sexta-feira, 30 de março de 2012

0331 B HIPÓCRATES a sinergia das funções e a ação do meio sobre o organismo

MARÇO 30. AVERROES: a filosofia independente da revelação religiosa

AVERROES
Ibn Rushd, Abu al-Walid Muhammad ibn Ahmad, ibn Muhammad, Averrhoës em latim
(nasceu no ano 1126 da nossa era, em Côrdoba, Espanha; morreu em1198 em Marrakech, hoje em Marrocos)

FILÓSOFO E MÉDICO HISPÂNICO REUNIU O SABER ISLÂMICO AO DA GRÉCIA ANTIGA


AS BASES DA CIÊNCIA

Os gregos antigos tiveram grandes filósofos até a obra de Aristóteles. Depois dele, os pensadores passaram ao estudo das ciências particulares. A filosofia ficou sem maior desenvolvimento.
Todos os conhecimentos da época foram registrados pela descrição dos fatos da vida diária. Anotaram os conflitos políticos, as paixões humanas, a estrutura e as doenças do corpo humano, todos os fatos que a sua volta ocorriam na agricultura,à navegação e às outras artes. Mas o que tornou célebres os gregos antigos foi que descobriram o estudo abstrato dos fenômenos dos seres, pelo estudo de suas propriedades, dos acontecimentos, das ocorrências.
O início do estudo ABSTRATO foi realizado pela primeira vez no mundo pelos gregos. Outros, como os egípcios, já tinham feito a medição dos campos, dos terrenos e já tinham calculado as dimensões da pedras para a construção de seus templos. Mas só com Tales e aqueles que o sucederam os gregos tiveram o mérito de, por meio e sua imaginação, retirar, por abstração, as linhas e os ângulos que formam os objetos. Linhas e ângulos são propriedades percebidas pelos sentidos, não são objetos físicos que existam ou bens que se possam minerar ou cultivar na natureza ou produtos obtidos por fabricação.
A função cerebral da abstração é a forma mais complexa da capacidade da inteligência humana. Envolve a observação dos fenômenos ou acontecimentos e sua elaboração mental abstrata. O progresso da ciência em todos os tempos se acelera com aplicação da pesquisa abstrata. O psicólogo Jean Piaget(1896-1980) confirmou experimentalmente que as crianças só conseguem pensar abstratamente após cerca da idade de sete anos.
O filósofo francês Auguste Comte já tinha identificado o mesmo nos povos primitivos e nas crianças. Somente quando os povos evoluem da feitiçaria ou feiticismo, da magia ou animismo é que conseguem pensar no politeísmo em deuses, que são conceitos abstratos, dotados de propriedades superiores, de enorme poder. Se assim é, somente povos politeístas poderiam chegar a desenvolver a abstração científica. Os politeístas da Teocracia Oriental, embora capazes de criar seus deuses abstratos, não conseguiram criar a ciência abstrata talvez por ser a casta sacerdotal secreta um poder político totalitário impedindo a iniciativa da livre pesquisa dos pensadores laicos.
A primeira semana do mês de Arquimedes consagra os sábios que pesquisaram a medicina e os conhecimentos biológicos preliminares que resultaram dessas pesquisas. A presidência da semana é de Hipócrates. Ali figuram os nomes dos principais anatomistas da universidade de Alexandria no Egito e daqueles entre os autores árabes que escreveram sobre medicina.

Ver o Quadro 0325 01 B do mês de Arquimedes Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação dos fundamentos do conhecimento biológico na antiguidade.

IBN RUSHD, conhecido no ocidente pelo nome de AVERROES nasceu em Córdoba onde seu pai tinha a função de Mufti ou principal magistrado da Andaluzia, na Espanha. Seu pai lhe ensinou a lei de Maomé, tendo estudado com outros mestres teologia, filosofia e medicina. Ficou com o lugar de seu pai como Mufti de Andaluzia e logo depois também o posto de Mufti da Mauritânia.
Devido a suas publicações filosóficas e teológicas sobre a conciliação da predestinação e da liberdade dos homens sofreu a acusação de heresia, sendo destituído depois de apresentar sua retratação pública. Mais tarde retirou-se para sua cidade natal, sendo reconduzido às suas funções, morreu no ano de 1198 da nossa era.
Averroes foi um fecundo escritor. Ficou conhecido por Dante Alighieri como “o grande comentador” de Aristóteles. Escreveu também sobre a REPÚBLICA de Platão. Suas obras tiveram grande influência sobre os escolásticos da Idade Média, tanto na Europa como no mundo islâmico por muitos séculos. Tratou da concordância entre o ensino da religião e da filosofia, sobre o método de comprovação das doutrinas religiosas, sobre a Incoerência da Incoerência, sempre defendendo o estudo filosófico da religião contra a opinião dos teólogos. Sua obra principal sobre medicina tem o título de O TUDO (Kullyat), um tratado de sete livros sobre anatomia, saúde, doenças, sintomas, remédios e alimentos, regime alimentar e tratamento das doenças. As opiniões de Averroes afirmando ser maior o poder da razão sobre a religião motivou seu exílio em 1195, sendo perdoado pouco tempo antes de sua morte.
Na Idade Média o pensamento de Averroes foi interpretado como uma teoria da verdade dupla, a verdade da filosofia diferente da verdade religiosa. Mas o certo é que ele supunha era que as verdades eram expressas em duas formas, pela filosofia, como fez Aristóteles, e pela religião. Averroes rejeitava a hipótese da criação do mundo, que afirmava não ter começo. Para ele o Deus é o motor primeiro, a força auto sustentada que produz todo movimento, que transforma a potência em ato.
Os livros de Aristóteles ficaram conhecidos na Europa cristã por meio de traduções feitas para o latim no fim dos anos 1100, do século 12 ao início do século 13. Comentários feitos pelos árabes, entre eles Averroes também foram divulgados. A filosofia clara e forte de Aristóteles orientou na direção do conhecimento empírico e formou uma escola dos filósofos conhecidos com o nome de “averroístas”. Eles afirmavam que a filosofia era independente da revelação religiosa. Essa era uma ameaça à ortodoxia cristã, que passou a preocupar pensadores como Alberto Magnus e Tomás de Aquino para resolver a dificuldade. Foi Aquino que afinal introduziu na doutrina católica a filosofia de Aristóteles.

AMANHÃ: Hipócrates fundador da arte médica.

0330 B AVERROES sete livros sobre anatomia medicina e alimentos

MARÇO 30. AVERROES: a filosofia independente da revelação religiosa

AVERROES
Ibn Rushd, Abu al-Walid Muhammad ibn Ahmad, ibn Muhammad, Averrhoës em latim
(nasceu no ano 1126 da nossa era, em Côrdoba, Espanha; morreu em1198 em Marrakech, hoje em Marrocos)

FILÓSOFO E MÉDICO HISPÂNICO REUNIU O SABER ISLÂMICO AO DA GRÉCIA ANTIGA


AS BASES DA CIÊNCIA

Os gregos antigos tiveram grandes filósofos até a obra de Aristóteles. Depois dele, os pensadores passaram ao estudo das ciências particulares. A filosofia ficou sem maior desenvolvimento.
Todos os conhecimentos da época foram registrados pela descrição dos fatos da vida diária. Anotaram os conflitos políticos, as paixões humanas, a estrutura e as doenças do corpo humano, todos os fatos que a sua volta ocorriam na agricultura,à navegação e às outras artes. Mas o que tornou célebres os gregos antigos foi que descobriram o estudo abstrato dos fenômenos dos seres, pelo estudo de suas propriedades, dos acontecimentos, das ocorrências.
O início do estudo ABSTRATO foi realizado pela primeira vez no mundo pelos gregos. Outros, como os egípcios, já tinham feito a medição dos campos, dos terrenos e já tinham calculado as dimensões da pedras para a construção de seus templos. Mas só com Tales e aqueles que o sucederam os gregos tiveram o mérito de, por meio e sua imaginação, retirar, por abstração, as linhas e os ângulos que formam os objetos. Linhas e ângulos são propriedades percebidas pelos sentidos, não são objetos físicos que existam ou bens que se possam minerar ou cultivar na natureza ou produtos obtidos por fabricação.
A função cerebral da abstração é a forma mais complexa da capacidade da inteligência humana. Envolve a observação dos fenômenos ou acontecimentos e sua elaboração mental abstrata. O progresso da ciência em todos os tempos se acelera com aplicação da pesquisa abstrata. O psicólogo Jean Piaget(1896-1980) confirmou experimentalmente que as crianças só conseguem pensar abstratamente após cerca da idade de sete anos.
O filósofo francês Auguste Comte já tinha identificado o mesmo nos povos primitivos e nas crianças. Somente quando os povos evoluem da feitiçaria ou feiticismo, da magia ou animismo é que conseguem pensar no politeísmo em deuses, que são conceitos abstratos, dotados de propriedades superiores, de enorme poder. Se assim é, somente povos politeístas poderiam chegar a desenvolver a abstração científica. Os politeístas da Teocracia Oriental, embora capazes de criar seus deuses abstratos, não conseguiram criar a ciência abstrata talvez por ser a casta sacerdotal secreta um poder político totalitário impedindo a iniciativa da livre pesquisa dos pensadores laicos.
A primeira semana do mês de Arquimedes consagra os sábios que pesquisaram a medicina e os conhecimentos biológicos preliminares que resultaram dessas pesquisas. A presidência da semana é de Hipócrates. Ali figuram os nomes dos principais anatomistas da universidade de Alexandria no Egito e daqueles entre os autores árabes que escreveram sobre medicina.

Ver o Quadro 0325 01 B do mês de Arquimedes Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação dos fundamentos do conhecimento biológico na antiguidade.

IBN RUSHD, conhecido no ocidente pelo nome de AVERROES nasceu em Córdoba onde seu pai tinha a função de Mufti ou principal magistrado da Andaluzia, na Espanha. Seu pai lhe ensinou a lei de Maomé, tendo estudado com outros mestres teologia, filosofia e medicina. Ficou com o lugar de seu pai como Mufti de Andaluzia e logo depois também o posto de Mufti da Mauritânia.
Devido a suas publicações filosóficas e teológicas sobre a conciliação da predestinação e da liberdade dos homens sofreu a acusação de heresia, sendo destituído depois de apresentar sua retratação pública. Mais tarde retirou-se para sua cidade natal, sendo reconduzido às suas funções, morreu no ano de 1198 da nossa era.
Averroes foi um fecundo escritor. Ficou conhecido por Dante Alighieri como “o grande comentador” de Aristóteles. Escreveu também sobre a REPÚBLICA de Platão. Suas obras tiveram grande influência sobre os escolásticos da Idade Média, tanto na Europa como no mundo islâmico por muitos séculos. Tratou da concordância entre o ensino da religião e da filosofia, sobre o método de comprovação das doutrinas religiosas, sobre a Incoerência da Incoerência, sempre defendendo o estudo filosófico da religião contra a opinião dos teólogos. Sua obra principal sobre medicina tem o título de O TUDO (Kullyat), um tratado de sete livros sobre anatomia, saúde, doenças, sintomas, remédios e alimentos, regime alimentar e tratamento das doenças. As opiniões de Averroes afirmando ser maior o poder da razão sobre a religião motivou seu exílio em 1195, sendo perdoado pouco tempo antes de sua morte.
Na Idade Média o pensamento de Averroes foi interpretado como uma teoria da verdade dupla, a verdade da filosofia diferente da verdade religiosa. Mas o certo é que ele supunha era que as verdades eram expressas em duas formas, pela filosofia, como fez Aristóteles, e pela religião. Averroes rejeitava a hipótese da criação do mundo, que afirmava não ter começo. Para ele o Deus é o motor primeiro, a força auto sustentada que produz todo movimento, que transforma a potência em ato.
Os livros de Aristóteles ficaram conhecidos na Europa cristã por meio de traduções feitas para o latim no fim dos anos 1100, do século 12 ao início do século 13. Comentários feitos pelos árabes, entre eles Averroes também foram divulgados. A filosofia clara e forte de Aristóteles orientou na direção do conhecimento empírico e formou uma escola dos filósofos conhecidos com o nome de “averroístas”. Eles afirmavam que a filosofia era independente da revelação religiosa. Essa era uma ameaça à ortodoxia cristã, que passou a preocupar pensadores como Alberto Magnus e Tomás de Aquino para resolver a dificuldade. Foi Aquino que afinal introduziu na doutrina católica a filosofia de Aristóteles.

