terça-feira, 24 de agosto de 2010

0820 BENV CELLINI

0820 BENV CELLINI










20 DE AGOSTO: Modelo de trabalhador moderno, mecânico com inspiração da beleza: Benevenuto Cellini no Calendário Histórico.







Neste dia, no calendário humanista histórico de Augusto Comte, no MÊS DE GUTENBERG, DA INDÚSTRIA MODERNA,



o grande tipo humano homenageado na SEMANA é:







BENEVENUTO CELLINI



(nasceu em 1500, em Florença; morreu em 1571, em Florença)







ESCULTOR, JOALHEIRO, GRAVADOR, GRANDE ARTISTA NA RENASCENÇA







Maiores figuras humanas na faculdade criadora para o melhoramento da vida humana



depois do fim do feudalismo e do papa, pelo conhecimento que prepara a nova civilização industrial moderna.



Semana dos inventores do controle e emprego da matéria para o serviço da sociedade humana.







Por Ângelo Torres







BENEVENUTO CELINI é um trabalhador que inventou novas formas de agir sobre os materiais na produção de bens úteis, entre muitos dos que nos antecederam.



Cellini é o artista excêntrico da renascença na Itália, um criador de técnica refinada no trabalho de metais em todas as suas formas. É um artista que merece estar ao lado dos grandes mestres como um Rembrandt. Também se mostrou um habilidoso escritor. Sua biografia, mostrada nas MEMÓRIAS, é uma leitura recomendada até nossos dias. Ali Cellini reproduz com cores vivas a explosão artística e construtiva da renascença italiana. Ele mostra o fim da Idade Média naquilo que ela tem de mais íntimo, tal como um historiador.



Ele era filho de um honrado músico e fabricante de instrumentos musicais de Florença. Lá ele nasceu em 1º de novembro de 1500. Inicialmente foi encaminhado para a música, que praticou por algum tempo. Mas sua grande habilidade em desenhar fez seu pai colocá-lo como aprendiz de um ourives. Essa era a maneira que se usava habitualmente para obter a firmeza na mão, que, durante a grande época da renascença, tinha aplicação igualmente em todas as artes da forma, bem como no que mais tarde se chamou de “artes mecânicas”.



Cellini tornou-se logo um mestre dos melhores de seu tempo na arte de esmaltar e de trabalhar o ouro, a prata, o bronze e até mesmo os metais não preciosos. Ele fez jóias, estátuas, vasos, copos sagrados, armaduras, medalhas, moedas, sinete para selo em lacre e toda espécie de ornamentação, grande ou pequena. Em todos colocava uma inesgotável riqueza de imaginação, unida a uma delicadeza incomum de traço e a uma perfeição verdadeiramente artística.



Aos 19 anos, Celinni foi para Roma, começando sua vida errante, cheia de aventuras romanescas, de crimes, de alegres brincadeiras, de deboche. Ele contou com a proteção de uma série de ricos príncipes protetores, como os papas Clemente VII e Paulo III em Roma, Francisco I na França, Côme de Médicis em Florença. Ele executou para eles uma variedade impressionante de obras, de estátuas colossais em bronze, de bijuteria, peças de prata, de medalhas, moedas, figuras em mármore e efígies em bronze.



Ao mesmo tempo, foi empregado na fabricação de armas militares, em projetos de edificação e até na direção da artilharia de guerra. Ele participou do conhecido cerco feito a Roma em 1527. Então ele dirigiu o tiro que matou o marechal de Bourbon e alinhou o canhão que feriu o príncipe de Orange, como afirma em suas MEMÓRIAS. Segundo o próprio Cellini, sua vida foi uma série romanesca de perigos a que ele escapou por milagre, com triunfos artísticos, intrigas, amores, duelos, brigas e assassinatos. Aos cinqüenta e oito anos entrou para uma ordem religiosa, mas, depois de dois anos, renunciou a se tornar padre e se casou. Cellini morreu aos 69 anos, deixando uma família legítima. Foi enterrado com honras públicas na igreja da Anunciação em Florença.



Cellini, como artista, deve seu renome à inesgotável energia de trabalhador, às suas permanentes e grandes obras e à visão de renovação universal que ele coloca nos mais comuns fatos da vida. A estátua colossal de Perseu, em Florença, é um dos triunfos típicos da renascença, por sua admiração pela Grécia antiga. Perseu, filho de Zeus, um dos maiores heróis gregos, é imortalizado de forma admirável nessa obra-prima de Cellini. A descrição das dificuldades materiais que ele encontrou para fundir em bronze o Perseu é uma das cenas mais vivas do relato feito por Cellini, uma tarefa metade cômica, metade séria.



Se nós, hoje, consideramos esse homem estranho e complexo como um dos pioneiros da indústria moderna é porque ele criou uma quantidade inesgotável de formas cheias de criatividade e de graça e que comprova sua qualidade de verdadeiro trabalhador moderno, de artista mecânico com uma inspiração infinita.







AMANHÃ: O inventor que provocou grande estímulo à indústria humana: Amontons.

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