quarta-feira, 6 de março de 2013

0306 C XENOFANES o saber é relativo por depender de nossas próprias faculdades


MARÇO 06: Xenofanes: a incapacidade de conhecer o absoluto

XENOFANES
Xenophanes
(nasceu cerca do ano 580 antes da nossa era, em Colophon, Jônia; morreu cerca do ano 500)

FILÓSOFO, POETA, REFORMADOR RELIGIOSO

A evolução intelectual livre Iniciando a criação da ciência pura abstrata.
Pela primeira vez no mundo acontece nas cidades da Grécia Antiga que pensadores livres dedicaram sua vida a pesquisar o homem e o mundo. Isto é, a encontrar os fatos gerais e princípios que governam tudo que somos e que nos envolve.
Desde o século 7º ao 5º antes da nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a fazer o universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência como duas forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a ciência separada da filosofia.
Nesta segunda semana do mês de Aristóteles se mostram os ideais dos antigos gregos aspirando organizar toda a vida humana com base nas ciências. Ideais colocados por Pitágoras tendo por base a Matemática.
A semana termina no domingo dedicado a Pitágoras, o chefe da semana.

Ver o Quadro 0226-01 C do Mês de Aristóteles da Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação da ciência abstrata.

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade, preparando
a civilização do futuro.



XENOFANES (580 aC-500 aC) saiu da Jônia para a Itália, como fez Pitágoras, seu contemporâneo. Nasceu em Colophon perto de Êfeso e se estabeleceu por fim na colônia da Eléa no golfo de Posidonia.
Os pensamentos de Xenofanes foram feitos em versos e somente alguns fragmentos chegaram até nós. Tanto como podemos julgar, eles foram um protesto indignado contra o antropomorfismo do politeísmo que faziam os deuses à semelhança dos homens, ao mesmo tempo em que era uma tentativa para dar ao culto religioso uma forma mais pura.
Xenofanes dizia que
“Os homens são bastante loucos para acreditar que os deuses nasceram como eles nascem, que usam também roupas, que têm sua voz e sua imagem. Mas se os animais pudessem formar uma idéia dos deuses, os cavalos os fariam semelhantes a cavalos e os bois fariam seus deuses à sua própria imagem. Não há um só deus, acima dos deuses e dos mortais, que não pareça em nada nem pelo corpo nem pelo pensamento com os seres humanos”;
Aristóteles disse que Xenofanes foi o primeiro pensador que considerou o universo como um todo:
“observando a abóbada dos céus ele declarou que o conjunto do universo era deus.”
Profundamente convencido da incapacidade ou estado do homem de chegar ao conhecimento absoluto, ele disse:
“Ninguém disse nada de claro sobre os deuses ou sobre o universo; mesmo quando diz a verdade, ignora se disse a verdade; tudo é questão de opinião. As diferentes vistas do homem quanto aos fenômenos que se passam em torno dele, são relativas às suas próprias faculdades e não são a expressão de um conhecimento absoluto”.
O conhecimento absoluto era procurado pela filosofia antiga, por meio do saber das causas primeiras e dos primeiros princípios. A Metafísica antiga era definida como o estudo dessas primeiras causas e princípios. O saber absoluto não é dependente, mas tudo dependeria dele. Seria o saber divino, de deuses de saber eterno, que nunca mudaria. A divindade não depende de outro poder. É o único poder absoluto.
Em oposição ao absoluto, o saber relativo depende das condições para sua realização. O poder de um motor elétrico depende de fatores como suas peças, de seu enrolamento, da alimentação de corrente elétrica. Todo saber científico depende de condições, de fatores determinantes. Por exemplo, o fenômeno vida depende da assimilação e desassimilação com o meio ambiente. Depende de fenômenos químicos, depende da temperatura ambiente, depende da atração terrestre, de todos os fenômenos mais simples. O filósofo francês Augusto Comte (1798-1857) afirma que “que tudo é relativo; esse é o único conhecimento absoluto”. Ou seja, que somente essa regra relativa é eterna, que não muda, na ausência do absoluto.
O principal discípulo de Xenofanes foi Parmênides, que estabeleceu a distinção entre a existência absoluta inacessível e o estudo dos fenômenos múltiplos e em mudança com uma força e detalhe mais amplos do que seu mestre tinha feito.

AMANHÃ: Empédocles e a metempsicose.

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