quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

1225 C BOERHAAVE dar à arte médica uma base científica positiva segura

DEZEMBRO 25. BOERHAAVE: levou a prática médica para o lado do leito dos enfermos

BOERHAAVE
Hermann Boerhaave
(nasceu em 1668, em Voorthout, Holanda; morreu em Leiden, Holanda)

DESTACADO MÉDICO E QUÍMICO HOLANDÊS EDUCADOR NA CLÍNICA MÉDICA


FILOSOFIA DA HISTÓRIA.
Esta terceira semana do mês mostra os grandes cientistas do desenvolvimento da Química como ciência experimental positiva nos anos 1700 e 1800, nos séculos XVIII e XIX. A Química científicaabstrata, mais complexa, só poderia se desenvolver após a criação nos anos anteriores da ciência Física, com fenômenos mais simples. Por depender do conhecimento das leis abstratas desses fenômenos.
O patrono e chefe de semana é LAVOISIER, por suas pesquisas da oxidação e da combustão e ainda pela destruição da hipótese do flogístico, um fluido metafísico transcendente inverificável que explicava a ocorrência da combustão (do grego phloks, phlogos= chama, flama).
Ver em 1203 C de dezembro 03, o QUADRO DO MÊS DE BICHAT  A Ciência Moderna com os grandes nomes representativos da evolução social da ciência.

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.

FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS

BOERHAAVE [diga Bêr' ha-ve] (1668-1738) nasceu na Holanda, sendo educado para ser pastor protestante. Durante alguns anos ensinou matemática para se sustentar, diplomando-se em filosofia em 1684 e mais tarde, em 1693 em medicina.
No exercício da medicina teve extraordinária distinção. Tornou-se professor de botânica e de medicina, toda sua carreira sendo feita na Universidade de Leiden. Foi reitor, professor de prática médica e de química. Ficou famoso ao introduzir pela primeira vez o ensino da medicina junto ao leito dos doentes, mostrando a prática médica ao lado da cama.
Tido como um dos maiores médicos de seu tempo, nos anos 1700, século 18, Boerhaave realizou a identificação, classificação e sistematização dos conhecimentos acumulados até então. Sua obra principal, Institutiones Medicae, Princípios médicos, de 1708, constitui um ensaio sistemático para levar à arte da medicina uma base científica positiva, segura.
Ele começa em seu tratado fazendo uma revista clara da história da medicina desde Hipócrates até seus dias. Ele elogia a observação direta recomendada por Hipócrates, bem como o conhecimento anatômico de Galeno, estendido por Vesálio e outros. Faz notar distintamente como se estava em falta completa de conhecimento antes que do estudo da estrutura anatômica se chegasse também ao conhecimento da função dinâmica pela grande descoberta de Harvey. O conhecimento do funcionamento do coração por Harvey, diz Boerhaave, “veio dar à ciência da natureza uma nova e uma base firme”.
No seu tempo foram feitas as grandes descobertas matemáticas, com que se começou a calcular com certeza as forças mecânicas. Mas a química científica teórica abstrata ainda estava para ser iniciada e a biologia abstrata muito longe de começar. Nenhuma teoria podia ser possível sem o conhecimento dos fenômenos fundamentais da respiração e da combustão. Boerhaave com seu aluno o suíço Albrecht von Haller mostrou o engano dos iatroquímicos e os iatrofísicos que ensinavam que a fisiologia, como o estudo da dinâmica biológica, era apenas feita de reações químicas ou só físicas. Ele demonstrou a necessidade do estudo integrado da fisiologia, com a biologia junto com suas bases físicas e químicas.
Deve-se notar a dificuldade dos humanos na descoberta do conhecimento científico, mostrando a fraqueza da inteligência como capacidade mental para explicar e representar a realidade. A comparação da força intelectual fraca com o grande poder das emoções egoístas deixa bem clara nossa dificuldade mental, notável, mesmo quando contamos com os maiores pensadores da história.
A criatividade de Boerhaave é distinta quando ele passa da teoria para a prática, na aplicação efetiva do saber teórico. Diz ele: “Lembre-se de que a medicina deve aplicar com prudência as descobertas físicas na estrutura animal; o que é verdade para fluidos incompressíveis em tubos rígidos não é necessariamente aplicável aos fluidos animais em seus vasos flexíveis e elásticos”. Completamente convencido de que a medicina deve repousar sobre a base sólida da ciência teórica, ele não perde de vista como a ciência de seu tempo era imperfeita.
E pode-se ter certeza de que, como a ciência não para de se aperfeiçoar, de progredir, a nossa ciência, hoje, não é, também perfeita, pronta, acabada. Se ela pode melhorar, se vai progredir, evoluir, é porque não é perfeita, não é absoluta, imutável.
Ai está uma grande lição de modéstia a ser por todos nós bem aprendida.
Hoje no centro da cidade de Leiden está o Museu Boerhaave com o nome de Dutch National Museum de História da Ciência e da Medicina. Possui uma das maiores coleções do mundo sobre o progresso da ciência e da medicina.

AMANHÃ: teoria geral das classificações na comparação científica dos seres vivos: LINEU.



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