quarta-feira, 18 de abril de 2012

0418 B ESTRABÃO primeiro na ciência descritiva concreta de toda a Terra

18 DE ABRIL. Estrabão: descrição física dos países e das condições políticas e etnicas

ESTRABÃO
Strabo, Strabon
(nasceu cerca do ano 60 antes da nossa era, em Amasya, Pontus, na Ásia Menor; morreu cerca do ano 25 da nossa era)

HISTORIADOR GREGO E MAIOR GEÓGRAFO DA ANTIGUIDADE

AS BASES DA CIÊNCIA
O início do estudo ABSTRATO nas ciências foi realizado pela primeira vez no mundo pelos gregos. Outros já tinham feito a medição dos campos, dos terrenos e já tinham calculado as dimensões da pedras para a construção de seus templos. Mas só com Tales e aqueles que o sucederam os gregos tiveram o mérito de, por meio e sua imaginação, retirar, por abstração, as linhas e os ângulos que formam os objetos. Linhas e ângulos são propriedades percebidas pelos sentidos, não são objetos que existam na natureza ou coisas que se possam fabricar: são abstrações.
Os romanos conservaram as descobertas dos gregos e aplicaram-nas à ação prática. Estavam empenhados na construção de uma grande pátria, que usou sua força e extraordinária habilidade para pacificar as diversas tribos brancas selvagens da Europa. O Império Romano tornou o continente europeu homogêneo e pacífico. As obras de engenharia de notável complexidade foram realizadas com o uso do saber teórico desenvolvido pelos gregos.

A quarta e última semana do mês de Arquimedes apresenta a comemoração dos tipos humanos, principalmente romanos, que, sem fazer descobertas científicas, aplicaram as ciências às artes da vida e prepararam os conhecimentos necessários aos pensadores do futuro. Os pesquisadores que desenvolveram a ciência moderna. Plínio o Velho é o representante principal desses homens, entre os quais se vêem autores de tratados sobre agricultura, arquitetura e geografia. Plínio é o chefe de semana, no domingo que a termina.

Ver o Quadro 0325 01 B do mês de Arquimedes  Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação dos fundamentos do conhecimento científico na antiguidade.


ESTRABÃO viveu durante todo o governo do imperador Augusto, que foi do ano 27 antes da nossa era até o ano 14 antes da nossa era e durante a primeira parte do governo do imperador Tibério.
Ele nasceu na Ásia Menor, sendo grego e de uma família que, por sua mãe, teve cargos elevados na casa do rei Mitriadate. Ele quando jovem viajou muito e recebeu uma educação distinta. Visitou a Grécia no ano 29 e passou alguns anos em Roma. Foi ao Egito, à Itália central, à costa da África e da Ásia Menor. Retornando à sua cidade natal, escreveu ali sua grande obra de Geografia. Por um século seu tratado ficou desconhecido, sendo depois apreciado com justiça já no século III da nossa era.
A obra colossal de Estrabão foi bem descrita por Humboldt. Embora Estrabão não tenha, diz Humboldt, a precisão de Hiparco ou o saber de Ptolomeu, sua obra ultrapassa todas as da antiguidade como amplitude de plano e com a abundância e variedade de matérias. Em todos os ramos da ciência geográfica nenhum escritor antigo pode ser comparado a Estrabão. Nos seus 17 livros de sua Geografia, ele fornece a descrição completa do mundo habitado, em todos os aspectos, matemáticos, físicos, políticos e históricos.
Ele não teve a intenção de fazer um livro popular, nem uma filosofia natural, nem um manual, um índice ou uma revista periódica. Sua obra era destinada aos homens de Estado, mais do que aos filósofos ou aos sábios, achando-se nela uma descrição geral das condições físicas, sociais e históricas de cada país.
A parte histórica e descritiva de Estrabão é muito bem feita. Na parte científica ele se apóia sobre os trabalhos de Hiparco e de Eratóstenes e sobre os grandes pensadores da escola de Alexandria. Ele chega a exagerar muito um grande número de distâncias, mas o mundo era descrito com sendo muito pequeno. Para Estrabão a Irlanda seria o ponto mais ao norte do continente, o mar Vermelho o ponto mais ao sul e a foz do rio Ganges o limite da terra no oriente. O seu mundo seria uma imensa ilha cercada pelo oceano, sendo o mar Cáspio e o golfo pérsico os braços desse oceano. O mundo teria somente 100 graus de longitude e pouco mais de 50 graus de latitude.
A descrição física dos países, em especial aqueles que ele já visitara, é muito bem feita e é de grande valor o cuidado que ele tomou para recolher os dados sobre suas condições políticas e étnicas. Estrabão não é demasiado crítico em relação às fontes de informação que usa; para ele Homero está acima de tudo, não confia em Heródoto e cita mais os livros gregos do que os viajantes romanos. Mas as suas informações sobre as raças dos países distantes, como os da Ásia Menor e do Egito, que ele conhecia bem, são, para o historiador, do mais alto valor.
Com todas as suas imperfeições inevitáveis, a geografia de Estrabão forma um ponto de referência na história da ciência, como a primeira tentativa séria de constituir uma completa ciência descritiva concreta de nosso planeta.


AMANHÃ: Os aquedutos de Roma por Frontino.


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