quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

1231 DIA UNIVERSAL DOS MORTOS

31 DE DEZEMBRO
FESTA de nossos antepassados, os MORTOS. Os únicos animais que veneram os antepassados são os humanos.

FESTA UNIVERSAL DOS MORTOS
A memória imortal do passado humano.
(começou em tempos remotos; terminará em: sem data para acabar)
A SOCIEDADE HUMANA -- ÚNICA NO RESPEITO E NO CULTO AOS ANTEPASSADOS

Os mortos de todos os tempos e de todos os lugares
que construíram a grande sociedade humana desde
a mais primitiva vida animal até a nova civilização
industrial e científica do presente.

NA FESTA UNIVERSAL DOS MORTOS o calendário filosófico dos grandes homens reúne os maiores nomes na construção do futuro com os tipos representativos de todos os nossos antepassados. É uma grande lista de mortos imortais. São os nossos mortos geniais, os grandes e os modestos, são os nossos queridos antepassados.
Fazendo a lista de nossos pais, avós, bisavós, vemos que a cada geração multiplica-se o número de nossos antigos parentes à medida que imaginamos voltar atrás no tempo.
Cada um tem nos seus pais um casal, em número de dois indivíduos. Os avós são dois casais, os pais do pai e os pais da mãe, em quatro pessoas. Os bisavós somam um casal para cada um dos quatro avós, no total de oito pessoas. Assim, para cada geração anterior, temos o dobro de antepassados na geração seguinte.
Para cada 100 anos, ou seja, para cada século, supondo três gerações em cada século, a série de parentes aumenta em dobro para cada geração. Em 100 anos teremos 2, 4, 8 parentes. Em 200 anos teremos 16, 32, 64 parentes. Ao longo dos milênios teremos parentes contados como uma multidão, para cada um de nós. Portanto, nessa multidão que está incluída na população humana, teremos os mesmos antepassados, com os mesmos parentes de muitos de nossos contemporâneos.
Concluímos, assim, que somos parentes uns dos outros, hoje, na sociedade dos humanos. Os nossos mortos são nossos parentes comuns. Na multidão de nossos mortos se contarão tanto os mortos excepcionais, entre os mais brilhantes, os grandes homens, os grandes heróis da raça humana, como os mais modestos servidores da humanidade.
O dia da Festa dos Antepassados não tem nome de mês nem de semana nem número de data no Calendário Histórico. Portanto, a relação de datas fica com os 365 dias do ano menos um dia, resultando em 364 datas. Isso faz o número divisível por 13, para resultar no calendário de 13 meses cada um de 28 dias. Nos anos bissextos o dia adicional também fica fora dos nomes de semana e de data, não pertencendo a um mês nem a uma semana. O calendário fica, assim, perpétuo, sendo todos os anos sucessivamente iguais. Todos os meses começam numa segunda-feira e terminam num domingo.
A memória universal dos mortos é a recordação de todos os nossos antepassados. O progresso geral que vemos na história mostra a harmonia sempre finalmente resultante que os humanos conseguem em sua longa evolução. A harmonia realizada pelo sentimento gregário, pelo altruísmo, o verdadeiro motor do progresso. Não é a luta, a revolução, que promove o desenvolvimento: é o amor.
O progresso é medido pelo aperfeiçoamento da sociedade humana, pelo aprimoramento da unidade, da união entre os indivíduos, entre as famílias, entre as nações, com a humanidade fraternamente globalizada em todos os lugares. Há conflitos, mas são as exceções dentro do progresso que se verifica na história.
REFERÊNCIA SOCIAL. A partir do fim da Idade Média, do ano 1300 em diante, a vida humana sofreu a maior revolução intelectual, afetiva e prática nunca vista na história.
A revolução mental foi a libertação dos humanos da dependência em crenças nos poderosos deuses do passado. A verdadeira liberdade mental e política então passou a ser exigida por todos os homens. Foi feita então a gradual troca de referência. Pela primeira vez na historia da humanidade todo pensamento, toda afeição, toda atividade passou a ser referida ao bem da sociedade.
Durante os séculos anteriores tudo era feito em nome das divindades, de acordo com a vontade dos deuses, dos espíritos, dos amuletos. A transformação foi feita lentamente, com poucos conflitos. Os governos deixaram o direito germânico e medieval e seus ministros reviveram e passaram a aplicar novamente o Direito Romano, a regulamentação referida ao bem da sociedade no império de Roma. A referência passou a ser o bem da sociedade, do social.
Os tribunais hoje julgam os indivíduos que prejudicam a sociedade como bandidos e julgam como heróis aqueles que beneficiam a coletividade. Essa é a grande revolução moderna, em que a inovação se realiza por meio do pensamento crítico, exigindo que todo conhecimento seja positivo, isto é, verificável, comprovado e útil para a felicidade do ser humano em sociedade.
A referência deixou de ser feita aos deuses e passou a ser referida ao bem da sociedade humana. A sociedade humana passou reconhecer sua hegemonia, o seu domínio sobre todos os humanos e sobre todos os animais. Mas o domínio da Humanidade sobre seus membros e servidores é natural, constante e suave, quase imperceptível, apesar de seu grande poder.
O comando da sociedade na economia resulta naquilo que foi chamado de MÃO INVISÍVEL por Adam Smith. Parece haver uma orientação invisível no mercado de bens e de serviços  para que todos colaborem em liberdade uns com os outros, na busca da remuneração que permita a continuidade do agente.
Note bem: em liberdade.Todos na coletividade são conduzidos pela associação, pelo altruísmo, ao serviço do bem coletivo. Há exceções, desvios por parte de dirigentes e por parte do público, que ao final são corrigidos.
A inovação no pensamento forma uma nova Filosofia que mostra ser nosso destino conhecer, amar e servir em liberdade à sociedade, ao agrupamento daqueles seres que convergem para o bem comum. Esse era também o resultado de todas as religiões quando em sua completa formação, em sua maturidade. A adoração era feita aos deuses, mas o serviço era sempre prestado à sociedade. Se a sociedade não fosse servida, os membros morreriam e o grupo acabaria. Assim é que só conhecemos as religiões que serviram ao grupo associado e que puderam sobreviver e prosperar.
O PODER DA HUMANIDADE. Verifica-se dessa forma o imenso poder que tem a sociedade: quem não colaborar, destruindo a sociedade, morre, não deixando continuadores. É um poder invencível e natural de vida ou morte. Reconhecemos assim o poder real demonstrável indispensável e inevitável da associação que constitui a humanidade. A Humanidade poderosa é assim a nova referência para a ação dos humanos: fornece a verdadeira fonte e o real destino da vida de cada um de nós. Os deuses da antiguidade também foram bons servidores da Humanidade. Verifica-se que a sociedade humana é hegemônica, dominante, não admitindo o poder de outra associação de animais.
Cada um de nós realizou a evolução que a sociedade percorreu em milênios. Começamos andando de quatro ao engatinhar, incapazes de falar, de escrever, de pensar. Assim foi com as diferentes populações humanas. Da animalidade evoluímos até a humanidade, começando ao caminhar em quatro pernas, passamos a andar em duas pernas, aprendemos a falar, a escrever, a pensar, a produzir.
Cada indivíduo recebe da sociedade, na família, na escola, na cidade, na pátria, um trabalhoso treinamento durante 10 a 20 anos. Só depois pode começar a sua colaboração em plena liberdade na manutenção e no progresso de seu grupo, de sua cidade, de seu país, de todo mundo.
Nessa evolução individual podemos ver claramente que cada um nasce da sociedade e vive para trabalhar pela sociedade. Nessa verdadeira verificação está o destino de cada indivíduo.
A aprendizagem humana, continuada, é a educação feita nas diversas instituições da sociedade, consistindo no preparo para a vida em sociedade. As religiões, todas, são respeitáveis formadoras de pessoas para a vida social. Sempre em plena liberdade.
Neste dia de festa em memória de nossos mortos, temos a alegria de relembrar o mérito e os ensinos de nossos antepassados, tanto dos nossos parentes e amigos, dos outros mortos mais próximos, como dos mais antigos servidores da sociedade.
E o único animal que realiza o culto dos mortos é o animal humano, que respeita, venera e admira seus mortos, herdando o valioso tesouro de seu exemplo, de seus sentimentos, sua ciência, sua técnica. Assim se formou o poder da Humanidade.

