sábado, 12 de outubro de 2013

1013 C CAMPANELLA o pensamento da filosofia com base na experiência da natureza

13 DE OUTUBRO. Campanella: a revolta contra o aristotelismo deformado da escolástica

CAMPANELLA
Tomás Campanella, Tommaso Campanella, Giovanni Domenico Campanella
(nasceu em 1568, em Nápoles, Itália; morreu em 1639, em Paris, França)

DOMINICANO ITALIANO FILÓSOFO DA EXPERIÊNCIA E DA NATUREZA

O RACIOCÍNIO CIENTÍFICO NA FILOSOFIA MODERNA
A grande revolução do pensamento humano ocorreu com o fim da Idade Média, com a queda do papado, da unanimidade católica e do feudalismo.
O movimento intelectual na Europa do ocidente nos anos 1300, século XIV até os anos 1700, século XVIII, passou a ter duas correntes. Um movimento foi de decomposição e destruição da filosofia monoteísta antiga e o outro movimento foi de composição e preparação da nova filosofia positiva, clara e distinta.
Descartes mostrou que o método de pensar moderno baseia-se numa evidencia verificável, na observação, na experiência. Explicou que não são evidencias aceitáveis a autoridade de líderes e profetas, nem escritos novos ou antigos, por mais veneráveis e respeitáveis que sejam.
Homens como Kepler e Galileu, Descartes e Francis Bacon ao mesmo tempo em que construindo a nova filosofia perturbaram o antigo modo de pensar. A revolta começada por Descartes conduziu finalmente a assaltos ainda mais poderosos, contra as crenças recebidas do que a ação de alterações religiosas feitas pelos reformadores protestantes.
Descartes é o representante mais completo do movimento duplo de composição e decomposição. Começou a grande revolução matemática que permitiu a Newton interpretar o sistema solar. Abriu-se o caminho para a operação destrutiva do século XVIII que afinal levou à Revolução Francesa contra a política antiga de privilégios. Hobbes e Espinosa continuaram o movimento de demolição. A teodicéia de Leibnitz era ainda mais perigosa. Locke renunciou francamente ao conhecimento do absoluto divino. Hume e Diderot demonstraram sua impossibilidade. Kant completou a operação. Eles foram todos tanto construtores como destruidores.
O mês de Descartes da Filosofia Moderna descreve essa importante revolução intelectual, a maior em toda a história da sociedade humana ao estender a razão experimental a todo conhecimento.
A primeira semana deste mês mostra os representantes da filosofia Escolástica. É a tentativa sistemática de Alberto Magno, de Tomás de Aquino e de outros para empregar a lógica de Aristóteles na defesa das crenças e para reconciliar a fé com o pensamento científico. O ceticismo inicial é também representado por nomes como Ramus, Erasmo e Montaigne. O chefe de semana é Santo Tomás de Aquino.

Ver em 1008 C  em 08 de outubro o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social do mês

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.

CAMPANELLA (1568-1639) nasceu em Stillo na Calábria, Itália. Aos 14 anos tornou-se membro da Ordem dos dominicanos e se consagrou ao estudo da filosofia.
Em suas mãos a filosofia tomou a forma de uma revolta contra a deformação da doutrina de Aristóteles, então predominante na religião. O aristotelismo se tornara um sistema pedante que tinha pouco do ensino racional de Aristóteles que se conhecia com esse nome no tempo de Roger Bacon e de Tomás de Aquino. O aristotelismo escolástico era então ensinado como obrigatório pelos padres da hierarquia religiosa católica como uma fortificação mental para justificar e defender as opiniões e as instituições da Igreja.
Em 1591 as tendências revolucionárias de Campanella se mostraram em seu tratado Philosophia sensibus demonstrata, Filosofia demonstrada pelos sentidos, publicada em Nápoles. Nesse livro ele reflete a influência recebida do pensador italiano Bernardino Telesio, opositor ao aristotelismo escolástico.
Campanella recomenda um estudo filosófico apoiado na experiência da natureza. E ele ataca aqueles que especulam somente sobre suas próprias noções arbitrárias, sem tomar conhecimento das informações que a experiência fornece da natureza. Suas afirmações o colocaram como suspeito das mesmas idéias que levaram Giordano Bruno a ser queimado vivo na fogueira, pela Santa Inquisição.
Ele fugiu de Nápoles e foi para a Toscana, onde, durante vários anos, teve a proteção do Gran Duque. Mas em 1599 foi acusado de cumplicidade numa conspiração para destruir o domínio da Espanha sobre a Itália, com a ajuda dos turcos. Nesse caso nunca foram dadas as provas contra Campanella, embora fosse provável que ele tivesse aversão ao governo espanhol sobre a Itália, poder que era de opressão e de obscurantismo religioso atrasado.
Campanella ficou preso por 27 anos, durante os quais foi tratado com rigor e com tortura. Depois de algum tempo ele teve mais liberdade na prisão, já que a maior parte de suas obras foi escrita lá e publicada na Alemanha.
Em 1626, por intercessão do papa Urbano VII, ele foi posto em liberdade, ficando, porém, ainda submetido a apertada vigilância. Ele fugiu então de Roma em 1634 e foi para Marselha. Ele foi apresentado ao rei Luis XIII e a Richelieu, de quem recebeu uma pensão em dinheiro. Ele morreu em 1639 no convento dos Jacobinos da Rua St-Honoré, em Paris.
A filosofia de Campanella marca a transição da filosofia da Idade Média para uma nova forma de pensar, científica, positiva, comprovada. Na filosofia medieval as doutrinas teológicas da Igreja Católica tinham sido reunidas e sustentadas pela autoridade de Aristóteles.
A nova filosofia científica moderna, inaugurada por Roger Bacon e por Descartes, passou a ser uma filosofia em que a meditação sobre os atributos divinos é deixada de lado, para ser feito e estudo científico da natureza e do homem.
Campanella registra o início da maior revolução mental já ocorrida na grande evolução do pensamento. Estava no começo a grande renovação mental da raça humana. A passagem do pensar mítico para o pensar científico, da civilização da guerra para a civilização industrial e pacífica.



AMANHÃ: O grande mérito de conciliar a escritura da Bíblia com a ciência: Tomás de Aquino.

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