AMANHÃ: Hipócrates fundador da arte médica.

0329 B GALENO as pesquisas biológicas de maior valor

MARÇO 29. Galeno: os tecidos para a sensibilidade e a contratilidade


GALENO
Galenos em grego, Galenus em latim, Galen em inglês, Galien em francês
(nasceu no ano 129 da nossa era, em Pérgamo, na Ásia Menor, hoje Turquia; morreu cerca do ano 200)

FILÓSOFO E MÉDICO GREGO MAIS FAMOSO DA ANTIGUIDADE

AS BASES DA CIÊNCIA

Os gregos antigos tiveram grandes filósofos até a obra de Aristóteles. Depois dele, os pensadores passaram ao estudo das ciências particulares. A filosofia ficou sem maior desenvolvimento.
Todos os conhecimentos da época foram registrados pela descrição dos fatos da vida diária. Anotaram os conflitos políticos, as paixões humanas, a estrutura e as doenças do corpo humano, todos os fatos que a sua volta ocorriam na agricultura,à navegação e às outras artes. Mas o que tornou célebres os gregos antigos foi que descobriram o estudo abstrato dos fenômenos dos seres, pelo estudo de suas propriedades, dos acontecimentos, das ocorrências.
O início do estudo ABSTRATO foi realizado pela primeira vez no mundo pelos gregos. Outros, como os egípcios, já tinham feito a medição dos campos, dos terrenos e já tinham calculado as dimensões da pedras para a construção de seus templos. Mas só com Tales e aqueles que o sucederam os gregos tiveram o mérito de, por meio e sua imaginação, retirar, por abstração, as linhas e os ângulos que formam os objetos. Linhas e ângulos são propriedades percebidas pelos sentidos, não são objetos físicos que existam ou bens que se possam minerar ou cultivar na natureza ou produtos obtidos por fabricação.
A função cerebral da abstração é a forma mais complexa da capacidade da inteligência humana. Envolve a observação dos fenômenos ou acontecimentos e sua elaboração mental abstrata. O progresso da ciência em todos os tempos se acelera com aplicação da pesquisa abstrata. O psicólogo Jean Piaget(1896-1980) confirmou experimentalmente que as crianças só conseguem pensar abstratamente após cerca da idade de sete anos.
O filósofo francês Auguste Comte já tinha identificado o mesmo nos povos primitivos e nas crianças. Somente quando os povos evoluem da feitiçaria ou feiticismo, da magia ou animismo é que conseguem pensar no politeísmo em deuses, que são conceitos abstratos, dotados de propriedades superiores, de enorme poder. Se assim é, somente povos politeístas poderiam chegar a desenvolver a abstração científica. Os politeístas da Teocracia Oriental, embora capazes de criar seus deuses abstratos, não conseguiram criar a ciência abstrata talvez por ser a casta sacerdotal secreta um poder político totalitário impedindo a iniciativa da livre pesquisa dos pensadores laicos.
A primeira semana do mês de Arquimedes consagra os sábios que pesquisaram a medicina e os conhecimentos biológicos preliminares que resultaram dessas pesquisas. A presidência da semana é de Hipócrates. Ali figuram os nomes dos principais anatomistas da universidade de Alexandria no Egito e daqueles entre os autores árabes que escreveram sobre medicina.

Ver o Quadro 0325 01 B do mês de Arquimedes Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação dos fundamentos do conhecimento biológico na antiguidade.

GALENO nasceu em Pérgamo na Ásia Menor, no ano 129 da nossa era. Seu nome era Claudius Galenus. Ele estudou prática médica e a filosofia de Aristóteles e de Platão. Depois da morte de seu pai, ele estudou por vários anos em Alexandria onde ganhou um grande prestígio como anatomista. Com a idade de 34 anos ele se estabeleceu em Roma como médico. Mas a grande superioridade de seus conhecimentos científicos fez cair sobre ele o ciúme dos médicos romanos e ele foi expulso da cidade.
Galeno deu uma vida nova e enriqueceu com o maior valor as pesquisas biológicas a ponto de suas obras valerem por mais de 1400 anos ou 14 séculos. Galeno viveu 500 anos depois de Aristóteles. Um grande número de princípios fundamentais da vida foi descoberto por Aristóteles, que descreveu muitas de suas formas e de seus órgãos com uma espantosa correção. No entanto, faltou a ele o estudo dos tecidos que produzem as duas funções fundamentais da vida animal, a sensação e o movimento, a sensibilidade e a contratilidade.
Na sua obra, Galeno completou o conhecimento das funções biológicas, da fisiologia ou dinâmica do fenômeno vida. Ele descreveu as propriedades do tecido muscular e a função dos músculos principais com uma perfeita clareza. Quanto aos nervos, ele explica que o corte de um nervo é seguido da paralisia e da perda do sentido na parte em que o nervo se distribui. Ele mostra que os nervos são canais que comunicam a sensação e o movimento que parte do cérebro pela medula espinhal até chegar aos músculos e aos outros órgãos do corpo. O cérebro, sendo o centro da força psíquica, é da mesma natureza que a medula.
Em relação ao sangue e aos vasos sanguíneos, a visão de Galeno permitiu distinguir a anatomia das artérias e das veias. As obras científicas de Galeno resumem os trabalhos das escolas de Alexandria, com adições importantes, representando a ciência biológica do mundo antigo. Essas obras estavam tão adiantadas que nelas nenhuma adição foi feita por mais de dez séculos. Na Renascença os anatomistas da Itália chegaram a fazer algumas modificações, mas na maior parte nada havia a mudar. Galeno exerceu uma longa influência na teoria e na prática médica na Europa desde a Idade Média até meados dos anos 1600. Sua influência no mundo oriental da Ásia Menor e do mundo árabe também foi de longa duração.
As pesquisas anatômicas feitas em Alexandria resultaram em grandes progressos da cirurgia e também para a medicina, realizando a observação tanto do conjunto como das partes. O principal serviço prestado por Galeno a esse respeito foi retornar às observações diretas e simples de Hipócrates, de quem ele reconhecia a grandeza superior e de quem ele fala com um respeito sempre igual, chamando-o de o “Servidor da Natureza”.
Dizia Galeno que o médico deveria ser filósofo na dupla acepção da palavra. Ele deveria estudar a ordem do universo tal como a ciência matemática lhe revelou e deveria tornar-se mestre de suas próprias paixões, preferindo sempre a busca da verdade ao ganho profissional.

AMANHÃ: A filosofia e a medicina de Avicena.

0328 B CELSO a arte médica e cirúrgica na Roma antiga

28 DE MARÇO. CELSO: autor da enciclopédia da medicina romana

CELSO
Aulus Cornelius Celsus
(viveu na primeira metade do primeiro século antes da nossa era)

ESCRITOR ROMANO DESTACADO AUTOR DE TEXTOS MÉDICOS EM PURO LATIM


AS BASES DA CIÊNCIA

Os gregos antigos tiveram grandes filósofos até a obra de Aristóteles. Depois dele, os pensadores passaram ao estudo das ciências particulares. A filosofia ficou sem maior desenvolvimento.
Todos os conhecimentos da época foram registrados pela descrição dos fatos da vida diária. Anotaram os conflitos políticos, as paixões humanas, a estrutura e as doenças do corpo humano, todos os fatos que a sua volta ocorriam na agricultura,à navegação e às outras artes. Mas o que tornou célebres os gregos antigos foi que descobriram o estudo abstrato dos fenômenos dos seres, pelo estudo de suas propriedades, dos acontecimentos, das ocorrências.
O início do estudo ABSTRATO foi realizado pela primeira vez no mundo pelos gregos. Outros, como os egípcios, já tinham feito a medição dos campos, dos terrenos e já tinham calculado as dimensões da pedras para a construção de seus templos. Mas só com Tales e aqueles que o sucederam os gregos tiveram o mérito de, por meio e sua imaginação, retirar, por abstração, as linhas e os ângulos que formam os objetos. Linhas e ângulos são propriedades percebidas pelos sentidos, não são objetos físicos que existam ou bens que se possam minerar ou cultivar na natureza ou produtos obtidos por fabricação.
A função cerebral da abstração é a forma mais complexa da capacidade da inteligência humana. Envolve a observação dos fenômenos ou acontecimentos e sua elaboração mental abstrata. O progresso da ciência em todos os tempos se acelera com aplicação da pesquisa abstrata. O psicólogo Jean Piaget(1896-1980) confirmou experimentalmente que as crianças só conseguem pensar abstratamente após cerca da idade de sete anos.
O filósofo francês Auguste Comte já tinha identificado o mesmo nos povos primitivos e nas crianças. Somente quando os povos evoluem da feitiçaria ou feiticismo, da magia ou animismo é que conseguem pensar no politeísmo em deuses, que são conceitos abstratos, dotados de propriedades superiores, de enorme poder. Se assim é, somente povos politeístas poderiam chegar a desenvolver a abstração científica. Os politeístas da Teocracia Oriental, embora capazes de criar seus deuses abstratos, não conseguiram criar a ciência abstrata talvez por ser a casta sacerdotal secreta um poder político totalitário impedindo a iniciativa da livre pesquisa dos pensadores laicos.
A primeira semana do mês de Arquimedes consagra os sábios que pesquisaram a medicina e os conhecimentos biológicos preliminares que resultaram dessas pesquisas. A presidência da semana é de Hipócrates. Ali figuram os nomes dos principais anatomistas da universidade de Alexandria no Egito e daqueles entre os autores árabes que escreveram sobre medicina.

Ver o Quadro 0325 01 B do mês de Arquimedes Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação dos fundamentos do conhecimento biológico na antiguidade.


CELSO foi secretário particular do imperador romano Tibério. Ele escreveu uma enciclopédia sobre agricultura, arte militar, retórica, filosofia, direito e medicina. Dessa grande obra somente a parte da medicina foi preservada.
O seu livro De re medica, que existe hoje, é um tratado sistemático sobre a arte médica e cirúrgica de seu tempo. Ele contém observações preciosas sobre a higiene, particularmente sobre a dieta e o exercício; sobre a doença, tanto sobre as modificações pela estação do ano, pelo clima, idade e sobre a evolução da doença ou prognose.
O livro de Celso é hoje considerado um dos mais importantes clássicos de medicina, mas foi grandemente ignorado em seu tempo. Ele foi descoberto pelo papa Nicolau V (1397-1455) e foi em 1478 uma das primeiras obras médicas publicadas no início do aplicação da imprensa escrita. Oito dos livros do tratado foram traduzidos para vários idiomas.
Do tratado de Celso passamos a saber que os métodos externos, como os banhos, a massagem, e outros para o tratamento das doenças crônicas, eram na época muito mais empregados do que em nossos dias. A tradição de Hipócrates, que consiste numa observação delicada guiada pelo sentimento de unidade do organismo, é visível nessa parte de seu livro.
Quanto ao aspecto da cirurgia, ele registra o resultado das pesquisas feitas no museu e na biblioteca de Alexandria. A sua descrição dos ossos, dos músculos e dos outros órgãos, embora muito resumidas se comparadas às exigências da cirurgia moderna e até menos extensa do que um aluno de Galeno poderia fazer, é, no entanto bastante correta.
A prática cirúrgica realizou nessa época muito mais progresso do que se pensa comumente. As operações como a extração de pedra nos rins ou na vesícula biliar, a retirada da catarata, a trepanação ou perfuração do crânio eram muito parecidas com a cirurgia moderna. É notável no texto de Celso o avanço da prática médica do seu tempo. Ele recomendava a limpeza e exigia que os ferimentos fossem lavados e tratados com substâncias como o vinagre, não mais usado em nossos dias. Descreveu a cirurgia plástica da face, usando a pele de outras partes do corpo.
A obra é de grande importância no aspecto histórico, sendo a fonte de grande parte do que é hoje conhecido sobre a medicina dos gregos e da anatomia e cirurgia do Museu de Alexandria
O tratado de medicina de Celso é escrito no idioma do latim mais puro do melhor período do Império Romano.

AMANHÃ: A pesquisa biológica de Galeno.