AMANHÃ: Primeiro dia do ano, início do primeiro mês, de MOISÉS e dia de Prometeu.      

1230 GALL

30 DE DEZEMBRO.  Franz Gall :fez da Psicologia moderna a mais importante das ciências.

GALL
Franz Joseph Gall
(nasceu em 1758, em Tiefenbronn, Baden, Alemanha; morreu em 1828, em Paris)

MÉDICO E ANATOMISTA ALEMÃO FUNDADOR DA FISIOLOGIA DO CÉREBRO

AS LEIS DO PASSADO: FILOSOFIA DA HISTÓRIA.
ESTA SEMANA apresenta a Biologia em Harvey e nos sucessores. Encontram-se Boerhaave e Sthal, os chefes respectivos da escola mecânica e da escola espiritualista em Biologia. Lineu e Bernard Jussieu lembram os principais problemas em relação às classificações dos seres vivos. Lamarck e Blainville que alargaram o horizonte do Método Comparativo nos fenômenos da vida. Broussais, que fez a integração da Patologia na Fisiologia. Gall preside esta semana como o primeiro investigador do grande problema biológico das funções cerebrais, que faz a passagem da ciência dos seres vivos para as Ciências Humanas puras ou abstratas da Sociologia e da Psicologia. O chefe da semana é Gall, que a encerra.

FRANZ GALL teve sua atenção voltada, enquanto estudava, para as diferenças que apresentavam as fisionomias de seus colegas de escola. Depois de sua preparação, Gall realizou cursos populares em Viena, divulgando sua teoria da localização das funções mentais no cérebro e da “cranioscopia”, a afirmar que a forma do crânio mostrava as diferentes faculdades cerebrais. Suas aulas ofenderam os líderes religiosos, sendo condenadas pelo governo da Áustria e proibidas. Três anos depois ele foi forçado a sair do país.
Em 1817 naturalizou-se francês. Foi em Paris que ele publicou sua grande obra de anatomia em cinco volumes in-folio sobre a Anatomie et la Physiologie du système nerveux et du cerveau, Anatomia e a Fisiologia do sistema nervoso e do cérebro. O seu tratado sistemático em seis volumes sobre as Fonctions du cerveau, Funções do cérebro, foi publicado em 1825. Gall morreu em 1828 em Paris, sua sepultura ficando no cemitério do Père-la-Chaise.
A concepção das localizações das funções no cérebro foi provada como correta quando o cirurgião francês Paul Broca demonstrou a existência do centro da palavra no cérebro, em 1861. Gall foi o primeiro a identificar na matéria cinzenta do cérebro o tecido ativo dos neurônios e a massa branca como o tecido condutor, os gânglios.
Dois resultados distintos de sua obra devem ser bem registrados.
Primeiro, a grande quantidade de observações feitas sobre a natureza psíquica do homem e também dos outros animais, com sua importante demonstração de que as tendências emocionais e intelectuais são inatas nos animais sem serem o resultado das impressões recebidas pelos sentidos.
Em segundo lugar, a original concepção de Gall mostrando que o cérebro é um conjunto de órgãos que exercem essas funções observadas nos animais. Parece que Gall, desejando dar um choque e maior precisão a suas descobertas, chegou a dizer que a forma exterior do crânio era a comprovação de suas afirmações. Os discípulos de Gall criaram o nome de Frenologia para essa teoria, uma idéia que provocou uma controvérsia para o resto da vida de Gall. E os discípulos de Gall, com suas mentes estreitas, aprenderam somente os seus erros, como é comum acontecer com os grandes homens.
A pioneira análise das funções psicológicas feitas por Gall repousa sobre a comparação do homem com os animais vertebrados superiores. Franz Gall não foi um sábio pela metade. Foi um ardente e completo inovador, dando ao estudo da estrutura e das funções do cérebro um impulso decisivo para fazer do estudo do comportamento individual uma ciência de observação. O que faz da Psicologia moderna a mais importante das ciências positivas, comprovada, verificada pela experiência.

AMANHÃ: FESTA de todos os nossos antepassados, FESTA universal dos MORTOS: Os únicos animais que veneram os seus mortos são os humanos.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

1229 BROUSSAIS

29 DE DEZEMBRO A teoria geral da vida saudável-a doença apenas é a alteração de intensidade normal: FRANÇOIS BROUSSAIS.

BROUSSAIS
François-Joseph-Victor Broussais
(nasceu em 1772, em Saint-Malo, França; morreu em 1838, em Paris)
MÉDICO E FILÓSOFO FRANCÊS FISIOLOGISTA FAMOSO

AS LEIS DO PASSADO: FILOSOFIA DA HISTÓRIA.
ESTA SEMANA apresenta a Biologia em Harvey e nos sucessores. Encontram-se Boerhaave e Sthal, os chefes respectivos da escola mecânica e da escola espiritualista em Biologia. Lineu e Bernard Jussieu lembram os principais problemas em relação às classificações dos seres vivos. Lamarck e Blainville que alargaram o horizonte do Método Comparativo nos fenômenos da vida. Broussais, que fez a integração da Patologia na Fisiologia. Gall preside esta semana como o primeiro investigador do grande problema biológico das funções cerebrais, que faz a passagem da ciência dos seres vivos para as Ciências Humanas puras ou abstratas da Sociologia e da Psicologia. O chefe da semana é Gall, que a encerra.

BROUSSAIS nasceu em 1772 em Saint-Malo. Seu pai exercia a medicina nessa cidade e colocou seu filho para estudar num curso clássico no Collège de Dinan e depois para fazer o curso de Medicina. Broussais se tornou cirurgião militar na Marinha da França por vários anos.
Em 1800 foi para Paris, fez o doutorado em Medicina com François Bichat. Sua tese sobre a febre indica logo sua forma doutrinária característica, de que essa doença era uma função modificada de um órgão definido. Broussais fez parte do serviço médico da marinha francesa em grande parte das guerras que se seguiram.
Apesar das suas ocupações profissionais, ele achou tempo para compor sua obra principal, Histoire des phlegmasies chroniques, publicada em 1808. Depois da guerra Broussais foi nomeado professor do hospital militar do Val-de-Grâce. Tornou-se membro da Academia de Medicina, fundada em 1823 e professor de Patologia e de Terapêutica na Faculdade de Medicina em 1831. Ele trabalhou com ardor até pouco antes de sua morte, em 1838. Em seus últimos anos de vida adotou as concepções de Gall sobre a localização das emoções e da inteligência nas localizações feitas no cérebro.
As duas importantes contribuições de Broussais ao conhecimento da Biologia em sua época se referem à conceituação da doença como simples modificação, por excesso ou por falta de uma função normal e a correlação dessa função alterada com um órgão ou tecido definido. Essa participação no progresso da ciência corresponde à libertação da medicina da crença em figuras de retórica, de entidades não observáveis, como entidades metafísicas.
Broussais apresentou uma teoria geral da vida normal estendida à patologia. Desde então, doença e saúde deixaram de ser consideradas como radicalmente separadas uma da outra; as diferenças entre as duas sendo reconhecidas como diferenças apenas no grau de intensidade no fenômeno que produz a doença, a natureza dele permanecendo sem alteração.
Em seu Traité sur l'irritation et sur la folie, Tratado sobre a irritação e sobre a loucura, de 1828, ele faz a crítica da antiga Psicologia então em grande divulgação. A Psicologia era mostrada como independente da Biologia, sendo definida como o estudo dos fenômenos espirituais, da alma divina. Os fenômenos, sendo metafísicos, não dependiam do funcionamento do corpo material. Essa Psicologia era trazida pela metafísica alemã, tratando dos problemas da alma imortal, lugar imaterial das funções cerebrais. Broussais fez enérgica denuncia contra o método específico dessa teoria, o método da introspecção, que consistia na observação do paciente por ele mesmo, hoje completamente abandonado.
Diz Broussais a respeito da investigação pela introspecção: “Se eles tomam todas essas sensações interiores por outras tantas revelações da divindade, a que chamam de Consciência, podem aumentar sua riqueza, ingerindo, à maneira dos orientais, certa dose de ópio combinada com aromáticos”.
Broussais foi um dos ardentes adversários das doutrinas psicológicas metafísicas e das teorias espiritualistas.

