quinta-feira, 5 de setembro de 2013

0904 C GUGLIELMINI engenharia e as leis naturais do fluxo em rios e canais

04 DE SETEMBRO. Guglielmini: a formação e evolução dos cursos de água

GUGLIELMINI
Domenico Guglielmini
(nasceu em Bologna, em 1655; morreu em 1710 em Pádua, Italia)

MÉDICO SÁBIO E FÍSICO FUNDADOR DA ESCOLA HIDRÁULICA MODERNA

A INDÚSTRIA MODERNA
Nos últimos anos da idade média foram libertados os servos da gleba, trabalhadores rurais ligados à agricultura do feudo e a seu barão.
FORMAÇÃO DO SISTEMA ECONÔMICO DO CAPITALISMO
A atividade nos burgos pelos artesãos libertados do trabalho agrícola no feudo produzia o que era de necessidade imediata. Desse modo foi iniciada a organização inicial da indústria e do comercio.
A partir do século XI, a partir do ano 1001, na Europa católica já foi reconhecida a indústria moderna, instituída no sistema econômico do capitalismo. Que a seguir foi empregado com sucesso em todo mundo ocidental. Desde antiguidade no comércio a troca era feita em liberdade pelos proprietários das mercadorias que ficavam com os lucros e as perdas do negócio. Tentar a eliminação do capitalismo é um atraso de mais de mil anos. É um erro bárbaro totalitário que empobrece a sociedade em todos os países.
Nesta quarta semana do mês o chefe é Montgolfier, com biografia no domingo que encerra a semana. Aqui são lembradas as descobertas industriais que nos tempos modernos se desenvolveram com fecundidade. A partir desses trabalhos o homem aprendeu a voar, os rios passaram a ser usados para muitas tarefas, as plantas e os animais foram sistematicamente estudados e modificados e as técnicas foram muito aperfeiçoadas. A tecnologia progrediu pelo desenvolver da ciência e com sua aplicação permitindo a submissão às leis naturais. Resultou da aplicação das leis abstratas, das regras e das normas sucessivamente estabelecidas pela leitura do livro da natureza, isto é, pelas lições da experiência obtida pelos sentidos.
O aparente domínio da natureza foi na realidade uma submissão às leis abstratas infalíveis que governam cada categoria de fenômeno  observado  nos seres concretos. A submissão é sempre a base do aperfeiçoamento. O progresso permanente não resulta do conflito, da luta ou da guerra. Resulta da cooperação entre as gerações e da solidariedade entre os vivos, movida pelo sentimento social, sentimento gregário, que Augusto Comte batizou de altruísmo.
Ver em 0813 01 C   Quadro do Mês de Gutenberg, A Indústria Moderna, com os grandes tipos representantes do mês.

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.

DOMENICO GUGLIELMINI (1655-1710) nasceu em família abastada. Estudou ciência com Montanari de Módena e medicina com Malpighi.
A aparição de um meteoro, seguida do cometa de 1680-1681, sugeriu seu primeiro livro, um tratado sobre os cometas, escrito de acordo com os princípios de Descartes.
Guglielmini tornou-se professor de matemática na Universidade de Bologna, e, em 1686 obteve o lugar de superintendente de águas. Essa função era importante numa cidade da planície da Lombardia muito sujeita a inundações destrutivas. Ele tinha alguns anos antes recebido o diploma de medicina, mas sua nova função absorveu toda sua atenção e aptidões científicas.
Em 1690-1691 ele produziu o seu tratado de hidrostática intitulado NOVO MÉTODO DE MEDIR A CORRENTE DE ÁGUA. Ele estabeleceu a regra para calcular a velocidade da água que sai de um vaso por uma abertura ao lado ou no fundo. Descobriu que a velocidade é proporcional à altura da água no vaso. Com essa descoberta, ele fez uma tabela que indicava a velocidade para cada altura do nível dágua. Com esse cálculo, ele podia calcular quanta água o rio Danúbio joga no mar cada minuto.
O seu livro chamou a atenção da Academia de ciências de Leipzig e uma polêmica se criou entre Papin e Guglielmini.
Guglielmini teve sua fama conhecida por toda a Itália. Ele era escolhido como um dos mais desejados árbitros nas disputas que ocorriam em relação às águas. No conflito entre Bologna e Ferrari ele foi convidado pelos cardeais que governavam essa parte dos Estados da Igreja Católica a fazer os planos para prevenir as inundações locais.
A Universidade criou para ele numa nova cadeira, a de HIDROMETRIA. Em 1697 ele publicou a mais importante de suas obras, DELLA NATURA DE FIUMI, da Natureza dos Rios. Esse tratado é um monumento no progresso da especialidade, resultante da combinação da teoria matemática com a observação prática.
Ali ele explica como as correntes, descendo das montanhas, obedecem às leis de Galileu para a queda dos corpos. Explica como, quando as águas chegam à planície, o atrito com o leito neutraliza a força que acelera as águas. O rio é controlado, então, pela altura da fonte de onde elas vieram. Ele mostra como atua o atrito das bordas do rio e do leito e indica que não é a camada mais baixa da água que corre mais depressa. Ao contrário do que a teoria pode supor, é a camada média que corre com maior velocidade.
Em seu tratado sobre os rios, Guglielmini passa a estudar a formação do leito dos cursos d’água. Um rio forma seu leito com os materiais que carrega desde seu nível mais alto. Quando a inclinação é elevada, o fundo é arrastado pela corrente de água. Quando a queda é menor, a resistência do fundo fica em equilíbrio com a força da corrente, o leito do rio fica sem alteração por vários anos.
Da mesma forma, a corrente arrasta as bordas do rio até que o aumento da largura faz a redução da corrente e o equilíbrio se restabelece. Ocorre também uma tendência de crescimento das bordas, ocasionado pela deposição dos materiais trazidos das regiões mais altas. Ele recomenda levar em conta essas forças opostas quando se trata de modificar o curso de um rio.
Guglielmini em seu grande tratado passa, então, ao que ele chama de arquitetura dos rios. Ou seja, a construção de obras técnicas que as circunstâncias tornam necessárias, como um cais ou eclusa.
Ele também ensinou e escreveu sobre química e medicina, tendo deixado várias obras a respeito. Guglielmini morreu em 1710, em Pádua.
Guglielmini deu uma grande contribuição ao conhecimento das leis naturais do escoamento em rios e canais, sendo o primeiro a relacionar a variação da velocidade de escoamento com a declividade de fundo do leito no escoamento livre.


AMANHÃ: Grande botânico e agrônomo, um dos mais instruídos homens de seu tempo: Duhamel de Monceau.

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AMANHÃ: O grande estudo sobre a formação dos cursos dágua e dos rios: Guglielmini.


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