0327 B ERASISTRATO os sintomas em vida e os danos nos órgãos cadavéricos

27 DE MARÇO. Erasistrato: A dissecação do corpo humano.

ERASISTRATO
Erasistratus de Ceos
(nasceu cerca de 300 antes da nossa era, em Julis, na ilha de Ceos, agora Keos, no mar Egeu, Grécia; morreu cerca de 250)

MÉDICO E ANATOMISTA GREGO PAI DA FISIOLOGIA

AS BASES DA CIÊNCIA

Os gregos antigos tiveram grandes filósofos até a obra de Aristóteles. Depois dele, os pensadores passaram ao estudo das ciências particulares. A filosofia ficou sem maior desenvolvimento.
Todos os conhecimentos da época foram registrados pela descrição dos fatos da vida diária. Anotaram os conflitos políticos, as paixões humanas, a estrutura e as doenças do corpo humano, todos os fatos que a sua volta ocorriam na agricultura,à navegação e às outras artes. Mas o que tornou célebres os gregos antigos foi que descobriram o estudo abstrato dos fenômenos dos seres, pelo estudo de suas propriedades, dos acontecimentos, das ocorrências.
O início do estudo ABSTRATO foi realizado pela primeira vez no mundo pelos gregos. Outros, como os egípcios, já tinham feito a medição dos campos, dos terrenos e já tinham calculado as dimensões da pedras para a construção de seus templos. Mas só com Tales e aqueles que o sucederam os gregos tiveram o mérito de, por meio e sua imaginação, retirar, por abstração, as linhas e os ângulos que formam os objetos. Linhas e ângulos são propriedades percebidas pelos sentidos, não são objetos físicos que existam ou bens que se possam minerar ou cultivar na natureza ou produtos obtidos por fabricação.
A função cerebral da abstração é a forma mais complexa da capacidade da inteligência humana. Envolve a observação dos fenômenos ou acontecimentos e sua elaboração mental abstrata. O progresso da ciência em todos os tempos se acelera com aplicação da pesquisa abstrata. O psicólogo Jean Piaget(1896-1980) confirmou experimentalmente que as crianças só conseguem pensar abstratamente após cerca da idade de sete anos.
O filósofo francês Auguste Comte já tinha identificado o mesmo nos povos primitivos e nas crianças. Somente quando os povos evoluem da feitiçaria ou feiticismo, da magia ou animismo é que conseguem pensar no politeísmo em deuses, que são conceitos abstratos, dotados de propriedades superiores, de enorme poder. Se assim é, somente povos politeístas poderiam chegar a desenvolver a abstração científica. Os politeístas da Teocracia Oriental, embora capazes de criar seus deuses abstratos, não conseguiram criar a ciência abstrata talvez por ser a casta sacerdotal secreta um poder político totalitário impedindo a iniciativa da livre pesquisa dos pensadores laicos.
A primeira semana do mês de Arquimedes consagra os sábios que pesquisaram a medicina e os conhecimentos biológicos preliminares que resultaram dessas pesquisas. A presidência da semana é de Hipócrates. Ali figuram os nomes dos principais anatomistas da universidade de Alexandria no Egito e daqueles entre os autores árabes que escreveram sobre medicina.

Ver o Quadro 0325 01 B do mês de Arquimedes Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação dos fundamentos do conhecimento biológico na antiguidade.


ERASISTRATO nasceu em Julis, na ilha de Ceos, na Grécia. Fontes da época, não desmentidas, dizem que ele era filho de Pythias, filho de Aristóteles.
Ele estudou com Teofrasto. Viveu algum tempo na corte do rei da Síria Seleucus I, conhecido como Nicator (em grego “o conquistador”) que reinou do ano 301 antes da nossa era até o ano 280. Ali ele ficou famoso quando curou o filho do rei de uma afecção nervosa, pela descoberta de seu amor por Stratonice.
Os grandes trabalhos de Erasistrato foram realizados em Alexandria, no Egito, então no mais alto ponto de seu ardor cultural, sob o patrocínio do rei Ptolomeu Soter. Ele fundou uma escola de anatomia na cidade.
Consagrou-se aos estudos anatômicos e especialmente à dissecação do corpo humano, realizando, segundo a tradição, a vivisecção sobre os criminosos, embora não se tenha notícia do resultado que ele obteve por esse meio.
Eresistrato produziu muitas obras sobre a anatomia e a medicina, mas só conhecemos esses trabalhos pelas citações de Celso, de Galeno e de outros autores. Segundo essas informações, ele retificou certos conhecimentos sobre as relações anatômicas do coração e dos grandes vasos que ficam em comunicação com esse órgão. Ele ainda atribuía às artérias a função de recolher o ar dos pulmões para o distribuir a todo o corpo. Do mesmo modo como Herófilo, seu contemporâneo, ele deu grande atenção à anatomia do sistema nervoso e no que se refere a suas funções, completou o que Aristóteles havia escrito.
Erasistrato acreditava que os nervos transportavam o “espírito do nervo” vindo do cérebro e que as artérias transportavam o “espírito animal” criado pelo coração com o ar que vinha dos pulmões. Ele descreveu corretamente a função da epiglote e das válvulas do coração, inclusive da tricúspide, a que ele deu o nome. Foi o primeiro grande defensor do pneumatismo, que supunha que a vida era associada com um vapor sutil chamado pneuma.
Os médicos de Alexandria como Herófilo e Erasistrato foram os primeiros a fazer dissecações de cadáver para o estudo de doenças 3 séculos antes da nossa era. Mas foi o médico Galeno na Grécia que usou a autópsia nos anos 200 da nossa era, pela primeira vez, para relacionar os sintomas apresentados pelos pacientes com o que era achado no exame dos órgãos afetados no seu cadáver. Esse foi o grande passo realizado e que tornou usada a autópsia, rompendo uma grande e antiga barreira ao progresso da medicina.
Alguns papiros do Egito contêm o estudo sistemático da anatomia, feitos cerca dos anos 1600 antes da nossa era, sobre as maiores vísceras, mas sem indicar as suas funções. Esse foi o conhecimento do médico grego Hipócrates nos anos 400 antes de nossa era. Cem anos depois, Aristóteles produziu grande avanço com o estudo da anatomia dos animais. Mas os primeiros progressos da anatomia científica foram feitos por Herófilo e Erasistrato. Poucos avanços foram alcançados pelos antigos romanos e pelos árabes. Outros progressos da anatomia só seriam feitos depois dos anos 1500, século XVI, da nossa era.


AMANHÃ: O latim de Celso o médico e cirurgião romano.

0326 B HERÓFILO o progresso da pesquisa em Biologia

MARÇO 26: Herófilo identificou o duodeno e a próstata

HERÓFILO
Herophilus
(nasceu cerca do ano 335 antes da nossa era, na Calcedônia, Bitínia, Ásia Menor; morreu cerca do ano 280)

MÉDICO GREGO DE ALEXANDRIA CONHECIDO COMO O PAI DA ANATOMIA

AS BASES DA CIÊNCIA
Os gregos antigos tiveram grandes filósofos até a obra de Aristóteles. Depois dele, os pensadores passaram ao estudo das ciências particulares. A filosofia ficou sem maior desenvolvimento.
Todos os conhecimentos da época foram registrados pela descrição dos fatos da vida diária. Anotaram os conflitos políticos, as paixões humanas, a estrutura e as doenças do corpo humano, todos os fatos que a sua volta ocorriam na agricultura,à navegação e às outras artes. Mas o que tornou célebres os gregos antigos foi que descobriram o estudo abstrato dos fenômenos dos seres, pelo estudo de suas propriedades, dos acontecimentos, das ocorrências.
O início do estudo ABSTRATO foi realizado pela primeira vez no mundo pelos gregos. Outros, como os egípcios, já tinham feito a medição dos campos, dos terrenos e já tinham calculado as dimensões da pedras para a construção de seus templos. Mas só com Tales e aqueles que o sucederam os gregos tiveram o mérito de, por meio e sua imaginação, retirar, por abstração, as linhas e os ângulos que formam os objetos. Linhas e ângulos são propriedades percebidas pelos sentidos, não são objetos físicos que existam ou bens que se possam minerar ou cultivar na natureza ou produtos obtidos por fabricação.
A função cerebral da abstração é a forma mais complexa da capacidade da inteligência humana. Envolve a observação dos fenômenos ou acontecimentos e sua elaboração mental abstrata. O progresso da ciência em todos os tempos se acelera com aplicação da pesquisa abstrata. O psicólogo Jean Piaget(1896-1980) confirmou experimentalmente que as crianças só conseguem pensar abstratamente após cerca da idade de sete anos.
O filósofo francês Auguste Comte já tinha identificado o mesmo nos povos primitivos e nas crianças. Somente quando os povos evoluem da feitiçaria ou feiticismo, da magia ou animismo é que conseguem pensar no politeísmo em deuses, que são conceitos abstratos, dotados de propriedades superiores, de enorme poder. Se assim é, somente povos politeístas poderiam chegar a desenvolver a abstração científica. Os politeístas da Teocracia Oriental, embora capazes de criar seus deuses abstratos, não conseguiram criar a ciência abstrata talvez por ser a casta sacerdotal secreta um poder político totalitário impedindo a iniciativa da livre pesquisa dos pensadores laicos.
A primeira semana do mês de Arquimedes consagra os sábios que pesquisaram a medicina e os conhecimentos biológicos preliminares que resultaram dessas pesquisas. A presidência da semana é de Hipócrates. Ali figuram os nomes dos principais anatomistas da universidade de Alexandria no Egito e daqueles entre os autores árabes que escreveram sobre medicina.

Ver o Quadro 0325 01 B do mês de Arquimedes Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação dos fundamentos do conhecimento biológico na antiguidade.


HERÓFILO nasceu na Calcedônia, em Bitínia, hoje na Turquia. Ele se estabeleceu em Alexandria no governo do rei do Egito Ptolomeu I Soter e se dedicou ao estudo da anatomia.
Do mesmo modo que Erasistrato, ele está entre os mais antigos que realizaram dissecações públicas de cadáveres humanos. Por essa razão é chamado de Pai da Anatomia, tendo sido o primeiro a justificar suas conclusões sobre as dissecações do corpo humano. Ele estudou o cérebro, reconhecendo-o como o centro do sistema nervoso. Fez a distinção entre os nervos motores e os nervos sensores, diferenciando-os dos tendões e dos vasos sanguíneos. Descreveu com precisão o olho, o cérebro, o fígado e o pâncreas. E também os órgãos genitais de ambos os sexos e as glândulas salivares. Foi o primeiro a reconhecer que as artérias continham sangue e não ar, como o nome sugere.
Herófilo foi um estudante da doutrina médica de Hipócrates, baseada no equilíbrio dos quatro humores ou líquidos do corpo: sangue, fleuma, bile amarela (para a cólera) e bile preta (para a melancolia). Fleuma é o muco respitatório. Ele recomendava o poder curativo das drogas, da dieta e da ginástica. Foi o primeiro a medir a frequencia do pulso, usando um relógio de água.
Estudou muito a anatomia do cérebro e do sistema nervoso. Um dos sinus do cérebro tem o seu nome. A parte do quarto ventrículo chamada por sua aparência de Calamus scriptorius foi identificada por Herófilo.
Ele foi o primeiro a distinguir a parte do intestino chamada de duodeno do resto do órgão, dando-lhe esse nome. Identificou também a próstata.
Tudo que sabemos de Herófilo é tirado das citações feitas por Celso e por Galeno, porque nenhuma de suas obras chegou até nós.
Herófilo escreveu pelo menos nove obras, com um comentário sobre Hipócrates, um manual para parteiras, tratados de anatomia, obras todas perdidas no incêndio da Biblioteca do Museu de Alexandria no ano 272 de nossa era.
A Biblioteca e o Museu de Alexandria formaram o mais famoso centro de estudo da antiguidade. De 300 anos antes da nossa era até o primeiro século de nossa era todos os progressos em biologia foram produzidos pelos médicos de Alexandria. O mais destacado desses homens foi Herófilo.


AMANHÃ: A dissecação do corpo humano com Erasistrato.