AMANHÃ: Pelo estudo do cérebro ele inovou fazendo da Psicologia moderna a mais importante ciência positiva: Franz Gall.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

1228 LAMARCK

1228 LAMARCK

28 DE DEZEMBRO. Lamarck:  foi o primeiro a dar um esquema da evolução das espécies animais, dos unicelulares até o homem.

LAMARCK
Jean-Baptiste-Pierre-Antoine de Monet, Cavaleiro de Lamarck
(nasceu em 1744, em Bazentin-le-Petit, Picardie, França; morreu em 1829, em Paris)

BOTÂNICO E ZOÓLOGO FRANCÊS ENTRE OS PRIMEIROS EVOLUCIONISTAS


AS LEIS DO PASSADO: FILOSOFIA DA HISTÓRIA.
ESTA SEMANA apresenta a Biologia em Harvey e nos sucessores. Encontram-se Boerhaave e Sthal, os chefes respectivos da escola mecânica e da escola espiritualista em Biologia. Lineu e Bernard Jussieu lembram os principais problemas em relação às classificações dos seres vivos. Lamarck e Blainville que alargaram o horizonte do Método Comparativo nos fenômenos da vida. Broussais, que fez a integração da Patologia na Fisiologia. Gall preside esta semana como o primeiro investigador do grande problema biológico das funções cerebrais, que faz a passagem da ciência dos seres vivos para as Ciências Humanas puras ou abstratas da Sociologia e da Psicologia. O chefe da semana é Gall, que a encerra.


LAMARCK nasceu em família nobre em Bazentin, na Picardie, em 1744. Ele estudou com os jesuítas em Amiens e aos 17 anos entrou para o exército e serviu contra os ingleses e os holandeses. Depois foi estudar medicina em Paris.
Concentrou-se no estudo da Botânica e apresentou um sistema de classificação das plantas intermediário entre o sistema de Jussieu e o de Lineu. Apresentado na Academia de Ciências de Paris, chamou a atenção de Buffon.
Durante a Revolução Francesa, ele fez a guarda dos jardins reais, como adjunto de Daubenton. Na instituição do Museu de História Natural de Paris em 1793 ele foi nomeado professor de Zoologia com Geoffroy Saint-Hilaire e Lacépède. Lamarck lecionou a classe dos invertebrados, então representados pelos insetos e vermes. Em 1801 ele publicou o Sistema dos animais sem vértebras, mais tarde ampliado com outros textos entre 1815 e 1822. Lamarck morreu em 1829 com 86 anos de idade.
Foi em 1809 que Lamarck publicou um tratado de grande interesse, com o nome de Filosofia Zoológica que continha a afirmação de que as espécies animais não eram absolutamente constantes, mas que elas poderiam se modificar ao longo de longos períodos; e, ainda, ali estabelecia quatro causas que explicariam sua transformação.
Muito antes vários pensadores haviam sugerido a evolução dos organismos vivos, como Bufforn, Montesquieu, Maupertuis. Lamarck foi o primeiro que traçou um diagrama da evolução, uma escala que vai dos organismos unicelulares até os mamíferos e o homem.
Lamarck explicava que a transformação gradual das espécies em outras seria efetuada por efeito do aumento ou diminuição do exercício. Os órgãos crescem pelo exercício e se atrofiam pela falta de uso. Essa modificação seria num sentido ou no outro transmitida pela hereditariedade.
Uma alteração no meio ambiente determinando uma mudança nas necessidades do animal, exigindo um emprego diferente da musculatura, resultaria modificação na estrutura do seu corpo. Se o território em que vive se torna um pântano, ou se as árvores altas impedem a alimentação com as suas folhas, implicariam na alteração do corpo do animal. O acúmulo dos efeitos pequenos produziria, com o correr do tempo, alteração formas diferentes que seriam novas espécies. No caso dos animais representados nos monumentos do Egito antigo eles não se alteraram por ser o prazo de 3000 ou 4000 anos apenas um instante muito curto comparado com a história da vida sobre a terra.
As contribuições de Lamarck para a biologia são muito importantes. Ele acreditava na evolução numa época em que não existiam muitos conhecimentos para sustentar essa teoria. Defendeu ainda que a função precede a forma, uma ideia controvertida na sua época. Lamarck foi o naturalista francês do século XIX que, de fato, introduziu o termo biologia na literatura científica.
A discussão levantada pela teoria da evolução de Lamarck motivou o estudo de um dos maiores problemas da Biologia, o poder do homem de modificar os organismos dos seres vivos.
Hoje podemos dizer, com base em novas evidências, que, em Biologia toda forma de vida deve ser considerada como uma evolução, não como uma criação. E a evolução também é a forma de existência da sociedade humana, numa evolução muito mais complexa, extensa e gradual, em fases sucessivas harmoniosas, bem explicadas pela Sociologia, com base na filosofia da história.

AMANHÃ: A teoria geral da vida saudável-a doença apenas é a alteração de intensidade normal: FRANÇOIS BROUSSAIS.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

1227 HALLER

27 DE DEZEMBRO. ALBRECHT VON HALLER: Lançou as bases da fisiologia como estudo integrado da dinâmica do ser vivo.

HALLER
Albrecht von Haller
(nasceu em 1708, em Berna, Suiça; morreu em 1777, em Berna, Suiça)
MÉDICO E CIENTISTA SUÍÇO PRECURSOR DA FISIOLOGIA EXPERIMENTAL

AS LEIS DO PASSADO: FILOSOFIA DA HISTÓRIA.
ESTA SEMANA apresenta a Biologia em Harvey e nos sucessores. Encontram-se Boerhaave e Sthal, os chefes respectivos da escola mecânica e da escola espiritualista em Biologia. Lineu e Bernard Jussieu lembram os principais problemas em relação às classificações dos seres vivos. Lamarck e Blainville que alargaram o horizonte do Método Comparativo nos fenômenos da vida. Broussais, que fez a integração da Patologia na Fisiologia. Gall preside esta semana como o primeiro investigador do grande problema biológico das funções cerebrais, que faz a passagem da ciência dos seres vivos para as Ciências Humanas puras ou abstratas da Sociologia e da Psicologia. O chefe da semana é Gall, que a encerra.

