sábado, 25 de fevereiro de 2012

0223 OVÍDIO a graça contagiante de seus versos

FEVEREIRO 23: Ovídio poeta romano fecundo e sutil.

OVÍDIO
Ovid, Publius Ovidius Naso
(nasceu no ano 43 antes da nossa era, em Sulmona, Itália; morreu no ano 17 da nossa era em Constanta, Romênia)

POETA ROMANO DE SUPREMA EXECUÇÃO NA ARTE POÉTICA DO VERSO E DA RIMA

Redução do cruel poder político e intelectual da religião
ao derrotar as forças da Teocracia oriental.

Na Grécia a arte coordenou a política militar num período histórico crítico. Nessa época foi eliminado pela primeira vez no mundo o total poder político e mental da casta hereditária e secreta dos sacerdotes das teocracias. Para sempre.
Foi politeísmo militar contra politeísmo sacerdotal.
A arte gera emoções, cria visões de progresso, visões do futuro.
A arte tem, desse modo, certo poder de antever o progresso, de criar novos ideais. É um poder profético natural, criado por humanos. Mas não é a profecia sobrenatural mágica, dos antigos.
Na quarta semana do mês de Homero estão os poetas de Roma, tanto os épicos como os líricos. Ela compreende um período de seis séculos e meio pelo menos, sua influência continuando através da idade média. É como a visão profética de uma era de paz que inspira os poemas de Virgílio até que seria formulada de novo por Dante.
A semana termina no domingo tendo como chefe Virgílio.

Ver em 0129-01 Quadro do Mês de Homero, a Poesia Antiga,
com os grandes tipos representantes do mês.


OVÍDIO nasceu em Sulmona na Itália central. Ele levou em Roma uma vida de intensa produção literária até que perto de ter seus 52 anos uma ordem do Imperador Augusto o exilou para Tomi, em Constanta, na Romênia, no Mar Negro, onde morreu depois de oito anos de tristeza solitária.
A imoralidade de muitos de seus escritos e a suspeita de uma intriga envolvendo o adultério da jovem Júlia, a neta do Imperador, teriam sido a causa de seu exílio. O Imperador fez da punição dada a Ovídio um exemplo público de que Augusto exercia o controle da moralidade em Roma. A jovem Júlia também foi exilada.
Ovídio, o mais fecundo dos poetas latinos nos deixou três longas séries de poemas de amor, um poema sobre As Razões e As Estações das cerimônias romanas, duas séries de lamentações a respeito de seu exílio, sob a forma de elegias e um romance poético em hexâmetros mais longo do que qualquer de seus poemas.
O pequeno número de anos que separam Ovídio de Tíbulo marca um progresso evidente nas condições políticas e sociais do Império Romano. O regime estava então firmemente estabelecido: não se ouvia nenhum murmúrio, nenhuma reclamação. A poesia de Ovídio é um reflexo dessa tranqüilidade social.
Dedicado ao gênero da elegia, foi necessário que fizesse certo sacrifício do tema em favor da forma da poesia; mas elevando a forma dos versos à mais alta perfeição de que ela era suscetível, Ovídio se mostrou incontestavelmente um dos mais habilidosos mestres da linguagem que até hoje o mundo já conheceu.
Ele empregou a mesma capacidade no desenvolvimento de suas idéias. Sua poesia, a não ser quando aborrecido, nunca saiu de um impulso; é um produto preciso, correto, que saia de seu pensamento. Nenhum grande interesse público ou particular influenciou suas afeições nem seu talento ou reduziu seu entusiasmo sempre muito pessoal, sem ser, no entanto, desprovido de generosidade.
Algumas de suas obras são de amor verdadeiro. Outras são imorais devido a sua destinação satírica e estão quase esquecidas. O aspecto particular de seu pensamento encontrou uma aplicação na reconstituição dos detalhes das coisas antigas em Os Fastos, As Datas.  Um uso mais completo e mais elevado dos fatos antigos estão em As Metamorfoses. É nesse livro de Ovídio e no livro de Luciano que foi preparada a Novela moderna de que nós desconhecemos, talvez, o seu valor.
As freqüentes citações que foram feitas de sua obra em combinação com a graça contagiante de seus versos asseguraram a Ovídio na Idade Média e na modernidade um círculo de leitores e de admiradores mais amplo do que a outro qualquer poeta da antiguidade.


AMANHÃ: A imaginação e a paixão de Lucano na poesia sem deuses.

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