sexta-feira, 11 de outubro de 2013

1012 C MONTAIGNE filósofo da modéstia do saber humano relativo jamais absoluto

12 DE OUTUBRO. Montaigne: nossos sentidos são pobres o saber é imperfeito e relativo

MONTAIGNE
Michel de Montaigne, Michel Eyquem de Montaigne
(nasceu em 1533, em Bordeaux, França; morreu em 1592, em Bordeaux)

PENSADOR DA MORAL HUMANISTA E INTRODUTOR DO ENSAIO NA LITERATURA

O RACIOCÍNIO CIENTÍFICO NA FILOSOFIA MODERNA
A grande revolução do pensamento humano ocorreu com o fim da Idade Média, com a queda do papado, da unanimidade católica e do feudalismo.
O movimento intelectual na Europa do ocidente nos anos 1300, século XIV até os anos 1700, século XVIII, passou a ter duas correntes. Um movimento foi de decomposição e destruição da filosofia monoteísta antiga e o outro movimento foi de composição e preparação da nova filosofia positiva, clara e distinta.
Descartes mostrou que o método de pensar moderno baseia-se numa evidencia verificável, na observação, na experiência. Explicou que não são evidencias aceitáveis a autoridade de líderes e profetas, nem escritos novos ou antigos, por mais veneráveis e respeitáveis que sejam.
Homens como Kepler e Galileu, Descartes e Francis Bacon ao mesmo tempo em que construindo a nova filosofia perturbaram o antigo modo de pensar. A revolta começada por Descartes conduziu finalmente a assaltos ainda mais poderosos , contra as crenças recebidas do que a ação de alterações religiosas feitas pelos reformadores protestantes.
Descartes é o representante mais completo do movimento duplo de composição e decomposição. Começou a grande revolução matemática que permitiu a Newton interpretar o sistema solar. Abriu-se o caminho para a operação destrutiva do século XVIII que afinal levou à Revolução Francesa contra a política antiga de privilégios. Hobbes e Espinosa continuaram o movimento de demolição. A teodicéia de Leibnitz era ainda mais perigosa. Locke renunciou francamente ao conhecimento do absoluto divino. Hume e Diderot demonstraram sua impossibilidade. Kant completou a operação. Eles foram todos tanto construtores como destruidores.
O mês de Descartes da Filosofia Moderna descreve essa importante revolução intelectual, a maior em toda a história da sociedade humana ao estender a razão experimental a todo conhecimento.
A primeira semana deste mês mostra os representantes da filosofia Escolástica. É a tentativa sistemática de Alberto Magno, de Tomás de Aquino e de outros para empregar a lógica de Aristóteles na defesa das crenças e para reconciliar a fé com o pensamento científico. O ceticismo inicial é também representado por nomes como Ramus, Erasmo e Montaigne. O chefe de semana é Santo Tomás de Aquino.

Ver em 1008 C  em 08 de outubro o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social do mês

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.

MONTAIGNE (1533-1592) era o mais novo filho de Pierre Eyquem, nobre do Perigord. Nasceu na vila de Montaigne, de que tirou seu nome.
Seu pai, homem de caráter enérgico e original, teve grande cuidado com sua educação. Ele fez Michel ser educado na casa de um camponês para se habituar à cama dura do pobre e lhe imprimir simpatia em relação aos menos afortunados.
Montaigne aprendeu latim pela conversação com um professor alemão e fez grande progresso no estudo da língua grega. Entrou depois para o Collège de Guyenne, em Bordeaux e aos 14 anos começou o estudo de Direito.
Aos 21 anos, tornou-se conselheiro municipal da cidade de Bordeaux. Esteve vários anos na corte do rei Henrique III e de Charles IX e recebeu o título de Cavaleiro da Ordem de St-Michel. As guerras de religião, ocorridas entre 1562 e 1598 e as perseguições religiosas, no entanto, lhe deram desgosto pela vida pública. No ano anterior ao massacre dos protestantes no dia de São Bartolomeu, ele se retirou para suas terras em seu Castelo de Montaigne, decidido a acabar seus dias de vida no estudo.
No ano de 1580 ele escreveu seus famosos Essais, os conhecidos Ensaios de Montaigne.
Depois de viajar por algum tempo na Itália, esteve em Paris colaborando na preparação da reconciliação entre Henri de Navarre e o Duque de Guise. Então ele começou sua terna amizade com a jovem Mademoiselle de Gournay que ele considerava como filha. Ela foi encarregada pela viúva de Montaigne de publicar a primeira edição completa de suas obras.
Montaigne passou os últimos três anos de sua vida em seu retiro no Castelo de Montaigne, morrendo em 1592.
Montaigne nos apresenta um estado de espírito completamente afastado dos dogmas religiosos. Mas ele percebeu que as cerimônias católicas causavam aos homens emoções que elevavam o pensamento e ele não desejava renunciar um bem certo por um outro imaginário e duvidoso, como os da Reforma Protestante. Resulta dessa posição certo ceticismo de Montaigne, que o leva a notar a relatividade e os limites da certeza das ciências.
O mérito de Montaigne está em que, pela simples observação dos fatos da vida, ele procurou construir uma moral humana e conduzir o homem no caminho da justiça, da integridade moral e da tolerância sem fazer apelo às crenças religiosas sobrenaturais. O que foi conseguido pela inspiração de uma boa vontade franca e simpática.
Montaigne mostra claramente a relatividade do saber humano. Os sentidos, por meio dos quais nós ganhamos o conhecimento, são muito imperfeitos. Eles são em pequeno número, e só conseguem nos revelar apenas uma pequena parte da verdade.
Ele encontrou muito mais da verdadeira filosofia e do verdadeiro saber na vida e na conversação de um camponês do que na maior parte do que dizem os filósofos e os educadores.
O mais importante é conhecer aquilo que tem um uso prático: O professor ensina a definir o que é a virtude, mas não ensina como realizá-la.



AMANHÃ: Ele inicia a maior renovação mental da história, do pensar mítico para o científico: Campanella.

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