terça-feira, 9 de novembro de 2010

1107 PHILIPPE DE COMINES

07 DE NOVEMBRO. Philippe de Comines: O governo feliz e bom para o povo com justiça, boa fé e moderação.

PHILIPPPE DE COMINES
Philip de Commines, Commynes, Senhor d’Argenton
(nasceu em 1447, em Commynes, Flandres, Bélgica; morreu em 1511, em Argenton, França)
NOBRE ESTADISTA E HISTORIADOR FRANCÊS

Maiores figuras humanas na faculdade criadora para o melhoramento da vida humana
depois da Idade Média, pelo conhecimento que prepara a nova civilização industrial moderna.

COMINES nasceu em 1447, numa família nobre do distrito de Ypres, em Flandres ocidental e, portanto, sujeito ao governo de Charles o Temerário, duque da Borgonha.
Comines entrou para o serviço de Charles com a idade de 19 anos. Em 1472 ele deixou o serviço do duque de Borgonha para trabalhar com o rei Luís XI, rei da França. Tornou-se então, para o soberano, um homem capaz e digno de confiança, sendo bem recompensado. Comines, por seu lado, não poderia ter nem afeição nem respeito pelo duque Charles, um nobre feudal impetuoso, ávido de glória.
Comines tornou-se logo e por toda a vida, o mais fiel agente do rei Luís XI, que o empregava em missões diplomáticas. Com a morte do rei, ficou na oposição com a regência do reino e ficou preso numa jaula de ferro e condenado a pagar a multa de um quarto de sua fortuna.
Alguns anos depois, ainda recorrendo à sua grande habilidade e a sua experiência, acompanhou o rei Charles VIII da França em conflito na Itália e combateu a seu lado na jornada de Fornoue em 1493.
Em 1498 ele afastou-se da corte real, indo depois para Argenton, onde ele morreu em 1511.
Depois de seu retorno da Itália ele escreveu suas famosas MEMÓRIAS, Mémoires sur les règnes de Louis XI et de Charles VIII, publicadas em 1523. Elas constituem o monumento mais precioso que temos para o conhecimento dos reinados de Luís XI e de Charles VIII.
Esse texto encontra-se em muitas edições e traduzido para várias línguas, sendo uma obra do mais alto padrão histórico e literário. É um livro que deverá ser lido hoje e sempre. Seu estilo literário é apreciado, mas seu maior valor é ser uma obra política de um homem prático, um estadista. Ele estava ao corrente dos acontecimentos de seu tempo, conhecendo bem os homens que neles tomavam parte e tudo julgando com reflexão e sem paixão.
Para os leitores modernos, o tom dessa obra pode parecer cheio de cinismo. Deve-se lembrar que Comines era um     de seu tempo e esse tempo era o de Luís XI, de Fernando de Aragão, de Henrique VII e de Maquiavel. Uma era em que o completo divórcio entre a moral e a política tornava a hipocrisia inútil.
No texto de Comines nada de sentimental nem de entusiasmo é encontrado. A prudência e a firmeza são, para ele, sinônimos de virtude. A paixão, a fraqueza e a loucura não lhe inspiram nem piedade nem desgosto. Ele aprova a justiça, a boa fé e a moderação já que elas conduzem a um governo feliz e bom para o povo.
O interesse de Estado torna legítimos os meios postos em uso, qualquer que sejam. Ele crê que Deus recompensa e pune, mas a religião não é para ele um princípio de ação política. Seus motivos, como seus projetos, são estritamente humanos.
O julgamento do caráter e das ações do rei Luís XI da França é feito nas MEMÓRIAS com uma perfeita imparcialidade e muito discernimento. Ele é o rei que se aproxima de seu ideal do príncipe sábio e bom chefe de Estado, mais do que qualquer outro político. Comines tem por ele um grande respeito e admiração.
O fato de ter sido ele o único que manifestou esse sentimento para com o grande rei, nos faz pensar que essa é a medida da própria superioridade de Comines.

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