quinta-feira, 31 de maio de 2012

0602 B HILDEBRANDO liberdade dos formadores de opinião sob o comando único papal


02 DE JUNHO. HILDEBRANDO:  sempre memorável humilhação de um rei ao ir a Canossa

HILDEBRANDO
Papa Santo Gregório VII, Hildebrand, Grégoire VII, Gregory VII, Saint
(nasceu no ano 1013 da nossa era, em Soana, Itália; morreu em 1085, em Salerno, Itália)

PAPA GRANDE LÍDER REFORMADOR NO APOGEU DA IGREJA CATÓLICA ROMANA

A regeneração moral com a compressão do egoísmo anti-social

O Catolicismo teve uma ação importante na evolução social da Idade Média: a regeneração moral dos povos, com a educação dos sentimentos e costumes. Esse resultado foi obtido estimulando o altruísmo, que é o sentimento gregário, de associação, e comprimindo os instintos egoístas, os sentimentos de proveito pessoal. Assim os violentos guerreiros se tornaram Cavaleiros para a proteção da mulher, dos pobres, dos fracos e doentes; ao culto da sua dama e da Mãe de Deus
Verifica-se e fica bem claro na história o papel das doutrinas religiosas no ensino e consagração para a proteção, manutenção e aperfeiçoamento da sociedade humana em nome de um sagrado ser superior divino. As doutrinas anti-sociais perturbam e mesmo levam à morte da própria congregação religiosa. Essa é a razão do supremo poder de vida ou de morte da associação humana, suave e sutilmente exercido desde os mais remotos milênios da evolução da espécie. Os sábios sacerdotes de todas, de todas as religiões sentiram a força dessa lei sociológica básica. Regra que obrigou e obriga a todos a eternamente proteger e servir ao grande organismo social humano em nome de seus adorados e poderosos deuses. Porque caso contrário, todos morreriam com a destruição da sociedade.
O Calendário Filosófico indica nas suas semanas quatro fases do Catolicismo: na primeira semana os quatro primeiros séculos com seus principais padres fundadores; na segunda semana a instituição política do papado, com Hildebrando, o papa Gregório VII; na terceira os fundadores da vida nos monastérios; na última semana o controle e estímulo da vida moral da população e o surgimento do protestantismo.
HILDEBRANDO
A segunda semana do mês de São Paulo é presidida por Hildebrando, que tomou o nome de Gregório VII como papa. Sua biografia está no domingo que encerra a semana. Com Hildebrando se completa a constituição do Catolicismo no continente europeu como poder político sem armas. Respeitado por sua cultura, por seu elevado conceito, por seu exemplo, por meio do ensino e da consagração.
LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA
Pela primeira vez na história o poder das opiniões, do ensino e da consagração sem armas se torna livre em relação ao poder coercitivo político armado. É a libertação do Poder Espiritual, da liberdade de consciência, em relação ao Poder Temporal da disciplina dos atos. A liberdade dos formadores de opinião foi feita pelo Catolicismo pela primeira vez na história do mundo. Antes do cristianismo o poder político era totalitário, não havendo liberdade de consciência em todas as civilizações passadas. Comprova-se assim que o totalitarismo é de fato um regime retrógrado e cruel, muito antigo, barbaro.
Desse modo se completa a instituição política da religião de São Paulo, começada pelo imperador Constantino, continuada por Teodósio. Atinge seu ponto culminante pelo estabelecimento final do poder político liberal do pontífice romano sob a direção de Hildebrando papa Gregório VII.

Ver em 0520 01 B, de maio dia 20, O QUADRO DO MÊS DE S PAULO O CATOLICISMO com todos os grandes tipos humanos do mês.


