quarta-feira, 24 de novembro de 2010

1124 TURGOT

1124 24 DE NOVEMBRO.          
           Turgot: Alta capacidade como administrador, com novos métodos na lavoura.
TURGOT
Anne-Robert-Jacques Turgot, Barão de l’Aulne
(nasceu em 1727, em Paris; morreu em 1781, em Paris)

ESTADISTA E ECONOMISTA FRANCÊS REFORMADOR DO PAÍS

O Calendário Histórico mostra a evolução multimilenar do homem por meio das maiores figuras do melhoramento gradual da vida humana, devido ao progresso do conhecimento científico que prepara a nova civilização industrial moderna. São os estadistas da nova civilização que antes obedeciam às normas políticas dadas pelo conhecimento com base nas crenças em divindades e passa ao saber político firme comprovado, isto é, do saber positivo sobre o próprio homem, sobre o mundo e sobre seus princípios políticos.
Esta semana começa com XIMENES e termina com RICHELIEU. Os doze estadistas indicados viveram nos anos 1500, 1600 e 1700. São os ministros, uma nova classe política. São organizadores, administradores ou financistas da nova civilização que se desenvolveu após o fim do feudalismo. Foi quando os reis deixaram de ser apenas guerreiros-chefes e tomaram funções e tarefas políticas do feudalismo e do papado, que sozinhos não conseguiam realizar.
Assim se formou o novo poder político, os ministros. Eles impuseram a ordem e a paz, favoreceram a indústria e o desenvolvimento das nações. Embora alguns fossem militares, todos encorajaram a indústria para a produção de riquezas. É a semana dos grandes ministros. Ao mesmo tempo acaba o poder e a liderança dos militares medievais, os exércitos tornando-se permanentes e subordinados aos governos.

TURGOT nasceu numa família tradicional, cujos membros tinham tido várias funções administrativas importantes. Seu pai, Michel-Étienne (1690-1751) foi “provost de merchants”, o chefe do município de Paris, de 1729 a 1740.
Ele foi educado para ser padre, entrou para o Seminário de São-Sulpício em 1743 e para a Sorbonne em 1749, sendo um aluno dedicado e precoce, com correta maturidade mental. Foi influenciado desde cedo pelas novas idéias da época: curiosidade pela ciência, liberalismo, tolerância e grande interesse na evolução da sociedade humana.
Nas vésperas de sua ordenação como sacerdote católico ele desistiu, explicando a seus pais que seria impossível para ele sempre viver sujeito a intenções falsas, ele sendo de fato, um deista, mas não um católico. Mas ele teria que ir à missa por vezes, como ato indispensável por sua posição na sociedade.
Os amigos de Turgot, a partir de então, passaram a ser pensadores como Condorcet e Pierre-Samuel u Pont de Nemours, ambos ligados à famosa escola de pensamento dos fisiocratas, que em geral é considerada como a primeira escola científica d os economistas.
No fim do ano de 1751 e anunciou sua intenção de fazer carreira na administração do reino de França e tornou-se deputado procurador geral em 1752 e no mesmo ano juiz da Suprema Corte de Justiça.
Turgot serviu em vários cargos importantes, escrevendo vários livros sobre direito, tolerância e economia. Em 1761 o rei Luíz XV o nomeou como administrador da região de Limoges. Nesse difícil cargo ele ficou por 13 anos, em que mostrou sua extraordinária capacidade como reformador, economista e administrador. Introduziu novos métodos de trabalho na lavoura, substituiu a CORVÉE por uma pequena taxa, acabando com a obrigação dos camponeses de manter as estradas sem remuneração. Compilou um registro do território para cobrança das taxas. Na grande fome de 1770-1771, apesar da oposição, manteve o livre comércio de grãos.
Turgot obteve em Limoges resultados estrondosos, apesar do despotismo brutal de Luíz XV. Em 1774 foi nomeado ministro auditor geral do reino pelo novo e jovem rei Luís XVI. Turgot reunia um alto grau de saber teórico ao conhecimento prático, associado ao mesmo tempo a uma esplêndida inteligência, uma prática enérgica, uma bela natureza moral, um total devotamento ao bem do trabalhador e tendo um grande prestígio. Os olhos de toda a Europa estavam postos sobre ele. O rei tinha o comando único e lhe dera carta branca para agir.
O plano de reforma política de Turgot era claro e completo. A Assembléia Nacional proposta não seria legislativa, mas apenas consultiva. Em outros termos, não haveria quebra da unidade de seu comando. Previa a liberdade de religião e que a aplicação do plano seria gradual. O mais urgente era evitar a bancarrota do reino, evitando gastos desnecessários, igualando os impostos e suprimindo pesadas restrições sobre a indústria.
O desejo reformador do rei Luís XVI acabou, cedendo ele aos apelos das classes privilegiadas dirigidas pela rainha e depois de 21 meses, Turgot foi afastado do governo em 1776. Com ele se acabava a última oportunidade de prevenir uma revolução violenta contra os antigos privilégios que havia na Idade Média. A Revolução Francesa, como solução violenta e libertadora então se tornou necessária. Turgot morreu em 1781 com a idade de 54 anos.
Ele alto e gordo, embora tímido, falava com hesitação e raramente se mostrava alegre. Mas desde jovem se mostrou um ilustrado pensador e escritor com um saber enciclopédico, brilhante em economia política. Com apenas 23 anos, em discurso pronunciado na Universidade da Sorbonne em 1750, dois anos depois da publicação do ESPÍRITO DAS LEIS de Montesquieu, ele se mostrou mais avançado e enunciou com clareza uma lei de três fases na história. Mas Turgot não fez idéia da importância dessa lei evolutiva. Só mais tarde as três fases foram identificadas por Augusto Comte pela lei da classificação do saber e da evolução mental da humanidade em cada tipo de raciocínio.
Sem as reformas de Turgot os restos da civilização de guerra e de crenças do feudalismo, com seus privilégios, não foram anulados, para permitir o progresso da nova civilização científica e industrial.

AMANHÃ: Estabeleceu a unidade de comando do governo na França, hostilizado pelos parlamentares e pelos nobres: Cardeal de Richelieu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário