segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

0201 PÍNDARO

01 DE FEVEREIRO. Píndaro: Os hinos e odes da lírica grega.

PÍNDARO
Pindare em francês, Pindar em inglês,  Pindaros em grego; Pindarus em latim
(nasceu em 518 antes da nossa era, na Beócia, Grécia; morreu cerca de 438, em Argos, Grécia)
MAIOR POETA LÍRICO NA LITERATURA DA GRÉCIA ANTIGA

Maiores figuras humanas na antiguidade, preparando
a civilização do futuro.

PÍNDARO nasceu em 518 antes da nossa era, em Cynoscephale perto de Tebas, em família tradicional de músicos e flautistas e mostrou desde sua juventude grande tendência para a poesia.
Como grego de Tebas, ele ficou contra os patriotas gregos no grande conflito contra a Pérsia. Com toda razão, como poeta de profissão e escrevendo para todos os gregos, ele se manteve toda a vida afastado dos partidos políticos.
Todos os poemas de Píndaro tinham o caráter lírico e foram escritos para serem cantados junto com grandes coros obedecendo à medida do ritmo do verso. Compreendem eles os hinos aos deuses, com peans, dithyrambos e epinicia, cantos de luto e hinos aos atletas vencedores nas competições esportivas.
Píndaro marca o auge do coral lírico em todos os gêneros na Grécia. Os peans eram hinos em coro em louvor a Apolo. Os dithyrambs eram hinos para Dionísio e as epinicias eram odes cantadas pelos corais em honra aos vitoriosos dos Jogos Olímpicos. Mais tarde foi introduzida a forma triádica da ode no coral, que cantava uma série de grupos de três estanzas. Ibycus de Rhegium foi o autor de conhecidos fragmentos de odes para coral e de cantos pessoais líricos eróticos. Odes cantadas por grandes coros, triádicos e não triádicos passaram a fazer parte das tragédias gregas.
O poeta Thaletas nos anos 600 antes de nossa era foi o mais antigo poeta lírico para coral, que chegando de Creta a Esparta acreditava combater uma epidemia com os hinos feitos em apelo a Apolo, os peans.
Chegaram até nós cerca de um quarto de sua obra, a maior parte de epinicia tendo a estrutura triádica inventada por Stesichorus.
Píndaro tem grande mérito, merecendo nossa homenagem e nosso estudo por várias razões. Ele foi o mais célebre, o mais popular poeta lírico de seu tempo e é ele o único dos líricos gregos que teve uma parte considerável conservada até nossos dias.
Píndaro possuía uma extraordinária riqueza de linguagem e de imagem. Por sua elevação seus poemas se tornaram complicados e difíceis de compreender. Ele cantou a glória dos vencedores e os comparava aos esforços de seus antepassados e às tradições de suas cidade em todos os tempos. Assim suas obras se tornam fontes ricas de referências para os pesquisadores da mitologia e das crônicas da Grécia antiga.
Somente nas obras de Plutarco se acham 90 citações a Píndaro. Mas os poemas que nos restaram dele são sobretudo interessantes pela clara pintura que eles nos dão da importância que tinham para os gregos os jogos atléticos em Olímpia, em Neméia e em Isthmia. A vitória nesse caso conferia uma elevada honra a que nenhuma outra distinção poderia se comparar.
Píndaro foi o maior poeta lírico da Grécia antiga, o mestre da epinicia, que era o hino da celebração das vitórias nos Jogos Olímpicos. Nascido em conhecida família aristocrática, os Egeidas. A influência de Píndaro se deveu à sua ampla fama em todas as nações da Grécia antiga, à sua educação aristocrática e à sua atuação artística pan-helênica.
Píndaro teria morrido com 80 anos segundo uma antiga tradição.Píndaro teria morrido com 80 anos segundo uma antiga tradição.

AMANHÃ: Sófocles o grande poeta trágico.

domingo, 30 de janeiro de 2011

0131 ANACREONTE

0131 ANACREONTE

31 DE JANEIRO. Anacreonte: Seus alegres versos líricos e sátiras.

ANACREONTE
Anacreon
(nasceu cerca do ano 582, em Teos, na Ásia Menor; morreu cerca do ano 485 antes de nossa era)
NOTÁVEL POETA LÍRICO GREGO ANTIGO EM SÁTIRAS E POEMAS

Maiores figuras humanas na antiguidade, preparando
a civilização do futuro.

