segunda-feira, 25 de novembro de 2013

1126 C SIDNEY estadista corajoso mártir inflexível nos princípios republicanos

26 DE NOVEMBRO. Sidney: pelo pleno direito de resistência contra a tirania

SIDNEY
Algernon Sidney
(nasceu em 1622, em Kent, Inglaterra; morreu em 1683, em Londres)

ESTADISTA INGLÊS SINCERO OBSTINADO HERÓICO MARTIR REPUBLICANO

GOVERNO POLÍTICO NA MODERNIDADE
No mês da Política Moderna são colocados os maiores nomes representativos dos séculos em que o progresso da sociedade européia realizou duas funções:
1  o fim da organização militar medieval para a guerra de defesa e dos antigos privilégios, costumes e crenças;
2  a preparação da nova civilização científica e pacífica necessária para a atividade industrial e comercial, de paz e de ordem mantida pelos diversos governos.
A ação de mudança da política medieval para a política moderna realizou a limitação ou extinção do poder e dos privilégios da nobreza, dos militares e das autoridades religiosas e a manutenção de exércitos permanentes assalariados pelo governo político. Nos regimes guerreiros de Roma, de guerra de conquista, como da Idade Média, de guerra de defesa, os militares eram governo, como imperadores ou barões feudais.
O governo concentrado na monarquia gradualmente substituiu o governo descentralizado dos barões. Ele constituiu o único elemento que ficou de pé do antigo regime medieval católico-feudal no fim dos anos 1400, século XV. A luta entre as autoridades centrais e as locais já tinham terminado e o governo político não era mais ameaçado por nenhum outro poder rival. Os governos passaram a governar sem a unanimidade cultural da Idade Média, como se fossem ditadores, sob diversas formas. Nas biografias de Luiz XI e de Cromwell podem-se ver dois modos de governo.
Nessa fase histórica a política tinha por objetivo manter a ordem da nação e permitir o livre progresso intelectual e industrial. São os estadistas da nova civilização. A política anterior tinha como referência a lei dos deuses, em normas políticas dadas pelo conhecimento das divindades e passa gradualmente a ter como referência o bem da pátria e da sociedade humana.
Estabeleceram o governo central monárquico com o necessário comando único reunindo no rei os antigos poderes regionais dos barões do feudalismo. Com o enfraquecimento dos costumes antigos os reis tenderam a tirar do papa muitas das funções religiosas, tais como a diplomacia e a manutenção da paz.
Nesta quarta semana são consagrados os estadistas dos anos 1600 e 1700, séculos 17 e 18, que participaram de revoluções anteriores à Revolução Francesa. Foram movimentos de soberania popular e de igualdade que levaram políticos a demonstrar a tendência para o regime político republicano, do bem público, para o povo todo. Esses estadistas seriam naturalmente conservadores ardentes, mas foram envolvidos pela força revolucionária política decorrente das novas doutrinas filosóficas libertadoras dos enciclopedistas seculares, emancipados da filosofia medieval.  Foram revoluções pela república, pela libertação de países dominados pelo estrangeiro ou pela independência de colônias em outros continentes.

Ver em 1105 C  em 05 de novembro o QUADRO DO MÊS DE FREDERICO A POLÍTICA MODERNA, com os grandes nomes representativos do mês na evolução social da política.

ALGERNON SIDNEY (1622-1683) nasceu em Penshurst em Kent, na Inglaterra, filho de Robert Sidney, conde de Leicester. Ele era descendente do poeta dos anos 1500, no século 16, Sir Philip Sidney. Participou na cavalaria lutando a favor do grupo Parlamentar contra o rei, na Guerra Civil Inglesa, sendo gravemente ferido na Batalha de Marston Moor, no Yorkshire, em 1644.
A Guerra Civil Inglesa, também chamada de Revolução Puritana, foi provocada pelo comportamento do rei Carlos I, que acreditava no direito divino dos reis e não respeitava as resoluções do Parlamento. Além disso, ele apoiava a Igreja Anglicana, afastando os demais protestantes. Derrotado e preso por traição, Carlos I foi decapitado. Em seguida, foi feita a república com Oliver Cromwell, e depois a restauração da monarquia com o rei Carlos II.
Algernon Sidney e seu irmão mais velho, o visconde Lisle, fizeram parte do tribunal que fez o julgamento do rei, mas se recusaram a participar como juízes, por serem a favor da simples deposição do soberano e não de sua execução. O ato dos dois irmãos desagradou a Oliver Cromwell. Embora Sidney fosse do Conselho de Estado no Protetorado em 1652, ele retirou-se da política de 1653 a 1658. Em 1659 ele voltou ao Conselho de Estado, encarregado de várias missões diplomáticas. Viveu no exílio depois da restauração do rei Carlos II em 1660, retornando à Inglaterra em 1677, quando seu pai obteve o perdão do rei Carlos II.
Durante sua longa permanência fora do país, Sidney pediu ao rei Luís XVI da França fundos para financiar a revolução na Inglaterra. Ele passou em seu retorno a participar do Partido Whig, de oposição ao rei Carlos II e ao seu irmão James, católico romano, duque de York.
De 1679 a 1680 ele teria aceitado dinheiro do embaixador francês para apoio à oposição ao governo do rei inglês. Sidney se colocou com ardor no movimento que tinha por chefes o conde de Shaftesbury e o Lord Russel, grupo que parecia por algum tempo tentar a renovação da revolução contra a monarquia.
Foi acusado de relacionamento com o grupo que planejou o assassinato do rei Carlos II e seu irmão, no atentado chamado de Rye House Plot, a Conspiração da Casa do Centeio. Sua culpa não ficou bem clara, mas ele foi preso, acusado de cumplicidade no crime. A prova não era suficiente e a prisão foi de uma injustiça flagrante, embora não houvesse dúvida que havia uma conspiração com intenções de insurreição. Ele foi declarado culpado e recebeu a sentença de morte por decapitação. Foi executado em dezembro de 1683.
No julgamento de Sidney, passagens de seu manuscrito “DISCOURSES CONCERNING GOVERNMENT”, Discurso sobre o Modo de Governar, publicados em 1698, foi colocado no processo como evidência de que ele fosse a favor do direito de revolução. Esse tratado mais tarde tornou-se um popular “Livro Texto de Revolução” nas colônias inglesas da América do Norte. O escrito forma uma importante parte da literatura sobre o pleno direito de resistência contra a tirania.
Sidney era um homem de uma coragem extraordinária, perseverante até ser obstinado, sincero, mas de um caráter que não suportava a contradição. Ele era inflexível nos princípios republicanos. Havia estudado a arte de governar em todos os ramos e chegou a ter um alto conhecimento da matéria.
Sidney enfrentou a morte com uma completa indiferença. Ele é considerado na Inglaterra como um grande mártir republicano.


AMANHÃ: Genial sábio americano, tanto teórico como prático, Benjamin Franklin.


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