HALLER nasceu em Berna, na Suíça, em 1708. Seu pai, que era um famoso advogado, tinha a intenção de fazer dele um padre. Mas como ele desde cedo mostrou gostar do estudo científico, foi mandado para Tübingen para estudar anatomia e medicina. Em 1725 foi para Leiden, onde Boerhaave dava suas aulas de medicina e Albinus ensinava anatomia e cirurgia. Haller estudou em seguida em Londres, Oxford e Paris, retornando à Suíça para estudar matemática com Jean Bernoulli em Bale, em 1735 começando a praticar medicina em Berna. Em 1736 foi convidado a lecionar medicina, cirurgia, anatomia e botânica na Universidade de Göttingen, na Alemanha, onde permaneceu por 18 anos. Com sua saúde delicada teve de voltar a Berna, onde continuou sua vida de pesquisador até sua morte em 1777.
Os textos publicados de Haller chegam perto de 200 obras. Eles cobrem todas as formas da literatura, compreendendo trabalhos relativos a várias ciências. Suas pesquisas foram muito numerosas. Ele criou um sistema de classificação que rivalizava com o sistema de Lineu. Recolheu materiais para uma flora completa da Suíça, fazendo escaladas penosas e perigosas nas montanhas para extensas pesquisas da vegetação dos Alpes. Deixou muitas observações importantes na embriologia, nos movimentos do coração, da respiração e na formação dos ossos.
Entre suas maiores pesquisas se encontra o conhecimento da sensibilidade e da irritabilidade nervosa e muscular, uma das bases da fisiologia que se então começava a ser formada. Agrupando os fenômenos dos corpos vivos em torno desses dois princípios, Haller preparou o caminho para a concepção geral da Biologia como a ciência abstrata distinta da Física e da Química. A Biologia passando a ser considerada como dependente dessas ciências, mas tendo suas próprias leis. Na instituição da Biologia, Albrecht von Haller tem uma posição de destaque por suas pesquisas e suas grandes contribuições, em especial na Fisiologia.
A Fisiologia estuda as leis de FUNCIONAMENTO do ser vivo. Ao passo que a Anatomia estuda as leis da estrutura, do arcabouço estático, a Fisiologia estuda os fenômenos dinâmicos. É semelhante à diferença entre a ESTÁTICA e a DINÂMICA na Mecânica Racional, um dos departamentos da Matemática. A Estática trata dos acontecimentos ou fenômenos que ocorrem simultaneamente, que não variam com a passagem do tempo, como, por exemplo, as leis da alavanca. A Dinâmica trata dos acontecimentos de sucessão, que se sucedem, que se alteram com a passagem do tempo, como a queda de um corpo, em velocidade variada.
Em Sociologia acontece o mesmo. A Estática Social é o estudo das leis da estrutura da sociedade, tal como a lei de Aristóteles que diz que “toda sociedade tem a divisão dos ofícios, ou a especialização e tem a convergência dos esforços, isto é, o governo”. Essa lei indica que, em qualquer sociedade, não há igualdade, e não pode haver ausência de governo, não pode haver a anarquia.
A identificação da noção de Estático e Dinâmico é uma noção importante em filosofia. E chega-se a descobrir que nas ciências existem leis estáticas e existem leis dinâmicas. A Fisiologia estuda, portanto, os fenômenos dinâmicos nos seres vivos, como o metabolismo, a crescimento, a reprodução, a excitação e contração.
Provavelmente estudos prévios de fisiologia foram feitos em torno do ano 300 aC pelo médico grego Herophilus. Só muito tempo depois é que Haller forneceu importantes subsídios para Fisiologia, junto com seu professor, Hermann Boerhaave, lançando as bases do estudo integrado da dinâmica do ser vivo. Haller foi o primeiro cientista a descobrir os fenômenos de sensibilidade e de contratilidade.
Com base em mais de 500 experiências, 180 próprias, Haller mostrou que a irritabilidade é uma propriedade específica do músculo, um estímulo ali aplicado causando uma rápida contração. Mostrou ainda que a sensibilidade é uma propriedade específica dos nervos. Assim foram postos os fundamentos para a formação da Neurologia moderna.

AMANHÃ: Ele foi o primeiro a dar um esquema da evolução das espécies animais, desde os unicelulares até o homem: Lamarck.

sábado, 25 de dezembro de 2010

1226 LINEU

26 DE DEZEMBRO. LINEU: Criou a teoria geral das classificações na comparação científica dos seres vivos.

LINEU
Carolus Linnaeus, Carl Linnaeus, Carl Von Linné
(nasceu em 1707, em Rashult, Smaland, Suécia; morreu em 1778 em Uppsala, Suécia)
NATURALISTA SUECO CRIADOR DA TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS


AS LEIS DO PASSADO: FILOSOFIA DA HISTÓRIA.
ESTA SEMANA apresenta a Biologia em Harvey e nos sucessores. Encontram-se Boerhaave e Sthal, os chefes respectivos da escola mecânica e da escola espiritualista em Biologia. Lineu e Bernard Jussieu lembram os principais problemas em relação às classificações dos seres vivos. Lamarck e Blainville que alargaram o horizonte do Método Comparativo nos fenômenos da vida. Broussais, que fez a integração da Patologia na Fisiologia. Gall preside esta semana como o primeiro investigador do grande problema biológico das funções cerebrais, que faz a passagem da ciência dos seres vivos para as Ciências Humanas puras ou abstratas da Sociologia e da Psicologia. O chefe da semana é Gall, que a encerra.

LINEU nasceu em 1707, filho de um pastor de ovelhas pobre. Seu pai era amante de flores, mas as suas colméias e canteiros foram várias vezes atacados pelos besouros e pelas plantas trazidas por Lineu para teste.
Ele se recusou a ser ministro protestante e foi trabalhar como aprendiz de um sapateiro. Mas o diretor da escola em que estudava reconheceu seu gênio e colocou em suas mãos o tratado de Botânica de Tournefort. Lineu foi mandado para a Universidade de Lund apenas com uma pequena pensão anual, e de lá, foi para Estocolmo. Passando por períodos de extrema miséria, remendava seus sapatos com a casca de árvores, mas sem parar a observação das plantas e dos insetos, com uma perseverança sem descanso. O veterano botânico Olof Celsius, professor de teologia e naturalista ardente, reconheceu sua força e lhe ofereceu hospitalidade, com cama e mesa, acabando com seus sofrimentos.
Em 1731 foi encarregado de uma expedição à Lapônia onde obteve grande quantidade de observações sobre a história natural e sobre os habitantes do país. Em 1735 ele visitou a Holanda, encontrando em Leyde com Boerhaave, que lhe obteve a guarda dos jardins e das coleções botânicas de Cliffort, um rico habitante perto de Haarlem. Lá ele publicou a primeira redação do seu Systema naturae em 1735, seus Fundamenta botanica em 1736 e, no ano seguinte, os Genera plantarum, as Classes plantarum e a Critica botanica. Ele foi à Inglaterra e depois a Paris, onde foi recebido cordialmente pelos irmãos Antoine e Bernard de Jussieu. Ele obteve em 1731 a cadeira de Física e de Anatomia na Universidade de Uppsala. Continuou a ensinar todos os ramos da História Natural até 1744, publicando em 1751 a Philosophia botanica, a sua mais conhecida obra.
Em 1761 ele recebeu o título de nobreza da Suécia, com data retroativa de 1757, a partir de então seu nome sendo escrito como Carl von Linné. Ele morreu doente, em 1778, sendo enterrado com todas as honras na catedral de Uppsala.
Lineu é muito conhecido por sua classificação das plantas, mas sua obra faz a classificação dos três reinos da natureza. A formação dos grupos naturais dos seres vivos tinha sido feita por Aristóteles na Grécia antiga e nos anos 1400 e 1500 foi continuada por Asdrovando, Conrad Gesner e outros. Mas o mérito de ter pela primeira vez disposto esses grupos de acordo com uma sucessão bem ordenada pertence a Lineu.
Ele formou o sistema de nomes dito como BINOMIAL. Os organismos semelhantes são grupados num GENUS, e cada organismo recebe dois nomes em latim. O primeiro nome é o nome do genus e o segundo nome é um adjetivo, também em latim, descrevendo o organismo, sua localização geográfica ou o nome de seu descobridor. Por exemplo, o cachorro doméstico é “Canis familiaris”. Canis é o nome do grupo ou genus que inclui cães, raposas, o coiote e o chacal. A palavra familiaris descreve o cão doméstico para diferenciar dos seus parentes selvagens. Ele se tornou um especialista em classificações, tendo criado também a classificação do reino mineral. Ainda publicou um tratado onde relacionou as espécies de doenças então conhecidas.
Lineu tem seu grande valor ao criar a teoria geral das classificações, seguindo a direção geral dada por Bernard de Jussieu. Essa teoria institui a comparação geral dos seres vivos, tanto na consideração da estática como em sua dinâmica. Ou seja, ele toma em consideração suas estruturas, seus órgãos, como o funcionamento do organismo animal como um todo.
A classificação e a hierarquia formam o fundamento do método na filosofia moderna, constituindo a base de todo o raciocínio biológico. Os escritos de Lineu, seu herbarium e as coleções de insetos e conchas foram 1783 cuidadosamente preservados pela Sociedade Lineana em Burlington House, em Londres.

