quinta-feira, 18 de julho de 2013

0719 C CERVANTES em o D Quixote identifica duas psicoses: a loucura e a idiotia

19 DE JULHO. Cervantes: estilo eloqüente e sábio para o povo nos problemas reais


CERVANTES
Miguel de Cervantes Saavedra
(nasceu no ano 1547, em Alcalá de Henares, Espanha; morreu em 1616, em Madrid)

LOUCURA DE DON QUIXOTE E IDIOTIA DE SANCHO PANÇA ANTECIPAM A PSICOLOGIA MODERNA


ESTÉTICA
as artes da linguagem, da afeição e da expressão
É parte da Filosofia. A emoção é o motor da inteligência e da atividade

A civilização moderna, após o fim da Idade Média, com a queda do papado e do Feudalismo nos anos 1300, criou uma grande variedade na atividade humana, pela liberdade do povo trabalhador, com a indústria e o comércio, com a sistematização do sistema capitalista de liberdade civil. Criou também a saída das artes de dentro das igrejas e dos conventos para os espaços laicos. As artes se libertaram do controle dos teólogos e de seus sacerdotes, como ocorreu com a Filosofia. Em ambos os casos sem luta, gradualmente, sem conflito.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução. É a passagem de uma civilização medieval da guerra de defesa para uma civilização pacífica científica e industrial.
Triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente da religião apesar do clima de revolta. É o sinal da potente capacidade da natureza humana de produzir, mesmo em situação de desvantagem, um conjunto glorioso de criações artísticas.
A primeira semana tem Ariosto como chefe, mostrado no domingo último dia da semana. Ali estão autores que criaram pinturas ideais da natureza humana sob todas as suas formas, com a poesia de costumes, mostrada nas suas manifestações da história da sociedade moderna.

Ver em 0716 01 C   O QUADRO DO MÊS DANTE, A EPOPÉIA MODERNA, com todos os grandes tipos humanos do mês.

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.



CERVANTES nasceu em 9 de outubro de 1547 em Alcalá de Henares, perto de Madrid, Espanha, numa antiga família de Castela. Estudou dois anos
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
universidade de Salamanca e depois em Madrid. Na grande batalha de Lepanto em 1571, Cervantes se destacou e foi gravemente ferido. Quando em viagem, ele foi aprisionado pelos mouros, em 1576. Ficou três anos cativo e escravizado na Algéria, até que foi libertado com pagamento de resgate. Casou-se em 1581, dedicando-se à literatura em Valadolid e em Madrid.
Inicialmente fez ensaios na redação de dramas. Continuou produzindo numerosas obras menores. Cervantes começou a primeira parte do Dom Quixote e a publicou em 1605, conquistando grande popularidade. Em 1615 ele publicou a segunda parte da obra. Cervantes morreu em 1616, no mesmo ano da morte de Shakespeare.
A grande obra de Cervantes, oferecendo grande prazer à leitura, é cheia de sabedoria. Um escritor é grande de fato, quando, dentro de seu gênero, mostra um saber de valor para que o público possa resolver os difíceis problemas da vida e da natureza humana. A história de Dom Quixote fornece a explicação para as duas formas de doença mental dentro dessa obra-prima da literatura universal. O autor mostra de um lado a agitação da loucura do cavaleiro e de outro lado a imobilidade da idiotice de seu escudeiro. Um tem suas imagens interiores mais fortes do que as da realidade. Sancho Pança, ao contrário, não elabora em cima das imagens que observa na vida real.
Para Dom Quixote há um excesso na ação da imaginação em relação às informações recebidas pelos sentidos, no estado de loucura. Para Sancho, ao contrário, as imagens do exterior, recebidas pelos sentidos, se impõem, impedindo o exercício da imaginação, levando ao estado de idiotia. A saúde mental é obtida quando as imagens exteriores são mais nítidas do que a imagens interiores, memorizadas pela mente. E, com a saúde mental, as imagens interiores não são totalmente anuladas pela observação exterior, sendo menos nítidas e menos fortes.
Na loucura a imaginação vence a observação. A imaginação registra e usa, a seu modo, as imagens que são vistas, as sonoras que são ouvidas e outras, todas internas ao cérebro. A pessoa então confunde o que percebe com aquilo que imagina. O imaginário é tomado como sendo a realidade. Aquilo que Dom Quixote pensa, ele toma como real. Ele está diante de um grande moinho de vento, com suas enormes pás, mas o que Quixote vê é o gigante que faz na imaginação, e que deve ser vencido.
No caso de Sancho Pança, o outro modo acontece. O que ele vê, o que sente, as imagens que percebe, se sobrepõe a todo o pensamento. A imaginação não usa as imagens recebidas do mundo real. Não há processamento das percepções. Há uma paralisia no pensamento. Nesse caso, a imaginação, a criação de novas idéias não se faz. A pessoa não reage às situações, ou reage muito lentamente.
É notável como a arte de Cervantes se antecipa ao conhecimento das funções do cérebro, na moderna psicologia. A produção literária de Cervantes é riquíssima, relacionada em longa relação de obras. Inclui prosa, com pastorais, novelas e o Don Quixote, além de drama, com tragédias e comédias, sendo numerosas as obras em poesia. A fama de Cervantes é universal, aparecendo continuamente hoje, no teatro, em filmes, na ópera, no balet e até em espetáculos cômicos. Cervantes é tido como o autor da primeira grande novela da literatura mundial, e ainda como o fundador da literatura de língua espanhola.
Cervantes mostrou em sua obra grande simpatia em relação ao papel social da mulher, e numerosos papeis femininos como Marcela e Dorotea no Don Quixote e Isabela Castrucho em Persiles y Sigismunda expressam de fato a defesa da posição da mulher na sociedade.
Mas, para sempre, Cervantes será considerado o maior dos grandes autores espanhóis, com sua obra-prima Don Quixote. Em razão de seu estilo eloqüente e notável visão, Cervantes recebeu um aplauso universal comparável ao que foi dado a grandes nomes como Homero, como Dante Alighieri ou como William Shakespeare.

AMANHÃ: Um cético descrente sem maldade, consciente da fragilidade humana: La Fontaine.


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