sexta-feira, 26 de novembro de 2010

1126 SIDNEY

1126
26 DE NOVEMBRO. Sidney: Estadista corajoso grande mártir republicano na Inglaterra.

SIDNEY
Algernon Sidney
(nasceu em 1622, em Kent, Inglaterra; morreu em 1683, em Londres)

ESTADISTA INGLÊS CORAJOSO MARTIR REPUBLICANO

O Calendário Histórico mostra a evolução multimilenar do homem por meio das maiores figuras do melhoramento gradual da vida humana, devido ao progresso do conhecimento científico que prepara a nova civilização industrial moderna. São os estadistas da nova civilização que antes obedeciam às normas políticas dadas pelo conhecimento com base nas crenças em divindades e passa ao saber político firme comprovado, isto é, do saber positivo sobre o próprio homem, sobre o mundo e sobre seus princípios políticos.
Nesta semana são consagrados os estadistas dos anos 1600 e 1700, séculos 17 e 18, que participaram de revoluções anteriores à Revolução Francesa. Foram movimentos de soberania popular e de igualdade que levaram políticos a demonstrar a tendência para o regime político republicano, do bem público, do povo todo. Esses estadistas seriam naturalmente conservadores ardentes, mas foram envolvidos pela força revolucionária política decorrente das novas doutrinas filosóficas libertadoras dos enciclopedistas seculares, emancipados de crenças antigas. Foram revoluções pela república, para a libertação de países dominados pelo estrangeiro ou de colônias em outros continentes.
A semana começa com Sidney da Inglaterra e termina com Cromwell, como chefe da semana.
Por Ângelo Torres

ALGERNON SIDNEY nasceu em Penshurst em Kent, na Inglaterra, filho de Robert Sidney, conde de Leicester. Ele era descendente do poeta dos anos 1500, no século 16, Sir Philip Sidney. Participou na cavalaria lutando a favor do lado Parlamentar contra o rei, na Guerra Civil Inglesa, sendo gravemente ferido na Batalha de Marston Moor, no Yorkshire, em 1644.
A Guerra Civil Inglesa, também chamada de Revolução Puritana, foi provocada pelo comportamento do rei Carlos I, que acreditava no direito divino dos reis e não respeitava as resoluções do Parlamento. Além disso, ele apoiava a Igreja Anglicana, afastando os demais protestantes. Derrotado e preso por traição, Carlos I foi decapitado. Em seguida, foi feita a república com Oliver Cromwell, e depois a restauração da monarquia com o rei Carlos II.
Algernon Sidney e seu irmão mais velho, o visconde Lisle, fizeram parte do tribunal que fez o julgamento do rei, mas se recusaram a participar como juízes, por serem a favor da simples deposição do soberano e não de sua execução. O ato dos dois irmãos desagradou a Oliver Cromwell. Embora Sidney fosse do Conselho de Estado no Protetorado em 1652, ele retirou-se da política de 1653 a 1658. Em 1659 ele voltou ao Conselho de Estado, encarregado de várias missões diplomáticas. Viveu no exílio depois da restauração do rei Carlos II em 1660, retornando à Inglaterra em 1677, quando seu pai obteve o perdão do rei Carlos II.
Durante sua longa permanência fora do país, Sidney pediu ao rei Luís XVI da França fundos para financiar a revolução na Inglaterra. Ele passou em seu retorno a participar do Partido Whig, de oposição ao rei Carlos II e ao seu irmão James, católico romano, duque de York.
De 1679 a 1680 ele teria aceitado dinheiro do embaixador francês para apoio à oposição ao governo do rei inglês. Sidney se colocou com ardor no movimento que tinha por chefes o conde de Shaftesbury e o Lord Russel, grupo que parecia por algum tempo tentar a renovação da revolução contra a monarquia.
O relacionamento com o grupo que planejou o assassinato do rei Carlos II e seu irmão, o atentado chamado de Rye House Plot não ficou bem claro, mas ele foi preso, acusado de cumplicidade no crime. A prova não era suficiente e a prisão foi de uma injustiça flagrante, embora não houvesse dúvida que havia uma conspiração com intenções de insurreição. Ele foi declarado culpado e recebeu a sentença de morte por decapitação. Foi executado em dezembro de 1683.
No julgamento de Sidney, passagens de seu manuscrito “DISCOURSES CONCERNING GOVERNMENT”, publicados em 1698, foi colocado no processo como evidência de que ele fosse a favor do direito de revolução. Esse tratado mais tarde tornou-se um popular “livro texto de revolução” nas colônias inglesas da América do Norte. O texto forma uma importante parte da literatura sobre o pleno direito de resistência contra a tirania.
Sidney era um homem de uma coragem extraordinária, perseverante até ser obstinado, sincero, mas de um caráter que não suportava a contradição. Ele era inflexível nos princípios republicanos. Havia estudado a arte de governar em todos os ramos e chegou a ter um alto conhecimento da matéria.
Sidney enfrentou a morte com uma completa indiferença. Ele é considerado na Inglaterra como um grande mártir republicano.


AMANHÃ: Genial americano, tanto teórico como prático, na contribuição para o bem dos humanos: Benjamin Franklin.

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