AMANHÃ: Lançou as bases da fisiologia como estudo integrado da dinâmica do ser vivo: ALBRECHT VON HALLER

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

1225 BOERHAAVE

25 DE DEZEMBRO. BOERHAAVE: Sábio holandês filósofo e médico famoso por iniciar a prática médica junto ao leito dos enfermos.

BOERHAAVE
Hermann Boerhaave
[diga Bur'ha-ve]
 (nasceu em 1668, em Voorthout, Holanda; morreu em Leiden, Holanda)

MÉDICO E QUÍMICO HOLANDÊS EDUCADOR NA CLÍNICA MÉDICA


AS LEIS DO PASSADO: FILOSOFIA DA HISTÓRIA.
ESTA SEMANA apresenta a Biologia em Harvey e nos sucessores. Encontram-se Boerhaave e Sthal, os chefes respectivos da escola mecânica e da escola espiritualista em Biologia. Lineu e Bernard Jussieu lembram os principais problemas em relação às classificações dos seres vivos. Lamarck e Blainville que alargaram o horizonte do Método Comparativo nos fenômenos da vida. Broussais, que fez a integração da Patologia na Fisiologia. Gall preside esta semana como o primeiro investigador do grande problema biológico das funções cerebrais, que faz a passagem da ciência dos seres vivos para as Ciências Humanas puras ou abstratas da Sociologia e da Psicologia. O chefe da semana é Gall, que a encerra.

BOERHAAVE nasceu em 1668 e foi educado para ser pastor protestante. Durante alguns anos ensinou matemática para se sustentar, diplomando-se em filosofia em 1684 e mais tarde, em 1693 em medicina. No exercício da medicina teve extraordinária distinção. Tornou-se professor de botânica e de medicina, toda sua carreira sendo feita na Universidade de Leiden. Foi reitor, professor de prática médica e de química. Ficou famoso ao introduzir pela primeira vez o ensino da medicina junto ao leito dos doentes, mostrando a prática médica ao lado da cama.
Tido como um dos maiores médicos de seu tempo, nos anos 1700, século 18, Boerhaave realizou a identificação, classificação e sistematização dos conhecimentos acumulados até então. Sua obra principal, Institutiones Medicae, Princípios médicos, de 1708, constitui um ensaio sistemático para levar à arte da medicina uma base científica positiva, segura.
Ele começa em seu tratado fazendo uma revista clara da história da medicina desde Hipócrates até seus dias. Ele elogia a observação direta recomendada por Hipócrates, bem como o conhecimento anatômico de Galeno, estendido por Vesálio e outros. Faz notar distintamente como se estava em falta completa de conhecimento antes que do estudo da estrutura anatômica se chegasse também ao conhecimento da função dinâmica pela grande descoberta de Harvey. O conhecimento do funcionamento do coração por Harvey, diz Boerhaave, “veio dar à ciência da natureza uma nova e uma base firme”.
No seu tempo foram feitas as grandes descobertas matemáticas, com que se começou a calcular com certeza as forças mecânicas. Mas a química científica teórica ainda estava para ser iniciada e a biologia muito longe de começar. Nenhuma teoria podia ser possível sem o conhecimento dos fenômenos fundamentais da respiração e da combustão. Boerhaave com seu aluno o suíço Albrecht von Haller mostrou o engano dos iatroquímicos e os iatrofísicos que ensinavam que a fisiologia, como o estudo da dinâmica biológica, era apenas feita de reações químicas ou só físicas. Ele demonstrou a necessidade do estudo integrado da fisiologia, com a biologia junto com suas bases físicas e químicas.
Deve-se notar a dificuldade dos humanos na descoberta do conhecimento científico, mostrando a fraqueza da inteligência como capacidade mental para explicar e representar a realidade. A comparação da força intelectual fraca com o grande poder das emoções egoístas deixa bem clara nossa dificuldade mental, notável, mesmo quando contamos com os maiores pensadores da história.
A criatividade de Boerhaave é distinta quando ele passa da teoria para a prática, na aplicação efetiva do saber teórico. Diz ele: “Lembre-se de que a medicina deve aplicar com prudência as descobertas físicas na estrutura animal; o que é verdade para fluidos incompressíveis em tubos rígidos não é necessariamente aplicável aos fluidos animais em seus vasos flexíveis e elásticos”. Completamente convencido de que a medicina deve repousar sobre a base sólida da ciência teórica, ele não perde de vista como a ciência de seu tempo era imperfeita.
E pode-se ter certeza de que, como a ciência não para de se aperfeiçoar, de progredir, a nossa ciência, hoje, não é, também perfeita, pronta, acabada. Se ela pode melhorar, se vai progredir, evoluir, é porque não é perfeita, não é absoluta, imutável. Ai está uma grande lição de modéstia a ser por todos nós bem aprendida.


AMANHÃ: Criou a teoria geral das classificações na comparação científica dos seres vivos: LINEU.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

1224 HARVEY

24 DE DEZEMBRO. Harvey: É dele o grande aforismo OMNE VIVUM EX OVO, todo ser vivo vem do ovo.

HARVEY
William Harvey
(nasceu em 1578, em Folkestone, Kent, Inglaterra: morreu em 1657, em Londres)
MÉDICO INGLÊS DESCOBRIDOR DA CIRCULAÇÃO DO SANGUE

AS LEIS DO PASSADO: FILOSOFIA DA HISTÓRIA.
ESTA SEMANA apresenta a Biologia em Harvey e nos sucessores. Encontram-se Boerhaave e Sthal, os chefes respectivos da escola mecânica e da escola espiritualista em Biologia. Lineu e Bernard Jussieu lembram os principais problemas em relação às classificações dos seres vivos. Lamarck e Blainville que alargaram o horizonte do Método Comparativo nos fenômenos da vida. Broussais, que fez a integração da Patologia na Fisiologia. Gall preside esta semana como o primeiro investigador do grande problema biológico das funções cerebrais, que faz a passagem da ciência dos seres vivos para as Ciências Humanas puras ou abstratas da Sociologia e da Psicologia. O chefe da semana é Gall, que a encerra.

