quinta-feira, 24 de novembro de 2011

1124 TURGOT estadista desde jovem foi pensador e escritor enciclopédico

1124 TURGOT  estadista desde jovem foi pensador e escritor enciclopédico

24 DE NOVEMBRO. Turgot: Alta capacidade como administrador, com novos métodos na lavoura.

TURGOT
Anne-Robert-Jacques Turgot, Barão de l’Aulne
(nasceu em 1727, em Paris; morreu em 1781, em Paris)

ESTADISTA E ECONOMISTA FRANCÊS REFORMADOR DO PAÍS

No mês da Política Moderna pós-medieval são colocados os maiores nomes representativos dos séculos em que o progresso da sociedade européia realizou duas funções:
1                                  a destruição das antigas crenças medievais e de sua organização militar para a guerra de defesa;
2                                  a preparação da nova civilização científica e pacífica com a atividade industrial-comercial, de paz e de ordem mantida pelos diversos governos.
A ação de mudança da política medieval para a política moderna realizou a limitação ou extinção do poder e dos privilégios da nobreza e das autoridades religiosas e a manutenção de exércitos permanentes assalariados pelo governo político. Nos regimes guerreiros de Roma, de guerra de conquista, como da Idade Média, de guerra de defesa, os militares eram governo, como imperadores ou barões feudais.
Na política moderna são básicas duas condições: a unidade de comando e a liberdade consciência e de opinião. O poder deve ser concentrado num só chefe responsável, como nos exércitos, no império romano e no catolicismo medieval. Deve haver liberdade para que a produção e comercialização sejam feitas com paz e ordem já que a guerra impede a indústria. O poder do capital também deve ser concentrado. A divisão do poder leva ao desgoverno, à quebra da hierarquia social, a anarquia, com a dissolução da sociedade. O sucesso depende do difícil equilíbrio entre a unidade governo e a ampla liberdade. 
O governo de comando único concentrado na monarquia gradualmente substituiu o governo regional descentralizado dos barões. Ele constituiu o único elemento que ficou de pé do antigo regime medieval católico-feudal no fim dos anos 1400, século XV. A luta entre as autoridades centrais e as locais já tinham terminado e o governo político não era mais ameaçado por nenhum outro poder rival. Os governos passaram a governar sem a integral unanimidade cultural religiosa da Idade Média, como se fossem ditadores, sob diversas formas. Nas biografias de Luiz XI e de Cromwell podem-se ver dois modos de governo.
Nessa fase histórica a política tinha por objetivo manter a ordem da nação e permitir o livre progresso intelectual e industrial. São os estadistas da nova civilização. A política anterior tinha como referência a lei dos deuses, em normas políticas dadas pelo conhecimento das divindades e passa gradualmente a ter como referência o bem da pátria e da sociedade humana.
Estabeleceram o governo central monárquico concentrado reunindo no rei os antigos poderes regionais dos barões do feudalismo. Com o enfraquecimento do cristianismo os reis tenderam a tirar do papa muitas das funções religiosas, tais como a diplomacia e a manutenção da paz.
Estão nesta terceira semana os ministros de Estado como organizadores, administradores e financistas que viveram no século XVI, XVII e XVIII. São estadistas do governo pós-medieval. Impõem a ordem, favorecem a indústria e desenvolvem os recursos naturais do país. Alguns se tornaram conhecidos por suas guerras, mas não estão aqui por essa razão. O militarismo de seus governos foi por vezes necessário. Para seu financiar o custo da guerra encorajaram a indústria como um meio de conseguir recursos para as despesas. Richelieu dá o nome a esta terceira semana dos grandes ministros.

Ver em 1105 1  em novembro 05 o QUADRO DO MÊS DE FREDERICO A POLÍTICA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social política do mês.

