quinta-feira, 14 de julho de 2016

0715 01 B QUADRO DO MÊS DE DANTE EPOPÉIA MODERNA

15 JULHO: A Estética, as artes da linguagem, do sentimento e da expressão
É parte da Filosofia. A emoção é o motor da atividade.

MÊS DE DANTE    A EPOPÉIA MODERNA

O Calendário Filosófico consagra dois meses do ano à Estética. O mês de Dante com o nome de Epopéia Moderna coloca também os nomes de representantes da poesia romântica. O outro mês é o de Shakespeare, dedicado ao drama moderno.
A Idade Média promoveu a liberdade do povo trabalhador, com a indústria e o comércio livre, com a sistematização do sistema capitalista de liberdade civil. A civilização moderna, após o fim da civilização medieval, com a queda do papado e do Feudalismo nos anos 1300, criou uma grande variedade na atividade humana. A secularização fez a saída do ensino e das artes de dentro das igrejas e dos conventos para os espaços laicos. As artes se libertaram do controle dos teólogos e de seus sacerdotes, como ocorreu com a Filosofia. Em ambos os casos sem luta, gradualmente, sem conflito.
O domínio das artes de linguagem, da Estética, teve então um grande desenvolvimento, gerando um número maior de grandes artistas do que na antiguidade.
O título aqui usado de Epopéia ou o nome de Poesia abrange todas as formas de arte criadora: a epopéia, a poesia lírica e romântica, os romances em prosa, o idílio, a alegoria, as crônicas, as meditações,, mesmo a pintura e a escultura. Portanto, se aplica a toda e qualquer obra de imaginação.
O mundo antigo era, a muitos respeitos, mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução. É a passagem de uma civilização medieval da guerra de defesa para uma civilização pacífica científica e industrial. A diversidade infinita de atividade social, os conflitos e alterações incessantes da vida estimulam a originalidade mental, mas não são favoráveis à perfeição da criação artística.
O resultado se vê na poesia moderna com um elemento crítico destruidor e revolucionário. O que enfraquece inevitavelmente seu desenvolvimento mais elevado e que por vezes a revolta chega a inspirar a criação de sua obra. Mas essa situação de crise gerou a multiplicidade, a audácia, a vitalidade intensa e a universalidade do gênio criador nos tempos modernos. Dante coloca o em seu tribunal o julgamento dos papas, dos imperadores e das Nações; com Rabelais, Cervantes e Swift a revolta se reproduz por meio de uma caricatura profunda da sociedade contemporânea; com Walter Scott glorifica o passado à custa do presente; com Byron e Shellley, honra o futuro à custa do presente e do passado. De fato a arte idealiza a revolta e a anarquia como manifestações mais elevadas da liberdade humana.
Triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente apesar do clima de revolta. É o sinal da potente capacidade da natureza humana de criar e produzir, mesmo em situação de desvantagem, um conjunto glorioso de obras artísticas.
As semanas deste oitavo mês do calendário mostram os representantes de todos os países desde o século XII até o século XIX. Dos quarenta e nove nomes, um terço são autores que escreveram em verso.

Calendário HISTÓRICO FILOSÓFICO
 para um ano qualquer; É UM
quadro concreto da preparação humana
MÊS DE DANTE
A EPOPÉIA MODERNA
LUNEDIA=segunda-feira; MARTEDIA=terça; MERCURIDIA=quarta;
JOVEDIA=quinta; VENERDIA=sexta-feira.
Os nomes à esquerda são para o ano comum C; à direita, anos bissextos B.


Todos os meses são iguais, de 28 dias e todos começam numa segunda-feira, terminando num domingo.