ANACREONTE era um grego da Jônia, nascido em Teos, um porto de mar na Ásia Menor. Ele vivia numa época em que os gregos da Ásia estavam expostos a ataques que chegavam dos povos do oriente.
Ele foi duas vezes obrigado a mudar de residência e se estabelecer na corte do tirano Policrato, o brilhante dominador de Samos. Depois da morte de Policrato, ele encontrou um outro protetor no tirano Hiparco, de Atenas. A sua popularidade era grande na cidade, mesmo depois do assassinato de Hiparco no ano 514.
Anacreonte é o poeta típico da Jônia, o poeta da felicidade, da alegria, da graça. Ele também é o poeta do amor, mas de um amor oposto ao amor de Safo. Anacreonte vivia na ociosidade e no conforto, cantando o amor e o vinho com uma continuada volúpia que nada temia a não ser a chegada da velhice. Ficou famoso por suas composições que exaltavam os prazeres da vida e do amor.
No dialeto da Jônia, Anacreonte foi o mais importante escritor da poesia lírica. Poucos fragmentos de seus versos chegaram até nós. Ele viveu quase sempre nas cortes dos tiranos que eram protetores importantes da arte e da literatura nos anos 500 antes de nossa era.
Os poemas de Anacreonte mais citados por autores mais recentes são principalmente de exaltação do amor, do vinho e do sonho. Ele pode ter escrito poemas sérios, que não foram citados. Não gostava de estilos exóticos escrevendo de modo formal e elegante. Sua métrica é suave e simples, embora seu conjunto mostre certa ironia no aproveitamento dos prazeres de viver.
A poesia, como forma de literatura, faz ressaltar o ritmo da linguagem e vários outros meios de som e de imaginação no uso das palavras para o embelezamento da vida humana.
O rival de Anacreonte na literatura antiga é o poeta Horácio. Mas Anacreonte não tem a sábia calma de Horácio ou de sua doce simpatia para todas as fases da vida humana.
No entanto, Anacreonte escreveu os mais alegres e os mais atraentes de todos os versos gregos e deu o tom aos escritores que vieram depois dele. O seu estilo ficou bem marcado na literatura, até que os versos feitos em modo e tema similar ao seu estilo, passaram a ser chamados de “anacreônticos”.
A fama de Anacreonte chegou até ao ponto de fazer com que um certo número de poemas compostos na sua maneira graciosa, nos quatro séculos que se seguiram, passaram correntemente como se fossem de Anacreonte.
Vários autores da Europa recente escreveram poesia no estilo anacreôntico. Anacreonte chegou a influenciar a literatura moderna na Itália e na Alemanha, a Goethe e Ronsard.

AMANHÃ: Os hinos e odes da inspirada lírica de Píndaro.

0130 TIRTEU

30 DE JANEIRO. Tirteu: a inspiração poética para a ação.

TIRTEU
Tyrtaeus
(viveu cerca dos anos 650 antes de nossa era em Esparta, na Grécia antiga)
POETA GREGO FAMOSO POR SUAS ELEGIAS E CANTOS DE GUERRA


Maiores figuras humanas na antiguidade, preparando a civilização do futuro.

TIRTEU foi o poeta grego que se tornou famoso por seus cantos de guerra. Ficou mesmo figurando como um poeta que, junto com Homero, entregou o coração do homem à guerra”.
Os fatos da vida de Tirteu não são conhecidos, como sua origem, como e onde se formou, sua evolução na arte da poesia. A tradição dos gregos relata que ele teria nascido em Aphidnéia, que era um dos bairros de Atenas e se diz que viveu no tempo da revolta dos povos da Messênia contra Esparta.
Os danos e o descontentamento com os ataques da Messênia contra a Esparta se tornaram tão frequentes que os espartanos decidiram consultar o Oráculo de Delphos sobre os modos de acabar com esses saques. O Oráculo lhes mandou que procurasse um chefe que fosse de Atenas.
O ateniense escolhido foi Tirteu. As narrativas anteriores diziam que Tirteu tinha sido um professor indeciso, não acostumado aos trabalhos da guerra. Mas Tirteu seria capaz de dar aos espartanos aquilo que mais eles precisavam: a excitação da poesia e da música. Ele em Esparta escreveu cantos de guerra e elegias. Com seus poemas, incentivou os espartanos, que obtiveram a vitória na segunda guerra de Messênia.
Inspirados pelos cantos de guerra os espartanos se puseram em campo e venceram. E foi a Tirteu que os espartanos atribuíram a sua completa vitória.
Tirteu se tornou assim, um bom exemplo do poder do pensamento sobre a atividade prática. Em outras palavras, Tirteu demonstrou o valor da teoria, da formação das opiniões, no resultado final da ação prática. Foi a comprovação da importante afirmação de que o pensamento comanda a vida, a filosofia comanda o mundo.
Tirteu foi mandado a Esparta pela autoridade religiosa do Oráculo de Delphos. Os oráculos eram instituições antigas dos sacerdotes da Teocracia oriental, que permaneceram na Grécia mesmo depois que a casta sacerdotal tinha sido dominada pelos militares.
Tirteu inspirou e manteve o apoio da atividade guerreira embora que ele mesmo, um homem despreparado, não pudesse tomar parte na batalha.
Alguns fragmentos inflamados que nos ficaram de seus poemas justificam a estima que seus versos receberam dos gregos. Os versos de Tirteu combinam a exortação à coragem e à disciplina pessoal com a memória das vitórias passadas e a certeza das futuras vitórias.
Esses versos mostram toda a força da poesia como estimulante de ações corajosas e de nobres sentimentos.


