segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

0228 HERÁCLITO

0228 HERÁCLITO

28 DE FEVEREIRO. Heráclito: A filosofia obscura do pensador misântropo.

HERÁCLITO
Heracleitus, Heraclitus
(nasceu cerca do ano 540 antes da nossa era, em Êfeso, Ásia Menor; morreu cerca do ano 480)
FILÓSOFO GREGO MISANTROPO DA COSMOLOGIA DO FOGO PRIMORDIAL

A evolução intelectual da sociedade humana libertada do regime da Teocracia oriental, iniciando a criação da ciência pura abstrata.
Pela primeira vez no mundo acontece nas cidades da Grécia Antiga pensadores dedicaram sua vida a pesquisar o homem e o mundo. Isto é, encontrar os fatos gerais e princípios que governam tudo que nos envolve. Mas a explicação não se baseou na vontade arbitrária dos deuses, mas foi feita usando a observação dos fatos. Antes a observação se destinava a conhecer a vontade dos seus poderosos deuses.
Desde o século 7º ao 5º antes da nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a fazer o universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência como duas forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a ciência separada da filosofia. Seu estudo se enfraqueceu.
A primeira semana do mês representa o nascimento do pensamento grego, durante o qual se tentou explicar o universo por algum princípio físico. Ao mesmo tempo a ciência positiva, segura, comprovada da Geometria se desenvolvia gradualmente. Tales é o principal representante da época.
A semana termina no domingo, com Tales como seu chefe. Ver o Quadro 0226-1 do mês postado em 25 de fevereiro.


HERÁCLITO é conhecido como o filósofo misantropo, anti-social ou triste. Nasceu em Êfeso no tempo da explosão da revolta jônica. No ano 546 antes da nossa era a Jônia revoltou-se contra o domínio da Pérsia, contando com a decisiva assistência da cidade de Atenas.
Os habitantes de Êfeso estranhamente não participaram de seus compatriotas da Jônia no curto conflito contra o império dos Persas. Por essa incapacidade de se reunir a favor de uma causa comum é que nós podemos explicar o desprezo que a filosofia de Heráclito sentia pela voz do povo e pelo governo da multidão. Foi o que levou Heráclito a se retirar da vida ativa.
Por direito de nascimento, ele poderia exercer na sua cidade a mais alta função política, que recusou. A amargura de seus sentimentos, quando foi banido seu amigo Hermodoro, aumentou a tal ponto que ele se retirou da sociedade dos homens e passou a viver solitariamente nas montanhas. Procurou se separar de um mundo que lhe parecia completamente egoísta e cheio de coisas inúteis.
A filosofia de Heráclito lhe deu a qualificação de pensador “obscuro”. Ele concebeu o princípio do Universo como um éter inflamado que não somente é a substância de tudo que existe, mas que constitui a inteligência universal.
Para ele não havia repouso na natureza, mas uma mudança perpétua. A produção de uma coisa sempre corresponderia à destruição de uma outra coisa e tudo deveria ser de novo mergulhado no espírito em fogo. O espírito de cada pessoa nada mais é do que uma parte infinitamente pequena retirada do espírito universal, o que causa a nossa tendência ao erro. Não será por meio do grande conhecimento que nós poderemos atingir a razão, mas sim nos colocando em harmonia com o todo, porque o que for puramente individual em nós só pode ser falso.
Vemos no pensamento de Heráclito em germe a filosofia de Zenão o Estôico e de Marco Aurélio. Mas a doutrina de Heráclito se aproxima mais do idealismo de Platão, que pensava que o maior esforço do espírito, afastado do mundo, seria para perceber um pouco dessa Verdade Universal com que será unido quando cessar sua prisão no corpo material. O mesmo idealismo aparece na filosofia moderna, com formas diferentes, em especial nos sistemas de pensamento de Fichte e de Hegel.
Heráclito e seu discípulo Crátilo se tornaram dos primeiros pensadores do ceticismo antigo ao defenderem que o mundo estaria no estado de fluxo tal que nenhuma verdade permanente poderia ser achada. Contrariava assim os filósofos eleáticos, que reduziam a realidade ao Uno, estático, imóvel. Dessa forma os eleáticos colocavam como falsa a observação por meio dos sentidos, a pluralidade e a mudança, negando que a realidade pudesse ser descrita pela experiência.


AMANHÃ: Anaxágoras filósofo naturalista blasfemo.


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