HARVEY nasceu em 1578 numa família de comerciantes. Estudou em Canterbury e depois na Universidade de Cambridge, graduando-se em 1597. Em seguida foi para a Universidade de Pádua na Itália, então considerada a melhor escola de medicina da Europa. Em Pádua ele completou o doutorado em medicina em 1602. Em Bolonha, Pádua e Pisa o estudo da anatomia humana era feito com uma atenção extraordinária.
Em Pádua ele estudou com o famoso professor anatomista Hieronymus Fabricius d’Acquapendente, que havia pesquisado as válvulas das veias que produzem o direcionamento do movimento do sangue.
Em 1604 Harvey tornou-se membro do Colégio Médico. Foi para Londres e contou, entre outros famosos, com Sir Francis Bacon como um de seus clientes na prática médica. Em 1615 ficou encarregado do curso de anatomia e cirurgia no Colégio Médico, onde expôs pela primeira vez sua teoria sobre a circulação do sangue, que só publicou em 1628. Essa obra, que foi uma importante contribuição científica, recebeu o nome de Exercitatio Anatomica de Motu Cordis et Sanguinis in Animalibus, Exercício Anatômico sobre o movimento do coração e do sangue nos animais.
A descoberta de Harvey foi precedida de outras no mesmo assunto. Deve-se ver nesses ensaios de erro-e-acerto a dificuldade da inteligência humana e até mesmo a sua fraqueza, na busca da explicação e representação dos fenômenos do mundo. O conhecimento humano tem que ser acumulado pouco a pouco, já que a mente do homem não consegue descobrir como se dão os acontecimentos pela observação direta dos fatos. O saber maravilhoso obtido nos tempos recentes foi o resultado da coleção de muitos e diferentes estudiosos, por muitos anos, por muitos séculos. Portanto, o progresso da inteligência é muito lento, deixando ver sua enorme fraqueza, uma insuficiente capacidade de captar o funcionamento do mundo. É a pobreza mental dos humanos que exige enormes esforços de pesquisa para conseguir a leitura do grande livro da natureza. Esse esforço espetacular da associação dos homens torna a história do saber um maravilhoso romance intelectual, com um final feliz.
Sabe-se que, em 1553 Michel Servet tinha já descrito a circulação do sangue do lado direito do coração, através dos pulmões, para o lado esquerdo. Ele já conhecia a mudança de cor do sangue de vermelho escuro para vermelho vivo, que se fazia nos pulmões e sabia que o sangue era purificado dos seus “vapores fuliginosos” pela respiração. Outros estudiosos, como Realdo Colombo em 1559 e Cesalpino d’Arezzo continuaram a estudar o coração e as veias. Mas foi Harvey que, aproveitando os estudos anteriores e por suas pesquisas cuidadosas, comprovou como o músculo do coração fazia circular o sangue no corpo inteiro. Ele chegou à sua descoberta por uma série de dissecações e pelo estudo do movimento do coração e do sangue nos animais vivos. Foi a primeira introdução em biologia das leis da mecânica, a ciência abstrata dos movimentos.
Harvey foi um dos médicos da corte dos reis James I e Charles I. O rei Charles se interessou muito por suas descobertas e em suas pesquisas, permitindo que prosseguisse com o difícil estudo da embriologia e da reprodução de animais em Hampton. Em 1651 ele publicou sua grande obra sobre a reprodução animal, os Exercitationes de Generatione Animalium, Exercícios anatômicos sobre a geração dos animais. Ali ele coloca muito da história da ciência. Ele estudou a embriologia dos animais, rejeitando a noção de Aristóteles de que o sangue da menstruação tivesse parte na formação do feto.
O grande aforismo de Harvey, OMNE VIVUM EX OVO, Todo ser vivo vem do ovo, é correto para os animais superiores. Para todos os animais, como para os organismos mais simples, que se reproduzem sem ovo, o texto deve ser modificado para OMNE VIVUM EX VIVO, Todo ser vivo vem de um ser vivo, que tem validade geral como uma das leis fundamentais da Biologia sistemática.
As observações precisas de Harvey estabeleceram um padrão para as futuras pesquisas na Biologia.
Ele morreu em 1657, aos 79 anos, em Londres.

AMANHÃ: Sábio holandês filósofo e médico famoso por iniciar a prática médica junto ao leito dos enfermos: BOERHAAVE.

1223 LAVOISIER

23 DE DEZEMBRO. LAVOISIER: Estabeleceu a verdadeira teoria da combustão como uma oxidação.

                                                        LAVOISIER
Antoine-Laurent Lavoisier
(nasceu em 1743, em Paris; morreu em 1794, em Paris, França)
DESTACADO CIENTISTA FRANCÊS FUNDADOR DA QUÍMICA MODERNA


FILOSOFIA DA HISTÓRIA.
O Calendário Histórico mostra a espontânea, oscilante, irregular, mas contínua evolução cultural em todos os aspectos da sociedade, por meio das maiores figuras humanas. O Calendário, na verdade, passa a ser um verdadeiro CURSO DE FILOSOFIA DA HISTÓRIA, demonstrando os seus princípios científicos em sua observação e fundamentação empírica nos anais da História.
Indica a faculdade criadora para o melhoramento da vida humana, depois do fim do feudalismo e do fim do poder político do papa e da fé medieval, devido ao conhecimento científico que prepara a nova civilização industrial moderna. São os cientistas da nova civilização, pensadores que antes eram teólogos e metafísicos e passam ao saber firme comprovado, isto é, ao saber positivo sobre o próprio homem, sobre o mundo e seus princípios gerais.
Nesta semana mostra os grandes cientistas do desenvolvimento da Química como ciência experimental positiva nos anos 1700 e 1800, nos séculos XVIII e XIX. A Química científica, mais complexa, só poderia se desenvolver após a criação nos anos anteriores da ciência Física, com fenômenos mais simples,. O patrono da semana é LAVOISIER, por suas pesquisas da oxidação e da combustão e ainda pela destruição da hipótese do flogístico, um fluido metafísico que explicava a ocorrência da combustão (do grego phloks, phlogos= chama, flama). LAVOISIER termina a semana.

LAVOISIER nasceu numa família nobre e rica, recebendo uma boa educação. Seu pai lhe deu uma sólida base em linguagem, filosofia e em ciências, como em matemática, astronomia, química e botânica. Estudou Direito, diplomou-se em 1764, mas sempre seu pensamento crítico o dirigia para a pesquisa científica. Na idade de 21 anos ganhou o prêmio em concurso oferecido pelo governo da França por seu ensaio sobre os melhores métodos para a iluminação das ruas de uma cidade.
Lavoisier consagrou-se à pesquisa química, tendo entre seus estudos iniciais pesquisas sobre a composição do gesso, das rochas e minerais. Em 1768 ele foi admitido na Academia de Ciências de Paris. Ocupou funções no governo, tendo sido membro da Fazenda, na coleta de impostos, sendo da comissão que levou à adoção do Sistema Métrico de Medidas. Por ter sido do governo monárquico da França e ter títulos de nobreza, na Revolução Francesa ele foi julgado e decapitado na guilhotina, na metade de sua vida criativa de cientista, no ponto mais alto e brilhante de seu gênio, em 1794, com 51 anos de idade. Um lamentável crime de cruéis revolucionários ambiciosos que se repetiria sempre no futuro, na ruptura das instituições sociais.
A química encontrada por Lavoisier estava dominada pela hipótese do FLOGÍSTICO, uma entidade metafísica não comprovada, que explicava fenômenos como a ferrugem do ferro, a combustão e o calor. A metafísica, é bem exemplificada nesse caso, ao substituir a ação dos deuses pela atividade de entidades não humanas, para a explicação do mundo. Dessa forma, o modo metafísico de filosofar liberta e incentiva a pesquisa científica ao retirar o tema da área do poder divino, absoluto e eterno, portanto imutável.
O médico e químico alemão Becher formulou essa hipótese, mantida por Stahl. Explicava-se que o carvão, rico em flogístico, juntando-se à ferrugem e ao minério de ferro, se tornava em ferrugem flogisticada, que era o ferro metálico. Essa explicação serviu de base para a partida da pesquisa de Lavoisier na fundação da química moderna.
Ele estudou o relato de Boyle sobre a calcinação do estanho, que sofria um aumento de peso. Por meio de longa série de engenhosas experiências, com o uso da balança, verificou que havia o aumento de peso e a diminuição correspondente do ar em contato. A descoberta do oxigênio por Priestley, a análise do ar atmosférico por Scheele e a determinação da composição da água por Cavendish, Watt e por ele mesmo, permitiram a Lavoisier explicar a calcinação e a combustão como uma simples oxigenação e levou a atacar com sucesso a hipótese do flogístico.
Ele descobriu que as mudanças no peso eram devidas à absorção ou perdas de “ar”, uma substância que ele chamou de “ar deflogisticado” identificado por Joseph Priestley em 1774. Numa memória apresentada em 1777, Lavoisier propôs o nome de oxigênio, que dizer “produtor de ácido” para o ar deflogisticado. O seu Traité élémentaire de chimie de 1789 apresentou as novas doutrinas químicas, marcando o fim da teoria do flogístico para a combustão.
Então, em 1785, Berthollet, Fourcroy e Morveau, com Black, aceitaram as conclusões de Lavoisier, abandonando a hipótese metafísica do flogístico de Becher e Stahl. Sobre a base colocada por Lavoisier a estrutura da química moderna foi construída por Davy, com Liebig e Dumas.
Lavoisier elaborou muitos trabalhos importantes, fazendo a queima de substâncias orgânicas no exigênio e de acordo com qualidade e quantidade dos produtos obtidos, ele calculou a composição da substância queimada, assim colocando as bases da análise orgânica realizada mais tarde por Liebig. Lavoisier, com a colaboração de Laplace, inventou um calorímetro com o qual eles fizeram as primeiras determinações precisas do calor específico das substâncias.
A obra principal de Lavoisier foi a preparação feita para o estudo científico do fenômeno da VIDA, ao estabelecer a verdadeira teoria da combustão como sendo o resultado da oxidação, com o consumo de oxigênio. A função da respiração e a produção do calor animal passaram, a partir desse momento, a serem compreendidas cientificamente, pela primeira vez.