0325 03 B TEOFRASTO positivação das noções transcendentais platônicas

25 DE MARÇO. Teofrasto: importante discípulo de Aristóteles

TEOFRASTO
Theophrastus
(nasceu cerca do ano 370 antes da nossa era, em Eresus, Lesbos; morreu cerca de 285, em Atenas)

FILÓSOFO ARISTOTÉLICO OBSERVADOR DA NATUREZA DIRETOR DO LICEU EM ATENAS


AS BASES DA CIÊNCIA

Os gregos antigos tiveram grandes filósofos até a obra de Aristóteles. Depois dele, os pensadores passaram ao estudo das ciências particulares. A filosofia ficou sem maior desenvolvimento.
Todos os conhecimentos da época foram registrados pela descrição dos fatos da vida diária. Anotaram os conflitos políticos, as paixões humanas, a estrutura e as doenças do corpo humano, todos os fatos que a sua volta ocorriam na agricultura,à navegação e às outras artes. Mas o que tornou célebres os gregos antigos foi que descobriram o estudo abstrato dos fenômenos dos seres, pelo estudo de suas propriedades, dos acontecimentos, das ocorrências.
O início do estudo ABSTRATO foi realizado pela primeira vez no mundo pelos gregos. Outros, como os egípcios, já tinham feito a medição dos campos, dos terrenos e já tinham calculado as dimensões da pedras para a construção de seus templos. Mas só com Tales e aqueles que o sucederam os gregos tiveram o mérito de, por meio e sua imaginação, retirar, por abstração, as linhas e os ângulos que formam os objetos. Linhas e ângulos são propriedades percebidas pelos sentidos, não são objetos físicos que existam ou bens que se possam minerar ou cultivar na natureza ou produtos obtidos por fabricação.
A função cerebral da abstração é a forma mais complexa da capacidade da inteligência humana. Envolve a observação dos fenômenos ou acontecimentos e sua elaboração mental abstrata. O progresso da ciência em todos os tempos se acelera com aplicação da pesquisa abstrata. O psicólogo Jean Piaget(1896-1980) confirmou experimentalmente que as crianças só conseguem pensar abstratamente após cerca da idade de sete anos.
O filósofo francês Auguste Comte já tinha identificado o mesmo nos povos primitivos e nas crianças. Somente quando os povos evoluem da feitiçaria ou feiticismo, da magia ou animismo é que conseguem pensar no politeísmo em deuses, que são conceitos abstratos, dotados de propriedades superiores, de enorme poder. Se assim é, somente povos politeístas poderiam chegar a desenvolver a abstração científica. Os politeístas da Teocracia Oriental, embora capazes de criar seus deuses abstratos, não conseguiram criar a ciência abstrata talvez por ser a casta sacerdotal secreta um poder político totalitário impedindo a iniciativa da livre pesquisa dos pensadores laicos.
A primeira semana do mês de Arquimedes consagra os sábios que pesquisaram a medicina e os conhecimentos biológicos preliminares que resultaram dessas pesquisas. A presidência da semana é de Hipócrates. Ali figuram os nomes dos principais anatomistas da universidade de Alexandria no Egito e daqueles entre os autores árabes que escreveram sobre medicina.

Ver o Quadro 0325 01 B do mês de Arquimedes Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação dos fundamentos do conhecimento biológico na antiguidade.


TEOFRASTO nasceu em Eresus na ilha de Lesbos. Essa a ilha que deu origem ao nome a lésbica e lesbianismo. Seu pai o mandou para estudar em Atenas, onde se tornou o mais importante dos discípulos de Aristóteles. Quando o filósofo foi obrigado a se retirar para Chalcis no ano 323, Teofrasto recebeu a chefia da escola aristotélica do Liceu, ficando ainda com a biblioteca do mestre.
Do mesmo modo que muitos outros filósofos, Teofrasto foi acusado de ser inimigo da religião por impiedade, mas se defendeu com sucesso de seus acusadores. Sua escola teve grande número de alunos e quando morreu quase toda a população de Atenas acompanhou seus funerais.
Teofrasto escreveu sobre muitos dos ramos da filosofia e da ciência natural, sobre política, poesia, lógica, física, metafísica, zoologia, botânica, ética, história da cultura. A orientação da sua filosofia foi de fortalecer a unidade de todo o conhecimento e de positivar as noções retirando os elementos transcendentais de Platão da pesquisa filosófica.
Somente três obras chegaram até nós: 1. Seus notáveis Charakteres, que são uma série de 30 pequenas histórias éticas, descrevendo nossas fraquezas e nossos vícios, mostrando os vários tipos de personalidade, o tipo falante, o homem médio, o vanglorioso. 2. Sua Peri phyton historia, Pesquisa sobre as plantas, em nove livros. 3. Suas Peri phyton aition, Condições da vida das plantas, em seis livros.
As duas últimas obras constituem juntas o primeiro tratado científico sobre a botânica. Elas são textos escritos dentro do verdadeiro método de Aristóteles, com base sobre uma cuidadosa observação da natureza, com o objetivo de descobrir a forma típica comum, no meio das variedades individuais.
Ele começa o tratado pelo estudo das analogias entre o desenvolvimento vegetal e animal. Mas encontrou uma dificuldade: as plantas possuem órgãos semelhantes aos dos animais, no meio de suas diversidades? É difícil de afirmar, porque comparando as árvores, as ervas e os cogumelos, não se percebem órgãos que sejam comuns a todos. Ele faz notar, no entanto, que todos possuem a raiz, o tranco, o galho, o broto. Seriam necessários muitos séculos para se chegar a conhecer a nutrição das plantas.
Quanto à reprodução sexual das plantas, ele faz uma vaga distinção, devido à observação popular de haver entre elas plantas masculinas e femininas, conforme tenham ou não semente.
Entre outras obras de Teofrasto está as Physikon doxai, Opiniões dos filósofos naturais, fornecendo as bases para a história da filosofia antiga.
Teofrasto ensinou no Liceu de Aristóteles em Atenas durante 35 anos, num período de grande sucesso da escola, chegando a ter mais de 2000 alunos.


AMANHÃ: Herófilo o pai da anatomia.

0325 02 B ARQUIMEDES o cálculo da área e do volume dos corpos

MARÇO 25. Arquimedes: a medição e a proporção em geometria abstrata

ARQUIMEDES
Archimedes
(nasceu no ano 287 antes da nossa era, na Sicília; morreu no ano 212, em Siracusa)

GRANDE GEÔMETRA GREGO MAIOR CIENTISTA DO MUNDO ANTIGO


AS BASES DA CIÊNCIA

Os gregos antigos tiveram grandes filósofos até a obra de Aristóteles. Depois dele, os pensadores passaram ao estudo das ciências particulares. A filosofia ficou sem maior desenvolvimento.
Todos os conhecimentos da época foram registrados pela descrição dos fatos da vida diária. Anotaram os conflitos políticos, as paixões humanas, a estrutura e as doenças do corpo humano, todos os fatos que a sua volta ocorriam na agricultura,à navegação e às outras artes. Mas o que tornou célebres os gregos antigos foi que descobriram o estudo abstrato dos fenômenos dos seres, pelo estudo de suas propriedades, dos acontecimentos, das ocorrências.
O início do estudo ABSTRATO foi realizado pela primeira vez no mundo pelos gregos. Outros, como os egípcios, já tinham feito a medição dos campos, dos terrenos e já tinham calculado as dimensões da pedras para a construção de seus templos. Mas só com Tales e aqueles que o sucederam os gregos tiveram o mérito de, por meio e sua imaginação, retirar, por abstração, as linhas e os ângulos que formam os objetos. Linhas e ângulos são propriedades percebidas pelos sentidos, não são objetos físicos que existam ou bens que se possam minerar ou cultivar na natureza ou produtos obtidos por fabricação.
A função cerebral da abstração é a forma mais complexa da capacidade da inteligência humana. Envolve a observação dos fenômenos ou acontecimentos e sua elaboração mental abstrata. O progresso da ciência em todos os tempos se acelera com aplicação da pesquisa abstrata. O psicólogo Jean Piaget(1896-1980) confirmou experimentalmente que as crianças só conseguem pensar abstratamente após cerca da idade de sete anos.
O filósofo francês Auguste Comte já tinha identificado o mesmo nos povos primitivos e nas crianças. Somente quando os povos evoluem da feitiçaria ou feiticismo, da magia ou animismo é que conseguem pensar no politeísmo em deuses, que são conceitos abstratos, dotados de propriedades superiores, de enorme poder. Se assim é, somente povos politeístas poderiam chegar a desenvolver a abstração científica. Os politeístas da Teocracia Oriental, embora capazes de criar seus deuses abstratos, não conseguiram criar a ciência abstrata talvez por ser a casta sacerdotal secreta um poder político totalitário impedindo a iniciativa da livre pesquisa dos pensadores laicos.
A primeira semana do mês de Arquimedes consagra os sábios que pesquisaram a medicina e os conhecimentos biológicos preliminares que resultaram dessas pesquisas. A presidência da semana é de Hipócrates. Ali figuram os nomes dos principais anatomistas da universidade de Alexandria no Egito e daqueles entre os autores árabes que escreveram sobre medicina.

Ver o Quadro 0325 01 B do mês de Arquimedes Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação dos fundamentos do conhecimento biológico na antiguidade.



ARQUIMEDES nasceu em Siracusa, na Sicília. Plutarco ao escrever a Vida de Marcellus, diz que Arquimedes teve a grande amizade do rei Hieron de Siracusa. Durante a segunda guerra púnica, de Roma contra Cartago, o rei Hieron de Siracusa ficou aliado dos romanos. Mas depois da morte de Hieron, Siracusa tomou o lado de Cartago. Uma expedição romana comandada pelo general romano Marcus Claudius Marcellus foi mandada para fazer o cerco de Siracusa por terra e por mar.
Arquimedes, com o fim da batalha, retomou seus diagramas e estando ainda debruçado sobre a areia onde riscava suas figuras, morreu durante o saque da cidade ao ser atacado por um soldado que não o reconheceu. A tradição conta que Arquimedes estava tão concentrado em seus cálculos que teria ofendido o invasor quando disse “Não perturbe meus diagramas”.
O general Marcellus mandou erigir um monumento à memória de Arquimedes. Nele colocou a figura de um cilindro circunscrito à esfera, com um verso que indicava aquilo que Arquimedes tinha por sua grande obra: a medição e a proporção mútua dos dois corpos geométricos, o cilindro e a esfera.
É importante notar que os gregos estavam pesquisando modelos abstratos dos corpos. Era o estudo da figura ideal de um cilindro, gerado por um retângulo girando em torno de seu eixo. Portanto, o estudo se aplica EM GERAL, a todos os corpos com essa FORMA, o formato cilíndrico. É o estudo ABSTRATO do fenômeno forma, que os corpos ou seres apresentam, aproximadamente, como um tronco de árvore, um eixo de carroça ou de máquina, um tanque de água ou de petróleo.
Depois de 100 anos, aos pensadores foi posto o problema de construir um novo altar para o templo de Apolo em Delos, com a mesma forma de um cubo, do altar antigo, mas que tivesse o dobro do tamanho. Esse problema, conhecido como o “problema de Delos” foi resolvido por Arquimedes, correspondendo ao problema da duplicação do cubo, achar que comprimento deveria ter o lado do novo cubo, para construir um cubo com o dobro do volume. Sabe-se que se o lado fosse o dobro, o volume do cubo ficaria oito vezes maior.
Arquimedes tratou de um imenso campo de pesquisa em geometria. Estudou a espiral com a determinação de suas tangentes em qualquer ponto da curva e calculou a quadratura, dando a área da curva. Ele pesquisou as diversas figuras geradas por linhas retas e curvas, concentrando-se no estudo do círculo e da esfera. Abordou a determinação da relação entre o perímetro da circunferência do círculo e seu diâmetro, que hoje chamamos pela letra grega , [lê-se pi] que sabemos ser igual a 3.1416 e fração.
Outro problema que Arquimedes estudou e resolveu foi o cálculo da área da superfície de uma esfera. Ele fez a suposição de gerar uma esfera fazendo um polígono feito internamente a um círculo que girasse em torno do seu diâmetro. Assim seriam feitas uma série de cones truncados, e a área da esfera foi calculada pela soma das áreas externas dos troncos de cone. Arquimedes chegou ao resultado: a área exterior da esfera é igual a 4 vezes a área do círculo de mesmo diâmetro.
O cálculo do volume de uma esfera foi calculado considerando a esfera como sendo formada por um conjunto de pirâmides que tivessem seus vértices no centro da esfera e suas bases na superfície do sólido. A soma dos volumes de cada pirâmide dará o volume a calcular da esfera.
As investigações de Arquimedes foram ainda muito importantes ao estabelecer a teoria das alavancas, provando pelo cálculo matemático que os pesos colocados nos braços de comprimento diferentes numa alavanca ficavam em equilíbrio quando esses pesos fossem proporcionais ao inverso do comprimento do braço, ou seja, que com o braço maio o peso seria menor, na mesma proporção dos comprimentos. Arquimedes disse a célebre frase “Dê um ponto de apoio e com uma alavanca poderei mover a Terra”. Ele também calculou o centro de gravidade das diferentes figuras geométricas planas.
Ficou célebre a história de que ele teria gritado “EUREKA!” Quando ele descobriu o princípio chamado de Arquimedes, do equilíbrio de um corpo dentro de um fluido, da força de flutuação do corpo, equivalente ao peso do volume de fluido deslocado. O princípio de Arquimedes em hidrostática é considerado como um dos maiores monumentos criados pelo gênio científico do grande geômetra.
É importante notar a diferença entre o estudo abstrato e o estudo concreto de um tema. Na Matemática pode-se perceber com clareza essa diferença. O estudo abstrato é geral, aplica-se a TODOS os corpos, por ser uma pesquisa sobre os fenômenos dos seres e não de seres concretos, singulares,específicos. Nas ciências mais complexas, o estudo abstrato é muito mais difícil. Por exemplo, em Sociologia, é necessário entender que o fenômeno ABSTRATO sociológico não depende da Psicologia, do comportamento de cada indivíduo do grupo. Abstratamente, as influências dos indivíduos se neutralizam mutuamente, permitindo estudar o fenômeno sociológico, de grupo associado, no campo ABSTRATO, com muito mais facilidade. Já que o comportamento social não depende das vontades individuais. Por exemplo, o estudo do suicídio, que é um ato individual, não é um estudo da Sociologia abstrata, mas uma pesquisa de sociologia aplicada, que envolve fatores psicológicos. A abstração é que permite descobrir as leis que comandam os FENÔMENOS, em abstrato, simplificando a pesquisa. A incapacidade da inteligência humana em elaborar conhecimento da realidade por meio do estudo concreto mostra o pouco alcance da nossa mente, suposta muito potente em nossa falta de modéstia. O pensar abstrato é um poderoso auxílio à nossa fraca intelectualidade.
A imensa obra de Arquimedes foi logo assimilada pela sociedade de seu tempo. O valor do número , [lê-se pi] que é a relação entre o perímetro da circunferência dividido pelo seu diâmetro foi por ele estabelecida em vinte e dois sétimos, ou 22/7 ou 22 dividido por 7=3,142857..., foi adotado durante a Antiguidade e a Idade Média. O nome desse número é o nome da letra P de perímetro no alfabeto grego. Seu valor foi depois corrigido para 3,15926535...
A produção de Arquimedes foi essencial para os trabalhos dos matemáticos dos anos 1600, como René Descartes e Pierre de Fermat, como para toda a formação da matemática moderna.


