quarta-feira, 16 de março de 2011

0317 TÁCITO

17 DE MARÇO: Tácito e a análise do caráter individual.

TÁCITO
Publius Cornelius Tacitus, Gaius Cornelius Tacitus
(nasceu no ano 56 da nossa era,; morreu cerca do ano 120
FILÓSOFO MORAL ESCRITOR E MAIOR HISTORIADOR ROMANO

A evolução intelectual da sociedade libertada do regime da Teocracia sacerdotal do oriente, iniciando a aplicação da ciência pura abstrata à vida humana.
Pela primeira vez na sociedade humana no mundo acontece nas cidades da Grécia Antiga pensadores dedicarem sua vida a pesquisar o homem e o mundo. Isto é, encontrar os fatos gerais e princípios que governam tudo que nos envolve. Mas a explicação não se baseou na vontade arbitrária dos deuses, mas foi feita usando a observação dos fatos. Antes a observação se destinava a conhecer a vontade dos seus poderosos deuses.
Do século 7º ao 5º antes da nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a fazer o universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência como duas forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a ciência separada da filosofia.
Esta terceira semana do mês de Aristóteles da Filosofia Antiga apresenta o ponto de vista da Ética da cultura grega. Esses pensadores é que mais atraíram os filósofos romanos. Eles figuram na semana com três pensadores de Roma.
O tipo principal é Sócrates como chefe da semana no domingo que a encerra.


TÁCITO passou os primeiros anos de sua maturidade em funções do serviço público. O imperador Vespasiano, que morreu no ano 79, lhe deu um posto na área das finanças na Gália setentrional (França do norte). Com o imperador Tito ele foi questor e foi pretor com Domiciano. Durante o curto reinado de Nerva, que morreu em 98, ele foi cônsul. Tácito manteve grande amizade com Plínio o Jovem, como se vê pela correspondência de Plínio.
Na última parte de sua vida Tácito escreveu a história de Roma desde a morte de Augusto até a de Domiciano, com o nome de “Anais e Histórias”, do ano 14 até o ano 96 de nossa era. Dessa obra temos apenas uma parte. Ele compôs a biografia “De Vita Iulii Agricolae”, Vida de Júlio Agrícola, seu sogro, onde demonstra o profundo respeito que tinha por ele.
Além da biografia de Agrícola, ele compôs uma história das tribos germânicas, onde coloca em contraste suas virtudes rudes, a pureza de sua vida, seu respeito pelas mulheres, em comparação com a corrupção e a fraqueza do mundo romano de seu tempo. Sobre o cristianismo, ele faz um julgamento superficial e duro. Para ele a esperança mística numa vida futura não lhe parece um meio adequado para resultar em bons cidadãos.
Tácito, como Trajano, reprovava na doutrina cristã desconhecer a dignidade do trabalho, tido como maldição dos deuses, por fazer os bons sentimentos como estranhos à natureza humana e erigindo a mulher como a fonte de todo o mal. Só que eles não podiam prever que o sacerdócio católico, com sua alta cultura, conteria os vícios da doutrina e obteria de seus dogmas admiráveis resultados sociais na Idade Média.
Do mesmo modo como Tucídides fez a análise das sociedades e das crises sociais, Tácito penetrou e desvendou os caminhos do caráter individual. Dessa forma ele se tornou um pensador mais interessado na filosofia moral do que do estudo político. Suas descrições são resumidas, mas são seguras. O imperador Galba, Servius Sulpicius Galba, que reinou por sete meses, do ano 68 a 69, fez uma administração respeitável, embora seus ministros fossem tidos como corruptos. Na descrição do imperador Galba, por exemplo, ele diz:
“Seu caráter era moderado; embora sem vicio, não sendo
por isso virtuoso. Sem ser insaciável para obter a fama, não deixava de ser vaidoso; econômico para a sua própria fortuna, ele era parcimonioso com o dinheiro do Estado. Para seus amigos e seus servidores, se eram bons, ele não lhes fazia qualquer observação. Se eles eram maus, ele era cego até ao ponto de ser culpado. Mas sua elevada classe social e a desordem do tempo lhe ajudaram, porque sua apatia passava por ser sabedoria. Na sua juventude na Alemanha, ele ganhou boa reputação de soldado; como cônsul governou a África com moderação e depois na Espanha do norte não menos bem. Ele parecia grande demais para a vida particular e seria de crer que ele era feito para ter o poder supremo se ele não o tivesse possuído”.
Tácito foi bom orador e o maior estilista em prosa na literatura da língua latina. Suas obras não sofreram desmentido e sua lembrança dos terrores da tirania são inesquecíveis. Suas caracterizações não penetrantes, seus textos atraindo por sua ironia e por serem imprevisíveis.  Seu estilo é colorido com palavras arcaicas e poéticas, evitando com cuidado o uso de expressões do lugar comum.
Como historiador, ele louvava os ideais da República de Roma e ofereceu descrições profundamente críticas de muitos dos imperadores romanos.


AMANHÃ: Sócrates, a conduta e o dever.


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