TURGOT nasceu numa família tradicional, cujos membros tinham tido várias funções administrativas importantes. Seu pai, Michel-Étienne (1690-1751) foi “provost de merchants”, o chefe do município de Paris, de 1729 a 1740.
Ele foi educado para ser padre, entrou para o Seminário de São-Sulpício em 1743 e para a Sorbonne em 1749, sendo um aluno dedicado e precoce, com correta maturidade mental. Foi influenciado desde cedo pelas novas idéias da época: curiosidade pela ciência, liberalismo, tolerância e grande interesse na evolução da sociedade humana.
Nas vésperas de sua ordenação como sacerdote católico ele desistiu, explicando a seus pais que seria impossível para ele sempre viver sujeito a intenções falsas, ele sendo de fato, um deista, mas não um católico. Mas ele teria que ir à missa por vezes, como ato indispensável por sua posição na sociedade.
Os amigos de Turgot, a partir de então, passaram a ser pensadores como Condorcet e Pierre-Samuel u Pont de Nemours, ambos ligados à famosa escola de pensamento dos fisiocratas, que em geral é considerada como a primeira escola científica d os economistas.
No fim do ano de 1751 e anunciou sua intenção de fazer carreira na administração do reino de França e tornou-se deputado procurador geral em 1752 e no mesmo ano juiz da Suprema Corte de Justiça.
Turgot serviu em vários cargos importantes, escrevendo vários livros sobre direito, tolerância e economia. Em 1761 o rei Luíz XV o nomeou como administrador da região de Limoges. Nesse difícil cargo ele ficou por 13 anos, em que mostrou sua extraordinária capacidade como reformador, economista e administrador. Introduziu novos métodos de trabalho na lavoura, substituiu a CORVÉE por uma pequena taxa, acabando com a obrigação dos camponeses de manter as estradas sem remuneração. Compilou um registro do território para cobrança das taxas. Na grande fome de 1770-1771, apesar da oposição, manteve o livre comércio de grãos.
Turgot obteve em Limoges resultados estrondosos, apesar do despotismo brutal de Luíz XV. Em 1774 foi nomeado ministro auditor geral do reino pelo novo e jovem rei Luís XVI. Turgot reunia um alto grau de saber teórico ao conhecimento prático, associado ao mesmo tempo a uma esplêndida inteligência, uma prática enérgica, uma bela natureza moral, um total devotamento ao bem do trabalhador e tendo um grande prestígio. Os olhos de toda a Europa estavam postos sobre ele. O rei tinha o comando único e lhe dera carta branca para agir.
O plano de reforma política de Turgot era claro e completo. A Assembléia Nacional proposta não seria legislativa, mas apenas consultiva. Em outros termos, não haveria quebra da unidade de seu comando. Previa a liberdade de religião e que a aplicação do plano seria gradual. O mais urgente era evitar a bancarrota do reino, evitando gastos desnecessários, igualando os impostos e suprimindo pesadas restrições sobre a indústria.
O desejo reformador do rei Luís XVI acabou, cedendo ele aos apelos das classes privilegiadas dirigidas pela rainha e depois de 21 meses, Turgot foi afastado do governo em 1776. Com ele se acabava a última oportunidade de prevenir uma revolução violenta contra os antigos privilégios que havia na Idade Média. A Revolução Francesa, como solução violenta e libertadora então se tornou necessária. Turgot morreu em 1781 com a idade de 54 anos.
Alto e gordo, embora tímido, ele falava com hesitação e raramente se mostrava alegre. Mas desde jovem se mostrou um ilustrado pensador e escritor com um saber enciclopédico, brilhante em economia política. Com apenas 23 anos, em discurso pronunciado na Universidade da Sorbonne em 1750, dois anos depois da publicação do ESPÍRITO DAS LEIS de Montesquieu, ele se mostrou mais avançado e enunciou com clareza uma lei de três fases na história. Mas Turgot não fez idéia da importância dessa lei evolutiva. Só mais tarde as três fases foram identificadas por Augusto Comte pela lei da classificação do saber e da evolução mental da humanidade em cada tipo de raciocínio.
Sem as reformas de Turgot os restos da civilização de guerra e de crenças do feudalismo, com seus privilégios, não foram anulados, para permitir o progresso da nova civilização científica e industrial.

AMANHÃ: Estabeleceu a unidade de comando do governo na França, hostilizado pelos parlamentares e pelos nobres: Cardeal de Richelieu.

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