sábado, 17 de março de 2012

0314 B PLÍNIO O MOÇO cartas com grande valor histórico

MARÇO 14. PLÍNIO O MOÇO: Cidadão da Roma de cultura grega

PLÍNIO O MOÇO
Gaius ou Caius Plinius Caecilius Secundus, Pliny the Younger, Pline le Jeune
(nasceu em Come, Itália, no ano 61 da nossa era; morreu em Bitínia, Ásia Menor, cerca de 113)

ESTADISTA E ESCRITOR ROMANO AUTOR DE FAMOSAS CARTAS COM REGISTROS HISTÓRICOS


A evolução intelectual livre do cruel regime teocrático de castas. Iniciando a criação da ciência pura abstrata.
Pela primeira vez no mundo acontece que pensadores livres dedicaram sua vida a pesquisar o homem e o mundo. Isto é, a filosofar, encontrando os fatos gerais e princípios que governam tudo que somos e que nos envolve. Mas a explicação filosófica nas cidades da Grécia Antiga não se baseou na vontade arbitrária dos deuses, mas foi feita usando a observação dos fatos. Antes a filosofia era secreta nas teocracias e se destinava a imaginar a vontade dos seus poderosos deuses.
Desde o século 7º ao 5º antes da nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a oferecer universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência como duas forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a ciência separada da filosofia. O estudo filosófico se enfraqueceu enquanto o estudo da ciência particular se fortaleceu.
Esta terceira semana do mês de Aristóteles da Filosofia Antiga apresenta o ponto de vista da Ética da cultura grega. Esses pensadores é que mais atraíram os filósofos romanos. Eles figuram na semana com três pensadores de Roma.
O tipo principal é Sócrates como chefe da semana no domingo que a encerra.

Ver o Quadro 0226-1 do Mês de Aristóteles da Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação da ciência abstrata.


CAIUS PLINIUS era sobrinho por parte de mãe do naturalista de mesmo nome conhecido como Plínio o Velho. Estudou leis e filosofia grega em Roma. Órfão desde cedo, teve sua educação orientada por Lucius Rufus, estudando retórica com Quintiliano. Mais tarde foi adotado por seu tio Plínio o Velho, ficando com o nome e a herança do tio.
Aos 21 anos foi para a Síria como tribuno militar, onde estudou com o filósofo estôico Eufrates. Dois anos depois voltou a Rome onde foi elevado ao nível de senador e serviu em vários cargos públicos. Tornou-se muito amigo do historiador Tácito de quem passou a corrigir os escritos. Passaram a formar uma dupla literária. Aos 43 anos foi nomeado pelo imperador Trajano como proconsul de Bitínia, na Ásia Menor. Sua correspondência com o grande imperador chegou até nós, as Cartas de Plínio recebendo várias traduções.
Nas cartas de Plínio encontram-se referências à seita dos cristãos, de quem diz que tinham se tornado tão numerosos naquela província que muitos dos templos pagãos foram abandonados. Em resposta às questões de Plínio sobre a conduta que deveria ter em relação aos cristãos, Trajano lhe recomenda não organizar processos de inquisição, nem encorajar os delatores, mas punir somente aqueles que se recusarem abertamente a reconhecer a autoridade de Estado em matéria de ritual.
Foi o próprio Plínio que reuniu e publicou nove volumes de Epistulae ou Cartas e um décimo volume com a sua correspondência oficial como governador de Bitínia com o imperador Trajano. A não ser pelo ELOGIO DE TRAJANO, temos conservadas até nossos dias apenas as suas CARTAS ao Imperador, a Tácito, a sua mulher e a seus amigos íntimos. Vemos nesses documentos que Plínio era generoso, sensível e que possuía uma alta cultura. Entre as mais interessantes de suas cartas estão duas de seu amigo o historiador Publius Cornelius Tacitus sobre a erupção do vulcão do monte Vesúvio, outra descrevendo sua residência em Lanrentum, outra carta descrevendo a história de uma casa famosa em Atenas e a carta ao imperador Trajano sobre o procedimento a tomar em relação aos cristãos.
Do mesmo modo do que ocorre com a volumosa correspondência de Cícero, as cartas de Plínio têm um grande valor histórico. Elas nos permitem viver familiarmente com esses homens e com seus amigos, que, sob o ponto de vista sociológico, são nossos verdadeiros ancestrais. Pelo sentimento geral, pelo caráter e maneira de viver, o cidadão romano conhecedor da cultura grega fica mais próximo de nós do que outros povos antigos na Ásia ou na Europa.

AMANHÂ: O escritor da História da Campanha de Alexandre na Ásia: Arriano.

Um comentário: