segunda-feira, 27 de agosto de 2012

0819 B BENVENUTO CELLINI na arte humanista criou belas estátuas monumentais


19 DE AGOSTO. Benevenuto Cellini, trabalhador moderno: força, inspiração e beleza

BENEVENUTO CELLINI
(nasceu em 1500, em Florença; morreu em 1571, em Florença)

MECÂNICO ESCULTOR JOALHEIRO GRAVADOR GRANDE ARTISTA NA RENASCENÇA

A INDÚSTRIA MODERNA
Nos últimos anos da idade média foram libertados os servos da gleba, trabalhadores rurais ligados à agricultura do feudo e a seu barão. Entre os anos 700 e 1000 ocorre a libertação dos servos, que se tornam comerciantes e artesões na manufatura de bens de necessidade imediata. O que ocorre nos burgos, povoados formados fora das muralhas dos castelos. Nasce então a burguesia.
FORMAÇÃO DO SISTEMA ECONÔMICO DO CAPITALISMO
A atividade nos burgos pelos artesãos libertados do trabalho agrícola no feudo produzia o que era demandado pelas necessidades imediatas. Desse modo foi iniciada a organização inicial da indústria e do comercio.
A partir do século XI, a partir do ano 1001, já foi reconhecida a indústria moderna, instituída no sistema econômico do capitalismo. Que a seguir foi empregado com sucesso em todo mundo ocidental. Desde antiguidade no comercio a troca era feita em liberdade pelos proprietários das mercadorias que ficavam com os lucros e as perdas do negócio. Essa forma natural de operação é o capitalismo, em que os meios para sua operação são de propriedade particular, o risco sendo remunerado pelo lucro. Com a universalização dos negócios pela globalização o capitalismo está formalizado em todo mundo.
Nesta segunda semana estão os representantes dos que desenvolveram o emprego de materiais para obter máquinas úteis ou peças artísticas. Vaucanson é o chefe da semana. Ele mostrou extraordinária habilidade em criar autômatos, máquinas que imitam o movimento e funções de um ser vivo, animado.

Ver em 0812 01 B   Quadro do Mês de Gutenberg, A Indústria Moderna, com os grandes tipos representantes do mês.


BENEVENUTO CELINI (1500-1571) é um trabalhador que inventou novas formas de agir sobre os materiais na produção de bens úteis, entre muitos dos que nos antecederam.
Cellini é o artista excêntrico da renascença na Itália, um criador de técnica refinada no trabalho de metais em todas as suas formas. É um artista que merece estar ao lado dos grandes mestres como um Rembrandt. Também se mostrou um habilidoso escritor. Sua biografia, mostrada nas MEMÓRIAS, é uma leitura recomendada até nossos dias. Ali Cellini reproduz com cores vivas a explosão artística e construtiva da renascença italiana. Ele mostra o fim da Idade Média naquilo que ela tem de mais íntimo, tal como um historiador.
Ele era filho de um honrado músico e fabricante de instrumentos musicais de Florença. Lá ele nasceu em 1º de novembro de 1500. Inicialmente foi encaminhado para a música, que praticou por algum tempo. Mas sua grande habilidade em desenhar fez seu pai colocá-lo como aprendiz de um ourives. Essa era a maneira que se usava habitualmente para obter a firmeza na mão, que, durante a grande época da renascença, tinha aplicação igualmente em todas as artes da forma, bem como no que mais tarde se chamou de “artes mecânicas”.
Cellini tornou-se logo um mestre dos melhores de seu tempo na arte de esmaltar e de trabalhar o ouro, a prata, o bronze e até mesmo os metais não preciosos. Ele fez jóias, estátuas, vasos, copos sagrados, armaduras, medalhas, moedas, sinete para selo em lacre e toda espécie de ornamentação, grande ou pequena. Em todos colocava uma inesgotável riqueza de imaginação, unida a uma delicadeza incomum de traço e a uma perfeição verdadeiramente artística.
Aos 19 anos, Celinni foi para Roma, começando sua vida errante, cheia de aventuras romanescas, de crimes, de alegres brincadeiras, de deboche. Ele contou com a proteção de uma série de ricos príncipes protetores, como os papas Clemente VII e Paulo III em Roma, Francisco I na França, Côme de Médicis em Florença. Ele executou para eles uma variedade impressionante de obras, de estátuas colossais em bronze, de bijuteria, peças de prata, de medalhas, moedas, figuras em mármore e efígies em bronze.
Ao mesmo tempo, foi empregado na fabricação de armas militares, em projetos de edificação e até na direção da artilharia de guerra. Ele participou do conhecido cerco feito a Roma em 1527. Então ele dirigiu o tiro que matou o marechal de Bourbon e alinhou o canhão que feriu o príncipe de Orange, como afirma em suas MEMÓRIAS. Segundo o próprio Cellini, sua vida foi uma série romanesca de perigos a que ele escapou por milagre, com triunfos artísticos, intrigas, amores, duelos, brigas e assassinatos. Aos cinqüenta e oito anos entrou para uma ordem religiosa, mas, depois de dois anos, renunciou a se tornar padre e se casou. Cellini morreu aos  71 anos, deixando uma família legítima. Foi enterrado com honras públicas na igreja da Anunciação em Florença.
Cellini, como artista, deve seu renome à inesgotável energia de trabalhador, às suas permanentes e grandes obras e à visão de renovação universal que ele coloca nos mais comuns fatos da vida. A estátua colossal de Perseu, em Florença, é um dos triunfos típicos da renascença, por sua admiração pela Grécia antiga. Perseu, filho de Zeus, um dos maiores heróis gregos, é imortalizado de forma admirável nessa obra-prima de Cellini. A descrição das dificuldades materiais que ele encontrou para fundir em bronze o Perseu é uma das cenas mais vivas do relato feito por Cellini, uma tarefa metade cômica, metade séria.
Se nós, hoje, consideramos esse homem estranho e complexo como um dos pioneiros da indústria moderna é porque ele criou uma quantidade inesgotável de formas cheias de criatividade e de graça e que comprova sua qualidade de verdadeiro trabalhador moderno, de artista mecânico com uma inspiração infinita.

AMANHÃ: O inventor que provocou grande estímulo à indústria humana: Amontons.

Nenhum comentário:

Postar um comentário