AMANHÃ: Os alegres versos líricos de Anacreonte.

sábado, 29 de janeiro de 2011

0129 HESÍODO

29 DE JANEIRO. Hesíodo: Poeta que com Homero criou a fé grega.

HESÍODO
Hesiodos em grego, Hesiodus em latim
(viveu cerca dos anos 700 antes da nossa era)
ENTRE OS MAIS ANTIGOS POETAS DA GRÉCIA, CRIOU A POESIA RELIGIOSA GREGA

Maiores figuras humanas na antiguidade, preparando
a civilização do futuro.

HESÍODO pela tradição da Grécia antiga foi o poeta que criou as poesias antigas da escola da Boécia, na região de Tebas. É um dos mais antigos poetas da Grécia antiga, considerado como o pai da poesia didática. Dois de seus poemas épicos foram conservados até hoje, que são Os Trabalhos e os Dias com a descrição da vida no campo e a Teogonia, sobre os deuses e seus mitos.
Hesíodo nasceu em Ascra, na Beócia, que hoje é a Palaioppanagia, um distrito central da Grécia. Depois ele foi para Naupactus, onde, em sua mocidade, guardava a criação de ovelhas e se tornou agricultor. O que se sabe de Hesíodo está nas suas próprias poesias.
Ele foi um rapsodo, que recitava poesias como profissão, quando aprendeu a técnica e o vocabulário da arte épica memorizando e recitando as canções heróicas. Conta que sua habilidade poética foi recebida das Musas, que lhe apareceram quando ele estava como pastor de ovelhas. As Musas, filhas de Zeus, protetoras dos artistas, deram-lhe a voz de poeta, ordenando que ele fosse cantar a raça dos abençoados e imortais deuses.
Os seus escritos contêm longas genealogias e catálogos dos heróis e heroínas mitológicas, suas aventuras e suas descendências, listas de “provérbios” no gênero dos Provérbios de Salomão, mas que se referem em especial à agricultura.
Suas obras fazem a descrição detalhada de fatos que interessavam a região da Beócia com uma atenção mais marcada para as artes da paz do que para os temas de Homero.
Num desses poemas didáticos, Os Trabalhos e os Dias, o autor nos dá sua biografia, que, mais tarde, na Grécia, passa por ser a biografia de Hesíodo. O pai de Hesíodo veio da colônia grega de Cyme, na Ásia Menor, ficando em Ascra, na Beócia para melhorar sua situação como fazendeiro.
A granja que o poeta deveria receber como herança acabou sendo entregue a seu irmão Perses pela decisão de juízes injustos e prevaricadores. A esse irmão ele faz muitas acusações e muitas lamentações.
A maior parte da obra dá instruções para obter bons resultados nos trabalhos rurais e da agricultura em meio a histórias felizes sobre a natureza da vida no campo com muita simplicidade e encanto. O ensino da moralidade é simples, pessoal e acima de tudo de modo prático.
A teologia do Politeísmo da época aparece algumas vezes na descrição das superstições rústicas do poema de Os Trabalhos e os Dias. O tema da religião do Politeísmo é completamente desenvolvido em sua outra obra, A Teogonia, que é a genealogia dos deuses. Ali Hesíodo mostra todo a população de deuses populares da época reunidos num conjunto regular, como num Panteon, um museu de deuses. Desse modo o conjunto dos mitos, a grande mitologia dos gregos, é descrita ordenadamente. Ele coloca ali deuses que não estavam nos poemas de Homero.
No poema A Teogonia o autor conta a criação do mundo a partir do caos, o nascimento dos deuses e descreve as suas aventuras. No fim ele enumera as filhas do deus maior, Zeus, o pai dos deuses e indica as suas mulheres mortais. Esse texto era destinado a formar a introdução de um grande poema de nome O Catálogo das Mulheres, de que alguns poucos fragmentos contam a história dos heróis que nasceram das mulheres mortais.
A grande influência que Hesíodo exerceu sobre a imaginação dos gregos seus compatriotas lhe deu a fama de ter criado a religião dos gregos junto com Homero.
Hesíodo pertence, desse modo, ao lado de Homero, à nova classe dos sacerdotes do Politeísmo Militar da Grécia, a única civilização que acabou com a Teocracia Sacerdotal do oriente.  A Grécia permitiu desse modo que fossem conhecidos os artistas, os filósofos e os cientistas que antes permaneciam formadores de opinião anônimos dentro da sagrada e poderosa casta sacerdotal fechada da Teocracia inicial.


