sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

0227 C ANAXIMENES o mundo sem razões mitológicas

27 DE FEVEREIRO: Anaximenes de Mileto filósofo não mitológico

ANAXIMENES DE MILETO
Anaximenes of Miletus
(nos anos 600 antes de nossa era em diante)

TERCEIRO DOS GRANDES FILÓSOFOS GREGOS NÃO MITOLÓGICOS DE MILETO

A evolução intelectual livre Iniciando a criação da ciência pura abstrata.
Pela primeira vez no mundo acontece nas cidades da Grécia Antiga que pensadores livres dedicaram sua vida a pesquisar o homem e o mundo. Isto é, a encontrar os fatos gerais e princípios que governam tudo que somos e que nos envolve. Mas a explicação não se baseou na vontade arbitrária dos deuses, mas foi feita usando a observação dos fatos. Antes a observação se destinava a imaginar a vontade dos seus poderosos deuses.
Desde o século 7º ao 5º antes da nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a fazer o universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência como duas forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a ciência separada da filosofia. O estudo filosófico se enfraqueceu enquanto o estudo da ciência particular se fortaleceu.
A primeira semana do mês representa o nascimento do pensamento grego, durante o qual se tentou explicar o universo por algum princípio físico, fora das lendas religiosas. Ao mesmo tempo a ciência positiva, segura, comprovada, da Geometria se desenvolvia gradualmente. Tales é o principal representante da época.
A semana termina no domingo, com Tales como seu chefe.

Ver o Quadro 0226 C do Mês de Aristóteles da Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação da ciência abstrata.


NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.

FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS



ANAXIMENES DE MILETO (cerca 600 aC) foi um grande pensador continuador da escola Jônica fundada por Tales de Mileto. Foi no tempo em que não havia na Grécia a tendência de queda das antigas crenças teocráticas orientais antigas.
Somente pelo pensamento independente da cidade de Mileto e a influência direta de Tales podem explicar porque durante um longo período a nova filosofia não naturalista foi cultivada somente e sempre numa mesma cidade. Mais tarde foi necessário procurar abrigo nas colônias gregas do sul da Itália e na costa da Sicília, para tirar a Europa do ocidente da influência teocrática oriental.
Tales tem sido posto como o primeiro dos filósofos gregos por sua explicação ser feita sem razões mítológicas. Desse modo, sua escola de pensamento é chamada de naturalista ou cosmologista, por sua atenção ao mundo físico. Uma escola que sofreria a reação da escola eleática de Parmênides.
Anaximenes se liga mais a seu mestre Tales do que o sucessor imediato, Anaximandro. Ele encontrou menos dificuldade em aceitar que todos os seres tenham um elemento comum e por conseqüência, que sejam transmutáveis. Ao contrário, seria necessário supor certo número de elementos que nossos sentidos não pudessem perceber pela observação.
A teoria de transmutabilidade universal contrariava em muito a experiência. Mas ela dava, no entanto, algumas indicações. Anaximenes entendia que o ar constituía o elemento comum, sendo uma substância mais simples e mais dispersa que a água. Não somente o ar é indispensável para a vida, mas o ar parece a própria vida. Porque a palavra psiquê, a alma, significava respiração. E o que é verdade para o homem parece igualmente verdade para todo o universo, dizia Anaxímenes, já que ele considerava todo o universo como um organismo vivo.
Do mesmo modo que nós estamos debaixo da “dependência da alma, ou seja, do ar, o universo inteiro é penetrado pelo sopro do ar”. O ar nunca está em repouso e como ele enche o espaço, ele deve, por seu movimento, ser condensado num lugar e rarificado em outro. Por conseqüência, as nuvens, a água, o sol, a lua e a terra são apenas formas do ar em diferentes estados de condensação.
Baseando-se sobre os fatos conhecidos, Anaximenes fez um passo a mais na direção da simplificação da origem das coisas colocando em sua teoria essas qualidades que Anaximandro aceitava como primordiais: a umidade e a secura, exprimindo os graus de condensação; o calor sendo o resultado da velocidade do movimento, o fogo do sol sendo devido a seu movimento rápido através dos céus.
A antiga mitologia ainda existia quando Anaximenes expressou essas idéias que estão, no entanto, dentro do número das antecipações mais brilhantes dos resultados da ciência moderna. Ele, do mesmo modo que Anaximandro, deu muita atenção à astronomia. A explicação do mundo por meio dos processos naturais e da qualidade das substâncias apenas pela diferença de quantidade influenciou muito o pensamento científico futuro.
A escola Jônica deu um passo revolucionário na explicação da natureza do mundo sem razões mitológicas. Destacou a permanência das substâncias, a evolução natural e a explicação da qualidade do ser à quantidade de seus componentes.


AMANHÃ: A filosofia obscura de Heráclito.



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