AMANHÃ: É dele o grande aforismo OMNE VIVUM EX OVO, todo ser vivo vem do ovo: William Harvey

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

1222 BERZELIUS

1222
1222 BERZELIUS

22 DE DEZEMBRO. BERZELIUS: Grande químico sueco desenvolveu a teoria eletroquímica dos radicais.

BERZELIUS
Jöns Jacob Berzelius
(nasceu em 1779, em Väversunda Sörgård, Suécia; morreu em 1848, em Estocolmo, Suécia)
DESTACADO QUÍMICO SUECO NA FUNDAÇÃO DA QUÍMICA


O Calendário Histórico mostra a espontânea, oscilante, irregular, mas contínua evolução cultural em todos os aspectos da sociedade, por meio das maiores figuras humanas. O Calendário, na verdade, passa a ser um verdadeiro CURSO DE FILOSOFIA DA HISTÓRIA, demonstrando os seus princípios científicos em sua observação e fundamentação empírica nos anais da História.
Indica a faculdade criadora para o melhoramento da vida humana, depois do fim do feudalismo e do fim do poder político do papa e da fé medieval, devido ao conhecimento científico que prepara a nova civilização industrial moderna. São os cientistas da nova civilização, pensadores que antes eram teólogos e metafísicos e passam ao saber firme comprovado, isto é, ao saber positivo sobre o próprio homem, sobre o mundo e seus princípios gerais.
Nesta semana mostra os grandes cientistas do desenvolvimento da Química como ciência experimental positiva nos anos 1700 e 1800, nos séculos XVIII e XIX. A Química científica, mais complexa, só poderia se desenvolver após a criação nos anos anteriores da ciência Física, com fenômenos mais simples,. O patrono da semana é LAVOISIER, por suas pesquisas da oxidação e da combustão e ainda pela destruição da hipótese do flogístico, um fluido metafísico que explicava a ocorrência da combustão (do grego phloks, phlogos= chama, flama). LAVOISIER termina a semana.

BERZELIUS, nasceu em 1779, filho de um professor. Começou seus estudos de medicina em 1796 aos 17 anos de idade na Universidade de Uppsala, ao mesmo tempo em que trabalhava no laboratório de química de Johan Afzelius. Foi o trabalho que fez dedicar-se à química, começando logo suas pesquisas. Já em 1800 se destacou por suas observações sobre as águas minerais de Medevi. Recebeu seu diploma em medicina em 1802.
Até 1806 ele combinou seu trabalho como médico e como professor, quando se encarregou dos cursos de química da Academia Militar Carlsberg. Começou a produzir relatórios de pesquisa sobre física, química e mineralogia. Entre 1807 e 1831 ensinou Botânica, Medicina e Farmácia em Estocolmo, depois dando aulas de Química no Instituto Médico Cirúrgico Karoline de Estocolmo.
Em 1835 recebe do rei Charles XIV o título de FREIHERR, um título de nobreza equivalente ao de Barão. Por seus trabalhos recebeu a Medalha Copley em 1836. Berzelius morreu em Estocolmo em 1848
Ele teve alunos afamados, como Arfvedson, Gmelin, Gustav Rose, Niels Sefström, Mosander e Wöhler. Com os principais sábios da época manteve correspondência, como Ampère, Berthollet, Gay-Lussac, Dulong, Laplace.
Nos anos 1800, século 19, o primeiro analista foi Berzelius. Realizou com a maior precisão um grande número de análises químicas e descobriu vários corpos simples: com Hisinger o elemento cério em 1807, em 1817 com Johan Gahn identifica o selênio e em 1829 descobre o tório. Seus alunos descobriram outros elementos: em 1817 o lítio e em 1830 o vanádio. Quem deu o nome do lítio e vanádio, como do sódio foi Berzelius. Ele foi quem primeiro isolou o silício em 1823, o zircônio em 1824, o tório em 1828 e o titânio.
As combinações do enxofre com fósforo, o flúor e os fluoretos foram estudadas por ele, além de determinar um grande número de equivalentes químicos. Praticamente criou a química orgânica e introduziu as noções e as palavras ALOTROPIA, CATÁLISE, ISOMERIA, HALÓGENO, RADICAL ORGÂNICO E PROTEÍNA.
Foi experimentador e também filósofo, pensador, consolidando a teoria atomística assim como a lei das proporções químicas; inventou e fez aceitar universalmente as fórmulas químicas análogas às fórmula algébricas, com o objetivo de expressar a composição dos corpos, tal como fazemos em nossos dias.
Para explicar os fenômenos de composição e decomposição adotou a teoria das polaridades eletroquímicas que resultou em reformas na nomenclatura e na classificação dos elementos e substâncias. Ele foi o precursor, desenvolvendo a teoria eletroquímica dos radicais.
Berzelius foi um dos primeiros que fez a mineralogia ter base no conhecimento dos elementos quimicos na composição das rochas. O sistema de notação química tinha sido sugerido em 1813 por ele, desenvolvido mais tarde. Ele foi dos primeiros que publicou uma tabela da massas meleculares e atômicas com exatitude conveniente.
No desenvolvimento da química orgânica o grande químico sueco teve importante participação na controvérsia criativa entre Liebig, Wöhler e Dumas.
Em 1855 foi erigida em sua honra uma estátua na cidade de Estocolmo.

AMANHÃ: Estabeleceu a verdadeira teoria da combustão como uma oxidação: LAVOISIER.

1221 BERTHOLLET

21 DE DEZEMBRO. BERTHOLLET: Sábio francês desenvolveu a teoria química das reações e suas aplicações.

BERTHOLLET
Claude Louis Berthollet, Conde Berthollet
(nasceu em 1748, em Annecy, França; morreu em 1822, em Arcueil, França)
QUÍMICO FRANCÊS DESTACADO PESQUISADOR CIENTÍFICO


FILOSOFIA DA HISTÓRIA.
O Calendário Histórico mostra a espontânea, oscilante, irregular, mas contínua evolução cultural em todos os aspectos da sociedade, por meio das maiores figuras humanas. O Calendário, na verdade, passa a ser um verdadeiro CURSO DE FILOSOFIA DA HISTÓRIA, demonstrando os seus princípios científicos em sua observação e fundamentação empírica nos anais da História.
Indica a faculdade criadora para o melhoramento da vida humana, depois do fim do feudalismo e do fim do poder político do papa e da fé medieval, devido ao conhecimento científico que prepara a nova civilização industrial moderna. São os cientistas da nova civilização, pensadores que antes eram teólogos e metafísicos e passam ao saber firme comprovado, isto é, ao saber positivo sobre o próprio homem, sobre o mundo e seus princípios gerais.
Nesta semana mostra os grandes cientistas do desenvolvimento da Química como ciência experimental positiva nos anos 1700 e 1800, nos séculos XVIII e XIX. A Química científica, mais complexa, só poderia se desenvolver após a criação nos anos anteriores da ciência Física, com fenômenos mais simples,. O patrono da semana é LAVOISIER, por suas pesquisas da oxidação e da combustão e ainda pela destruição da hipótese do flogístico, um fluido metafísico que explicava a ocorrência da combustão (do grego phloks, phlogos= chama, flama). LAVOISIER termina a semana.


