domingo, 13 de maio de 2012

0512 B CIPIÃO O AFRICANO general líder popular venceu os cartagineses na Espanha


12 DE MAIO. Cipião reduziu o poder do Senado mantendo o comando político único

CIPIÃO
Cipião Africano o Velho, Scipio Africanus, Publius Cornelius Scipio Africanus
(nasceu cerca do ano 234 antes da nossa era; morreu no ano 183, em Liternu)

GRANDE GENERAL ROMANO HERÓI DA SEGUNDA GUERRA CONTRA CARTAGO

         A CIVILIZAÇÃO MILITAR
           Guerra para a Paz, Cultura e Cooperação

Os guerreiros e estadistas da Grécia antiga, de Roma e de Cartago são lembrados no quinto mês do calendário histórico-filosófico.
São os representantes principais da civilização militar. Mudaram a forma da vida social do modo oriental, teocrático, para os costumes da vida ocidental, mais liberal, com uma vida mais laica, mais humana, ainda com mitologia, mas menos cruel. Os pequenos países viviam em continuada luta contra os visinhos, no ataque e em sua própria defesa, sempre procurando fazer a conquista.
Foi Roma com suas qualidades militares e de administração política que conseguiu a conquista de todo o continente europeu, incorporando por longos séculos os pequenos povos num império de paz e de cooperação.
O resultado foi pela primeira vez uma paz de longa duração num território de grande extensão. Implantou nos povos do Ocidente uma unidade que permaneceu para sempre; deu-lhes a todos a cultura greco-romana; criou as condições para uma civilização homogênea, que veio a ter mais tarde uma religião universal, comum a todo o continente.

Esta terceira semana do mês da Civilização Militar representado pela figura de Júlio César mostra os melhores tipos da fase inicial de Roma na forma de República aristocrática.
A semana tem como chefe Cipião o Africano, nascido de família patrícia, sendo o maior general romano antes de César. Ele incentivou a difusão da cultura grega e continuou a reduzir o poder do Senado na tendência que mais tarde, no Império, tornou essa assembléia corrupta e perturbadora sem poder político, passando a ser apenas consultiva. Cipião é homenageado no domingo último dia da semana.

Ver o Quadro 0422 01 B do mês de César  a Civilização Militar que mostra os grandes homens representantes da criação de um continente europeu unido e em paz.


Com apenas 16 anos, já na zona de guerra, Cipião salvou a vida de seu pai, ferido em combate do Tesin. Combateu também na batalha de Canes. O povo, em eleição, escolheu Cipião para ser Edil, o magistrado encarregado da inspeção e manutenção dos prédios públicos, como hoje seriam os vereadores. O Senado romano não concordou, por não ter ele a idade legal necessária. Mas o povo o confirmou.
Mais tarde, foi enviado para a Espanha para substituir seu pai e seu tio, derrotados e mortos pelos irmãos de Aníbal, rei de Cartago. Aníbal tinha feito da Espanha uma base militar para atacar Roma, sua rival no projeto da formação de um grande império na Europa. Os romanos, sob o comando de Cipião, depois de quatro anos de guerra, expulsaram os cartagineses da Espanha.
A vitória de Cipião na Espanha resultou de suas qualidades de combatente, combinadas com seu amplo espírito de humanidade, com que não mantinha um preconceito estreito de nacionalidade contra os espanhóis. Esse preconceito restritivo em excesso era comum, na época dos romanos no período aristocrático. Os espanhóis o admiravam, querendo elevá-lo a rei da Espanha.
Com apenas 28 anos, ao voltar vitorioso a Roma, o Senado lhe recusou as honras do triunfo. Mas o povo, com um entusiasmo extraordinário, nomeou Cipião como Cônsul, apesar de sua pouca idade, insuficiente para esse cargo.
Cipião apresentava um comportamento sereno. O rei de Cartago na guerra contra os romanos ainda ameaçava de perto atacar a cidade de Roma, estando com suas tropas no sul da Itália. Com sua serenidade habitual, Cipião anunciou que seu projeto era de terminar a guerra contra Cartago na África. Avisou que, se o Senado se opusesse, ele apelaria para o povo. O Senado concordou, mas votou insuficiente dinheiro e poucos homens. Cipião recebeu os recursos necessários dos aliados italianos, que procuravam um grande homem que lhes defendesse dos inimigos e que lhes desse o direito de serem cidadãos de Roma. O Senado negava aos italianos esse importante beneficio.
O Senado pretendia tirar Cipião do comando na África, mesmo depois de sua triunfal vitória na batalha de Zama, que terminou a segunda guerra contra Cartago, com a derrota definitiva do valoroso general Aníbal. No entanto, o povo votou que somente Cipião deveria firmar o acordo de paz e trazer a tropa de volta para Roma. Cipião, mostrando uma grande personalidade e grande generosidade, não concordou em destruir a bela cidade de Cartago e mais tarde protestava contra a mesquinhez de fazer a expulsão do grande Aníbal de sua terra.
Cipião retornou a Roma coberto de glória, como nenhum outro romano antes dele. O povo queria nomeá-lo ditador vitalício, mas Cipião reconheceu que, nas condições existentes, essa ditadura não seria oportuna. Mais tarde, sob as ordens de seu irmão, obteve a vitória na batalha de Magnésia, contra o rei Antiocus.
Quando já tinha 50 anos de idade, sofreu uma acusação provocada por seu inimigo Catão o Velho, um partidário do governo parlamentar do Senado. Na verdade, Cipião por várias vezes vencera o parlamento com o apoio popular. Catão, reacionário, pensava que a dignidade excepcional e o prestigio pessoal de Cipião correspondia a uma injúria ao parlamentarismo da constituição romana da época. Cipião foi absolvido, e resolveu, no dia seguinte, se retirar para sua vila em Literne. Dois anos depois, morreu, no ano 183 aC. Ele deixou uma filha, que seria a mãe dos irmãos Gracos.
Cipião o Africano, nascido de família patrícia, rica, foi um grande líder popular, sendo o mais nobre produto dos melhores dias da aristocracia romana. Foi o maior general romano antes de Júlio Cesar. Foi ainda um estudioso e incentivou a divulgação da cultura grega em Roma. Sua política continuou a reduzir o poder do Senado na tendência que mais tarde tornou essa assembléia sem poder político, passando a ser apenas consultiva. O Império Romano teve sempre o sempre indispensável comando único na mão do Imperador, escolhido por mérito e não por hereditariedade. O parlamentarismo não mais atrapalhou o governo imperial.
O estudo inteligente da historia é a maneira de conhecer como nossa sociedade evoluiu durante milênios, até chegar ao estagio de nossos dias. Com esse estudo, podemos saber de onde viemos e para onde iremos. Podemos logo conhecer nossos pontos fracos, nossos limites e nosso potencial.
Podemos ver claramente que não estamos sozinhos nessa longa e maravilhosa caminhada da sociedade humana.


AMANHÃ: Augusto o primeiro imperador romano.

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