sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

0219 ÊNIO

19 DE FEVEREIRO: Ênio o poeta da potência civilizadora de Roma.

ÊNIO
Quintus Ennius
(nasceu em 239 antes da nossa era, em Rudia, Calábria, sul da Itália; morreu no ano 169)
FAMOSO POETA FUNDADOR DA LITERATURA DE ROMA

Redução do poder político total da religião
ao derrotar as forças da Teocracia oriental.
Na Grécia a arte coordenou a política militar num período histórico crítico. Nessa época foi eliminado pela primeira vez no mundo o total poder político e mental da casta hereditária e secreta dos sacerdotes das teocracias. Para sempre.
Foi politeísmo militar contra politeísmo sacerdotal.
A arte gera emoções, cria visões de progresso, visões do futuro.
A arte tem, desse modo, certo poder de antever o progresso, de criar novos ideais. É um poder profético natural, criado por humanos. Mas não é a profecia sobrenatural mágica, dos antigos.
Na quarta semana do mês de Homero estão os poetas de Roma, tanto os épicos como os líricos. Ela compreende um período de seis séculos e meio pelo menos, mas como a visão profética de uma era de paz que inspira os poemas de Virgílio, sua influência continuando através da idade média até que seria formulada de novo por Dante.
A semana termina no domingo tendo como chefe Virgílio. Ver o Quadro 0129 do Mês de Homero.


ÊNIO é o poeta da origem da poesia de Roma, que foi importada da Grécia. Essa poesia só se desenvolveu em Roma quando, mais tarde, se estabeleceu o Império. Ênio é que trouxe a arte poética dos gregos quando Roma ainda era república.
Ele teve como língua materna o oscan de sua terra natal em Rudia, na Calábria, sul da Itália. Era conhecedor da língua grega, na qual foi educado em Tarento e que ensinou por muito tempo. Foi conhecer o latim da língua falada no exército romano, ao servir na segunda guerra de Roma contra Cartago. Por conhecer os três idiomas, dizia “ter três corações”.
Ênio tornou-se cidadão romano no ano 184 antes da nossa era, o que lhe permitiu fundar a poesia complexa do politeísmo militar e social de Roma, por meio de sua formação cultural em três línguas. Por um feliz acontecimento, ele foi levado para Roma no ano 204 por um grande tipo do nacionalismo aristocrático, Catão o Velho, então um centurião do exército romano no sul da Itália.
Dos versos escritos por Ênio temos hoje apenas 600 versos mutilados dos ANAIS. De sua obra foram conservadas 19 peças de teatro, em todos os gêneros de poesia. As comédias foram feitas a partir de Menandro, as tragédias de acordo com as de Eurípides, sendo que todas tiveram coroamento na velhice do poeta com a epopéia da história de Roma desde os tempos mais recuados até o fim da primeira guerra contra Cartago, da primeira guerra púnica. Sobre essa obra é que seus contemporâneos e a posteridade firmaram sua reputação de grande poeta.
Por desejo de seu protetor Cipião o Africano, seus restos mortais foram depositados no túmulo da família Cipião e seu busto teve lugar ao meio das efígies dessa grande família. As obras poéticas de Ênio estavam ainda inteiras no século terceiro de nossa era.
Ênio viveu na época em que eram colhidos os frutos do desenvolvimento romano e reunidos com o início de uma nova cultura. Ele adotou na versificação o hexâmetro grego como Homero usou e a métrica iâmbica. O hexâmetro é a métrica poética que tem seis pés. Chama-se o grupo formado por uma sílaba acentuada acompanhada de uma sílaba átona. No verso iâmbico a sílaba não acentuada vem antes da sílaba acentuada.
Pela forma de sua poesia e também pelo seu conteúdo, Ênio foi o primeiro a mostrar qual seria o destino da civilização romana: o seu engrandecimento de Roma pelo domínio das tribos da Europa então em permanente guerra, estabelecendo uma paz permanente, universal. O Império Romano criou uma civilização uniforme e de paz na Europa do ocidente. Os povos do Império, depois da importante evolução cultural da Idade Média, formou a mais adiantada civilização do mundo. Que hoje é levada a todos os países pela globalização.
O herói da poesia de Ênio é o povo romano. Os diversos episódios, tanto os relatos da lenda como eventos históricos, são ligados pela mesma visão universal de um grande império e extensa cultura. Da mesma forma como Homero, Ênio viveu num país jovem e forte, mas a diferença é que ele canta em seus versos o futuro de Roma, não o seu passado. Seu entusiasmo pelo futuro se apóia na pesquisa aprofundada das coisas antigas.
A força da poesia de Ênio está na crença do progresso da sociedade romana, recuperando a mente do poeta dos fetiches antigos, dos sonhos de Pitágoras e das antigas crenças da tribo. Pode-se considerá-lo como um verdadeiro precursor do grande Virgílio, sendo Ênio o mais importante dos poetas latinos, de direito chamado o fundador da literatura de Roma.


AMANHÃ: A poesia filosófica de Lucrécio.


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