VER NO BLOG do Calendário Filosófico
Cada dia uma biografia:


0715 02 B  DANTE POETA REVOLUCIONÁRIO moderno e perfeito na arte e na filosofia

15 DE JULHO: DANTE  o mais precioso estilo produzido pela linguagem humana

DANTE
Dante Alighieri
(nasceu em 1265, em Florença, Itália; morreu em 1321, em Ravena, Itália)

POETA FILÓSOFO, AUTOR DO REVOLUCIONÁRIO POEMA DA DIVINA COMÉDIA

Estética, as artes da linguagem, da afeição e da expressão.
É parte da Filosofia. A emoção é o motor da atividade e da inteligência.

A civilização moderna, após o fim da Idade Média, com a queda do papado e do Feudalismo nos anos 1300, criou uma grande variedade na atividade humana, pela liberdade do povo trabalhador, com a indústria e o comércio, com a sistematização do sistema capitalista de liberdade civil. Criou também a saída das artes de dentro das igrejas e dos conventos para os espaços laicos. As artes se libertaram do controle dos teólogos e de seus sacerdotes, como ocorreu com a Filosofia. Em ambos os casos sem luta, gradualmente, sem conflito.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução. É a passagem de uma civilização medieval da guerra de defesa para uma civilização pacífica científica e industrial. A diversidade infinita de atividade social, os conflitos e alterações incessantes da vida estimulam a originalidade mental, mas não são favoráveis à perfeição da criação artística.
Triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente da religião apesar do clima de revolta. É o sinal da potente capacidade da natureza humana de produzir, mesmo em situação de desvantagem, um conjunto glorioso de criações artísticas.
As semanas deste oitavo mês do calendário mostram os representantes de todos os países desde o século XII até o século XIX. Dos quarenta e nove nomes, um terço são autores que escreveram em verso.


DANTE ALIGHIERI nasceu em Florença, Itália, em 1265 de família honrada e antiga. Com a idade de 24 anos ele estava em armas e participou como membro do partido Guelf Branco na batalha sangrenta de Campaldino em que os gibelinos foram vencidos.
Ele logo cedo se dedicou à poesia, lendo Boécio e Cícero, amando a música e estudando pintura. Ao chegar aos 30 anos de idade, entrou na administração da república de Florença por cinco anos, quando o partido dos Guelfes Brancos estava no poder.
De 1300 a 1302 a república passou um período de crise política, com uma guerra civil entre os partidos chamados Negros e Brancos. O papa Bonifácio VIII enviou a Florença um legado que tentou colocar Florença sob o governo do papado. Dante resistiu com veemência, o que o colocou como o chefe da resistência contra o papa. Na luta, o partido dos Negros se fez vitorioso e Dante, ligado aos Brancos, saiu da cidade para não mais voltar. O partido vitorioso em 1302 o condenou por várias acusações, a pagar elevada multa, a sair da cidade e à privação de seus direitos políticos. As condenações se repetiram por três vezes. A razão dessas condenações foi sua resistência às intrigas monstruosas do papa Bonifácio VIII, por ele chamado de “lo principe de’ nuovi Farisei”, o príncipe dos novos fariseus.
O resto da vida de Dante, por quase vinte anos, se passou na vida errante de cidade em cidade, indo de um protetor a outro. Ele encontrou refúgio em Verona. Depois foi a Bolonha, a Pádua e a Paris, estudando teologia, filosofia e retórica.
O poeta passou os dois ou três últimos anos de sua vida em Ravena, sob a proteção de Guido Novello de Polenta. Lá esteve com seus dois filhos, também exilados de Florença, com sua esposa e filha.
Em 1321 foi enviado com embaixada a Veneza pelo governo de Ravena. Sua missão não teve sucesso. Morreu ao voltar, em setembro de 1321, com a idade de 56 anos. A cidade de Florença muito mais tarde pediu a posse dos restos mortais do poeta, mas Ravena negou a entrega e Ravena continua a ser o último refúgio e o lugar de repouso do maior dos italianos.
As principais obras de Dante são La vita nuova, de 1293; De vulgari eloquentia, de 1304-1307; Il convivio de 1304-1307; De monarchia, de 1313. La divina commedia, o famoso épico poema, foi escrito entre 1301 e 1310, em que Dante descreve a sua caminhada conduzida por Virgílio, desde o inferno, pelo purgatório até o paraíso.
POEMA REVOLUCIONÁRIO. A Divina Comédia é uma obra épica incomparável, considerada a maior glória da arte humana. Dante começou a escrever em latim, mas, depois, resolveu escrever em italiano, tornando o idioma usual, em substituição ao latim, realizou a criação da língua italiana na literatura.  A viagem do inferno até o paraíso mostra uma forma de evolução da personalidade dos tipos humanos, chegando a uma regeneração final. Mas a obra tem um aspecto da revolução moderna, já que o poeta se coloca como juiz dos próprios sacerdotes do catolicismo.
Embora o destino do poema fosse idealizar o Catolicismo, o espírito predominante é o da revolução moderna. Não apenas a tendência do ceticismo crítico da modernidade aparece em protestos ocasionais. Nota-se o trabalho revolucionário acima de tudo na audácia da sua concepção geral. Ao tomar o poeta a posição superior de juiz para fazer o julgamento das crenças religiosas, o artista admite a decadência do cristianismo. Se ela fosse escrita cem anos antes, em pleno apogeu da religião, seria considerada um grande sacrilégio. Se fosse no século seguinte, com o avanço da emancipação religiosa, ela seria até supérflua como obra crítica.
Nota-se que a fase de transição política e cultural da Idade Média para a modernidade causa uma dificuldade à elaboração artística, que deve se apoiar numa situação estável, e não em tempos de mudança. Por essa razão, o poeta desloca o cenário para os tempos de tranqüilidade da antiguidade clássica.
Por toda sua obra, Dante é um expoente do movimento intelectual dos tempos modernos, a ser colocado junto com Descartes como representativo da intelectualidade moderna. Dante é, de fato, um perfeito poeta e filósofo, dotado do mais precioso estilo que a linguagem humana já produziu.

