sexta-feira, 30 de novembro de 2012

1201 B CROMWELL o fim dos privilégios medievais e clericais com a proteção do povo


DEZEMBRO 01. OLIVER CROMWELL: república, moralidade e liberdade de consciência

CROMWELL
Oliver Cromwell
(nasceu em 1599, em Huntingdonshire, Inglaterra; morreu em 1658, em Londres)

ESTADISTA E GENERAL INGLÊS REVOLUCIONÁRIO REPUBLICANO

GOVERNO POLÍTICO NA MODERNIDADE
No mês da Política Moderna são colocados os maiores nomes representativos dos séculos em que o progresso da sociedade européia realizou duas funções:
1  o fim da organização militar medieval para a guerra de defesa e dos antigos privilégios, costumes e crenças;
2  a preparação da nova civilização científica e pacífica necessária para a atividade industrial e comercial, de paz e de ordem mantida pelos diversos governos.
A ação de mudança da política medieval para a política moderna realizou a limitação ou extinção do poder e dos privilégios da nobreza, dos militares e das autoridades religiosas e a manutenção de exércitos permanentes assalariados pelo governo político. Nos regimes guerreiros de Roma, de guerra de conquista, como da Idade Média, de guerra de defesa, os militares eram governo, como imperadores ou barões feudais.
O governo concentrado na monarquia gradualmente substituiu o governo descentralizado dos barões. Ele constituiu o único elemento que ficou de pé do antigo regime medieval católico-feudal no fim dos anos 1400, século XV. A luta entre as autoridades centrais e as locais já tinham terminado e o governo político não era mais ameaçado por nenhum outro poder rival. Os governos passaram a governar sem a unanimidade cultural da Idade Média, como se fossem ditadores, sob diversas formas. Nas biografias de Luiz XI e de Cromwell podem-se ver dois modos de governo.
Nessa fase histórica a política tinha por objetivo manter a ordem da nação e permitir o livre progresso intelectual e industrial. São os estadistas da nova civilização. A política anterior tinha como referência a lei dos deuses, em normas políticas dadas pelo conhecimento das divindades e passa gradualmente a ter como referência o bem da pátria e da sociedade humana.
Estabeleceram o governo central monárquico com o necessário comando único reunindo no rei os antigos poderes regionais dos barões do feudalismo. Com o enfraquecimento dos costumes antigos os reis tenderam a tirar do papa muitas das funções religiosas, tais como a diplomacia e a manutenção da paz.

Nesta quarta semana são consagrados os estadistas dos anos 1600 e 1700, séculos 17 e 18, que participaram de revoluções anteriores à Revolução Francesa. Foram movimentos de soberania popular e de igualdade que levaram políticos a demonstrar a tendência para o regime político republicano, do bem público, para o povo todo. Esses estadistas seriam naturalmente conservadores ardentes, mas foram envolvidos pela força revolucionária política decorrente das novas doutrinas filosóficas libertadoras dos enciclopedistas seculares, emancipados da filosofia medieval.  Foram revoluções pela república, pela libertação de países dominados pelo estrangeiro ou pela independência de colônias em outros continentes.

Ver em 1104 01 B  em 04 de novembro o QUADRO DO MÊS DE FREDERICO A POLÍTICA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social política do mês.

CROMWELL (1599-1658) nasceu em Huntingdon, na Inglaterra, em 1599. Era o filho único de Robert Cromwell, que tinha sido membro do Parlamento, era proprietário e juiz de paz. Cromwell estudou no Sussex College em Cambridge e depois no Lincoln’s Inn em Londres.
Ele pertencia à aristocracia sem títulos. Participou no terceiro e no quarto parlamento do rei Charles I. Notabilizou-se no Long Parlement, então com a idade de 41 anos, em 1640. Cromwell fazia parte de uma rede de descontentes com o governo de Charles I, que reinava com arbitrariedade e não procurava reprimir os adeptos do catolicismo romano.
Charles I durante 11 anos governou sem convocar o Parlamento. Quando teve que obter dinheiro para combater a rebelião na Escócia, o rei foi forçado a fazer a convocação do Parlamento. Esse congresso foi chamado de Long Parliament. A partir de novembro de 1741, Cromwell propôs que o Parlamento fizesse uma “ordonnance” para que fosse formada uma milícia do parlamento com cidadãos comuns, não nobres. Foi a primeira vez que uma decisão parlamentar, sem aprovação do rei, proporia a preparação para a guerra. A figura de Cromwell se destacou quando a luta começou e a atenção foi chamada por sua energia e por suas vitórias militares.
Embora entrando tarde na carreira da guerra, Cromwell provou ter todas as qualidades de um grande capitão: sua prudência, a capacidade de previsão e de organização, a habilidade estratégica, do que fazer e a habilidade tática, de como fazer, tudo junto a uma coragem que nada podia abater.
A Primeira Guerra Civil começou em 1642, Cromwell tomando as armas contra o rei junto com outros membros do Parlamento. No ano seguinte foi feito coronel de um regimento de cavalaria, que ele conduziu a vitórias sucessivas. Após muitos combates, ele tornou-se general de cavalaria e teve papel principal na derrota do rei na Batalha de Naseby em 1645, que terminou a Primeira Guerra Civil.
O rei Charles I em 1647 se negou a obedecer às ordens do Parlamento e do exército e fugiu. Fez uma aliança com os escoceses para invadir a Inglaterra, dando início à Segunda Guerra Civil. Cromwell reuniu novamente o exército, vencendo dos escoceses na sangrenta Batalha de Preston em 1648. O rei demonstrara não ser confiável, o que fez o Parlamento realizar o julgamento, a condenação e a execução do rei por decapitação. Mais importante foi o golpe dado na aristocracia e no clero pela abolição da HOUSE OF LORDS, a Câmara dos Lordes, que reunia os nobres com títulos de privilégio e os bispos anglicanos.
Com a execução do rei, foi formada a Commonwealth of England, o que tornou o país na República da Inglaterra, como diz Ian Roy, do King’s College, da Universidade de Londres.
Oliver Cromwell representou bem a sua época na evolução da sociedade, com o processo de realização do PRINCÍPIO DE IGUALDADE, o esforço de rebaixamento político da aristocracia inglesa e do fim da monarquia.  Ao mesmo tempo, ele defendeu a mais estrita moralidade e a maior liberdade de consciência, com a valorização do cidadão comum. Foi o mais avançado estadista que o protestantismo apresentou, embora sua revolução tenha falhado por falta de preparação mental da direção. A morte o surpreendeu prematuramente, em 1658, com 59 anos de idade.
A grande revolução inglesa é a segunda revolução protestante na Europa, na evolução da sociedade depois do fim do feudalismo. A revolução da Holanda foi a primeira, uma heróica luta para libertar o pequeno país do retrógrado e poderoso domínio católico espanhol. Esses dois eventos correspondem á aplicação dos dois princípios de destruição das instituições medievais e católicas: a afirmação da soberania do povo e o lema da igualdade. São esses preceitos conseqüências do espírito de crítica, que nos assegura a moderna e sagrada liberdade de consciência, de opinião.


AMANHÃ: Início do mês da CIÊNCIA MODERNA, com Bichat e o dia de Copérnico.

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