terça-feira, 6 de setembro de 2011

0906 SAUSSURE a meteorologia moderna

06 DE SETEMBRO. Saussure: A meteorologia moderna.
SAUSSURE
Horace-Bénédict de Saussure
(nasceu em 1740, em Geneva, Suiça; morreu em 1799, em Geneva)

FÍSICO E GEÓLOGO SUÍÇO FUNDOU A METEOROLOGIA E A GEOLOGIA RACIONAL


O progresso realizado na Europa do ocidente durante a Idade Média decorreu do Feudalismo na política associado ao Catolicismo na formação da opinião, pelo ensino e pela consagração. Não ocorreu no resto da Europa, que não era católico romano. Desse modo o escravo passou a ser servo da gleba. O escravo adquiriu os direitos de servo, acabando com a escravidão que havia em toda antiguidade. O servo da gleba trabalhava livremente embora obrigado a ficar no território de seu Senhor, de seu Barão, devendo a ele servir com serviços e pagamento em troca de sua proteção.
Foi no primeiro terço do período medieval, entre os anos de 400 e 700 da nossa era. Na Europa oriental essa fase ocorreu com muito atraso, por vezes somente nos anos 1900, no século XX.
Em seguida, com a passagem dos servos da gleba a trabalhadores livres, a produção industrial artesanal se desenvolveu com a libertação gradual dos servos de suas obrigações devidas ao seu Barão feudal. O que ocorreu entre os anos 700 e 1000.
No terço seguinte, do ano 1000 até 1300 a produção industrial e o comércio se desenvolveram, as profissões se organizaram em corporações e o capital se acumulou
Este calendário registra os grandes representantes da preparação humana até a Revolução Francesa de 1789. Essa foi a base para a positivação da Sociologia e da Psicologia ocorrida nos anos 1800, do século XIX.
O progresso geral se acelerou nos séculos seguintes, cujo julgamento deve ser feito mais tarde, avaliando os significativos resultados obtidos.
Nesta quarta semana do mês o chefe é Montgolfier, com biografia no domingo que encerra a semana. Aqui são lembradas as descobertas industriais que nos tempos modernos se desenvolveram com fecundidade. A partir desses trabalhos o homem aprendeu a voar, os rios passaram a ser usados para muitas tarefas, as plantas e os animais foram sistematicamente estudados e modificados e as técnicas foram muito aperfeiçoadas. Pelo desenvolvimento da ciência e sua aplicação a tecnologia progrediu pela submissão às leis naturais. Foi a aplicação das leis abstratas, das regras e normas sucessivamente estabelecidas pela leitura do livro da natureza, isto é, pelas lições da experiência sensível.
O aparente domínio da natureza foi na realidade uma submissão às leis que regem cada categoria de fenômeno. A submissão é sempre a base do aperfeiçoamento. O progresso não resulta do conflito, da luta ou da guerra.

Ver em 0813 1 O Quadro do Mês de Gutenberg, A Indústria Moderna, com os grandes tipos representantes do mês.


SAUSSURE nasceu em Geneva, na Suíça, em 1740. Era sobrinho e aluno de Charles Bonnet (1720-1793), conhecido naturalista e filósofo.
Ele se habituou, desde seus primeiros anos, à observação dos fatos variados e relativos à ciência. Na idade de 22 anos, ele obteve a cadeira de professor de filosofia em Geneva que manteve por 25 anos.
Da mesma forma que seu mestre, ele se dedicou, sobretudo, à botânica. Em vista dos esplendores da montanha dos Alpes, ele dirigiu cada vez mais sua atenção para a estrutura do solo.
Em 1760 ele alcançou a geleira de Chamonix e dessa época em diante não deixou de excursionar na montanha todo ano. Ele declarou em 1799, em seu livro VIAGEM NOS ALPES, que atravessara 14 vezes a montanha, por caminhos diferentes, enquanto viajava na Itália e na França.
Mas só em 1788 que ele chegou até o alto do MONT-BLANC, o Monte Branco, nos Alpes. Todas essas excursões, cheias de perigo, lhe causavam muito de fadiga e de privações. Nelas, ele relata, levava sempre o martelo de mineralogista na mão e tinha por único destino estudar os fenômenos naturais.
Saussure não deixava passar as ocasiões de fazer observações exatas e fecundas sobre a atmosfera, a vegetação, as rochas e as geleiras. Ele aperfeiçoou os instrumentos de que dispunha, o higrômetro para a umidade e o anemômetro para medir a velocidade do vento. Inventou outros instrumentos, o cianômetro e o diafanômetro, destinados a comparar os graus de transparência do ar em diferentes altitudes.
Ele mantinha em dia suas anotações numa agenda sistemática e detalhada das observações feitas em suas pesquisas. Afirmou que se tinha imposto como regra de tomar suas notas no local e de passá-las a limpo nas primeiras 24 horas. É devido a essa regra que suas anotações apresentam alta fidelidade e o vasto campo de suas observações tornam sua obra de valor apreciável.
As investigações de Saussure sobre a umidade da atmosfera colocaram, pela primeira vez, a Meteorologia sobre uma base racional. O seu estudo das rochas primárias elevou a Geologia, até então desacreditada, até ao nível de uma verdadeira ciência, em razão da grande quantidade de observações que ele recolhera.
A saúde de Saussure sofreu muito com as privações em suas viagens e ele teve de renunciar à sua cadeira de professor em 1786. Ele fez parte do Conselho dos Duzentos da Suíça e no último ano de vida foi membro da Assembléia Nacional. Ele morreu em 1799, em Geneva, aos 59 anos de idade.
Saussure foi, de fato, um físico e um geólogo. Ele, em 1766 desenvolveu um dos primeiros eletrômetros, para medição elétrica. A palavra GEOLOGIA foi introduzida por ele no vocabulário científico, no primeiro volume de seu livro VOYAGES DANS LES ALPES, Viagens nos Alpes, contendo os resultados de mais de 30 anos de pesquisa geológica.
Em 1783 Saussure construiu o primeiro higrômetro usando o cabelo humano para a medição da umidade. O instrumento usa a dilatação proporcional do cabelo com a umidade. Os registros das condições da atmosfera em diferentes lugares foram feitos desde os anos 1300. Mas a meteorologia só se tornou uma verdadeira ciência com a invenção dos instrumentos de medição dos fatores determinantes do estado do tempo.
Grande foi a contribuição de Saussure na grande escalada do conhecimento humano. A evolução da sociedade humana é feita pela colaboração individual no processo coletivo. O processo é alimentado pelo verdadeiro motor da história, o motor do progresso: o sentimento gregário, o sentimento social, o altruísmo.
O conhecimento desse processo evolutivo nos permite descobrir de onde viemos e para aonde vamos, no futuro.
Vejamos em que lugar nós estamos, hoje, nessa evolução milenar.


AMANHÃ: A eletricidade de Charles-Augustin de Coulomb no calendário.


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