AMANHÃ: Tirteu, a inspiração poética para a ação.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

0129 QUADRO DO MÊS DE HOMERO

0129 QUADRO DO MÊS DE HOMERO

29 DE JANEIRO: O mês de Homero da Poesia Antiga.

Calendário HISTÓRICO FILOSÓFICO
 para um ano qualquer OU
quadro concreto da preparação humana

LUNEDIA=segnda-feira; MARTEDIA=terça; MERCURIDIA=quarta;
JOVEDIA=quinta; VENERDIA=sexta-feira.
Os nomes à esquerda são para o ano comum; à direita, anos bissextos.
Todos os meses são iguais, de 28 dias e todos começam numa segunda-feira, terminando num domingo.

0129 HOMERO

29 DE JANEIRO: O mês de Homero da Poesia Antiga.

HOMERO
O MÊS DA POESIA ANTIGA
HOMERO, Homer
(viveu entre os anos 800 e os anos 700 antes de nossa era, na Jônia, Ásia Menor)

MAIOR DOS POETAS ANTIGOS MESTRE RELIGIOSO NA UNIDADE DA CIVILIZAÇÃO DOS GREGOS

Maiores figuras humanas na antiguidade, preparando
a civilização do futuro.

A POESIA ANTIGA. A Teocracia foi em seu tempo a primeira forma religiosa que reuniu as famílias agrupadas em clãs para formar uma civilização com grande população e notável força e riqueza. A primeira religião do homem, o Feiticismo, Fetichismo ou Feitiçaria, com a adoração das coisas como se fossem seres vivos, não tinha inicialmente necessidade de intérpretes religiosos, que passou a ser a classe dos sacerdotes, dos que formam as opinião, os professores. As crenças individuais e de cada família, com fetiches que protegiam o indivíduo ou o grupo doméstico, sob a chefia prática do pai e a orientação moral da mãe, com seus serviços do lar.
Somente quando a população atinge uma idade mental que permite a formação da ABSTRAÇÃO e só então, os povos conseguem pensar nos atributos teóricos ou abstratos para que formassem a idéia de cada deus, que é uma entidade abstrata. Na infância, essa idade se situa após os 7 anos de idade, que é o fim da infância. Pode-se dizer, então, que, ao criar seus primeiros deuses no Politeísmo Teocrático, a humanidade começa a deixar sua primeira infância.
Os deuses do Politeísmo nasceram a partir da adoração dos astros como fetiches maiores, no fetichismo astrolátrico. Essa é a razão de terem os deuses os mesmos nomes dos astros, como Vênus, Marte, Netuno, Júpiter. Só podem inventar deuses os povos que sabem abstrair ou tirar das coisas as suas qualidades, em teoria. E os magos, feiticeiros, pajés, xamãs, bruxos ou sacerdotes só então se tornaram necessários, para interpretar a vontade dos astros ou dos deuses que lá moravam, como novos poderes mágicos.
Os sacerdotes na Teocracia do Politeísmo formavam a mais elevada CASTA da sociedade, detendo o poder político que se chama de poder TEMPORAL. Possuíam ao mesmo tempo o poder da formação da opinião, pelo ensino e pela consagração, o que se chama de poder ESPIRITUAL. Os guerreiros na Teocracia ficaram subordinados aos sacerdotes. Os artistas se formavam dentro da casta dos padres, sendo todos anônimos, na classe sagrada e hermética. Nós não temos os seus nomes.
A Grécia antiga pela primeira vez no mundo venceu com seu Politeísmo Militar, o regime extremamente conservador da Teocracia, quando os guerreiros passaram a dominar a casta sacerdotal.
Foi um passo muito importante na redução progressiva do poder mental e moral das crenças sobrenaturais sobre os humanos. A divulgação das narrativas religiosas passou a ser feita sempre pelos artistas, que se tornaram os comunicadores da época. Eles se mostram nos grandes poetas da Grécia antiga, que passam a ser conhecidos. Eles explicavam e pregavam a doutrina do Politeísmo Militar, formando a fonte de ensino intelectual, moral e até das noções práticas. Substituíram dessa forma a casta sacerdotal teocrática secreta e anônima. Asseguravam a efetiva realização do objetivo de todas as religiões: o ensino e a consagração da população, promovendo a unidade de pensamento e da ação. As religiões ligam o indivíduo em sua coerência pessoal mental e religam a pessoa ao grupo, realizando a unidade da coletividade.
Na Grécia, a poesia de Homero foi o símbolo da unidade helênica da nação de guerreiros. Os seus dois poemas fizeram dele o autor de maior influência, fornecendo a base da educação e da cultura grega, formando o núcleo da educação humana no Império Romano e na civilização cristã que se seguiu.

