quarta-feira, 18 de julho de 2012

0721 B ARIOSTO poeta entre os maiores com belo estilo que flui como improvisado


21 DE JULHO. ARIOSTO: a moral feudal, cavalheiresca e humana, leal e generosa

ARIOSTO
Ludovico Ariosto
(nasceu em 1474, em Modena, Itália; morreu em 1533, em Ferrara, Itália)

POETA ITALIANO MELHOR CANTOR DA IDADE MÉDIA CAVALHEIRESCA

ESTÉTICA
as artes da linguagem, da afeição e da expressão
É parte da Filosofia. A emoção é o motor da inteligência e da atividade

A civilização moderna, após o fim da Idade Média, com a queda do papado e do Feudalismo nos anos 1300, criou uma grande variedade na atividade humana, pelo fim da servidão da gleba, com a total liberdade do povo trabalhador , com a indústria e o comércio, com a sistematização do sistema capitalista de liberdade civil. Criou também a saída das artes de dentro das igrejas e dos conventos para os espaços laicos. As artes se libertaram do controle dos teólogos e de seus sacerdotes, como ocorreu com a Filosofia. Em ambos os casos sem luta, gradualmente, sem conflito.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução. É a passagem de uma civilização medieval da guerra de defesa para uma civilização pacífica científica e industrial.
Triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico aos poucos se afastando da religião, apesar do clima de revolta. É o sinal da potente capacidade da natureza humana de produzir, mesmo em situação de desvantagem, um conjunto glorioso de criações artísticas.
A primeira semana tem Ariosto como chefe, mostrado no domingo último dia da semana. Ali estão autores que criaram pinturas ideais da natureza humana sob todas as suas formas, com a poesia de costumes, mostrada nas suas manifestações da história da sociedade moderna.

Ver em 0715 01 B   O QUADRO DO MÊS DANTE, A EPOPÉIA MODERNA, com todos os grandes tipos humanos do mês.


A obra de Ariosto é o primeiro exemplo de poesia histórica. Mostra a vida na Idade Média com seu caráter de elegante cavalheirismo. Sua obra-prima, Orlando Furioso, é recomendada como arte das mais perfeitas, uma leitura de valor até nos nossos dias.
LUDOVICO ARIOSTO nasceu em 8 de setembro de 1474 em Reggio Emilia, na Lombardia, Itália, na fortaleza do ducado de Ferrara da família d’Este. Seu pai, Niccolo, era o governador do forte e tinha outras importantes funções. Sua mãe Daria Malaguzzi era de família nobre. Ele recebeu uma educação geral, das leis e de guerreiro medieval.
Com a morte de seu pai, ele se tornou o filho mais velho de dez irmãos menores, a quem devia sustentar. É o que explica sua dependência à ajuda de uma proteção do indigno cardeal Hippolyte d’Este, irmão do duque de Ferrara, de 1503 a 1517. Mais tarde, ficou a serviço do próprio duque Alfonso I.
A obra prima de Ariosto, o poema Orlando Furioso, é a mais importante obra épica, devido a seu estilo vigoroso e exaltado. Ariosto também escreveu comédias, odes, sátiras e sonetos. A terceira edição de Orlando Furioso foi publicada em 1532, completada com 46 Cantos.
Ariosto morreu no ano seguinte, em 1533, aos 59 anos de idade.
A época histórica da Idade Média é um longo período de guerra defensiva para a manutenção do grande império romano, transformado em pequenos feudos com seus barões e seus castelos. Ariosto foi o poeta desses tempos, mostrando com arte todas as virtudes cavalheirescas e de lealdade então desenvolvidas. O que há de mais notável é o ideal moral do seu poema.
A condenação dos parasitas na sociedade, aqueles que tudo recebem da família e da coletividade e nada produzem, foram colocados por Dante no Inferno, canto terceiro:
     “Viverão sem infâmia nem louvor... O céu os expulsou para não ser menos belo e nem o profundo inferno os recebe, porque os condenados tirarão deles alguma glória... Não falemos mais deles, olha e passa”.
Numa das suas Sátiras, Ariosto diz dos parasitas, que eles:
     “Venuto al mondo sol per far letame”. Ou seja,. “Vieram ao mundo só para produzir esterco”.
Mas a religião e as crenças do cristianismo são, no poema, raramente mencionadas, sempre com um respeito frio e distante. A moral que se mostra no poema é feudal, cavalheiresca e humana, com um caráter laico, sem clara feição religiosa. O mouro muçulmano é um inimigo, mas um inimigo generoso e tão merecedor de lealdade e de cortesia quanto merece o cristão.
A amizade entre mouros e cristãos é considerada como uma virtude, como se lê no Canto I, estrofe 22. E, embora o herói muçulmano se converta e seja finalmente batizado, o amor de Bradamente, sua amada, por ele, não sofre influência da diferença de crenças.
Ariosto fala, no Canto XXI, estrofe 1, da Fé Santa, vestida com um véu de brancura imaculada. É grande a nossa surpresa quando descobrimos que essa fé nada tem em comum com os dogmas religiosos do cristianismo. É a fé que une os nobres espíritos numa confiança mútua. É a fé humana, terrena. É a firmeza que a palavra, quando ela é dada, não será violada, seja ou não fortificada por um juramento secreto ou público. A sociologia moderna mostra a mentira e a traição como diretamente incompatíveis com toda cooperação humana, confirmando a importância nobre e fundamental da fé na sociedade.
O estilo de Ariosto é de grande beleza, fluindo como se fosse improvisado, mas com um efeito sonoro maravilhoso. O poeta é colocado pela posteridade entre os 13 maiores poetas de todos os tempos.
Com uma gratificante leitura, ele é colocado, por sua obra, em todos os tempos, entre os três poetas mais importantes: Homero, Dante e Ariosto.


AMANHÃ: A sublimidade das concepções unidas à perfeita beleza: Leonardo da Vinci.


SERVOS DA GLEBA
A servidão é o status legal e econômico dos camponeses ("servos"), especialmente no âmbito do sistema econômico da "senhoria" (direitos feudais sobre a terra). Os servos são trabalhadores rurais que estão vinculados à terra, formando a classe social mais baixa da sociedade feudal. À diferença dos escravos, os servos não eram propriedade de ninguém e não podiam ser vendidos, pois não eram como escravos vencidos de guerra, que eram propriedade dos donos. A servidão implica o trabalho forçado dos servos nos campos dos senhores de terras, em troca de proteção e do direito de arrendar terras para subsistência. Ademais do trabalho na terra, os servos executavam diversos trabalhos relacionados com agricultura, como silvicultura, transporte (por terra e por rio), artesanato e mesmo manufatura. Na Idade Média também não havia a noção de emprego. A relação trabalhista da época era a relação senhor-servo.
Um servo podia sair das terras do senhor de terras e ir para onde quisesse, desde que não tivesse dívidas a pagar para o senhor de terras.
Na servidão, o servo não trabalha para receber uma remuneração, mas para ter o direito de morar e cultivar nas terras do seu senhor. Parte da colheita é do senhor.
Também não existe qualquer vínculo contratual entre os dois, mesmo porque senhor e servo eram analfabetos.

Notar que
você não será maior
do que sua visão da vida, de sua filosofia.

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