domingo, 20 de outubro de 2013

1020 C CABANIS as funções psicológicas do ser vivo se fazem por órgãos materiais

20 DE OUTUBRO. Pierre Cabanis: o primeiro na pesquisa das relações físico-morais

CABANIS
Pierre-Jean-Georges Cabanis
(nasceu em 1757, em Cosnac, Brives, França; morreu em 1808 em Meudon, França)

FILÓSOFO E MÉDICO DA DEPENDÊNCIA DA PSICOLOGIA À VIDA ANIMAL

O RACIOCÍNIO CIENTÍFICO NA FILOSOFIA MODERNA
A grande revolução do pensamento humano ocorreu com o fim da Idade Média, com a queda do papado, da unanimidade católica e do feudalismo.
O movimento intelectual na Europa do ocidente nos anos 1300, século XIV até os anos 1700, século XVIII, passou a ter duas correntes. Um movimento foi de decomposição e destruição da filosofia monoteísta antiga e o outro movimento foi de composição e preparação da nova filosofia positiva, clara e distinta.
Descartes mostrou que o método de pensar moderno baseia-se numa evidencia verificável, na observação, na experiência. Explicou que não são evidencias aceitáveis a autoridade de líderes e profetas, nem escritos novos ou antigos, por mais veneráveis e respeitáveis que sejam.
Homens como Kepler e Galileu, Descartes e Francis Bacon ao mesmo tempo em que construindo a nova filosofia perturbaram o antigo modo de pensar. A revolta começada por Descartes conduziu finalmente a assaltos ainda mais poderosos , contra as crenças recebidas do que a ação de alterações religiosas feitas pelos reformadores protestantes.
Descartes é o representante mais completo do movimento duplo de composição e decomposição. Começou a grande revolução matemática que permitiu a Newton interpretar o sistema solar. Abriu-se o caminho para a operação destrutiva do século XVIII que afinal levou à Revolução Francesa contra a política antiga de privilégios. Hobbes e Espinosa continuaram o movimento de demolição. A teodicéia de Leibnitz era ainda mais perigosa. Locke renunciou francamente ao conhecimento do absoluto divino. Hume e Diderot demonstraram sua impossibilidade. Kant completou a operação. Eles foram todos tanto construtores como destruidores.
O mês de Descartes da Filosofia Moderna descreve essa importante revolução intelectual, a maior em toda a história da sociedade humana ao estender a razão experimental a todo conhecimento.
A segunda semana representa o desenvolvimento da pesquisa científica dos séculos XVII e XVIII dirigida à natureza individual do homem físico e moral, em grande parte de maneira preparatória e indutiva da Psicologia científica abstrata. Hobbes, Locke, Vauvenargues, Diderot e Cabanis aqui são comemorados. Bacon é o chefe de semana ao colocar a filosofia ao serviço do homem.
Ver em 1008 C  em 08 de outubro o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social do mês

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.

CABANIS (1757-1808) era filho de um grande agricultor de Cosnac, perto de Brives, muito estimado por Turgot. O jovem, que o ensino na sua província não podia satisfazer, foi para Paris aos 14 anos e aos 16 anos já era secretário particular de um nobre polonês.
Cabanis estudou medicina com Dubreuil durante seis anos. Nessa época conheceu a viúva de Claude Helvetius (1715-1771), que ele considerava como sua segunda mãe. Por intermédio dela, teve contato com os grandes pioneiros da Revolução Francesa: Diderot, d’Holbach, d’Alembert, Franklin, Jefferson, Condorcet.
Cabanis fez amizade com Condorcet e mais tarde casou-se com a irmã de sua esposa. Ele foi o médico de Mirabeau e manteve importantes funções políticas durante a Convenção.
Ele morreu em 1808 em Meudon, onde passou a morar no ano anterior. Seus últimos anos foram de atos de bondade para os que precisavam de sua ajuda ou dos seus conhecimentos como um competente médico.
A grande obra de Cabanis, Rapports du physique et du moral de l’homme, foi publicada em 1802. Essa obra-prima tem sua leitura recomendada até nossos dias. Consiste numa série de memórias sobre a correlação entre o moral e o físico do homem. Ele tem o grande mérito de ter, pela primeira vez, abordado o problema da Biologia superior, no estudo das funções psicológicas do ser vivo. O que foi considerado, então, como um materialismo revolucionário.
Cabanis afirma que ensinamentos de valor foram feitos por Hipócrates e Aristóteles e mais tarde por pensadores ingleses desde Bacon até Locke sobre a dependência de nossas idéias em relação aos sentidos. Esses estudiosos, se não eram todos médicos, tinham um conhecimento prático de medicina. Mas Condillac e outros, não tendo esse saber, exageraram as opiniões de Locke e explicaram a ação completa mental e moral do homem apenas pela ação dos sentidos.
Mas essa noção do homem representado como uma estátua dotada somente de sensação, para Cabanis, não estava correta. Uma impressão feita sobre um órgão dos sentidos afeta todo o organismo ou parte considerável dele e a reação que dai resulta é diferente em cada caso.
Cabanis discordou dos preconceitos idealistas da antiguidade. Ele mostrou o engano da tentativa de pesquisar as funções da inteligência e das emoções como se fossem diferentes das operações da vida animal. A sua obra prima fez com que as explicações fantasiosas perdessem prestígio no meio acadêmico.
Ele comprovou que as operações mentais se produziam por meio dos órgãos da vida do corpo humano. O método usado foi mostrar a relação inversa, ao provar que as operações mais simples dependiam das condições mais elevadas.
Cabanis mostrou que as relações na sociedade, por meio das emoções e da mente, podiam ser tratadas como uma simples conseqüência da vida, dos fenômenos da Biologia. Essa era uma afirmação original, que provocou o estudo dos fenômenos mentais e morais, os mais complexos do organismo do homem. O que se deu logo depois, pelos pensadores que se seguiram, como Franz Gall (1758-1828), na pesquisa do funcionamento do cérebro.
Na verdade, a Sociologia, como o estudo do desenvolvimento coletivo da raça humana, é um ramo de prolongamento da Biologia dos humanos, da sua evolução biológica. É o estudo do homem em sua inteira extensão, atingindo a vida da cultura em sua continuada e extraordinária evolução.
O conhecimento proposto foi, mais tarde, completado com base na observação científica, pela pesquisa em abstrato. Diga-se, como condição importante, pela pesquisa em abstrato dos fenômenos de agrupamento social na Sociologia abstrata e do comportamento individual na Psicologia positiva abstrata moderna. Não na Psicologia Antiga do estudo da alma divina, por meio do método medieval da introspecção. A pesquisa abstrata dos fenômenos é mais complexa do que a descrição dos seres na aplicação prática procurando soluções pelo método do erro e acerto.
Em outras palavras, a História da Civilização nada é que o resultado indispensável e o complemento da História Natural do homem, de sua evolução do animal selvagem ao homem civilizado das cidades.

AMANHÃ: A pesquisa científica feita também na sociedade e nos costumes: Francis Bacon.


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