sábado, 18 de setembro de 2010

0917 TIRSO DE MOLINA

0917
0917 TIRSO DE MOLINA

17 DE SETEMBRO. Tirso de Molina: As mais aplaudidas e melhores tragédias na secularização da arte.
Neste dia, no calendário humanista histórico de Augusto Comte, no MÊS DE SHAKESPEARE, do Drama Moderno,
de 10 de SETEMBRO a 07 de OUTUBRO, o grande tipo humano homenageado na semana de Corneille, de 17 a 23 de setembro é:
TIRSO DE MOLINA
Pseudônimo do Frade Gabriel Téllez
(nasceu cerca 1571, em Madrid; morreu em 1648, em Soria, Aragón, Espanha)
NOTÁVEL DRAMATURGO DA ERA DE OURO DA LITERATURA NA ESPANHA
Maiores figuras humanas na faculdade criadora para o melhoramento da vida humana depois do fim do feudalismo e do poder da religião e do papa, pelo conhecimento que prepara a nova civilização industrial moderna.
Os mestres modernos do teatro histórico com tipos do passado na arte secularizada que deixou os palcos das religiões.
TIRSO DE MOLINA é o nome literário, o apelido chamado de NOM DE PLUME, ou nome de pena ou caneta, literário, do frade católico com o nome de batismo de Gabriel Téllez.
Tirso recebeu sua educação na Universidade de Alcalá. Ele teria se tornado frade da Ordem de Nossa Senhora das Mercês em 1601 e no fim da vida foi o abade do mosteiro em Soria, cidade do norte da Espanha. Morreu como abade em Soria em 1648 com cerca de 80 anos de idade.
Como historiador da Ordem, escreveu a História general de la Orden de la Merced em 1637.
Como autor de pecas de teatro teve uma fecunda produção. Chegaram até nós cinco volumes de seus dramas. Eles foram todos publicados durante sua vida de religioso. Ele escreveu também muitas comédias publicadas à parte.
Suas peças, em grande parte, não se recomendavam para uma moral rigorosa e, por isso, foram proibidas pela Santa Inquisição. É um dos exemplos da revolução mental da modernidade, iniciada espontaneamente pelos próprios sacerdotes católicos. Neste caso, estamos na fase em que a arte já deixou as igrejas para se fazer nos palcos seculares, tanto populares como da nobreza.
A mais famosa de suas tragédias é El Burlador de Sevilla. Essa peça é que introduziu na literatura mundial o herói-vilão Don Juan. Essa figura teve origem nas lendas populares espanholas e foi criada no teatro, com grande originalidade, por Tirso de Molina. O anti-herói veio a ser um dos mais famosos em toda a literatura universal com a ópera Don Giovanni (1787) de Mozart. Pelo teatro de Molière ficou conhecido pela peça Festin de Pierre. Foi a base do Don Juan de Byron.
O tema do Don Juan foi usado na Inglaterra por Sir Aston Cokayne. Thomas Shadwell criou o personagem em The Libertine em 1676. Bernard Shaw fez a comédia Man and Superman em 1903 sobre o tipo do libertino e Richard Strauss compôs o poema sinfônico Don Juan em 1889. Juan é mostrado como um herói tragicômico, destruído por sua busca sem fim da mulher ideal.
As comédias de Tirso Cigarrales de Toledo, publicadas em 1624, são versos, histórias, dramas, como recreações do tempo de verão por um grupo de nobres. O nome cigarral significa casa de campo no dialeto de Toledo. São baseados no Decameron de Boccaccio.
Como dramaturgo, Tirso de Molina foi muito prolífico, com mais de quatrocentas peças, mas poucas foram guardadas até hoje.
Um paradoxo teológico é encenado na peça El Condenado por Desconfiado, no caso da salvação da alma de um perigoso ladrão arrependido, comparada com a danação de um religioso por ter tido uma única falta numa dúvida em sua fé. O conflito psicológico e as contradições são bem mostrados.
Ironia e tragédia estão presentes na obra de Tirso, como se encontra em Shakespear. Em seus dramas históricos isso pode ser visto, como em Antona Garcia, de 1635, em La Prudencia en la Mujer, de 1634.
Até nossos dias a tragédia histórica La Prudencia en la Mujer tem sua leitura recomendada, descrevendo a história da rainha Maria de Castela, uma viúva jovem, assediada por três pretendentes violentos.
Tirso de Molina é um dos grandes dramaturgos da Era de Ouro da literatura espanhola. Ele se mostrou brilhante, com as mais aplaudidas comédias e suas melhores tragédias são as mais importantes da época de secularização da arte, ou seja quando a arte se livra da orientação do cristianismo e de seus temas religiosos.

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