sexta-feira, 23 de setembro de 2011

0923 CORNEILLE nobre autor na poesia histórica

0923 CORNEILLE nobre autor na poesia histórica

23 DE SETEMBRO. Corneille: Valoroso e nobre tipo humano, à frente de todos os autores históricos.

CORNEILLE
Pierre Corneille
(nasceu em 1606, em Rouen, França; morreu em 1684, em Paris)

POETA E DRAMATURGO FRANCÊS INTRODUTOR DA POESIA HISTÓRICA NA LITERATURA

A civilização moderna, após o fim da Idade Média, com a queda do papado e do Feudalismo nos anos 1300, criou uma grande variedade na atividade humana, pela liberdade do servo da gleba do feudo, liberdade do trabalhador, do povo, com o desenvolvimento da indústria e do comércio.
Criou também a saída das artes de dentro das igrejas e dos conventos para os espaços laicos. As artes se libertaram do controle dos teólogos e de seus sacerdotes, como ocorreu com a Filosofia. Em ambos os casos sem luta, gradualmente, sem conflito.
O domínio das artes de linguagem, da Estética, teve na modernidade um grande desenvolvimento, gerando um número maior de grandes artistas do que na antiguidade.
O mundo antigo era a muitos respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização medieval para uma civilização científica e industrial. A diversidade infinita de atividade social, os conflitos e alterações incessantes da vida estimulam a originalidade mental, mas não são favoráveis à perfeição da criação artística.
Mas, apesar do clima de revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente. É o sinal da potente capacidade da natureza humana para criar e produzir, mesmo em situação de desvantagem, um conjunto glorioso de obras artísticas.
Nesta segunda semana são lembrados os representantes do progresso coletivo na classe dos dramáticos puros, grandes sucessores de Shakespeare, de Lope de Veja a Goethe. São os criadores do drama de imaginação que nos representa um mundo ideal povoado de seres fictícios. Goethe, o autor do Faust, mostrou um elevado vôo de imaginação. A chefia da semana é de Corneille, no último domingo.

Ver em 0910 1 O Quadro do Mês de Shakespeare, O Drama Moderno, com os grandes tipos representantes da evolução social do mês.


PIERRE CORNEILLE realizou a introdução principal da poesia histórica na literatura mundial.
Corneille recebeu o nome de seu pai, Pierre, um advogado do rei de França. Nasceu em Rouen, em 6 de julho de 1606, numa casa ainda conservada na Rue de la Pie.
A longa vida de Corneille se deu toda em paz, sem outra alteração a não ser a produção de suas peças teatrais. Ele foi educado pelos jesuítas, pelos quais conservou sempre o respeito e gratidão. Ele substituiu seu pai na função de advogado e se dedicou à prática do direito “sem prazer e sem sucesso”.
Aos 23 anos de idade, em 1629, ele produziu sua primeira peça, uma comédia, representada em Paris. Com seu sucesso, ele foi admitido na sociedade dramática do grande estadista o cardeal Richelieu, que formou o grupo chamado como  “les cinq auteurs”,  sociedade dos cinco autores.
Outras peças teatrais foram feitas, e em 1636 Corneille revelou seu poder como escritor nos dramas Médée e Le Cid. O drama clássico já havia sido feito antes, mas, com Le Cid, Corneille elevou esse gênero teatral à perfeição.
O drama Le Cid provocou, desde sua apresentação, um grande entusiasmo da parte do público. Ele foi traduzido para todas as línguas da Europa. Mas as peças de Corneille não seguiam a norma de regularidade exigida pelos críticos.
A doutrina da unidade exigia que houvesse unidade de tempo, os eventos devendo ficar dentre do período entre o nascer e o pôr do sol. Deveria também manter a unidade de lugar e de ação evitando mais do que uma situação. Formou-se um conflito com a crítica e nos dramas seguintes feitos por Corneille; ele acabou obedecendo à norma.
Corneille escrevia realizando a concentração emocional num dilema moral e num supremo momento da verdade, quando os personagens principais reconheciam o seu envolvimento com o dilema moral.
Ele não só faz o enfoque do personagem como destaca o choque entre idéias. A ação provoca a reação. Não só o que é feito, mas o que é pensado, sentido, sofrido. Ele usa o método da simetria. Apresenta, como um bom advogado, um lado do conflito e depois o outro lado, uma posição em seguida de seu oposto.
Os dramas históricos de Corneille formaram uma série de peças retratando com verdadeira compreensão todas as principais fases da civilização romana com um tratamento dramático ideal. Por seu conteúdo cultural suas peças são até hoje recomendadas para leitura. Uma seleção conteria os dramas:
Le Cid
Horace
Cinna
Polyeucte
Pompée
Rodogune 
que são as obras-primas de Corneille.
Recomendam-se ainda os dramas:
Heraclius
Nicomède
Pertharite
Oedipe
Sertorius
Othon
Pulchérie.
São todos dramas de nobres personagens e de elevada idealização histórica.
Corneille é não somente o criador e o chefe do drama na França, mas ainda um dos mais nobres educadores e um dos tipos humanos mais importantes da nação francesa, digno por seu próprio valor e também por suas obras, de ser colocado à frente dos autores históricos da França e de toda a Europa.

AMANHÃ: Um gigante como dramaturgo tanto no México como na Espanha: Ruiz de Alarcon.


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