AMANHÃ: Herófilo o pai da anatomia.

terça-feira, 27 de março de 2012

0325 01 B QUADRO DO MÊS DE ARQUIMEDES A ciência antiga

MARÇO 25 4º MÊS A ciência antiga

A CIÊNCIA ANTIGA

CIÊNCIA ANTIGA é o conhecimento que foi produzido antes da modernidade, na época anterior ao início do século 14, ao início dos anos 1300, quando termina a Idade Média, com a queda do papado. Foi quando a civilização da Idade Média se decompõe gradualmente, o poder político dos senhores feudais acaba e é perdido o efetivo poder internacional da formação das opiniões e costumes pelo papa e pela religião do cristianismo. Então tem início a revolução da modernidade com a alteração desordenada e perigosa nas idéias e nos costumes do mundo globalizado na ausência de um poder único na formação das opiniões, da informação e do ensino.
A ciência antiga é a base que permitiu o crescimento do saber na idade moderna.
Define-se CIÊNCIA como o saber em geral, teórico ou prático. Pode ser sobre as coisas, ou seres, ou sobre as propriedades das coisas, isto é, sobre os fenômenos. A ciência abstrata é o estudo dos FENÔMENOS, descobrindo as leis naturais que controlam essas propriedades das coisas, como as leis da reflexão da luz. O estudo das coisas, dos seres, é chamado de estudo CONCRETO, que pode ser o saber teórico concreto, sobre um ser, um produto, um inseticida, num laboratório, ou na mesa de desenho e de projeto ou num escritório, sobre novo modelo de mesa e cadeira e pode ser um estudo prático, numa obra de construção de um prédio ou de uma máquina.
O conhecimento concreto, das coisas, é muito antigo e mais fácil e simples do que o estudo ABSTRATO. Com a formação de grandes civilizações, o conhecimento prático permitiu fazer a descrição das coisas e fazer o registro desse conhecimento, como os atlas geográficos, os catálogos dos minerais, dos vegetais, dos animais. Essas são as Ciências do saber concreto, ou Ciências aplicadas ou descritivas, que também registram o conhecimento profissional como na Medicina, na Astronáutica, na Engenharia, na Ciência Política, todas cada vez mais realizadas dentro de muitas especialidades.
Com base no saber concreto, mais tarde, descobriram-se, dentro da variação das propriedades, o que ocorria sempre, o que havia de constante no meio da variação dos FENÔMENOS. As leis abstratas constantes nos fenômenos então foram pouco a pouco descobertas.
O estudo dos fenômenos é muito geral, porque essas propriedades ocorrem em muitos corpos concretos. A ciência abstrata, portanto, é muito importante para o progresso do conhecimento. As CIÊNCIAS ABSTRATAS, sendo mais GERAIS, têm o aspecto de generalidade que caracteriza os princípios gerais da FILOSOFIA, que são regras que abrangem grande número de acontecimentos.
As abstrações na antiguidade alimentaram a curiosidade dos pensadores, que supunham que as abstrações existissem concretamente num mundo acima do mundo físico, numa dimensão mais poderosa e divina, num plano espiritual intangível, não verificável, porém mais importante. Esse mundo é o plano transcendente, acima, além da natureza, mais alto que o físico, o mundo chamado de metafísico. Mas uma grande discussão ocorreu entre os que diziam serem as abstrações apenas NOMES, os “nominalistas” como Aristóteles e os que pensavam que eram coisas REAIS, os “realistas”, como Platão. No plano transcendente não se pode confirmar e testar as hipóteses e o conhecimento suposto. É o saber metafísico.
AS CATEGORIAS DA FILOSOFIA. Aristóteles, 300 anos antes da nossa era, tinha proposto as 10 Categorias do saber, para explicação das coisas. O filósofo Kant propôs 12 Categorias. Muito se discute ainda hoje sobre as Categorias de Aristóteles.
O estudo das ciências já desenvolvidas na modernidade permitiu que o filósofo Auguste Comte descobrisse quais são os fenômenos estudados no conhecimento humano. Propôs as CATEGORIAS DA MODERNIDADE. Ele descobriu que há poucas CATEGORIAS, apenas sete, 7 CATEGORIAS DE FENÔMENOS. São: 1. Fenômenos Matemáticos, de número, forma e movimento: 2. Astronômicos; 3. Físicos: da matéria e energia; 4. Químicos, de composição e decomposição; 5. Biológicos, da vida; 6. Sociais, de agrupamento animal; 7. Psicológicos, do comportamento animal. Nessa relação os fenômenos estão em ordem crescente de complicação, com mais variáveis e em ordem decrescente de ocorrência na natureza, de menor generalidade. E desde então, nos anos de 1830, não se descobriu fenômeno algum que exista fora dessas categorias. Os fenômenos parapsicológicos e metafísicos não são comprovados, não são positivos, mas, como a mitologia, as lendas, fazem parte da história da filosofia e da literatura.
A sucessão da formação gradual da ciência antiga confirma a classificação feita nas 7 Categorias de Augusto Comte da filosofia moderna, porque as primeiras descobertas das leis científicas ABSTRATAS ocorrem nos fenômenos menos complexos da Matemática e da Astronomia, que também são os mais gerais, os mais encontrados na natureza. A formação das ciências abstratas se faz na ordem mostrada nas 7 Categorias da Modernidade. Nesse mesmo tempo a aplicação do conhecimento abstrato ao saber prático se desenvolve, como na medicina, na agricultura, na arquitetura, na geografia, passando a servir de base aos novos progressos do conhecimento abstrato no futuro.
Os fenômenos que um corpo apresenta podem ser vários. Se forem bolas de vidro ou de borracha, propriedades ou fenômenos que elas mostram são como seu peso, sua cor, sua forma, a quantidade de bolas. Se eu conto quantas bolas EXISTEM, eu apenas estou levando em consideração o número, ou seja, a existência de bolas. O número é o fenômeno que não depende de nenhum outro fenômeno. A forma depende do número que define o tamanho da bola, pelo tamanho do seu diâmetro. O movimento das bolas depende da forma. Portanto, a existência é a propriedade mais simples de qualquer corpo, é o fenômeno mais simples, matemático, que é dado por um número. É a Categoria mais simples e mais geral, o fenômeno que ocorre em todos os corpos.
O Calendário Filosófico mostra como as ciências abstratas evoluíram no lento progresso do conhecimento humano. Um progresso lento, mas continuado, que mostra resultados finais crescentes, apesar dos desvios, das interrupções e dos retrocessos ocasionais.
Assim passamos a conhecer a evolução da sociedade no aspecto das ciências, um progresso feito com a venerável colaboração da grande família humana, com a mão e a cabeça de nossos antepassados, de nossos avós.


QUADRO DO MÊS DE ARQUIMEDES
CALENDÁRIO HISTÓRICO FILOSÓFICO
PARA UM ANO QUALQUER OU
QUADRO CONCRETO DA PREPARAÇÃO HUMANA

LUNEDIA=segnda-feira; MARTEDIA=terça; MERCURIDIA=quarta;
JOVEDIA=quinta; VENERDIA=sexta-feira.
Os nomes à esquerda são para o ano C comum; à direita, anos B bissextos.
As datas da última coluna à direita é data gregoriana ano comum.
MÊS DE ARQUIMEDES
4º MÊS A ciência antiga
Lunedia 1 Teofrasto 26.mar.
Martedia 2 Herófilo 27
Mercuridia 3 Erasístrato 28
Jovedia 4 Celso 29
Venerdia 5 Galeno 30
Sábado 6 Avicena Averróis 31
Domingo 7 HIPÓCRATES 1.abr.
Lunedia 8 Euclides 2
Martedia 9 Aristeu 3
Mercuridia 10 Teodósio de Bitina 4
Jovedia 11 Heron Ctesíbio 5
Venerdia 12 Papus 6
Sábado 13 Diofante 7
Domingo 14 APOLÔNIO 8
Lunedia 15 Eudexo Arato 9
Martedia 16 Píteas Nearco 10
Mercuridia 17 Aristarco Beroso 11
Jovedia 18 Eratóstenes Sosígenes 12
Venerdia 19 Ptolomeu 13
Sábado 20 Albatênio Nassir-Edin 14
Domingo 21 HIPARCO 15
Lunedia 22 Varrão 16
Martedia 23 Columela 17
Mercuridia 24 Vitrúvio 18
Jovedia 25 Estrabão 19
Venerdia 26 Frontino 20
Sábado 27 Plutarco 21
Domingo 28 PLÍNIO, O VELHO 22
Todos os meses são iguais, de 28 dias e todos começam numa segunda-feira, terminando num domingo.

0324 B PLATÃO idéias para a inspiração da regeneração social

24 DE MARÇO: Platão e a habilidade poética da filosofia.

PLATÃO
Platon, Plato
(nasceu no ano 427 antes da nossa era, em Egina, Grécia; morreu no ano 347, em Atenas)

FILÓSOFO GREGO DE GRANDE INFLUÊNCIA NA CULTURA DA EUROPA DO OCIDENTE

A evolução intelectual da sociedade libertada do regime da cruel
Teocracia sacerdotal do oriente, iniciando a aplicação da ciência pura abstrata à vida humana.

Pela primeira vez na história da sociedade aconteceu que pensadores livres dedicassem sua vida a pesquisar o homem e o mundo. Isto é, a filosofar, encontrando os fatos gerais e princípios que governam tudo que somos e que nos envolve. Mas a explicação filosófica nas cidades da Grécia Antiga não se baseou na vontade arbitrária dos deuses, mas foi feita usando a observação dos fatos. Antes a filosofia era secreta nas teocracias e se destinava a imaginar a vontade dos seus poderosos deuses.
Desde o século 7º ao 5º antes da nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a oferecer universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência dos fenômenos abstratos como duas forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a ciência separada da filosofia. O estudo filosófico se enfraqueceu enquanto o original estudo da ciência abstrata particular dos fenômenos se fortaleceu.

Esta é a quarta semana do mês de Aristóteles da Filosofia Antiga. É consagrada à escola de Platão que prepara a doutrina da igreja cristã. O chefe de semana é Platão no domingo que a encerra.

