sexta-feira, 10 de outubro de 2014

1011 C RAMUS aprenda a pensar pensando e pensando em matemática

11 DE OUTUBRO. Ramus: pensar como Euclides e não pelo silogismo de Aristóteles

RAMUS
Petrus Ramus, Pierre La Ramée
(nasceu em 1515, em Picardy, França; morreu em 1572, em Paris)

FILÓSOFO MATEMÁTICO FRANCÊS FAMOSO RETÓRICO E LÓGICO

O RACIOCÍNIO CIENTÍFICO NA FILOSOFIA MODERNA
A grande revolução do pensamento humano ocorreu com o fim da Idade Média, com a queda do papado, da unanimidade católica e do feudalismo.
O mês de Descartes da Filosofia Moderna descreve essa importante revolução intelectual, a maior em toda a história da sociedade humana ao estender a razão experimental a todo conhecimento.
A primeira semana deste mês mostra os representantes da filosofia Escolástica. É a tentativa sistemática de Alberto Magno, de Tomás de Aquino e de outros para empregar a lógica de Aristóteles na defesa das crenças e para reconciliar a fé com o pensamento científico. O ceticismo inicial é também representado por nomes como Ramus, Erasmo e Montaigne. O chefe de semana é Santo Tomás de Aquino.

Ver em 1008 C  em 08 de outubro o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social do mês

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.

RAMUS (1515-1572) era um componês de Picardy. Deixou a casa dos pais para ir a Paris, em se empregou como servente no Colégio de Navarre. Ele encontrou meios de estudar e fez rápidos progressos com poucos recursos. O estudo da obra de Aristóteles, que fora trezentos anos antes o sinal e o instrumento do progresso intelectual, nesses tempos tornara-se um dogma irracional imposto.
Quando Ramus se apresentou para defender o grau de Mestre, ele apresentou a prova de que Aristóteles não era infalível, o que parecia, então, uma tarefa ímpia, uma heresia contra os dogmas da religiosidade da escolástica medieval. O desenvolvimento dessa tese foi a obra principal de toda sua vida.
Ramus exerceu grande influência na reforma do ensino da Lógica. Ele manteve o ataque contra a lógica escolástica, com ênfase no uso da lógica em discussões e com o uso de uma aplicação simplificada do silogismo, sem acompanhar a regra de Aristóteles.
Ele propôs que a aprendizagem de pensar fosse ensinada usando a geometria do texto dos Elementos de Euclides, em lugar do estudo do silogismo de Aristóteles. Aprender a pensar, pensando, e pensando em matemática.
O ensinamento de Ramus teve grande influência nos séculos 17 e 18.
A Universidade da Sorbonne perseguiu o autor com um processo diante do parlamento de Paris. O rei Francisco I interveio na disputa e a conclusão foi de que o seus livros fossem suprimidos e que Ramus ficasse proibido de ensinar o que fosse contra Aristóteles, sob pena de castigo corporal.
Como era um matemático destacado, ele ocupou o seu lazer para preparar uma edição da geometria de Euclides. Ele continuou a ensinar, apesar da oposição da Sorbonne, e em 1545 o Cardeal Charles de Lorraine suspendeu a interdição que o condenava.
Em 1551 ele foi nomeado professor de filosofia e de retórica no Colégio de França e durante os quinze anos seguintes ele publicou diversas obras sobre matemática e sobre os temas clássicos.
Ramus mostrou suas simpatias pela Reforma Protestante e durante as guerras civis ele deixou Paris em 1568, indo para a Alemanha onde foi recebido com muita honra. Ele ensinou em Heidelberg e lá fez sua pública profissão de fé como protestante. Logo depois ele voltou a Paris, morrendo em 1572 nos massacres de São Bartolomeu contra os protestantes.
A filosofia de Ramus mostrou a impossibilidade de ensinar qualquer habilidade apenas falando sobre as condições da realização da habilidade. Se a Lógica se propõe a ensinar a pensar, não basta falar. Nem mesmo basta falar sobre o pensamento. Aprende-se a pensar, pensando. O exercício da lógica, ou seja, do pensar, se faz no estudo, na pesquisa do saber. Em especial o estudo deve ser feito nos temas mais simples, como nos da ciência matemática. E fazer filosofia é pensar. Só se faz filosofia pensando, pesquisando, criando novo saber.

AMANHÃ: Nossos sentidos são pobres, nosso saber é imperfeito, é relativo: Montaigne



Nenhum comentário:

Postar um comentário