quarta-feira, 12 de outubro de 2011

1012 MONTAIGNE nosso saber é imperfeito jamais absoluto

12 DE OUTUBRO. Montaigne: Nossos sentidos são pobres, nosso saber é imperfeito, relativo, não absoluto.

MONTAIGNE
Michel de Montaigne, Michel Eyquem de Montaigne
(nasceu em 1533, em Bordeaux, França; morreu em 1592, em Bordeaux)

PENSADOR FRANCÊS DA MORAL HUMANISTA E INTRODUTOR DO ENSAIO NA LITERATURA

Maiores figuras humanas na faculdade criadora para o melhoramento da vida humana
depois da Idade Média, pelo conhecimento que prepara a nova civilização industrial moderna.

MONTAIGNE era o mais novo filho de Pierre Eyquem, nobre do Perigord. Nasceu em 1533 na vila de Montaigne, de que tirou seu nome.
Seu pai, homem de caráter enérgico e original, teve grande cuidado com sua educação. Ele fez Michel ser educado na casa de um camponês para se habituar à cama dura do pobre e lhe imprimir simpatia em relação aos menos afortunados.
Montaigne aprendeu latim pela conversação com um professor alemão e fez grande progresso no estudo da língua grega. Entrou depois para o Collège de Guyenne, em Bordeaux e aos 14 anos começou o estudo de Direito.
Aos 21 anos, tornou-se conselheiro municipal da cidade de Bordeaux. Esteve vários anos na corte do rei Henrique III e de Charles IX e recebeu o título de Cavaleiro da Ordem de St-Michel. As guerras de religião, ocorridas entre 1562 e 1598 e as perseguições religiosas, no entanto, lhe deram desgosto pela vida pública. No ano anterior ao massacre dos protestantes no dia de São Bartolomeu, ele se retirou para suas terras em seu Castelo de Montaigne, decidido a acabar seus dias de vida no estudo.
No ano de 1580 ele escreveu seus famosos Essais, os conhecidos Ensaios de Montaigne.
Depois de viajar por algum tempo na Itália, esteve em Paris colaborando na preparação da reconciliação entre Henri de Navarre e o Duque de Guise. Então ele começou sua terna amizade com a jovem Mademoiselle de Gournay que ele considerava como filha. Ela foi encarregada pela viúva de Montaigne de publicar a primeira edição completa de suas obras.
Montaigne passou os últimos três anos de sua vida em seu retiro no Castelo de Montaigne, morrendo em 1592.
Montaigne nos apresenta um estado de espírito completamente afastado dos dogmas religiosos. Mas ele percebeu que as cerimônias católicas causavam aos homens emoções que elevavam o pensamento e ele não desejava renunciar um bem certo por um outro imaginário e duvidoso, como os da Reforma Protestante. Resulta dessa posição certo ceticismo de Montaigne, que o leva a notar a relatividade e os limites da certeza das ciências.
O mérito de Montaigne está em que, pela simples observação dos fatos da vida, ele procurou construir uma moral humana e conduzir o homem no caminho da justiça, da integridade moral e da tolerância sem fazer apelo às crenças religiosas sobrenaturais. O que foi conseguido pela inspiração de uma boa vontade franca e simpática.
Montaigne mostra claramente a relatividade do saber humano. Os sentidos, por meio dos quais nós ganhamos o conhecimento, são muito imperfeitos. Eles são em pequeno número, e só conseguem nos revelar apenas uma pequena parte da verdade.
Ele encontrou muito mais da verdadeira filosofia e do verdadeiro saber na vida e na conversação de um camponês do que na maior parte do que dizem os filósofos e os educadores.
O mais importante é conhecer aquilo que tem um uso prático: O professor ensina a definir o que é a virtude, mas não ensina como realizá-la.


AMANHÃ: Ele inicia a maior renovação mental da história, do pensar mítico para o científico: Campanella.

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