O papa Gregório VII dirigiu a formação de uma Igreja Católica destinada à moralização da política, para a nítida separação entre o poder religioso de opinião e o papel do governo político uma liberdade dentro da unidade da autoridade do papa. A igreja foi, com o feudalismo, a formadora da civilização da Idade Média, que domesticou os ferozes guerreiros da antiguidade, libertou os escravos brancos antigos e desenvolveu a base do progresso moderno, de indústria e de paz. O progresso moral é que conduziu o homem ao culto de sua dama, à defesa da mulher e dos pobres, ao cavalheirismo educado de nossos dias.
Hildebrando nasceu de família pobre, sendo seu pai um carpinteiro em Soano, na Toscana. Educado no convento de Santa-Maria, em Roma, onde seu tio era abade. Continuou seus estudos, tendo sido um de seus professores Giovanni Graziano, que depois se tornou o papa Gregório VI. Em 1049 Hildebrando foi nomeado abade do mosteiro de São Paulo.
Sendo arquidiácono de Roma e chanceler, Hildebrando dirigiu virtualmente a condução e sucessão dos papas durante cinco pontífices entre os anos de 1049 e 1073. Hildebrando tinha então entre 36 e 60 anos de idade.
Na qualidade de legado do papa Victor II, foi na França ao Concilio que depôs 45 bispos por simonia, que é a venda de bens e vantagens religiosas. No concilio de Latrão participou na reforma que retirou a participação popular na eleição dos papas. Então, em acordo com Damien fez a igreja da Lombárdia ficar submissa ao papa. Em nome de do papa Alexandre II, manteve contra o Imperador a defesa da liberdade e da pureza da Igreja Católica. Enviou ao conquistador da Inglaterra sua bandeira consagrada e obrigou o seu bispo a ir a Roma receber o palium.
Em 1073, Hildebrando, com 60 anos, foi eleito papa, tomando o nome de Gregório VII. Logo publicou editos contra a incontinência do clero e contra a simonia, com circulares a todos os bispos. Esses atos provocaram descontentamento e conflitos. O imperador Henrique IV declarou a deposição de Gregório pela assembléia política da Dieta de Worms. Gregório reuniu seu Concílio em resposta, e tomando como testemunhas São Pedro, a mãe de Deus, São Paulo e todos os santos, pronunciou, em nome da Santíssima Trindade, a desqualificação e deposição do imperador e declarou, para os seus vassalos, sem valor o juramento de obediência. Gregório apressou os príncipes da Alemanha que se opunham contra Henrique a nomear um novo Imperador.
Foi então que Henrique cumpriu um ato de humilhação para sempre memorável. Atravessando os Alpes, no inverno, acompanhado de sua mulher, pediu uma audiência a Hildebrando, que então, estava como hóspede da condessa de Matilde de Toscana, em Canossa, nos montes Apeninos. O papa se recusou a recebê-lo. Por 3 dias ficou o Imperador no frio e na neve, vestido como penitente e fazendo abstinência. No quarto dia, em 25 de janeiro de 1077, graças à intervenção de Matilde, o papa o admitiu em sua presença e lhe deu a absolvição, desde que prometesse em comparecer ao Concilio papal para julgamento, aguardando sem a coroa, sem seu titulo e suas funções. Esse ato de submissão ficou famoso e é citado até nossos dias como a “IDA A CANOSSA”, como um forçado pedido de desculpas.
Henrique não cumpriu as promessas feitas, e a guerra continuou na Alemanha e na Itália. Em 1081 ele criou um anti-papa e marchou com um exercito contra a Itália. Por 3 anos ele fez o cerco a Roma; enfim a invadiu e fez coroar no Vaticano o seu anti-papa. Hildebrando manteve o domínio do castelo-forte de Santo Ângelo. Robert Guiscard e seus normandos vieram ao seu socorro. Eles forçaram Henrique a se retirar e entraram em Roma, que eles incendiaram e saquearam em grande parte. De Roma eles escoltaram Hildebrando a Salerno, onde, depois de mais uma vez excomungar Henrique, o heróico pontífice morreu em 25 de maio de 1085, com 72 anos. Suas últimas palavras foram:
Eu amei a justiça e odiei a iniqüidade; por isso morro no exilo.
Ele foi enterrado na catedral de Salerno. Sua canonização teve lugar em 1723. O conflito das investiduras foi terminado mais tarde pelo compromisso na Concordata de Worms em 1123.
Hildebrando coordenou toda a vida social do Catolicismo, antecipando a extraordinária política da Europa inaugurada após sua morte pela subordinação da política à moral.

Amanhã: Santo Antônio do Egito fundador de mosteiros

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