HOMERO.  Permaneceu por muitos séculos o nome de Homero como o maior e mais típico da poesia antiga bem como do conjunto da arte antiga. São muitos os motivos: Homero é o maior representante da poesia primitiva pré-literária; A Ilíada e a Odisséia são os tipos de poesia épica formando a poesia mais nobre e pura que o mundo já viu; Homero é a fonte mais importante do conhecimento que temos da existência e da mentalidade da Grécia primitiva; Homero é o principal fator do progresso intelectual na Grécia, o tipo e o modelo da arte e do caráter dos gregos.
A civilização descrita pelos poemas de Homero não era totalmente pura ficção. A visão principal da sociedade grega se baseia nos fatos reais, mas os detalhes são poeticamente imaginários em grande parte. Essa poesia épica até certo ponto pode ser considerada como documento histórico, como mostrado por pesquisas arqueológicas nos últimos 150 anos.
Na época provável da criação da poesia homérica uma classe de cantores ou menestréis errantes recitava as histórias dos tempos passados. Alguns eram poetas criadores; outros repetiram os cantos conhecidos e faziam adaptações. A unidade dos poemas nos faz crer que um desses bardos criou a história do núcleo da poesia e esse grande bardo chamou-se de Homero. A poesia mostra os tipos humanos verdadeiros, com seus traços claros e característicos.
Na apresentação dos deuses gregos, na sua teologia, Homero deixar ver os antigos fetiches como a terra, o sol, o mar, substituídos pelos tipos posteriores perfeitamente humanos, como Júpiter, Apolo, Afrodite ou Poseidon que os gregos colocavam como seus deuses.
Homero nos fornece a chave para entrar no mundo grego: seu ideal religioso e moral domina todas as concepções que ali se descrevem.


AMANHÃ: Tirteu, a inspiração poética para a ação.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

0128 MAOMÉ

28 DE JANEIRO. Maomé: A Teocracia do grande líder religioso.

28 DE JANEIRO.
MAOMÉ
Mahomet em francês; Muhammad em inglês; por extenso: Abu al-Qasim Muhammad ibn 'Abd Allah ibn 'Abdal-Muttalib ibn Hashim
(nasceu em 570 em Meca, Arabia; morreu em 632 em Medina, Arabia)
PROFETA FUNDADOR DA RELIGIÃO ISLÂMICA PARA GRANDE PARTE DO MUNDO

Maiores figuras humanas na antiguidade, preparando
a civilização do futuro.