Ver o Quadro 0226-1 do Mês de Aristóteles da Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação da ciência abstrata.


PLATÃO, o filósofo assim chamado, nasceu na ilha de Egina em maio do ano 427 antes da nossa era, de uma antiga e nobre família. Seu pai se chamava Ariston, sua mãe Perictione e seu nome era Aristocles. Platão seria o seu apelido dado mais tarde, que indicaria sua constituição robusta, ou o seu rosto muito largo.
Sua amizade com Sócrates começou quando ainda tinha 20 anos de idade e durou até a morte de Sócrates no ano 399. Ele pertencia ao partido aristocrático em política. Ligado com alguns dos que estabeleceram uma oligarquia no ano 403 ele teve a esperança logo perdida, de estabelecer um governo de filósofos. Ele simpatizou com a nobre resistência de Sócrates contra os trinta tiranos.
Depois do restabelecimento da democracia em Atenas e do martírio de Sócrates, Platão foi para Megare e viveu por algum tempo com Eucleides, filósofo dessa cidade. Ele fez uma viagem ao Egito e ligou-se também às escolas pitagóricas ainda existentes em Tarento, Locres e em outras cidades do sul da Itália e da Sicília. Na Sicília ele se aliou com Dion, sobre quem ele teve grande ascendência.
A convite de Dion, ele visitou Denys o Velho, em Siracusa. Seus discursos revolucionários ofenderam esse tirano, que fez com que Platão fosse vendido como escravo em Egina. Platão foi prontamente resgatado da escravidão e levado para Atenas, onde, em 386 antes da nossa era abriu uma escola de filosofia num jardim perto do Templo do herói Academus, situado perto da porta norte da cidade. Essa foi a primeira das numerosas escolas de ensino filosófico fundadas em Atenas, que permaneceram em funcionamento por oitocentos anos até serem proibidas no ano 529 da nossa era pelo Imperador Justiniano.
Platão teve como alunos muitas das celebridades do seu século, os oradores Demóstenes e Hipérides, os filósofos Speusippe, Xenócrates e Aristóteles e o grande geômetra e astrônomo Eudóxio. Sua vida de ensinamento durou até a morte no ano 347.
Platão manteve a esperança de orientar o governo de Denys o Jovem de Siracusa para a aplicação de sua filosofia à política, o que não conseguiu. A perda dessa esperança de subir ao poder assombrou os últimos anos de Platão. A escola rival, o Liceu, que seu discípulo Aristóteles abriu no Templo de Apolo Lício, não afetou a boa relação entre os dois pensadores.
As numerosas obras de Platão são escritas na forma de diálogos, onde o principal interlocutor é quase sempre Sócrates. As opiniões do autor são dificilmente encontradas no meio da conversação contida nos diálogos. Por essa razão Platão é visto mais como um literato ou como um mero escritor do que como um grande filósofo. Aristóteles chegou a afirmar que seu mestre Platão se dedicou muito a temas por demais antigos, arcaicos.
O sistema filosófico e político de Platão pode ser melhor estudado nos seus textos na República, no Timeu e nas Leis. Na sua obra a República ele estabelece a supressão da propriedade e da família. Os filhos seriam filhos do Governo Político, do Estado coercitivo, separados de suas famílias, já destruídas.
As propostas de Platão são as mais simples e mais fáceis de imaginar, correspondendo ao raciocínio simplista de que se há erros e injustiças na propriedade e na família, basta eliminar a riqueza e destruir a família, como fontes de todo mal. Essa política chegou a ser implantada no início do governo socialista no comunismo russo, numa prática logo abandonada. Um agrupamento de indivíduos solteiros em livre sexo exigiria um número muito maior de habitações, sendo até anti-econômico. Um curioso e trágico sistema de erros de filosofia política que ainda persiste por mais de 2400 anos.
A filosofia de Sócrates, o honesto e sensato estimado mestre de Platão incluía a pretensão de realizar o governo dos sábios, que seria a tomada do governo político por aqueles que tinham mais saber. Só percebendo essa ambição do próprio filósofo é que se pode entender a acusação e a condenação a morte de Sócrates pelo governo de Atenas.
A influência das concepções de Platão foi grande e prolongada, em grande parte devida à sua habilidade dramática e ao estilo poético do autor. Embora não tenham contribuído para o estudo científico, suas idéias inspiraram o ardor para a regeneração social.
As concepções de Platão, levadas para a cidade de Alexandria, foram os caminhos que levaram as idéias do judaísmo e do cristianismo a dominar o mundo ocidental na Idade Média. Para então formar a mais adiantada civilização do mundo no território já unificado, pacificado e tornado homogêneo pela conquista realizada pelo Império Romano na Europa do ocidente.

AMANHÃ: Mês de Arquimedes da ciência antiga e Teofrasto.

0323 B TERTULIANO contra a heresia na defesa da religião

MARÇO 23. Tertuliano: ilustrado polemista cristão

TERTULIANO
Quintus Septimus Florens Tertullianus Tertullien, Tertullian
(nasceu cerca do ano 150 da nossa era em Cartago, hoje Tunísia; morreu cerca de 230, em Cartago)

TEÓLOGO CRISTÃO AUTOR DA APOLOGIA DOS CRISTÃOS CONTRA OS PAGÃOS


A evolução intelectual da sociedade libertada do regime da cruel
Teocracia sacerdotal do oriente, iniciando a aplicação da ciência pura abstrata à vida humana.

Pela primeira vez na história da sociedade aconteceu que pensadores livres dedicassem sua vida a pesquisar o homem e o mundo. Isto é, a filosofar, encontrando os fatos gerais e princípios que governam tudo que somos e que nos envolve. Mas a explicação filosófica nas cidades da Grécia Antiga não se baseou na vontade arbitrária dos deuses, mas foi feita usando a observação dos fatos. Antes a filosofia era secreta nas teocracias e se destinava a imaginar a vontade dos seus poderosos deuses.
Desde o século 7º ao 5º antes da nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a oferecer universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência dos fenômenos abstratos como duas forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a ciência separada da filosofia. O estudo filosófico se enfraqueceu enquanto o original estudo da ciência abstrata particular dos fenômenos se fortaleceu.

Esta é a quarta semana do mês de Aristóteles da Filosofia Antiga. É consagrada à escola de Platão que prepara a doutrina da igreja cristã. O chefe de semana é Platão no domingo que a encerra.

Ver o Quadro 0226-1 do Mês de Aristóteles da Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação da ciência abstrata.


TERTULIANO era filho de um comandante de uma centúria, milícia romana de cem soldados. Seu pai era, então, um centurião residente em Cartago. Recebeu uma boa educação literária e praticou por algum tempo a advocacia em Roma. Depois de sua conversão ao catolicismo, entrou para o sacerdócio cristão. É considerado o primeiro e mais importante escritor da igreja, moralista polêmico, criando o vocabulário religioso em latim, dando forma ao pensamento do cristianismo do ocidente. Seria o fundamento da importante religião que formaria nos séculos seguintes o ensino e a cultura moral e intelectual da sociedade da Idade Média, a mais adiantada da época em todo o mundo.
Sua obra inclui escritos sobre o ritual e a disciplina da igreja, fazendo a defesa do cristianismo em numerosos trabalhos. O mais importante é a APOLOGIA dos cristãos contra os pagãos, escrita no ano 198 da nossa era. Nela refuta os ataques caluniosos dirigidos contra a moral cristã ataques que eram análogos às acusações mentirosas então frequentes contra os judeus. Apelou ao imperador em Roma as facilidades a que outros acusados tinham direito. Vê-se nessa obra como o catolicismo estava difundido em todo o império romano no fim dos anos 100, segundo século da nossa era.
Depois de alguns anos Tertuliano se ligou à seita fanática dos Montanistas, que negava toda ciência profana, condenava o serviço militar, considerava um segundo casamento como um adultério, negava à igreja cristã o poder da absolver os pecados cometidos após o batismo e, de modo geral tirava da doutrina cristã o sábio procedimento de moderação da igreja romana. Não se sabe a data precisa em que Tertuliano se filiou ao Montanismo.
Muitas de suas obras mostram uma forte influência de Montanismo, uma espécie de puritanismo, com vigorosas denúncias contra a heresia e com defesa da disciplina religiosa. Assim são o seu tratado DE PRECRIPTIONE HERETICORUM e o livro contra Praxeas pela defesa da Santíssima Trindade. Mais tarde Tertuliano se afastou dos Montanistas e formou uma seita diferente cujos restos foram descobertos por Santo Agostinho na igreja da África mais de cem anos depois.
Poucas informações restaram da vida de Tertuliano, que morreu em idade avançada.

AMANHÃ: Platão e habilidade poética da filosofia.

0322 B S CLEMENTE DE ALEXANDRIA a filosofia contida no evangelho cristão

MARÇO 22. Clemente de Alexandria: a moderação no ensino de religião

SÃO CLEMENTE DE ALEXANDRIA
Titus Flavius Clemens, Clément d’Alexandrie, Saint, Clement of Alexandria, Saint
(nasceu no ano 150 de nossa era, em Atenas; morreu cerca do ano 220, em Alexandria)

FILÓSOFO CRISTÃO MESTRE NA ESCOLA CATEQUÉTICA DE ALEXANDRIA


A evolução intelectual da sociedade libertada do regime da cruel
Teocracia sacerdotal do oriente, iniciando a aplicação da ciência pura abstrata à vida humana.

Pela primeira vez na história da sociedade aconteceu que pensadores livres dedicassem sua vida a pesquisar o homem e o mundo. Isto é, a filosofar, encontrando os fatos gerais e princípios que governam tudo que somos e que nos envolve. Mas a explicação filosófica nas cidades da Grécia Antiga não se baseou na vontade arbitrária dos deuses, mas foi feita usando a observação dos fatos. Antes a filosofia era secreta nas teocracias e se destinava a imaginar a vontade dos seus poderosos deuses.
Desde o século 7º ao 5º antes da nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a oferecer universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência dos fenômenos abstratos como duas forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a ciência separada da filosofia. O estudo filosófico se enfraqueceu enquanto o original estudo da ciência abstrata particular dos fenômenos se fortaleceu.

Esta é a quarta semana do mês de Aristóteles da Filosofia Antiga. É consagrada à escola de Platão que prepara a doutrina da igreja cristã. O chefe de semana é Platão no domingo que a encerra.

Ver o Quadro 0226-1 do Mês de Aristóteles da Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação da ciência abstrata.


TITUS FLAVIUS CLEMENS nasceu em Atenas, passando a primeira parte de sua vida no estudo e no ensino da filosofia grega. Para alguns críticos ele seria da escola estóica, para outros seria da escola platônica.
Clemente diz de si mesmo que ele havia aprendido com muitos mestres, tanto na Grécia como na Itália do sul e da Síria, mas que, finalmente, ele havia encontrado um mestre em Alexandria que o satisfez mais completamente do que os outros.
Esse mestre foi Pantenus que sendo antes da escola de pensamento dos estóicos, converteu-se ao cristianismo e dirigia nessa época a escola cristã de Alexandria. Clemente tornou-se cristão e sucedeu no ano 180 a seu mestre Pantenus. Pelos vinte anos seguintes ele foi o guia intelectual da comunidade cristã de Alexandria. Ele teve muitos alunos célebres entre os quais esteve Orígenes, realizando a educação de prosélitos que se tornaram mais tarde líderes religiosos e teólogos, como Alexandre, bispo de Jerusalém. Expulso de Alexandria no tempo do imperador Severo, ele retornou mais tarde e ali viveu até morrer.
A conversão de Clemente ao cristianismo não o desviou dos estudos filosóficos. Ao contrário, ele procurou provar que a filosofia grega, do modo que ela é ensinada pelos grandes mestres, sobretudo por Platão, era a melhor preparação para chegar à doutrina cristã. Clemente afirma que a filosofia foi dada aos gregos como a Lei foi dada aos judeus e, embora substituída pelo evangelho, a filosofia não ficou menos importante.
Clemente faz grande esforço para demonstrar que os gregos não foram, como se supõe comumente, a primeira fonte da sabedoria. Ele cita, para comprovar, a proclamação do padre egípcio dirigida a Platão: “Gregos, gregos, vocês são apenas crianças!” O que significava que os gregos tinham muito a aprender.
Afirma Clemente: Cadmus recebeu o alfabeto dos fenícios, da Fenícia, igualmente, segundo certas autoridades, veio Tales; Pitágoras foi talvez de origem etrusca. Antístenes era frígio, Orfeu era da Trácia; Anarcarsis da Cíntia; e em todos os casos, o mais antigos dos filósofos gregos eram menos antigos do que Moisés. Moisés era bem anterior à guerra de Troia, à expedição dos Argonautas, a Baco, Hercules ou Prometeu.
É evidente, pensava Clemente, que Platão tomou muito da legislação feita por Moisés com tanta certeza que Numanius, um filósofo pitagórico perguntou “O que é Platão senão o próprio Moisés falando o idioma grego?” Platão coloca a felicidade suprema no esforço com uma humildade submissa para se tornar semelhante a Deus. O que é isso senão a doutrina cristã? Paralelamente, Clemente insiste sobre a correlação entre a idéia de Platão e o logos cristão.
A principal obra de Clemente, sua Stromates ou Miscelânea, é repleta de citações de poetas ou de filósofos gregos, muitos deles desconhecidos por nós, mas que parecem a Clemente fazer a condução dos homens imbuídos da cultura grega para chegar ao sistema católico.
Clemente apresenta o ensinamento e da disciplina da Igreja Católica com uma moderação tranqüila que contrasta fortemente com o fervor impetuoso de Tertuliano, seu contemporâneo.


