nossos dias.
O catolicismo, como toda religião, é um sistema de educação. A Igreja Católica Romana, uma instituição venerável, formou o ensino da Idade Média, que resultou na civilização de todo continente da Europa ocidental, então a mais adiantada sociedade da raça humana.

AMANHÃ: SPINOZA   a crítica científica da Bíblia

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