domingo, 20 de julho de 2014

0720 C LA FONTAINE descrente sem maldade, consciente da fragilidade humana.

20 DE JULHO. La Fontaine: eloqüente, usa a seguir estilo duramente simples, chocante

LA FONTAINE
Jean de La Fontaine
(nasceu no ano 1621 da nossa era, no Château-Thierry, França; morreu em 1695, em Paris)

AUTOR DA GRANDE OBRA PRIMA AS FÁBULAS DA VAIDADE HUMANA

ESTÉTICA
as artes da linguagem, da afeição e da expressão
É parte da Filosofia. A emoção é o motor da inteligência e da atividade

Ver em 0716 01 C   O QUADRO DO MÊS DANTE, A EPOPÉIA MODERNA, com todos os grandes tipos humanos do mês.

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.

JEAN DE LA FONTAINE (1621-1695) nasceu em Château-Thierry, na Champagne, onde seu pai era encarregado do Serviço de Águas-e-Florestas. Ele foi educado no Colégio de Reims. Até aos 22 anos foi um jovem normal, quando, então, ficou tão vivamente impressionado pelas poesias de Malherbe, que começou a fazer versos. Seu pai o encorajou nessa arte. Ele sucede a seu pai no cargo, como era costume na época. Ele se casou, mas o casamento não combinava com seu caráter e assim foi por toda a vida. La Fontaine parece ter se libertado das obrigações práticas, tanto na vida particular como na vida pública. Só se relacionava com aqueles que reconheciam o valor de sua criatividade particular. Fora disso, não se importava por ser visto como muito gordo e pouco apropriado à vida em sociedade.
Felizmente ele recebeu o apoio material de que ele tinha necessidade do pequeno número de pessoas que compreenderam seu valor. Entre os primeiros que o apreciaram, deve-se colocar a duquesa de Bouillon e em especial Fouquet, o ambicioso superintendente de finanças cuja carreira terminou de maneira desastrosa. Depois do exílio de Fouquet, La Fontaine viveu por 20 anos na casa de Madame de la Sablière onde ele teve todo o lazer que desejava.
Em 1684, com a morte de Colbert, ele foi eleito para a cadeira dele na Academia Francesa de Letras. Com a morte de Mme. de la Sablière, La Fontaine, que nunca tinha feito qualquer esforço sobre si mesmo para ganhar a vida, passou um momento de necessidades até que o Senhor d’Hervart lhe ofereceu um abrigo, em 1693.
La Fontaine morreu em Paris, em 13 de abril de 1695.
O lugar de La Fontaine na história da poesia está assegurado. Ele possuía ao mais alto grau a arte de fazer uma narrativa comum, familiar, com muita graça e simplicidade. Os seus Contos, imitados de Boccácio e de outros novelistas da última parte da Idade Média, mostram a licenciosidade dos textos originais e não são recomendáveis para todo tipo de leitor.
Sua Fábulas são as mesmas de Fedro e de Esopo, mas contadas, agora, com uma formosura deliciosa que só pode ser encontrada em La Fontaine, que tornou as narrativas imortais. Nas fábulas posteriores, ele fez a sátira aos nobres da corte real, dos burocratas, da igreja, dos novos ricos, ou seja, satiriza toda a representação humana.
La Fontaine era um cético descrente, mas sem maldade, consciente da fragilidade humana e de sua ambição. Os seus temas satíricos permitiam uma distensão da linguagem poética. Ele podia, assim, ser eloqüente ao debochar da eloqüência, ou, em contraste, usar a seguir um estilo duramente simples. Essa variação de tonalidade e de estilo pode ser vista em seus textos.
La Fontaine influenciou muitos escritores mais modernos. Seu estilo é vivo e a narração é feita com arte, mostrando a filosofia de vida do autor. Seus contos e novelas vêm de fontes como o Decameron de Baccácio e o Heptameron de Margaret de Navarra. Mas a sua narrativa é muito diferente, apresentando rara inteligência e vivacidade. Ele escreveu também outros trabalhos, com poemas, libretos para ópera, peças teatrais e contos em verso e prosa do Os amores de Cupido e Psiquê.
A linguagem de La Fontaine é de uma pureza preciosa, sem ter o classicismo exageradamente ornado de seu tempo. La Fontaine inventou um estilo particular que ficou famoso para sempre.


AMANHÃ: Robinson Crusoe - é impossível viver o indivíduo sem a sociedade: Daniel Defoe.


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