AMANHÃ: Lançamento das bases do humanismo na Renascença: Bocácio.


0715 03 B   OS TROVADORES DA IDADE MÉDIA   inventaram novos versos e poemas

15 DE JULHO: OS TROVADORES: a nova arte secular medieval de cultura e emoção

OS TROVADORES
Les Troubadours, The Troubadours,  The Trouvères, The Trouveurs
(viveram aproximadamente entre 1090 até 1290)
SECULARIZAÇÃO DA NOVA ARTE MUSICAL CRIADA PELOS TROVADORES MEDIEVAIS

ESTÉTICA
as artes da linguagem, da afeição e da expressão
É parte da Filosofia. A emoção é o motor da inteligência e da atividade

A civilização moderna, após o fim da Idade Média, com a queda do papado e do Feudalismo nos anos 1300, criou uma grande variedade na atividade humana, pela liberdade do povo trabalhador, com a indústria e o comércio, com a sistematização do sistema capitalista de liberdade civil. Criou também a saída das artes de dentro das igrejas e dos conventos para os espaços laicos. As artes se libertaram do controle dos teólogos e de seus sacerdotes, como ocorreu com a Filosofia. Em ambos os casos sem luta, gradualmente, sem conflito.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução. É a passagem de uma civilização medieval da guerra de defesa para uma civilização pacífica científica e industrial.
Triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico aos poucos se afastando da religião, apesar do clima de revolta. É o sinal da potente capacidade da natureza humana de produzir, mesmo em situação de desvantagem, um conjunto glorioso de criações artísticas.
A primeira semana tem Ariosto como chefe, mostrado no domingo último dia da semana. Ali estão autores que criaram pinturas ideais da natureza humana sob todas as suas formas, com a poesia de costumes, mostrada nas suas manifestações da história da sociedade moderna.

Ver em 0715 01 B   O QUADRO DO MÊS DANTE, A EPOPÉIA MODERNA, com todos os grandes tipos humanos do mês.