MAOMÉ era filho de Abdallah, que era filho de Abd-el-Mottalib da tribo dos Koreishitas, que por duzentos anos dominaram a região de Meca. Na vasta península da Arábia nenhum governo central se formou. Várias tribos, em parte nômades, em parte sedentárias, tinham o domínio sobre territórios mal definidos; certa unidade era mantida pela linguagem comum, pelos mesmos costumes, pelas peregrinações religiosas e pelas viagens de negócio.
Havia muitos templos locais em que o culto fetíchico de pedras e o culto das estrelas eram praticados. Em alguns lugares os poderes divinos eram representados na forma humana. Nenhum templo era tão sagrado do que o templo de Meca, onde três divindades eram adoradas. O objeto central do culto em Meca era para uma pedra negra, colocada no ângulo oriental do muro do templo.
O pai de Maomé morreu antes que ele nascesse e sua mãe Amina faleceu quando ele ainda estava na infância. Abou-Taleb, irmão de seu pai, cuidou de Maomé e lhe confiou o cuidado de sua criação de animais. Ele se distinguiu por seu distanciamento dos prazeres grosseiros dos jovens e por uma lealdade sem falhas. Seu nome era então Al Amin, o leal.
Aos 25 anos ele tornou-se o agente viajante de Kadichah, uma rica viúva 15 anos mais velha do que ele. Ela ficou sendo sua mulher, que o apoiou com sua confiança inquebrantável durante as lutas internas que ocorreram antes que Maomé começasse sua missão religiosa. Ela foi sua primeira discípula.
Vários anos se passaram antes que ele se colocasse em oposição contra os costumes de sua tribo. Quando o templo de Meca foi destruído por uma inundação, Maomé ficou encarregado de recolocar a pedra sagrada em seu lugar. Ele fez a tarefa com grande sucesso. Com 35 anos de idade, era alto, tinha o peito largo, grande cabeça, com os olhos em chamas. Muitas vezes ele se retirava para uma gruta solitária para meditar.
Na gruta lhe foi revelado o que deveria fazer como a obra de sua vida por uma visão feita com o fogo do céu, quando seus cabelos ficaram brancos e ele ficou momentaneamente sem forças. Maomé tornara-se o profeta enviado por Deus para unir todas as nações do Islã.
A pregação de Maomé começou com poucos adeptos. Logo um rico comerciante, Abou-Bekr, seu mais caro amigo e seu sucessor imediato, junto com outros, formaram um primeiro grupo de discípulos. No espaço de três anos se multiplicaram até chegarem a ser 40 adeptos. O sucesso de Maomé foi lento.
Durante a grande peregrinação do ano 620 vários moradores de Medina se declararam pela nova fé de Maomé e juraram fidelidade. Suas expressões são significativas: “Nós só adoraremos um único Deus; não mais roubaremos, não cometeremos o adultério, não mataremos mais nossos filhos, não caluniaremos de forma alguma e nós não desobedeceremos ao profeta em tudo que seja justo.”
O primeiro passo foi juntar a força política ao poder religioso, reunindo as tribos árabes em torno de Medina como centro do governo, enquanto Meca permaneceria a cidade sagrada, o centro da fé, o ponto para o qual cada devoto muçulmano deveria se dirigir em suas preces. A Hégira ou fuga a Medina, que ocorreu em 622, é considerada a data inicial da era maometana.
Dez anos depois da morte de Maomé sua religião já era preponderante na Síria, na Pérsia e no Egito. Antes do fim do século a fé dominou o norte da África e começou a ameaçar a Europa do ocidente.
Comparando Maomé com a doutrina estabelecida por Paulo de Tarso no cristianismo, verifica-se que Maomé se dirigiu aos governantes; Paulo de Tarso se dirigiu aos governados. Maomé fez governos com religião oficial. Paulo fez uma religião separada do Estado, com o lema – “A César o que é de César, a Deus o que é de Deus”. Essa foi a religião do continente mais adiantado: a Europa do ocidente.
Interessante notar que Maomé poderia ter sido o Messias que os judeus ainda esperam: o Profeta que dominou o mundo pela fé imposta pela força. Quase dominou toda a Europa. Foi até a Espanha, no sul do continente. Então os dois monoteísmos, o maometano e o cristão, se neutralizaram. Ninguém chegou à vitória final, ao domínio mundial.
Ambos os monoteísmos contribuíram para o progresso da sociedade humana em sua longa evolução.
Hoje temos uma revolução exigindo uma nova filosofia de ciência, de indústria e de paz para a solução dos grandes impasses: a filosofia do humanismo secular.


AMANHÃ: O mês da Poesia Antiga; Homero; Hesíodo que com Homero criou a fé grega.