BERTHOLLET nasceu na França, mas foi estudar medicina na Universidade de Turim, na Itália. Tornou-se médico do duque de Orleans e ficou conhecido por suas descobertas na ciência da química. Ele foi o primeiro a registrar que as reações químicas dependiam das massas das substâncias em reação. Por efeito da controvérsia com Berthollet, sobre as proporções dos reagentes foi que Joseph-Louis Proust chegou a estabelecer a lei das proporções definidas.
Em 1785 Berthollet propôs o uso do cloro como um agente branqueador para os tecidos e para o papel. O branqueador mais usado na ocasião era a luz do sol, até que o químico sueco Karl Scheele descobriu o cloro. Berthollet demonstrou as propriedades branqueadoras desse elemento químico o que levou os industriais ingleses a desenvolver uma grande indústria em seu país. Nesse ano de 1785 também descobriu a composição da amônia.
Ele se associou a Antoine Lavoisier na pesquisa química. Com Guyton-Morveau, Lavoisier e outros, formou o novo sistema de nomenclatura dos produtos químicos em 1787, com aceitação geral em todos os países, constituindo o método científico característico da química.
Berthollet ocupou vários cargos públicos ligados à ciência e quando a França foi atacada pela coalizão européia, ele indicou como o salitre importado necessário para fabricar a pólvora poderia ser obtido com os recursos do próprio país. Dessa forma aconteceu que, em momento crítico, foi estabelecida na França a indústria do salitre. Associado a Gaspard Monge ele também realizou o mesmo com relação à fabricação do ferro e do aço.
Berthollet serviu em várias comissões científicas durante a Revolução Francesa e tornou-se membro da administração da Casa da Moeda. Foi nomeado conselheiro da agricultura e professor da famosa Escola Politécnica de engenharia.
Em 1798 ele foi com Napoleão na expedição ao Egito.
O grande tratado químico de Berthollet foi publicado em 1803, Essai de statique chimique, Ensaio sobre o equilíbrio químico, em dois volumes. Ali ele apresentou sua teoria da afinidade química e sobre a reversibilidade das reações.
Berthollet foi feito senador do Império Francês e grande oficial da Legião de Honra, tornando-se Conde.
Quando se afastou dos trabalhos, manteve um Laboratório de Pesquisas em sua casa de campo em Arcueil, perto de Paris, onde se reuniam os mais famosos cientistas da época, cujas discussões foram publicadas em 1807 e 1817. Muitas das primeiras pesquisas de Gay-Lussac foram feitas ali, a vila ficando o centro de um grupo jovens cientistas conhecido como o CÍRCULO DE ARCUEIL, orientado por Bertholet e por Pierre Simon Laplace, ambos recebendo o patrocínio do Império Francês.

AMANHÃ: Grande químico sueco desenvolveu a teoria eletroquímica dos radicais: BERZELIUS.

domingo, 19 de dezembro de 2010

1220 MORVEAU

20 DE DEZEMBRO. GUYTON-MORVEAU: Pensador brilhante criou o novo método dos nomes dos produtos, a moderna nomenclatura química.
MORVEAU
Guyton-Morveau
Louis Bernard Guyton de Morveau
(nasceu em 1737, em Dijon, na França; morreu em 1816, em Paris)

QUÍMICO EDUCADOR CRIADOR DA NOMENCLATURA QUÍMICA MODERNA

O Calendário Histórico mostra a espontânea, oscilante, irregular, mas contínua evolução cultural em todos os aspectos da sociedade, por meio das maiores figuras humanas. O Calendário, na verdade, passa a ser um verdadeiro CURSO DE FILOSOFIA DA HISTÓRIA, demonstrando os seus princípios científicos em sua observação e fundamentação empírica nos anais da História.
Indica a faculdade criadora para o melhoramento da vida humana, depois do fim do feudalismo e do fim do poder político do papa e da fé medieval, devido ao conhecimento científico que prepara a nova civilização industrial moderna. São os cientistas da nova civilização, pensadores que antes eram teólogos e metafísicos e passam ao saber firme comprovado, isto é, ao saber positivo sobre o próprio homem, sobre o mundo e seus princípios gerais.
Nesta semana mostra os grandes cientistas do desenvolvimento da Química como ciência experimental positiva nos anos 1700 e 1800, nos séculos XVIII e XIX. A Química científica, mais complexa, só poderia se desenvolver após a criação nos anos anteriores da ciência Física, com fenômenos mais simples,. O patrono da semana é LAVOISIER, por suas pesquisas da oxidação e da combustão e ainda pela destruição da hipótese do flogístico, um fluido metafísico que explicava a ocorrência da combustão (do grego phloks, phlogos= chama, flama). LAVOISIER termina a semana.

GUYTON DE MORVEAU estudou Direito na Universidade de Dijon, onde seu pai era professor. Em Dijon ele advogou de 1756 a 1762, passando a procurador do parlamento de Burgundy de 1762 a 1782.
Guyton se tornou membro da Assembléia Nacional Francesa consagrando-se à política até 1797. Desde então se dedicou às pesquisas da química, uma área científica que lhe interessava muito desde 1760, trabalhando como escritor e como professor.
Ele foi um dos primeiros cientistas que concluíram que o ferro e o aço diferiam apenas em seu teor de carbono. Fez também aperfeiçoamentos na fabricação da pólvora, foi o primeiro a usar o cloro como desinfetante. Guyton de Morveau foi dos primeiros balonistas, fazendo vôos no balão de ar quente em 1784. Ele ajudou na organização da primeira força aérea do mundo: a Companhia de Aerostatos da França Revolucinária, usando balões para reconhecimento nas batalhas dos anos de 1790.
Morveau foi um dos fundadores da Escola Politécnica de Paris, onde foi professor de mineralogia e seu diretor em 1797. Foi membro da Academia de Ciências, em química.
O Primeiro Império Francês de Napoleão lhe deu em 1811 o título de Barão e ele morreu tendo quase completado seus 80 anos de idade, em 1816. Guyton de Morveau se mostrou um pensador inteligente e um brilhante escritor. Com seus artigos da ENCYCLOPÉDIA METÓDICA ele contribuiu para divulgar um conhecimento correto dos progressos rápidos da ciência na época. Com esse trabalho que ele percebeu a dificuldade do uso dos nomes primitivos dos compostos químicos e sentiu a importância de um novo sistema de nomenclatura para o ensino e para a pesquisa química.
O tratado “Méthode de nomenclature chimique” foi publicado em 1787, propondo a reforma dos nomes empregados para identificar os componentes das reações químicas. Nessa época de intensa pesquisa na nova ciência, os nomes adotados variam com o pesquisador, com a sua fonte, sua aparência, suas qualidades ou apelidos antigos.
No século XVIII, a química encontrava-se em plena transição para o quantitativo. Ao mesmo tempo, o grande número de novas descobertas exigia uma nomenclatura funcional e uniforme entre os cientistas. Um sistema prático de notação tornou-se, portanto, fator essencial para seu progresso.
Era comum, na época, o emprego de nomes estranhos e complicados, como "algarote", "manteiga de arsênico", "água fagedênica", "óleo de tártaro por desfalecimento", "flores de zinco", cuja única função parecia ser confundir os químicos.
A proposta de Guyton sugeria que as substâncias simples ou elementos, tivessem os mais simples nomes, ao passo que os corpos compostos deveriam ter nomes que indicavam seus componentes.
A revisão do vocabulário usado nas experiências permitiu a clara distinção entre as substâncias elementares, os elementos básicos, e os compostos resultantes de sua combinação. Os nomes também passaram a indicar a forma com que os elementos básicos se combinaram para formar os compostos.
O novo sistema de nomes químicos foi aprovado por Lavoisier, depois por Berthollet e Fourcroy. O novo sistema foi em pouco tempo aceito universalmente e contribuiu a manter a grande obra de Lavoisier no desenvolvimento da química de maneira firme e durável.

AMANHÃ: Sábio francês desenvolveu a teoria química das reações e suas aplicações: BERTHOLLET.