sexta-feira, 2 de agosto de 2013

0803 C WALTER SCOTT o romance histórico na idealização de uma época distante



03 DE AGOSTO. Walter Scott: riqueza da imaginação revela a nobre ação cavalheiresca

WALTER SCOTT
Sir Walter Scott, 1º Baronete, Scott, Sir Walter, 1st Baronet
(nasceu em 1771, em Edimburgo; morreu em 1832, em Abbotsford, Escócia)

MAIOR GÊNIO POÉTICO DE SEU SÉCULO UM DOS MAIORES ESCRITORES DO MUNDO

ESTÉTICA
as artes da linguagem, da afeição e da expressão
É parte da Filosofia. A emoção é o motor da inteligência e da atividade
A Idade Média promoveu a liberdade do povo trabalhador, com a indústria e o comércio livre, com a sistematização do sistema capitalista de liberdade civil. A civilização moderna, após o fim da civilização medieval, com a queda do papado e do Feudalismo nos anos 1300, criou uma grande variedade na atividade humana. A secularização fez a saída do ensino e das artes de dentro das igrejas e dos conventos para os espaços laicos. As artes se libertaram do controle dos teólogos e de seus sacerdotes, como ocorreu com a Filosofia. Em ambos os casos sem luta, gradualmente, sem conflito.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução sem a unanimidade cristã da Idade Média. É a passagem de uma civilização medieval da guerra de defesa para uma civilização pacífica científica e industrial.
Triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico aos poucos se afastando da religião, apesar do clima de revolta. É o sinal da potente capacidade da natureza humana de produzir, mesmo em situação de desvantagem, um conjunto glorioso de criações artísticas.
Nesta terceira semana o tipo destacado como chefe de semana é Tasso. Ele tem seu dia no domingo, último dia da semana. Aqui é relembrada a criação da poesia do espírito cavalheiresco medieval, à idealização das virtudes da cavalaria e aos romances de aventura.
Ver em 0716 01 C   O QUADRO DO MÊS DANTE, A EPOPÉIA MODERNA, com os grandes tipos humanos do mês.

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.

WALTER SCOTT (1771-1832)- é o restaurador do romance histórico da cavalaria na Europa moderna, colocado dentro dos doze maiores poetas do mundo depois de Homero. Ele nasceu dentro de um grande grupo familiar, de um clã de guerreiros das fronteiras da Escócia. Os chefes desse clã fundaram várias das casas da nobreza do país.
Walter era o nono filho de um procurador de justiça de Edimburgo, tendo nascido em agosto de 1771. Na juventude ele já estava imbuído da poesia, das baladas, romances e das tradições dos leais guerreiros seus ancestrais. Formou-se em direito aos 21 anos, tendo estudado com a mesma assiduidade que ele colocava em tudo que fazia. Recebeu de início pequenas funções legais e, depois, passou a ser o escrivão das sessões, um trabalho que ele realizou com zelo e habilidade durante 25 anos.
Scott começou sua vida artística com apreciados poemas, como CANTOS DE ESCÓCIA, de 1802; a BALADA DO ÚLTIMO MENESTREL, de 1805; MARMION, de 1808 e A DAMA DO LAGO de 1810 que lhe deram uma notável reputação.
Mas só com a idade de 43 anos, em 1814, é que o grande escritor revelou seu verdadeiro gênio de romancista. WAVERLEY tinha sido começado nove anos antes, mas só foi publicado no anonimato em 1814.
Depois de 1814 até 1831, com o CASTELO PERIGOSO, Scott continuou a escrever sem interrupção. Ele produziu a magnífica série de seus romances históricos, em número de mais de 30, romances que constituem sua verdadeira glória de poeta moderno.
O artista, então, faz parte do corpo dos novos formadores de opinião seculares, não religiosos, atuando fora das igrejas, gerando novas idéias, novo ensino, apesar da oposição dos sacerdotes do cristianismo da Idade Média. Assim, melhor se percebe a evolução secular havida no fim do feudalismo.
Além dos romances históricos, Scott compôs, ao mesmo tempo, poemas, dramas, biografias, ensaios, edições críticas e outras obras literárias sob todas as formas.
Animado pelos altos lucros obtidos por sua produção fecunda e inebriado pela popularidade inesperada de seus romances, Scott teve a ambição de fundar uma grande família e de criar um baronato. Ele comprou grandes propriedades em 1812 e construiu uma espécie de solar antigo com um grande parque.
Scott se tornou sócio de seus editores e impressores e fez grande número de especulações financeiras arriscadas. Ele recebeu o título de baronete do rei George IV, e passou a viver como um grande e rico senhor. Mas a ruína, a humilhação, a bancarrota e a doença se sucederam rapidamente. O poeta lutou heroicamente durante seis anos para fazer face aos prejuízos. Ele morreu com 61 anos de idade em 1832.
A forma de exposição de Scott é muitas vezes suave, simples, mas em certos momentos é complexa, volumosa. Ele não se mostra como um historiador com muitos documentos, nem um conhecedor de antiguidades. Mas a sua grande glória está na riqueza da imaginação, na chama histórica que esclarece, um após o outro, oito séculos dos tempos passados, com um instinto infalível que, em tudo que é essencial, revela o espírito cavalheiresco, mesmo em situações de extrema calamidade.
As inesgotáveis histórias heróicas, as epopéias em prosa, reproduzem em cores eternas os melhores tipos humanos dos tempos da cavalaria e os seus últimos ecos refletidos nas montanhas do norte da Inglaterra. Scott realizou essa idéia com uma plenitude sistemática e um entusiasmo apaixonado que nunca mais foi realizado pelos maiores mestres do drama histórico.
A forma e o plano do romance histórico em prosa são, a muitos respeitos, mais próprios para idealizar o complexo espírito de uma época distante no tempo, do que para ressaltar os tipos humanos mostrados. Scott inventou uma nova missão para a arte criadora, com um primor de atração. O desenvolvimento da sociologia usará esse modo de exposição para as mais nobres aplicações.
Por toda sua obra, por sua genialidade, Walter Scott é considerado o maior gênio poético de seu século e um dos maiores poetas da humanidade.


AMANHÃ: A mais atraente representação ideal da civilização católica: Manzoni.

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