A Idade Média reuniu as condições favoráveis ao desenvolvimento da poesia. A guerra de conquista foi substituída pela guerra de defesa do grande império romano. O nível dos costumes, da moralidade, se elevou com a cavalaria e com o respeito pela mulher. Mas a situação da sociedade era muito instável, ao passar do regime de feudos e de castelos do feudalismo da Idade Média para o moderno regime de burgos, de vilas e cidades livres do barão feudal, com a independência da indústria e do comércio. Foi o fim de uma civilização de guerra de defesa com seus líderes religiosos para uma nova civilização de paz e de indústria, com a formação de novas lideranças dentro da sociedade. Até mesmo a linguagem, que dá a medida de muitas situações, estava em mudança, deixando de lado o latim de toda a Europa para os idiomas regionais. A perda do poder da religião também fez o latim perder a posição de língua internacional no continente mais adiantado do mundo.
A era medieval produziu as Niebelungen e a Chanson de Roland. Mas os costumes mostrados por esses dois poemas sofreram, tanto como a linguagem, rápidas e muitas vezes violentas transformações.
Mas, no sul da França, foi diferente. A região da Provença foi cedo incorporada à civilização de Roma. E ficava fora da corrente central da invasão das tribos bárbaras que devastavam a Itália. A terra que abrigou os godos, os mais simpáticos invasores do norte, ficou protegida da agressão dos vândalos e dos hunos. É natural que a língua de Provença, o provençal, tenha atingido uma rápida maturidade. Dante chegou a tentar o uso do provençal para escrever a Divina Comédia.
O romance heróico e as canções de amor eram produto dos TROVADORES, os autores dessa arte. No norte da França o nome desses menestréis foi o de TOUVÈRES. Eles tiveram grande influência sobre a sociedade da época, sendo patrocinados por monarcas como Ricardo I da Inglaterra e como Afonso II de Aragão.
A arte dos trovadores é a maior influência para o desenvolvimento secular da música da Idade Média na modernidade. Corresponde, na arte, à secularização da sociedade, em todos os aspectos, ao sair do feudalismo para entrar na civilização moderna. A secularização mostra a libertação gradual das populações do poder cultural do Catolicismo, feito dentro das igrejas e dos conventos, até então progressista. A arte, como a ciência e a política passa sem rutura, aos poucos, para fora das igrejas, para os palcos e arenas laicas.
Dois dos trovadores estão mencionados por Dante. No Purgatório, Canto XXVI, ele encontra Arnaud Daniel, que é chamado de - o melhor dos artistas na língua provençal. Dante confessa que tomou dele a forma lírica de alguns de seus poemas. Outro trovador, citado por Dante, é Bertrand de Born, um feroz guerreiro da Gascônia que promoveu os conflitos entre o rei Henrique II da Inglaterra e seu filho primogênito. Por esse motivo Dante o coloca no Inferno, junto com Maomé e de outros que semearam a discórdia entre os homens (Canto XXVII).
O nome de TROVADOR é derivado do occitanian “trobar”, inventar, achar, em francês, “trouver”. O trovador, assim, é aquele que inventa novos poemas, com novos versos para combinar com seus elaborados enredos de amor. Muito de sua arte foi preservada, em “chansonniers” ou catálogos de canções.
A influência dos travadores sobre a sociedade ocorreu de forma sem precedentes na história da poesia medieval. As cortes reais acolhiam os trovadores, que tinham grande liberdade de expressão, frequentemente intervindo até nos conflitos políticos. Mas seu grande papel foi criar entre as damas da nobreza uma aura de cultura e de emoção que nada até então tinha produzido.
A poesia dos trovadores formou uma das mais brilhantes escolas que existiu, e que conseguiu influenciar toda a poesia lírica que depois se produziu na Europa.

AMANHÃ: Lançamento das bases do humanismo na Renascença: Bocácio.



Notar que
você não será maior
do que sua visão da vida,

isto é, do que sua filosofia.

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