quinta-feira, 11 de agosto de 2011

0811 BYRON O PODER DA SOCIEDADE

11 DE AGOSTO: Byron: A visão do poder da sociedade humana no futuro.

BYRON
Lord Byron, George Gordon Byron, 6º Barão Byron; George Gordon Noel Byron, 6th Baron Byron
(nasceu em Londres, em 1788; morreu em 1824, em Missolonghi, na Grécia)

POETA INGLÊS ROMÂNTICO, SATÍRICO E REVOLUCIONÁRIO, CRIADOR DO DON JUAN

A Estética, as artes da linguagem, da emoção e da expressão.
É parte da Filosofia. O sentimento é o motor da atividade e da inteligência.

O Calendário Filosófico consagra dois meses do ano à Estética moderna. O mês de Dante com o nome de Epopéia Moderna coloca também os nomes de representantes da poesia romântica. O outro mês é o de Shakespeare, dedicado ao drama moderno.
A civilização moderna, após o fim da Idade Média, com a queda do papado e do Feudalismo nos anos 1300, sofre uma longa e demorada revolução. Criou-se uma grande variedade na atividade humana, pela liberdade do povo, pela paz necessária para a indústria e o comércio. Criou também a saída das artes e do ensino de dentro das igrejas e dos conventos para os espaços laicos. As artes se libertaram do controle dos teólogos e de seus sacerdotes, como ocorreu com a Filosofia. Em ambos os casos sem luta, gradualmente, sem conflito, de modo quase despercebido.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolta. Os formadores de opinião da Idade Média, fortes e sistemáticos, perderam a unanimidade na sociedade. Mas a nova classe de formadores é heterogênea, sem unidade de doutrina. Ainda não está pronto o sistema próprio da nova civilização de liberdade, a ser pacífica, científica e industrial. A diversidade infinita de atividade social, de conflitos e alterações incessantes da vida estimula a originalidade mental, mas não são favoráveis à perfeição da criação artística.
Triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente apesar do clima de revolta. É o sinal da potente capacidade de produção da natureza humana.
Nesta quarta semana a poesia dos sentimentos domina a semana. Aqui estão os líricos, os místicos, panteístas, os poetas da mente humana em todas as suas manifestações e suas emoções, desde Tomás de Kempis e Bunyan até Byron Shelley.
Ver em 0716 1 O QUADRO DO MÊS DANTE, A EPOPÉIA MODERNA, com os grandes tipos humanos do mês.



BYRON é o poeta que mostra a grandeza moral do homem moderno, quando libertado das opressoras lendas e quimeras antigas. A elevação emocional moderna, após a Idade Média, foi prevista tanto por Byron como pelo poeta alemão Goethe. Byron é o grande nome entre os poetas modernos, com espírito audacioso, que criou personagens imortais. O reconhecimento da força moral mostra o homem como dono de seus destinos, como mestre e como intérprete da natureza.
O novo elemento da emoção lírica, na realidade é revolucionário, até destruidor na sua origem e nas suas simpatias. Mas, com os defeitos que apresenta, indica o caminho para uma poesia do futuro. Uma poesia mais verdadeira do que os vagos esforços do panteísmo, onde tudo é deus. Mais inspiradora do que uma pintura qualquer do passado, mais enérgica do que os sonhos dos adoradores em êxtase.
Byron nasceu em 1788 em família inglesa nobre, tradicional, que em 1540 tinha recebido de presente do rei Henrique VIII a rica da abadia de Newstead no condado de Nottinghamshire, no meio leste da Inglaterra. A grande linha de sucessão de soldados desde a conquista do país obteve, em 1643, o título de nobreza por seus serviços durante a guerra civil. Durante os anos 1700, no século 18, os Byrons se destacaram como navegadores e também como gastadores e libertinos.
O poeta nasceu em Londres em janeiro de 1788, filho do elegante e perdulário Capitão John Byron, chamado de “Mad Jack” (João Maluco) e de sua segunda esposa, Catherine Gordon, uma escocesa. Depois que seu marido gastou a maior parte da fortuna que herdou, a Senhora Byron levou seu filho para Aberdeen, na Escócia. Lá eles viveram em dormitórios, com poucos recursos. O Capitão morreu na França em 1791. O filho, George, nascera com o pé deformado, que nele produziria uma grande vergonha por seu defeito ao caminhar. Quando tinha 10 anos, Byron herdou o título de barão e uma fortuna deixada pela morte de seu tio-avô, William, o 5º barão Lord Byron, chamado de o “mau Lord”.
O jovem Byron iria se tornar a personalidade mais interessante dos anos 1800, o século 19. Da mesma forma que acontece com muitos grandes homens, o gênio do poeta, esplendido e de natureza verdadeiramente nobre, é manchado, mas não arruinado pelo vício, pelo egoísmo e por alguma mesquinhez. Em 1803 ele se apaixonou por sua prima distante, Mary Chaworth, que o rejeitou. Ela tornou-se, para Byron, o símbolo do amor idealizado e impossível.
O jovem foi educado na conceituada Harrow School e em 1805 freqüentou a Universidade de Cambridge. Os sinais de sua ambivalência sexual se tornaram pronunciados quando ele descreveu uma paixão violenta, mas pura, com amor e paixão por um jovem membro do coro da universidade. Durante toda sua vida, no entanto, Byron se mostrou sempre muito ligado ao amor das mulheres, indicando um forte pendor para o comportamento heterossexual.
Em 1807, aos 19 anos, o poema de Byron HOURS OF IDLENESS, foi publicado. Uma crítica contrária ao seu trabalho na Revista de Edinburg provocou uma resposta satírica de Byron em 1809, com versos heróicos, duplos rimados, com o nome de ENGLISH BARDS AND SCOTCH REVIEWERS (Poetas Ingleses e Críticos Escoceses).
Em 1809 Byron tomou o seu lugar na Câmara dos Lordes. Também em 1809 ele começou dois anos de viagem a Portugal, Espanha e Grécia. Em 1812 Byron publicou os primeiros dois Cantos de CHILDE-HAROLD’S PILGRIMAGE (A peregrinação de Childe-Harold), um poema contando as viagens na Europa. Essa obra trouxe grande fama a Byron. Em 1815 ele se casou com Anna Isabella Milbanke, com quem teve sua filha Augusta Ada. Ele se separou da esposa no ano seguinte. Quando, ainda em 1816, cresceram os rumores da relação de incesto com sua meia-irmã Augusta Leigh e dúvidas sobre sua bisexualidade, Byron, ferido pela geral indignação moral dirigida contra ele, deixou a Inglaterra para não mais voltar.
Byron se colocou como o poeta do movimento revolucionário do século 19, o primeiro que anunciou uma nova Renascença. Ele cumpriu sua missão com o sentimento da missão soberana do homem para dominar a terra e fazer seu domínio esplendido e final.
Os romances e os versos de sua juventude, as sátiras e mesmo o DON JUAN podem ser deixados de lado para leitura em nossos dias. Mas merece leitura a pintura da sociedade humana no passado e a visão da potência do homem no futuro, bem descritos na parte final do CHILDE-HAROLD, e os versos de MANFRED, CAIN, CÉU E INFERNO que ficarão como apelos permanentes para conforto do sentimento e para inspirar o respeito pela natureza humana.


AMANHÃ: Um poeta revolucionário moderno, partidário de Satan: MILTON.


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