quarta-feira, 8 de outubro de 2014

1009 C ROGER BACON franciscano filósofo fundador da investigação científica

09 DE OUTUBRO Roger Bacon: acusado e preso por bruxaria no seu saber científico

ROGER BACON
Doctor Mirabilis, Professor Maravilhoso
(nasceu em 1220, em Ilchester, Dorset, Inglaterra; morreu em 1292, em Oxford, Inglaterra)

FRADE FILÓSOFO FRANCISCANO CIENTISTA REFORMADOR DA FILOSOFIA

O RACIOCÍNIO CIENTÍFICO NA FILOSOFIA MODERNA
A grande revolução do pensamento humano ocorreu com o fim da Idade Média, com a queda do papado, da unanimidade católica e do feudalismo.
O movimento intelectual na Europa do ocidente nos anos 1300, século XIV até os anos 1700, século XVIII, passou a ter duas correntes. Um movimento foi de decomposição e destruição da filosofia monoteísta antiga e o outro movimento foi de composição e preparação da nova filosofia positiva, clara e distinta.
Descartes mostrou que o método de pensar moderno baseia-se numa evidencia verificável, na observação, na experiência. Explicou que não são evidencias aceitáveis a autoridade de líderes e profetas, nem escritos novos ou antigos, por mais veneráveis e respeitáveis que sejam.
Homens como Kepler e Galileu, Descartes e Francis Bacon ao mesmo tempo em que construindo a nova filosofia perturbaram o antigo modo de pensar. A revolta começada por Descartes conduziu finalmente a assaltos ainda mais poderosos , contra as crenças recebidas do que a ação de alterações religiosas feitas pelos reformadores protestantes.
Descartes é o representante mais completo do movimento duplo de composição e decomposição. Começou a grande revolução matemática que permitiu a Newton interpretar o sistema solar. Abriu-se o caminho para a operação destrutiva do século XVIII que afinal levou à Revolução Francesa contra a política antiga de privilégios. Hobbes e Espinosa continuaram o movimento de demolição. A teodicéia de Leibnitz era ainda mais perigosa. Locke renunciou francamente ao conhecimento do absoluto divino. Hume e Diderot demonstraram sua impossibilidade. Kant completou a operação. Eles foram todos tanto construtores como destruidores.
O mês de Descartes da Filosofia Moderna descreve essa importante revolução intelectual, a maior em toda a história da sociedade humana ao estender a razão experimental a todo conhecimento.
A primeira semana deste mês mostra os representantes da filosofia Escolástica. É a tentativa sistemática de Alberto Magno, de Tomás de Aquino e de outros para empregar a lógica de Aristóteles na defesa das crenças e para reconciliar a fé com o pensamento científico. O ceticismo inicial é também representado por nomes como Ramus, Erasmo e Montaigne. O chefe de semana é Santo Tomás de Aquino.

Ver em 1008 C  em 08 de outubro o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social do mês

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.

ROGER BACON (1220-1292) nasceu em Ilchester, em Dorset, no sul da Inglaterra, em família abastada. Estudou em Oxford e depois em Paris, onde colou grau de doutor e lá viveu por vários anos.
Aconselhado por Grosstete, bispo de Lincoln, um dos mais letrados de seu tempo, ele entrou para a ordem dos franciscanos. Então Bacon já era conhecido por seu vasto saber. Os obstáculos que ele encontrou por suas idéias podem ter sido exagerados. No entanto, pode-se perguntar se, em Paris, ele já tinha tido impedimentos sérios nos seus estudos de lingüística, nas suas pesquisas experimentais e no ensino da juventude que fazia como professor. Podemos, com justiça, reconhecê-lo como fundador de uma nova escola de investigação científica.
Na verdade, essa é a origem de sua fama, uma vez que toda publicidade de seus textos lhe foi proibida pelas regras da ordem religiosa dos franciscanos. Suas obras não teriam sido escritas se não fosse a autorização do papa Clemente IV, que antes estivera na Inglaterra como legado papal. Em 1266, o papa ordenou a Bacon que lhe enviasse cópia de seus escritos. A razão era que, até então, eles existiam somente na cabeça de seu autor. Mas, no curso de um ano, o Opus majus foi composto e logo seguido de outras obras, de que, no entanto, nenhuma edição completa foi publicada.
Os estudos físicos de Roger Bacon levaram a acusá-lo de bruxaria e de heresia. Ele ficou preso durante longo tempo no pontificado do papa Nicolau IV. Ele morreu em Oxford, com 78 anos de idade e foi enterrado no mosteiro dos franciscanos.
A grande obra de Bacon consistiu em seu ensaio para renovar o ensino e a opinião na Europa, por meio do estudo de idiomas e da ciência. Ele começou assinalando quatro fontes de erro: a autoridade, o hábito, o preconceito popular e a vaidade. Em seguida, explica que, aceitando as escrituras e os decretos da Igreja Católica, não se deve considerar os padres e os doutores como infalíveis ou mesmo perfeitos.
Ele diz que a Igreja Católica até então deixou de lado a pesquisa científica começada pelos gregos, porque, na luta contra o politeísmo, a ciência dos gregos foi confundida como se sendo a magia dos pagãos.
Mas Bacon afirmava que o desenvolvimento da filosofia grega esteve tanto dentro da vontade da Providência Divina quanto esteve a lei de Moisés e quanto a Igreja Cristã. E nós muito lucraremos com esses estudos da antiguidade, e seríamos bem loucos, de verdade, se não lhe dermos uma maior extensão.
Esses pensamentos ocupam os dois primeiros livros do Opus majus. No terceiro, ele recomenda o estudo das línguas estrangeiras, em especial do hebraico, do árabe e do grego, afirmando que as traduções que haviam em latim faziam mais mal do que bem.
O quarto livro trata da matemática, que chama de porta para as outras ciências. A matemática revela nossa ignorância do universo e seria muito útil para a Igreja, como na cronologia bíblica, na música sacra e para a reforma do calendário.
O quinto livro é um tratado sobre a luz e sobre a visão. Estuda as leis da reflexão e da refração, a estrutura do olho, sua relação com o cérebro e as sensações. No sexto livro ele discute a experimentação e foi o primeiro a pensar a ciência experimental como um campo distinto de estudo. O raciocínio dedutivo da metafísica, disse, deixa dúvidas que só a experimentação pode eliminar.
Sua obra termina com um tratado sobre o fator da emoção no trabalho intelectual e afirma que a razão corrompida pelo orgulho, pela inveja, pela cólera ou pela cobiça é como um espelho fosco que não dá imagem alguma.
Essa foi a obra desse homem extraordinário. É o primeiro do grupo dos iniciadores da investigação científica moderna. Mostrando a tendência anti-metafísica da doutrina católica dos sacerdotes como primeiros cientistas.


AMANHÃ: A felicidade religiosa se mostra no prazer espiritual:São Boaventura.

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