AMANHÃ: A interpretação alegórica de Orígenes.

terça-feira, 20 de março de 2012

0321 B St IRINEU o catolicismo com uma só doutrina e um só chefe

21 DE MARÇO: Santo Irineu lutou contra as heresias

SANTO IRINEU
Saint Irénée, Saint Irenaeus – em grego “O que realiza a Paz”
(nasceu de pais gregos na Ásia Menor, cerca do ano 120 da nossa era; morreu cerca do ano 190)

TEÓLOGO CATÓLICO IMPORTANTE NA FORMAÇÃO DA IGREJA DA IDADE MÉDIA

A evolução intelectual livre do cruel regime teocrático
de castas
iniciando a criação da ciência pura abstrata.

Pela primeira vez na sociedade humana acontece que pensadores livres dedicaram sua vida a pesquisar o homem e o mundo. Isto é, dedicaram-se a filosofar, pesquisando os fatos gerais e princípios que governam tudo que somos e que nos envolve. Mas a explicação filosófica nas cidades da Grécia Antiga não se baseou na vontade arbitrária dos deuses, mas foi feita usando a observação dos fatos. Antes a filosofia era secreta nas teocracias e se destinava a imaginar a vontade dos seus poderosos deuses.
Desde o século 7º ao 5º antes da nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a oferecer universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência como duas forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a ciência separada da filosofia. O estudo filosófico se enfraqueceu enquanto o estudo da ciência particular se fortaleceu.
Esta terceira semana do mês de Aristóteles da Filosofia Antiga apresenta o ponto de vista da Ética da cultura grega. Esses pensadores é que mais atraíram os filósofos romanos. Eles figuram na semana com três pensadores de Roma.
O tipo principal é Sócrates como chefe da semana no domingo que a encerra.

Ver o Quadro 0226-1 do Mês de Aristóteles da Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação da ciência abstrata.


SANTO IRINEU nasceu na Ásia Menor tendo na mocidade conhecido e estudado com Policarpo, que recolheu e lhe transmitiu muitos dos ensinamentos de São João e dos demais discípulos de Cristo. Depois das perseguições no ano de 155 Irineu foi escolhido como bispo de Lugdunum ou Lyon.
A grande obra de Irineu é um tratado contra as numerosas heresias difundidas em seu tempo. Estava bem preparado para essa difícil tarefa por ser grego e por ser bom conhecedor das controvérsias filosóficas da época. Estava posto em elevado posto na hierarquia católica no ocidente, onde a liderança religiosa do bispo de Roma era aceita por unanimidade sempre crescente. Na igreja nascente o objetivo era de construir um sistema organizacional capaz de governar o ensino e as opiniões. Assim afastava de fato a tentação de se limitar a discussões sem fim da curiosidade intelectual por meio de argumentação metafísica sem fundamento.
O papel histórico de Santo Irineu foi importante na formulação da teoria religiosa que viria a fornecer o ensino e a cultura intelectual e moral da Idade Média, que resultou na formação da mais adiantada sociedade do mundo na Europa ocidental. Assim foi garantida a relativa universalidade de pensamento e de língua nessa parte do continente. O progresso realizado pode ser avaliado pela libertação do servo semi escravizado nos feudos, então transformado no trabalhador moderno livre. Ao mesmo tempo a guerra de conquista foi substituída pela guerra de defesa, criando também o nascer do sentimento de globalização internacional.
Foi então necessário um pensador sábio, com senso prático e tolerante para separar a doutrina católica ou universal das novidades das teorias dispersas que os especuladores da época criavam apoiadas nas entidades da metafísica inesgotável de Platão. A formação de uma igreja para toda Europa já uniformemente civilizada pelo império de Roma teria que possuir uma única narrativa dirigida por um só chefe. Caso contrário divisões religiosas antagônicas seriam formadas e se manteriam em permanente disputa.
Irineu cumpriu muito bem sua missão e foi um dos principais construtores da ortodoxia católica da Idade Média, indispensável como base da grande obra civilizadora da religião.
Sabe-se que Irineu teria morrido no fim dos anos 100, do século 2, segundo fontes tidas como apoiadas em lenda, sem base documental.

AMANHÃ: A moderação no ensino de Clemente de Alexandria.

0320 B JOÃO EVANGELISTA a universalidade isto é a catolicidade de S Paulo

MARÇO 20. João Evangelista: o quarto evangelho no Novo Testamento.

JOÃO EVANGELISTA
Saint Jean l’Evangelist, John the Evangelist
(viveu entre os anos 100 a 180 da nossa era)
AUTOR DO QUARTO EVANGELHO FORMADOR DA DOUTRINA CRISTÃ

A evolução intelectual livre do cruel regime teocrático de castas. Iniciando a criação da ciência pura abstrata.
Pela primeira vez no mundo acontece que pensadores livres dedicaram sua vida a pesquisar o homem e o mundo. Isto é, a filosofar, encontrando os fatos gerais e princípios que governam tudo que somos e que nos envolve. Mas a explicação filosófica nas cidades da Grécia Antiga não se baseou na vontade arbitrária dos deuses, mas foi feita usando a observação dos fatos. Antes a filosofia era secreta nas teocracias e se destinava a imaginar a vontade dos seus poderosos deuses.
Desde o século 7º ao 5º antes da nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a oferecer universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência como duas forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a ciência separada da filosofia. O estudo filosófico se enfraqueceu enquanto o estudo da ciência particular se fortaleceu.
Esta terceira semana do mês de Aristóteles da Filosofia Antiga apresenta o ponto de vista da Ética da cultura grega. Esses pensadores é que mais atraíram os filósofos romanos. Eles figuram na semana com três pensadores de Roma.
O tipo principal é Sócrates como chefe da semana no domingo que a encerra.

Ver o Quadro 0226-1 do Mês de Aristóteles da Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação da ciência abstrata.


JOÃO EVANGELISTA é o nome do autor do quarto evangelho do Novo Testamento. Mais do que as outras parte do Novo Testamento, esse evangelho formou a doutrina cristã junto com as epístolas de Paulo de Tarso para estabelecer uma religião católica. O nome católico quer dizer universal, também para os gentios, os não judeus, em oposição a uma religião limitada apenas aos judeus, como queriam os cristãos aliados a S. Pedro.
A crença geralmente aceita diz que esse evangelho é de autoria de São João, filho de Zebedeu, que também seria o autor do livro do Apocalípse. Mas a crítica moderna chegou a conclusões diferentes dessa crença por razões que parecem decisivas.
Em primeiro lugar o estilo do texto grego do Apocalípse difere tanto do estilo do quarto evangelho que é difícil que os dois livros tenham sido escritos pela mesma pessoa. Em segundo lugar, as matérias são ainda mais divergentes: o Apocalipse é o mais judeu de todos os livros do Novo Testamento, ao passo que o quarto evangelho é o menos ligado ao judaísmo para um só povo, do que mais dirigido a uma doutrina católica, universal, para todos os povos.
O Apocalipse parece ter sido escrito no ano 68, antes da morte do imperador Galba e quando a crença estava difundida por todo lugar que Nero reapareceria, de acordo com Cap. XVII, 10, 11. Jerusalém ainda não estava sob cerco e no livro é ardentemente expressada a convicção de que o povo judeu era a nação central do mundo, com a qual todas as outras nações deveriam se unir.
Ao contrário, no quarto evangelho, não há nenhum traço de judaísmo. A luta entre os cristãos judaicos de Jerusalém contra o universalismo ou catolicismo de São Paulo parece então ter acabado há muito tempo. Na época nem em Jerusalém nem sobre o monte Gerizim há algum privilégio de culto. Muitas das numerosas diferenças entre o quarto e os outros três evangelhos indicam a mesma tendência para a universalidade ou catolicidade pregada por Paulo de Tarso no texto atribuído a João Evangelista.
Ocorre o mesmo na notável diferença sobre o ponto de saber se Jesus celebrou ou não a páscoa na noite anterior à sua crucificação. De acordo com o quarto evangelho, segundo o qual a crucificação foi colocada um dia mais cedo do que nos outros evangelhos, não foi feita a celebração da páscoa, já que o próprio Jesus seria a realização do que a páscoa simbolizaria.
Enfim, não há prova evidente de que o quarto evangelho tenha sido reconhecido pela Igreja Católica antes do meio ou do fim do segundo século de nossa era. Há evidências de que ele teria sido escrito por um cristão de Alexandria profundamente compenetrado do espírito universalista dirigido para os gentios como Paulo de Tarso e seus discípulos compreendiam. A filosofia de Platão era familiar com esse espírito de universalidade e o pensamento de Filon também. Pode-se ver que a primeira frase do evangelho tem toda a alegoria ilimitada na interpretação das escrituras sagradas criada por Filon e poderia ter sido escrita pela mão do próprio filósofo judeu:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.”


AMANHÃ: As apologias de S.Justino.

segunda-feira, 19 de março de 2012

0319 B FILON DE ALEXANDRIA o precursor da teologia cristã.

MARÇO19. Filon de Alexandria: harmoniza o judaísmo e a filosofia grega.

FILON DE ALEXANDRIA
Philo Judaeus, Philon de Alexandrie, Philo of Alexandria
(nasceu cerca do ano 20 antes da nossa era, em Alenxandria; morreu cerca do ano 50 da nossa era, em Alexandria)
IMPORTANTE FILÓSOFO JUDEU HARMONIZA FÉ REVELADA COM RAZÃO FILOSÓFICA

A evolução intelectual livre do cruel regime teocrático de castas. Iniciando a criação da ciência pura abstrata.
Pela primeira vez no mundo acontece que pensadores livres dedicaram sua vida a pesquisar o homem e o mundo. Isto é, a filosofar, encontrando os fatos gerais e princípios que governam tudo que somos e que nos envolve. Mas a explicação filosófica nas cidades da Grécia Antiga não se baseou na vontade arbitrária dos deuses, mas foi feita usando a observação dos fatos. Antes a filosofia era secreta nas teocracias e se destinava a imaginar a vontade dos seus poderosos deuses.
Desde o século 7º ao 5º antes da nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a oferecer universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência como duas forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a ciência separada da filosofia. O estudo filosófico se enfraqueceu enquanto o estudo da ciência particular se fortaleceu.
Esta terceira semana do mês de Aristóteles da Filosofia Antiga apresenta o ponto de vista da Ética da cultura grega. Esses pensadores é que mais atraíram os filósofos romanos. Eles figuram na semana com três pensadores de Roma.
O tipo principal é Sócrates como chefe da semana no domingo que a encerra.

Ver o Quadro 0226-1 do Mês de Aristóteles da Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação da ciência abstrata.

