sexta-feira, 15 de março de 2013

0316 C EPÍTETO há uma comunidade mais extensa a humanidade


16 DE MARÇO: Epiteto e o império do controle sobre si próprio

EPÍTETO
Epictetus
(nasceu no ano 55 de nossa era, em Hierápolis, na Frígia, Ásia Menor, hoje Turquia; morreu no ano 135 em Nicópolis, Epirus, na Grécia)

FILÓSOFO GREGO ESTÓICO DA LIBERDADE E DA HUMANIDADE

A evolução intelectual livre
Iniciando a criação da ciência pura abstrata.
Pela primeira vez no mundo acontece nas cidades da Grécia Antiga que pensadores livres dedicaram sua vida a pesquisar o homem e o mundo. Isto é, a encontrar os fatos gerais e princípios que governam tudo que somos e que nos envolve.
Desde o século 7º ao 5º antes da nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a fazer o universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência como duas forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a ciência separada da filosofia.
Esta terceira semana do mês de Aristóteles da Filosofia Antiga apresenta o ponto de vista da Ética da cultura grega. Esses pensadores é que mais atraíram os filósofos romanos. Eles figuram na semana com três pensadores de Roma.
O tipo principal é Sócrates como chefe da semana no domingo que a encerra.

Ver o Quadro 0226-01 C do Mês de Aristóteles da Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação da ciência abstrata.

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade, preparando
a civilização do futuro.


EPITETO (55-135 dC) nasceu em Hierápolis, na Frigia, na parte central da Anatólia (atual Turquia). Passou grande parte de sua vida como escravo em Roma. Seu dono era Epafroditus, oficial da guarda do imperador Nero.
O escravo antigo era tratado de forma diferente dos escravos africanos modernos. Epafroditus, homem de natureza modesta, permitiu que o jovem escravo Epiteto seguisse as lições do famoso estóico Musonius Rufus. Os cidadãos ricos se vangloriavam de ter ao seu redor escravos instruídos. Mais tarde Epiteto ganhou sua liberdade e passou a ensinar em Roma.
No ano 89 o imperador Domiciano baniu da cidade todos os filósofos, receoso de suas doutrinas revolucionárias. Epiteto foi para Nicópolis, em Epirus, no noroeste da Grécia, onde abriu uma escola e ensinou até a morte. Ele não deixou obra escrita. Nós temos o registro de seus pensamentos redigidos por seu discípulo Arriano.
Epiteto era um pensador estóico da escola romana. O princípio de Zeno, viver de acordo com a natureza, era muito vago. A ordem social sólida que Roma e o regime do Império fundaram deu uma nova significação a essas palavras.
A conquista feita pelas tropas na guerra e a lei de Roma tornaram os seus homens capazes de sentir que acima e bem além do estreito patriotismo do Estado ou mesmo da cultura grega. Havia uma comunidade humana mais extensa, que constituía uma parte da ordem da natureza, à qual os homens deviam se conformar se eles estivessem destinados a serem verdadeiramente livres.
Esse pensamento está bem claro no ensino de Epiteto:
“Tome, diz ele, os órgãos do corpo. Examinando separadamente, parecerá que a natureza do pé é de manter-se limpo, mas considerando-o como órgão do corpo, será necessário que ele caminhe na lama, sobre espinhos e algumas vezes será necessário que ele seja cortado fora para salvar o corpo. Assim é como o homem: considerado como indivíduo isolado será de sua natureza viver até uma idade avançada, rico e saudável; mas como membro de um todo social, é necessário, no interesse desse todo, que ele se exponha à doença, à fadiga, ao perigo e a uma morte prematura”.
A doutrina de Epiteto era uma teologia simples, nobre, sem dogma. Ensinava ele que nós temos em nós um guardião, um deus:
“Vós tendes um deus em vós mesmos e não vedes que vós o agredis por pensamentos impuros e por más ações? Dessa maneira somente os homens podem ser livres, porque sem império sobre si mesmo e sem resignação à vontade suprema, os maiores homens e os mais baixos estarão no mesmo nível”.
Epiteto, como um pensador estóico tardio, modificou o sentimento de distinção que separava os gregos dos outros povos, então chamados de bárbaros. Ao contrário, os estóicos chamavam-se cosmopolitas, pensando que sua cidade, sua polis, ou cidade-estado, seria o mundo inteiro, o cosmos todo, sem divisões, entre homens livres e escravos, entre gregos e bárbaros.
Os estóicos ensinavam a bondade para com os inimigos vencidos e para com os escravos. Ensinavam que se devia alargar o sentimento de apego a círculos cada vez maiores, na família, para os amigos e por fim para todos os homens, irmãos por natureza, para a humanidade como um todo.

AMANHÃ: Tácito e a análise do caráter individual.


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