sexta-feira, 3 de junho de 2011

0603 HILDEBRANDO

03 DE JUNHO: Hildebrando e a sempre memorável humilhação de um rei.

HILDEBRANDO
Papa Santo Gregório VII, Hildebrand, Grégoire VII, Gregory VII, Saint
(nasceu no ano 1013 da nossa era, em Soana, Itália; morreu em 1085, em Salerno, Itália)
PAPA GRANDE LÍDER ESPIRITUAL REFORMADOR NO APOGEU DA IGREJA CATÓLICA ROMANA

A Idade Média faz a transição entre a civilização da Grécia e Roma com os tempos modernos. A mudança foi feita com a passagem do politeísmo romano para o monoteísmo católico. O Catolicismo tem uma função importante nessa etapa da evolução social: a regeneração moral dos povos, com a educação dos sentimentos. Esse resultado foi obtido estimulando o altruísmo, que é o sentimento de associação e comprimindo os instintos egoístas, os sentimentos de proveito pessoal.
O Cristianismo é que viria atender à necessidade de regeneração moral dos romanos e à aspiração de um libertador e redentor da nação dos judeus.
HILDEBRANDO
A segunda semana do mês de São Paulo é presidida por Hildebrando, que tomou o nome de Gregório VII como papa. Sua biografia está no domingo que encerra a semana. Com Hildebrando se completa a constituição do Catolicismo como poder político sem armas.
LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA
Pela primeira vez na história o poder das opiniões, do ensino e da consagração se torna livre em relação ao poder coercitivo político armado. Nunca ocorreu, em todo mundo, a libertação do Poder Espiritual em relação ao Poder Temporal. Desse modo se completa a instituição política liberal da religião de São Paulo, começada pelo imperador Constantino, continuada por Teodósio. Atinge seu ponto culminante pelo estabelecimento final do poder político liberal do pontífice romano sob a direção de Hildebrando.

Ver em  0521 1  O QUADRO DO MÊS DE S PAULO O CATOLICISMO com todos os grandes tipos humanos do mês.


O papa Gregório VII dirigiu a formação de uma Igreja Católica destinada à moralização da política, para a nítida separação entre o poder religioso de opinião e o papel do governo político uma liberdade dentro da unidade da autoridade do papa. A igreja foi, com o feudalismo, a formadora da civilização da Idade Média, que domesticou os ferozes guerreiros da antiguidade, libertou os escravos brancos antigos e desenvolveu a base do progresso moderno, de indústria e de paz. O progresso moral é que conduziu o homem ao culto de sua dama, à defesa da mulher e dos pobres, ao cavalheirismo educado de nossos dias.
Hildebrando nasceu de família pobre, sendo seu pai um carpinteiro em Soano, na Toscana. Educado no convento de Santa-Maria, em Roma, onde seu tio era abade. Continuou seus estudos, tendo sido um de seus professores Giovanni Graziano, que depois se tornou o papa Gregório VI. Em 1049 Hildebrando foi nomeado abade do mosteiro de São Paulo.
Sendo arquidiácono de Roma e chanceler, Hildebrando dirigiu virtualmente a condução e sucessão dos papas durante cinco pontífices entre os anos de 1049 e 1073. Hildebrando tinha então entre 36 e 60 anos de idade.
Na qualidade de legado do papa Victor II, foi na França ao Concilio que depôs 45 bispos por simonia, que é a venda de bens e vantagens religiosas. No concilio de Latrão participou na reforma que retirou a participação popular na eleição dos papas. Então, em acordo com Damien fez a igreja da Lombárdia ficar submissa ao papa. Em nome de do papa Alexandre II, manteve contra o Imperador a defesa da liberdade e da pureza da Igreja Católica. Enviou ao conquistador da Inglaterra sua bandeira consagrada e obrigou o seu bispo a ir a Roma receber o palium.
Em 1073, Hildebrando, com 60 anos, foi eleito papa, tomando o nome de Gregório VII. Logo publicou editos contra a incontinência do clero e contra a simonia, com circulares a todos os bispos. Esses atos provocaram descontentamento e conflitos. O imperador Henrique IV declarou a deposição de Gregório pela assembléia política da Dieta de Worms. Gregório reuniu seu Concílio em resposta, e tomando como testemunhas São Pedro, a mãe de Deus, São Paulo e todos os santos, pronunciou, em nome da Santíssima Trindade, a desqualificação e deposição do imperador e declarou, para os seus vassalos, sem valor o juramento de obediência. Gregório apressou os príncipes da Alemanha que se opunham contra Henrique a nomear um novo Imperador.
Foi então que Henrique cumpriu um ato de humilhação para sempre memorável. Atravessando os Alpes, no inverno, acompanhado de sua mulher, pediu uma audiência a Hildebrando, que então, estava como hóspede da condessa de Matilde de Toscana, em Canossa, nos montes Apeninos. O papa se recusou a recebê-lo. Por 3 dias ficou o Imperador no frio e na neve, vestido como penitente e fazendo abstinência. No quarto dia, em 25 de janeiro de 1077, graças à intervenção de Matilde, o papa o admitiu em sua presença e lhe deu a absolvição, desde que prometesse em comparecer ao Concilio papal para julgamento, aguardando sem a coroa, sem seu titulo e suas funções. Esse ato de submissão ficou famoso e é citado até nossos dias como a “IDA A CANOSSA”, como um forçado pedido de desculpas.
Henrique não cumpriu as promessas feitas, e a guerra continuou na Alemanha e na Itália. Em 1081 ele criou um anti-papa e marchou com um exercito contra a Itália. Por 3 anos ele fez o cerco a Roma; enfim a invadiu e fez coroar no Vaticano o seu anti-papa. Hildebrando manteve o domínio do castelo-forte de Santo Ângelo. Robert Guiscard e seus normandos vieram ao seu socorro. Eles forçaram Henrique a se retirar e entraram em Roma, que eles incendiaram e saquearam em grande parte. De Roma eles escoltaram Hildebrando a Salerno, onde, depois de mais uma vez excomungar Henrique, o heróico pontífice morreu em 25 de maio de 1085, com 72 anos. Suas últimas palavras foram:
Eu amei a justiça e odiei a iniqüidade; por isso morro no exilo.
Ele foi enterrado na catedral de Salerno. Sua canonização teve lugar em 1723. O conflito das investiduras foi terminado mais tarde pelo compromisso na Concordata de Worms em 1123.
Hildebrando coordenou toda a  social do Catolicismo, antecipando a extraordinária política da Europa inaugurada após sua morte pela subordinação da política à moral.

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