FILON DE ALEXANDRIA foi um judeu de Alexandria, de uma família sacerdotal, falando a língua grega, o mais importante filósofo do judaísmo helênico. Sabe-se que ele foi enviado como chefe de uma representação dos judeus de Alexandria ao imperador Calígula para se defender do notório anti-semita Apion que os acusava de recusar a prestar as honras devidas a César; sabe-se ainda que ele fez uma segunda viagem a Roma no tempo do imperador Cláudio. É tudo que se conhece dos detalhes de sua vida pessoal.
O historiador dos judeus Josephus, contemporâneo de Filon, informa que a família do filósofo era das mais nobres de sua linhagem. Seu irmão Alexandre Lysimachus era o homem mais rico da cidade de Alexandria, tendo contribuído com ouro e prata para recobrir os nove grandes portões do Templo de Jerusalém.
Mas as obras de Filon são de grande interesse. Elas mostram que havia em Alexandria uma numerosa e importante escola de pensadores judeus que se encarregou à tarefa de conciliar o judaísmo com a filosofia grega e especialmente com a filosofia de Platão. Filon não foi apenas um copiador dos filósofos gregos, repensando e desenvolvendo as doutrinas de Platão, de Aristóteles, Pitágoras e outros. Ele adotou as idéias de Aristóteles em cosmologia e em ética, havendo predominância do pensamento de Platão. Filo adotou o significado místico dos números de Pitágoras, em especial do número sete e também a disciplina de vida pitagórica.
Para a harmonia do judaísmo com a filosofia da Grécia, ele fazia um uso ilimitado da alegoria em sua interpretação das escrituras sagradas. Filon comentava a passagem do Gênese que diz: “O céu e a terra foram feitos” explicando que o céu significa razão e a terra sensação. Quanto à criação do mundo em seis dias afirma que “não se deve tomar o texto ao pé da letra, porque o tempo não existia antes da criação. Somente saber que o seis era um número perfeito e o sete era ainda mais perfeito”. Toda a história bíblica era interpretada dessa maneira. Os quatro rios do paraíso são interpretados como as quatro virtudes; Adão significa a razão, Eva o sentimento e a paixão - e assim por diante.
Mas a mais importante das concepções dessa escola é a sua teoria do Logos traduzido habitualmente nas escrituras cristãs pela palavra Verbo, com a dupla significação de palavra e de razão, como ocorre no exemplo análogo da palavra italiana ragionare.
Como conseqüência é do Deus Supremo, para Filon, que vem a razão, o pensamento ou a palavra. Filon fala então do filho primeiro-nascido ou primogênito de Deus, criador e governador do mundo e do segundo Deus, grande-sacerdote de Deus, existente em toda eternidade. Em outros textos Filon fala do logos como sendo a idéia das idéias de onde sai, primeiro o mundo platônico das formas invisíveis e mais tarde sai então o universo visível.
São Jerônimo e outros padres citam a então conhecida frase “Ou Platão filoniza ou Filo platoniza”. A influência importante da escola de Filon sobre a teologia do cristianismo é bem clara.
Por essa razão ele é considerado por escritores cristãos como o precursor da teologia cristã.

AMANHÃ: O quarto evangelho de João Evangelista.

0318 B XENÓCRATES criou a teoria de semideuses como demônios

MARÇO 18: Xenocrates o sucessor de Platão.

XENÓCRATES
(nasceu no ano 396 antes da nossa era, na Calcedônia, na Ásia Menor, hoje Turquia; morreu no ano 314, em Atenas)

FILÓSOFO GREGO DISCÍPULO, SUCESSOR E DIVULGADOR DA DOUTRINA DE PLATÃO

A evolução intelectual da sociedade libertada do regime da cruel
Teocracia sacerdotal do oriente, iniciando a aplicação da ciência pura abstrata à vida humana.

Pela primeira vez na história da sociedade aconteceu que pensadores livres dedicassem sua vida a pesquisar o homem e o mundo. Isto é, a filosofar, encontrando os fatos gerais e princípios que governam tudo que somos e que nos envolve. Mas a explicação filosófica nas cidades da Grécia Antiga não se baseou na vontade arbitrária dos deuses, mas foi feita usando a observação dos fatos. Antes a filosofia era secreta nas teocracias e se destinava a imaginar a vontade dos seus poderosos deuses.
Desde o século 7º ao 5º antes da nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a oferecer universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência dos fenômenos abstratos como duas forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a ciência separada da filosofia. O estudo filosófico se enfraqueceu enquanto o original estudo da ciência abstrata particular dos fenômenos se fortaleceu.

Esta é a quarta semana do mês de Aristóteles da Filosofia Antiga. É consagrada à escola de Platão que prepara a doutrina da igreja cristã.

Ver o Quadro 0226-1 do Mês de Aristóteles da Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação da ciência abstrata.


XENÓCRATES da Calcedônia foi o filósofo grego, discípulo de Platão, que acompanhou seu Mestre quando ele foi ao encontro de Denys na Sicília.
A maior parte de sua vida ele passou na Academia Grega que Platão havia fundado pelos anos de 380 antes da nossa era. Depois da morte de Platão no ano 348, ele saiu de Atenas acompanhando Aristóteles. Voltou no ano 339 sendo eleito como dirigente da Academia, que ele presidiu depois da morte do discípulo de Platão de nome Speusippo nesse ano de 339. XENÓCRATES dirigiu a escola de Platão durante vinte e cinco anos, até o ano 314, quando morreu.
Ele acompanhou Aristóteles em suas viagens a partir do ano 48. Xenócrates havia sofrido com o ridículo de Platão por sua letargia. Platão comparava sua calma com o modo enérgico de Aristóteles. E pela comparação com cavalos, dizia: “Um precisa de uma espora, o outro, do freio de uma rédea. Veja que burro estou eu treinando para competir com que cavalo!” Os dois pensadores, no entanto, com qualidades tão diferentes, parece que se integraram bem estabelecendo uma nova Academia na Ásia Menor na nova cidade de Assus.
Aristóteles relata que as doutrinas de Xenócrates, expostas em textos que foram perdidos, são semelhantes às idéias de Platão. Entre suas teorias está a de “derivação”. A teoria explica toda realidade pela ação de dois princípios opostos, “ O Uno” e “O indeterminado Dyad”. O Dyad é que produz a diversidade, a multiplicidade, o mal e o movimento. O Uno ou Um é que produz a unidade, o bem e o repouso. Números e as grandezas geométricas são o resultado dessa derivação. Desse modo, a filosofia de Xenócrates procura aproximar a teoria de Platão das essências absolutas com a filosofia dos números de Pitágoras.
Xenócrates criou a teoria separando os deuses, os homens e os demônios. Os demônios representavam seres meio homens, meio deuses, alguns sendo bons e outros sendo maus. A aos demônios Xenócrates ensinava que a eles se deve muito do que a religião atribuía aos deuses. E que os rituais do mistério religioso na Grécia foram instituídos para agradar aos deuses, em especial aos deuses do mal. Essa demonologia teve muita influência, em especial sobre os primeiros escritores do cristianismo, que afirmavam serem os deuses pagãos apenas demônios do mal.
Ele se fez destacar por sua austeridade, sua sobriedade, sua veracidade e sua integridade, sendo com freqüência citado por Cícero com elogios. Quando ele fez parte da embaixada enviada por Atenas ao rei Felipe da Macedônia, ele foi o único a se opor com uma recusa inflexível às ofertas de presentes ou de favores, fazendo o mesmo na sua visita à corte do rei Antipater.
XENÓCRATES foi um autor fecundo, mas somente uma lista com o nome de suas obras chegou até nossos dias. Ele morreu com a idade de 82 anos.
O lugar de Xenócrates em filosofia é o de sucessor imediato de Platão, com o desenvolvimento do sistema de pensamento de seu Mestre, especialmente nas tendências em direção ao monoteísmo, como base de um regime moral mais severo.


AMANHÃ: Filon de Alexandria faz a conciliação do judaísmo e filosofia grega.

sábado, 17 de março de 2012

0317 B SÓCRATES método da Maiêutica por perguntas sucessivas

MARÇO 17. Sócrates: da conduta e do dever.

SÓCRATES
(nasceu cerca do ano 470 antes da nossa era, em Atenas; morreu no ano 399, em Atenas)

ANTIGO FILÓSOFO GREGO DESTACADO PENSADOR DA CULTURA MORAL

A evolução intelectual livre do cruel regime teocrático de castas. Iniciando a criação da ciência pura abstrata.
Pela primeira vez no mundo acontece que pensadores livres dedicaram sua vida a pesquisar o homem e o mundo. Isto é, a filosofar, encontrando os fatos gerais e princípios que governam tudo que somos e que nos envolve. Mas a explicação filosófica nas cidades da Grécia Antiga não se baseou na vontade arbitrária dos deuses, mas foi feita usando a observação dos fatos. Antes a filosofia era secreta nas teocracias e se destinava a imaginar a vontade dos seus poderosos deuses.
Desde o século 7º ao 5º antes da nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a oferecer universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência como duas forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a ciência separada da filosofia. O estudo filosófico se enfraqueceu enquanto o estudo da ciência particular se fortaleceu.
Esta terceira semana do mês de Aristóteles da Filosofia Antiga apresenta o ponto de vista da Ética da cultura grega. Esses pensadores é que mais atraíram os filósofos romanos. Eles figuram na semana com três pensadores de Roma.
O tipo principal é Sócrates como chefe da semana no domingo que a encerra.

Ver o Quadro 0226-1 do Mês de Aristóteles da Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação da ciência abstrata.




SÓCRATES era filho do distinto escultor Sophrônisco de Atenas. Seus pais eram pobres, sua mãe Phenarete era parteira de profissão. Sócrates combateu como soldado de infantaria nas diversas campanhas das guerras do Peloponeso e se destacou por sua coragem resoluta, seu sangue-frio no perigo e sua resistência surpreendente ao frio, ao calor e à fome.
Os escritores contemporâneos e os escultores nos deixaram vivas impressões da aparência de Sócrates pesada e espessa, de seus traços feios e bizarros. Mas quando ele falava, dizia-se, era como se uma das estátuas velhas de Silene se abrisse e que a imagem de uma bela divindade se fosse revelada em seu interior.
Sócrates seguiu por alguns anos a profissão de seu pai como escultor. Mas passou a maior parte de sua vida em conversações filosóficas com seus concidadãos, nas esquinas das ruas, nos mercados, ginásios e em todos os lugares abertos ao público.
Ele fava com todos que se dirigissem a ele, jovens ou velhos, ricos ou pobres e diante de quem desejasse ouvi-lo. Suas conversações se referiam a tudo que se relacionasse à vida humana: a justiça, a coragem, a modéstia e todos os deveres e relações de um cidadão. Sua reputação cresceu e vinham pessoas de cidades distantes para ouvi-lo.
Conta-se que estando Sócrates idoso, um de seus amigos consultou o oráculo de Delfos se havia outro homem mais sábio do que ele. A resposta que recebeu foi que não havia. Sócrates ficou surpreso, mas interpretou a resposta do oráculo como significando que embora outros homens se colocassem como sábios, ele estava colocado no número bem pequeno daqueles que tinham consciência de sua própria ignorância.
Sócrates usava o método de perguntas sucessivas ao interlocutor. Começando por um caso qualquer, ele conduzia o tema fazendo com que o outro desse a definição do assunto que interessasse, como a justiça, a coragem, a temperança. Em seguida ele colocava as questões para provar a resposta e verificar se a definição era perfeita, se incluía coisas estranhas ao tema, ao mesmo tempo em que outros fatores essenciais estivessem faltando.
Esse método, de perguntas sucessivas, Sócrates chamava de MAIÊUTICA, ou trabalho de parto, o método de fazer o parto do conhecimento por meio do diálogo dinamizado pelas perguntas sucessivas orientadas pelo Mestre. Aristóteles nota que Sócrates foi o primeiro filósofo que deu valor a uma definição bem feita. Somente quem conhece a generalidade dos princípios filosóficos consegue dar uma definição correta de uma questão.
Uma vida passada a convencer os cidadãos da falsidade de seus preconceitos mais caros e ao pouco fundamento de muitas das reputações estabelecidas acabou fazendo muitos inimigos de Sócrates. Ele foi acusado de crime por não adorar os deuses que a cidade de Atenas adorava e por introduzir novas divindades, corrompendo a mocidade. Foi julgado e sentenciado à morte pelo envenenamento pela cicuta.
A vida de Sócrates nos é conhecida por dois de seus discípulos: sendo um o soldado Xenofonte e o outro um filósofo, Platão. Dos dois, Xenofonte é o mais exato. Platão coloca seus próprios pensamentos na boca de Sócrates e procede por meio de pergunta e resposta, seguindo o método de seu Mestre. A memória escrita por Xenofon é uma simples exposição daquilo que ele se recorda de ter ouvido de Sócrates. Os dois autores estão traduzidos em várias línguas da cultura ocidental.


AMANHÃ: Xenocrates o sucessor de Platão.