segunda-feira, 26 de setembro de 2011

0926 MME DE SÉVIGNÉ o gênero epistolar na literatura

0926 MME DE SÉVIGNÉ   o gênero epistolar na literatura

26 DE SETEMBRO. Madame de Sévigné: As mais belas cartas, em estilo simples e engenhoso.

MADAME DE SÉVIGNÉ
Marqueza de Sévigné, Marie de Rabutin-Chantal
(nasceu em 1626, em Paris; morreu em 1696, em Grignan, no Drôme, França)

BRILHANTE ESCRITORA NA CRIAÇÃO DO GÊNERO EPISTOLAR DA LITERATURA

A civilização moderna, após o fim da Idade Média, com a queda do papado e do Feudalismo nos anos 1300, criou uma grande variedade na atividade humana, pela liberdade do servo da gleba do feudo, liberdade do trabalhador, do povo, com o desenvolvimento da indústria e do comércio.
Criou também a saída das artes de dentro das igrejas e dos conventos para os espaços laicos. As artes se libertaram do controle dos teólogos e de seus sacerdotes, como ocorreu com a Filosofia. Em ambos os casos sem luta, gradualmente, sem conflito.
O domínio das artes de linguagem, da Estética, teve na modernidade um grande desenvolvimento, gerando um número maior de grandes artistas do que na antiguidade.
O mundo antigo era a muitos respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização medieval para uma civilização científica e industrial. A diversidade infinita de atividade social, os conflitos e alterações incessantes da vida estimulam a originalidade mental, mas não são favoráveis à perfeição da criação artística.
Mas, apesar do clima de revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente. É o sinal da potente capacidade da natureza humana para criar e produzir, mesmo em situação de desvantagem, um conjunto glorioso de obras artísticas.
Esta terceira semana tem como chefe Molière, no domingo que a encerra. Contém os grandes cômicos, mestres do teatro satírico dos costumes. Entre os doze nomes somente dois são autores de peças de teatro. Em comparação, entre os poetas antigos no mês de Homero, há quatro autores de comédia. No mundo moderno a comédia de costumes passou do teatro para o romance.

Ver em 0910 1 O Quadro do Mês de Shakespeare, O Drama Moderno, com os grandes tipos representantes da evolução social do mês.


MARIE DE RABUTIN foi a autora das mais graciosas cartas na literatura mundial. Filha única do Barão de Chantal, de família de destaque, distinguindo-se tanto na paz como na guerra. Ela nasceu em Paris em fevereiro de 1626. Seu pai morreu no ano seguinte, em combate contra os ingleses e sua mãe morreu poucos anos depois. A partir dos 10 anos de idade ela foi educada pelo seu excelente tio o abade de Coulanges, irmão de sua mãe. Graças aos seus cuidados paternais ela recebeu a melhor educação, tendo como seus mestres Ménage e Chapelain. Aprendeu latim, o italiano e o espanhol, tendo passado alguns anos na corte da rainha da França Ana da Áustria.
Aos 18 anos, Marie casou-se com o Marquês de Sévigné, um militar que pertencia a uma antiga e rica família da Bretanha. Ele mostrou-se pródigo, debochado e brutal, a ponto de se dizer que ela o amava sem o respeitar, enquanto ele a respeitava sem a amar. Ele acabou morrendo num duelo em 1651, deixando sua jovem esposa com um filho e uma filha.
A viúva, ainda na flor de sua juventude e beleza, aos 25 anos de idade, rica, brilhante e já célebre, dedicou sua vida a suas duas crianças e durante 45 anos viveu somente para elas e principalmente para sua filha.
Durante a infância de seu filho e de sua filha Marie de Rebutin se manteve num total retiro da sociedade. Mas por volta de 1644, ela se colocou no centro de tudo que havia de mais destacado em Paris, e na França.
Nenhuma sombra de desconfiança se conheceu de sua conduta, nenhuma tentativa, nesse tempo cheio de crítica e de escândalo. Ela foi cortejada em vão por muitos nobres e admiradores. Mas a bela viúva os afastou sem fazer um só inimigo. Um dos pretendentes mais audaciosos escreveu-lhe dizendo que “Vós sois a única dama na França que pode forçar um amante a se contentar apenas com a amizade”.
Madame Sévigné fez parte da elegante sociedade literária do Hotel de Rambouillet e foi colocada no grupo chamado As Preciosas.
Ela casou sua filha querida, no momento oportuno, com o Conde de Grignan, nobre provençal, viúvo de meia idade de alta posição, de bom caráter e de muito mérito. A nomeação como governador da Provença em 1669 obrigou a ele e sua família a se afastarem de Paris. Foram morar no castelo de Grignan, no Drôme, separando a mãe de sua idolatrada filha.
Essa separação fez valer ao mundo as mais célebres e mais deliciosas de todas as cartas particulares. Por 25 anos Madame de Sévigné continuou a escrever a sua filha quase que dia a dia, estivesse ela em Paris ou em sua terra em Roches, na Bretanha. Ela morreu em Grignan em 1696 na idade de 70 anos com varíola, feliz ao pensar que assim ela não sobrevivia então à sua querida filha.
As cartas escritas por Madame de Sévigné completam 14 volumes. São as mais belas que existem em toda a literatura. O estilo é único, simples, delicado, vivo e engenhoso. Como descrição da vida e dos costumes contemporâneos elas não têm superiores na literatura moderna.


AMANHÃ: Com variedade, vida e verdade, está entre os maiores mestres da comédia: Lesage.


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