segunda-feira, 9 de abril de 2012

0410 B BEROSO o babilônico uma das mais antigas predições astronômicas

10 DE ABRIL. BEROSO: previsões astronômicas extraordinárias da Babilônia

BEROSO
Berossus, Berossos, Berosus
(viveu no início dos anos 300 antes da nossa era)

SACERDOTE BABILÔNICO FAMOSO ESCRITOR E ASTRÔNOMO NA ANTIGUIDADE HELENÍSTICA


AS BASES DA CIÊNCIA
Os gregos antigos tiveram grandes filósofos até a obra de Aristóteles. Depois dele, os pensadores passaram ao estudo das ciências particulares. A filosofia ficou sem maior desenvolvimento.
Todos os conhecimentos da época foram registrados pela descrição dos fatos da vida diária. Anotaram os conflitos políticos, as paixões humanas, a estrutura e as doenças do corpo humano, todos os fatos que a sua volta ocorriam na agricultura,à navegação e às outras artes. Mas o que tornou célebres os gregos antigos foi que descobriram o estudo abstrato dos fenômenos dos seres, pelo estudo de suas propriedades, dos acontecimentos, das ocorrências.
O início do estudo ABSTRATO no mundo foi realizado pela primeira vez no mundo pelos gregos. Outros, como os egípcios, já tinham feito a medição dos campos, dos terrenos e já tinham calculado as dimensões da pedras para a construção de seus templos. Mas só com Tales e aqueles que o sucederam os gregos tiveram o mérito de, por meio e sua imaginação, retirar, por abstração, as linhas e os ângulos que formam os objetos. Linhas e ângulos são propriedades percebidas pelos sentidos, não são objetos físicos que existam ou bens que se possam minerar, ou cultivar na natureza ou produtos obtidos por fabricação.
A função cerebral da abstração é a forma mais complexa da capacidade da inteligência humana. Envolve a observação dos fenômenos ou acontecimentos e sua elaboração mental abstrata. O progresso da ciência em todos os tempos se acelera com aplicação da pesquisa abstrata. O psicólogo Jean Piaget(1896-1980) confirmou experimentalmente que as crianças só conseguem pensar abstratamente após cerca da idade de sete anos.
O filósofo francês Auguste Comte já tinha identificado o mesmo nos povos primitivos e nas crianças. Somente quando os povos evoluem da feitiçaria ou feiticismo, da magia ou animismo é que conseguem pensar no politeísmo em deuses, que são conceitos abstratos, dotados de propriedades superiores, de enorme poder. Se assim é, somente povos politeístas poderiam chegar a desenvolver a abstração científica. Os politeístas da Teocracia Oriental, embora capazes de criar seus deuses abstratos, não conseguiram criar a ciência abstrata talvez por ser a casta sacerdotal secreta um poder político totalitário impedindo a iniciativa da livre pesquisa dos pensadores laicos.

A terceira semana do mês de Arquimedes mostra os mais destacados astrônomos da Grécia e da Arábia. Foi na época em que a Astronomia, deixando de ser apenas um registro de observações dos astros, tornou-se uma ciência abstrata. Somente com a abstração e as leis abstratas foi possível, pela primeira vez no mundo realizar uma previsão dos acontecimentos astronômicos futuros. No posto de chefe de semana está Hiparco no domingo que encerra a semana.

Ver o Quadro 0325 01 B do mês de Arquimedes Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação dos fundamentos do conhecimento científico na antiguidade.


BEROSO foi um sacerdote de Belus na Babilônia, nascido sob o reino de Alexandre o Grande, portanto, antes do ano 323 antes da nossa era. Escreveu em língua grega a história da Babilônia por volta do ano 250. A obra de Beroso apresenta um sistema completo da cronologia lendária primitiva, conforme as antigas fontes babilônicas, caldéias e judias. Nela se encontram coincidências marcantes entre suas afirmações e os relatos bíblicos, especialmente quanto ao dilúvio. O livro de Beroso foi perdido, mas fragmentos seus foram conservados por Josefo e pelos padres cristãos que fizeram grande uso de sua compilação. Os elementos desse trabalho parecem provir de velhos textos cuneiformes.
Na época em que viveu Beroso a língua oficial era o aramaico. Mas com a conquista feita por Alexandre o Grande, o idioma grego falado pelos governantes substituiu o aramaico. A literatura local era quase inexistente, com antigos textos religiosos escritos em caracteres cuneiformes e aramaico. Os escritores passaram a usar o grego em seus trabalhos. Beroso foi o mais importante entre eles.
Beroso se destaca por seus trabalhos históricos e cronológicos, em que há muito de lendário, mas é lembrado também por sua obra em astronomia. Vitrúvio, Sêneca e Plínio a ele se referem como sendo um dos mais antigos astrônomos. Sabe-se que assimilando os costumes da Grécia, foi para lá, onde abriu uma escola na ilha de Kós. Uma estátua sua foi erguida em Atenas, em homenagem às suas predições astronômicas extraordinárias.
De acordo com Plínio, suas obras continham observações astronômicas de 480 anos, em registros recolhidos na Babilônia no tempo do rei Nabonassar, nos anos 747 antes da nossa era. O imperador Alexandre teria remetido a Aristóteles o registro relatando eclípses observadas na Babilônia durante 1903 anos.
È certo que registros astronômicos antigos de fenômenos celestes feitos regularmente na Babilônia foram trazidos por Beroso, por Ptolomeu e outros, prestando imensos serviços aos astrônomos posteriores. Beroso teria observado que a rotação da lua sobre seu eixo seria igual à sua revolução sinódica, ou seja, igual ao tempo entre suas fases. Vitrúvio atribui também a Beroso a invenção de um relógio de sol que passou a ser usado por vários séculos.
Apesar de pouco de suas obras tenha sido conservado, seu nome serve para representar uma longa série de observadores caldeus cujos trabalhos continuados formaram o começo da ciência astronômica e do registro cronológico.


AMANHÃ: O astrônomo que mudou o calendário: SOSIGENES.

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