sexta-feira, 29 de julho de 2011

0730 FROISSARD FIDELIDADE A SEU REI, SUA FÉ, SUA DAMA

30 DE JULHO: Jean Froissard: O mais antigo e principal representante dos correspondentes de guerra.

FROISSARD
Jean Froissart
(nasceu cerca de 1333 em Valenciennes, França, morreu cerca de 1410 em Chimay, no Hainaut, Bélgica)

LEALDADE DO CAVALEIRO A SEU REI, A SUA FÉ, FIDELIDADE A SUA DAMA

A Estética, as artes da linguagem, da emoção e da expressão.
É parte da Filosofia. O sentimento é o motor da atividade e da inteligência.

O Calendário Filosófico consagra dois meses do ano à Estética moderna. O mês de Dante com o nome de Epopéia Moderna coloca também os nomes de representantes da poesia romântica. O outro mês é o de Shakespeare, dedicado ao drama moderno.
A civilização moderna, após o fim da Idade Média, com a queda do papado e do Feudalismo nos anos 1300, criou uma grande variedade na atividade humana, pela liberdade do povo, da indústria e do comércio. Criou também a saída das artes de dentro das igrejas e dos conventos para os espaços laicos. As artes se libertaram do controle dos teólogos e de seus sacerdotes, como ocorreu com a Filosofia. Em ambos os casos sem luta, gradualmente, sem conflito.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização medieval para uma civilização pacífica, científica e industrial. A diversidade infinita de atividade social, de conflitos e alterações incessantes da vida estimula a originalidade mental, mas não são favoráveis à perfeição da criação artística.
Triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente apesar do clima de revolta. É o sinal da potente capacidade da natureza humana de produzir, mesmo em situação de desvantagem, um conjunto glorioso de criações artísticas.
As semanas deste oitavo mês do calendário mostram os representantes de todos os países desde o século XII até o século XIX. Dos quarenta e nove nomes, um terço são autores que escreveram em verso.
Nesta terceira semana o tipo destacado como chefe de semana é Tasso. Ele tem seu dia no domingo, último dia da semana. Aqui é relembrada a criação da poesia do espírito cavalheiresco medieval, à idealização das virtudes da cavalaria e aos romances de aventura.
Ver em 0716 1 O QUADRO DO MÊS DANTE, A EPOPÉIA MODERNA, com os grandes tipos humanos do mês.


Com Froissart vamos homenagear os tempos da cavalaria do fim da Idade Média.
JEAN FROISSART era filho de um pintor de heráldica, de brasões. Nasceu em Valenciennes em 1337.
O jovem poeta foi para a Inglaterra munido de recomendações de pessoas da nobreza e da realeza para Philippina de Hainaut, esposa do rei Eduardo III.  Ela ficou para sempre sua amiga e protetora. Com esse apoio e depois, com a ajuda de uma longa série de grandes e destacados protetores, Froissart pode empreender por todo o ocidente suas grandes viagens, durante as quais ele recolheu suas numerosas anotações por cerca de quarenta anos.
Ele visitou o leste, o norte e o sul da Inglaterra, a Escócia, a França e depois a Bretanha, a Lombardia, Roma e uma grande parte da Itália. Por todo lugar, suas altas referências e seus brilhantes atributos lhe abriram as cortes dos soberanos, dos príncipes e dos nobres, de sorte que ele viveu quase constantemente em companhia dos barões, dos senhores, dos cavaleiros e das damas. Sua curiosidade insaciável, sua notável memória e sua habilidade nas pesquisas colocaram-no na posição de recolher as narrativas cavalheirescas que lhe contaram os cavaleiros, os escudeiros, as damas e as donzelas de todas as cortes que ele visitou.
Com a idade de 36 anos, ele se tornou padre na vila de Lestines, na diocese de Liège. Então Froissart começou a compor sua famosa crônica das ações da cavalaria na paz e na guerra. Ele usava sua posição privilegiada para questionar as principais figuras de seu tempo e para observar os mais importantes eventos.
Seus registros descrevem casamentos, funerais e grandes batalhas de 1325 a 1400. Começou no Livro I com a transcrição da crônica do escritor flamengo Jean le Bel. O Livro II cobre a história em Flandres e a paz de Tournai; o terceiro Livro em Portugal e Espanha. O Livro IV conta a batalha de Poitiers e sua visita a Inglaterra.
No fim de sua carreira de capelão da corte do Senhor de Beaumont ele foi nomeado cônego e tesoureiro de Chimay em Hainaut. Ali ele morreu cerca do ano 1410.
Froissart era o mais infatigável dos questionadores. Ele usava a arte de fazer falar cada um, homem ou mulher, daquilo que tenha visto. A guerra, o sitiar de uma cidade, as festas, os torneios e todos os fatos e gestos dos cavaleiros são para ele o único fim de sua existência. Todas as pessoas, sem diferença de nacionalidade ou de língua, lhe interessavam igualmente, desde que fossem nobres, galantes e habituados à vida das cortes reais.
Froissart é o mais antigo e será até o príncipe do que nós hoje chamamos de correspondente de guerra. Mas com toda sua paixão pelo pitoresco e seu culto pelas altas classes, ele não é, no fundo, nem bajulador nem mercenário. As proezas cavalheirescas do homem bem nascido, da classe alta, são a sua religião e a sua poesia. Por isso ele foi chamado de “o Heródoto de uma idade bárbara”.
Nas suas Crônicas, ele descreve muitos dos eventos mais importantes do fim do século 14. Mergulhado nos ideais da cavalaria, Froissart concentrou-se exclusivamente na vida da nobreza e da guerra.
Na abertura de sua obra ele expõe sua visão: eu escrevi esta história
              “a fim de que os honrados empreendimentos, as nobres aventuras, as façanhas realizadas durante as guerras entre a Inglaterra e a França sejam convenientemente contadas e mantidas em perpétua lembrança e que sirvam de exemplo e de encorajamento para as boas ações”.


AMANHÃ: A poesia cavalheiresca da Idade Média, heróica, guerreira e patriótica: Luís de Camões.


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