domingo, 12 de setembro de 2010

0912 ROJAS

0912 ROJAS


12 DE SETEMBRO. Rojas de Zorrilla:
O drama sobre a honra, sangue, truculência.
Neste dia, no calendário humanista histórico de Augusto Comte, no MÊS DE SHAKESPEARE, do Drama Moderno, de 10 de SETEMBRO a 07 de OUTUBRO, o grande tipo humano homenageado como é:

ROJAS
Francisco de Rojas de Zorrilla
(nasceu em 1607, em Toledo, Espanha; morreu em 1648, em Madrid)

FAMOSO POETA TRÁGICO ESPANHOL, DA HONRA, DO SANGUE, DA TRUCULÊNCIA

Maiores figuras humanas na faculdade criadora para o melhoramento da vida humana depois da Idade Média, pelo conhecimento que prepara a nova civilização industrial moderna.

ROJAS ZORRILLA nasceu em Toledo em 4 de outubro de 1607. Estudou em sua cidade e em Salamanca. Já em 1631 está em Madrid, quando encenou várias peças teatrais. Suas obras foram aplaudidas não só pelo público, mas também pelo rei Felipe IV e sua corte.
Rojas tornou-se logo um protegido do rei Felipe IV e as comédias do poeta foram mostradas no palácio.
Ele produziu certa ocasião uma sátira contra seus colegas. Foi tão violenta a sátira, que os ofendidos ou alguém por eles atacou a Rojas com facadas que quase o matou.
Na inauguração de um novo teatro construído com muito luxo, compôs sob encomenda a comédia Los Bandos de Verona. O monarca, como prêmio, ofereceu-lhe o título de cavaleiro da Ordem de Santiago. Mas as primeiras informações não provavam ser ele um fidalgo nem confirmaram sua pureza de sangue. Ao contrário, negavam sua nobreza. Mas uma segunda investigação feita por Quevedo, aprovou o seu nome e Rojas foi agraciado com o título da Ordem de Santiago em 1643.
Rojas tinha começado sua carreira de dramaturgo em 1631, colaborando com Perez Montalban e com Calderon de la Barca na tragédia El Monstruo de la Fortuna. Em seguida, sozinho ou em colaboração com Vélez de Guevara, Mira de Amescua e outros autores, escreveu numerosas peças, num total de 70 obras, entre as quais se destacam: Del Rey Abajo Ninguno (Abaixo do Rei, Nenhum), um drama sobre a honra; Donde Hay Agravios No Hay Celos, Lo que Son Mujeres, E Más Impropio Verdugo, Casarse por Vengarse e outras.
Ele é o autor trágico por excelência do teatro espanhol. Nenhum outro tem a sua violência para os desenlaces. Chega ao ponto de ter a cena cheia de sangue como acontecia com os autores românticos. Rojas é trágico até o extremo, até ultrapassar os limites dados por Lope de Vega, chegando mesmo até à truculência. Na peça Cada Qual com o que lhe Cabe, chega a apresentar a mulher como vingadora de sua ofensa, matando o sedutor.
Nas peças cômicas de Rojas, ele se limita a divertir com enredos habilidosos, com animação, travessuras e muita graça. Na mais conhecida de suas comédias e uma de suas melhores peças, Entre Bobos Anda el Juego, o figurão rouba a cena, que faz um tipo de comédia qualificado: don Lucas não é o primeiro velho rico e avarento que se perde de amores por uma jovem, enquanto ela aspira ao amor de outro personagem mais merecedor de afeto tanto pela razão como pela lógica.
Escreveu Rojas também vários autos, seguindo a fórmula de Calderon, em seus argumentos e motivos. Fez duas comédias de santos: Santa Isabel, Rainha de Portugal e A Vida no Ataúde. Elas demonstram a indiferença de Rojas pelos temas religiosos.
A peça teatral mais famosa de Rojas, De Rey Abajo Ninguno é um drama sobre a honra. Ela tem tido sua leitura recomendada até hoje. O personagem principal, don Garcia, acredita ter sido ofendido pelo rei e tenta matar a sua esposa, que foge para a corte. Lá don Garcia acaba sabendo que fora um nobre e não o monarca que tentou ganhar os favores de sua esposa. A situação se coloca com muita força no sentido tradicional da honra, já que don Garcia está seguro da inocência de sua esposa.
O tema da honra é levado aqui até as suas últimas conseqüências, tornando a luta de don Garcia um conflito humano. O herói é ferido por suas dúvidas, pelo dilema da injustiça de seu ato, pela tortura cruel do pensamento. É uma luta intensa entre o amor por sua esposa inocente e o dever para com o rei. O desfecho não chega ao extremo trágico pela intervenção do destino.
O grande poeta se encontrou no começo da revolução moderna, no início da transformação da religiosidade da Idade Média na nova civilização secularizada, científica e industrial, libertada da liderança dos padres, fora das igrejas. Com toda a razão, os sacerdotes tentaram conter essa perda de crença, e desse modo a liderança e o ensino dos religiosos passaram gradualmente para os artistas não religiosos, para os professores leigos, para os escritores, jornalistas e demais formadores de opinião todos leigos.É a revolução cultural de nossa era, que dura por muitos séculos. É a maior revolução mental de toda a história da milenar evolução humana.
O conhecimento dessa evolução nos permite determinar donde viemos e para onde vamos. E é importante saber em que ponto hoje estamos nesse longo processo evolutivo.

AMANHÃ: Cenas de emoção e de ternura escritas com energia: Otway.

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