terça-feira, 10 de novembro de 2015

1111 C LUÍS XI de França: unidade do país, progresso e predominância na Europa

11 DE NOVEMBRO.   Rei Luís XI: nobres decapitados para a paz e a prosperidade.

LUÍS XI
Louis XI, rei da França
(nasceu em 1423, em Bourges, França; morreu em 1483, em Plessis-les-Tours, França)

REI FRANCÊS ENCERROU 0 FEUDALISMO E PROMOVEU A INDÚSTRIA E COMÉRCIO

GOVERNO POLÍTICO NA MODERNIDADE
No mês da Política Moderna são colocados os maiores nomes representativos dos séculos em que o progresso da sociedade européia realizou duas funções:
1  o fim de sua organização militar medieval para a guerra de defesa e dos antigos privilégios, costumes e consciência coletiva;
2  a preparação da nova civilização científica e pacífica necessária para a atividade industrial e comercial, de paz e de ordem mantida pelos diversos governos.
A ação de mudança da política medieval para a política moderna realizou a limitação ou extinção do poder e dos privilégios da nobreza, dos militares e das autoridades religiosas com a manutenção de exércitos permanentes assalariados pelo governo político. Nos regimes guerreiros de Roma, de guerra de conquista, como da Idade Média, de guerra de defesa, os militares eram governo, como imperadores ou barões feudais.
O governo concentrado na monarquia gradualmente substituiu o governo descentralizado dos barões. Ele constituiu o único elemento que ficou de pé do antigo regime medieval católico-feudal no fim dos anos 1400, século XV. A luta entre as autoridades centrais e as locais já tinham terminado e o governo político não era mais ameaçado por nenhum outro poder rival. Os governos passaram a governar sem a unanimidade cultural da Idade Média, como se fossem ditadores, sob diversas formas. Nas biografias de Luiz XI e de Cromwell podem-se ver dois modos de governo.
Nessa fase histórica a política tinha por objetivo manter a ordem da nação e permitir o livre progresso intelectual e industrial. São os estadistas da nova civilização. A política anterior tinha como referência a lei dos deuses, em normas políticas dadas pelo conhecimento das divindades e passa gradualmente a ter como referência o bem da pátria e da sociedade humana.
Estabeleceram o governo central monárquico com o necessário comando único reunindo no rei os antigos poderes regionais dos barões do feudalismo. Com o enfraquecimento dos costumes antigos os reis tenderam a tirar do papa muitas das funções religiosas, tais como a diplomacia e a manutenção da paz.
Nesta primeira semana do mês da Política Moderna estão lembrados a partir da rainha Maria de Molina de Castela os estadistas italianos, espanhóis e franceses dos anos 1300, 1400 e 1500. Estabeleceram o governo central monárquico concentrado reunindo no rei os antigos dispersos poderes regionais dos barões do feudalismo. É a sempre necessária unidade de comando no governo de um país e na atividade coletiva de qualquer gênero. O rei Luis XI da França é o chefe da semana no domingo que a encerra.

Ver em 1105 C  em 05 de novembro o QUADRO DO MÊS DE FREDERICO A POLÍTICA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social política do mês.

LUÍS XI (1423-1483) era filho do rei Charles VII da França e de sua esposa Maria d’Anjou. Quando nasceu, os ingleses ocupavam uma grande parte da França, passando a maior parte de sua infância em Loches, na Turaine.
Feio e gordo, ele cresceu em austera reclusão e tornou-se dado aos segredos, sem graça e supersticioso. Mas era também religioso, inteligente e bem informado. Tornou-se um diplomata agudo e grande guerreiro, hábil comandante na lealdade. Ficou conhecido como a “aranha universal” por causa de suas continuadas intrigas e invenções. Por suas habilidades, ele se achava a personificação da consciência da nação francesa, chegando a dizer a seus súditos rebeldes: “Eu sou a França”.
Durante a Idade Média houve uma luta constante no ocidente da Europa entre os dois elementos do poder político temporal, o poder central dos reis de um lado e o elemento local, feudal, dos grandes barões, seus vassalos, do outro. Aos poucos os governos locais se fundiram em grandes aglomerados onde um só governo nacional passou a ter as funções militares, civis e políticas. Esse movimento já havia começado antes do fim dos anos 1200, século XIII. No fim dos anos 1400, fim do século XV, a luta já tinha sido ganha pela concentração do poder, mas só foi completamente terminada na última parte dos anos 1600. Assim foi estabelecido o necessário comando único no governo político dos atos.
Na França, como na maior parte da Europa, a ação desse movimento de concentração do poder foi feita pelos reis. Luís XI, como rei, de 1446 a 1483, continuou a política de seus maiores antecessores com uma coragem indomável, uma perseverança a toda prova e um gênio político de primeira ordem.
Logo no início do governo ele se apressava e procurava abater todos os barões adversários ao mesmo tempo, irritando as classes industriais com pesados impostos. Depois de sérios conflitos, passou a dar apoio às classes pacíficas e industriais, cuidando e apoiando seus interesses. Misturava-se ao povo de Paris, sentava-se às suas mesas, servia de padrinho a seus filhos, deixando de lado toda pompa e toda cerimônia e até mesmo se vestindo da mais simples maneira.
Luís XI não se envergonhava de reparar um erro logo que reconhecia seu engano. Manteve sempre seus planos contra a pulverização do poder do feudalismo, que os príncipes tentavam restabelecer. Mas, em vez de atacar todos os seus súditos ao mesmo tempo, agora os vencia um por um, em separado. No momento em que acabava com um, ele agradava cada um dos outros até que sua vez chegasse.
Ao tornar-se rei, Luís XI deixou seu gosto pela guerra para preferir sempre as negociações e a política. Nos momentos críticos, no perigo, o seu vigor se desenvolvia e sua inteligência se aguçava. Philippe de Comines, seu ministro, disse dele: “Nunca vi um homem tão sagaz na adversidade: se ele recua, é para melhor atacar”.
No conjunto, durante o seu reinado, ele colocou 11 províncias debaixo do seu controle, assim assegurando a unidade da França e sua predominância na Europa. Importante serviço prestado ao seu país foi também o estabelecimento da ordem, sua boa administração, as reformas financeiras e judiciárias, o encorajamento dado à indústria e ao comércio.
Luís XI efetuou, tentou ou projetou todas as inovações da França moderna. É de seu reinado que a diplomacia foi instituída como função de governo e posta em ação, como o expediente moderno que substitui a função internacional que o papado realizava na Idade Média.
Alguns historiadores criticaram sua crueldade, sua falsidade e sua superstição. Nobres turbulentos como Saint-Pol e Armagnac foram decapitados. Ministros traidores, como o Cardeal La Balue, foram presos por longos anos em gaiolas de ferro; crimes vulgares foram punidos severamente em todas as classes. Mas essa severidade é que permitiu ao país progredir durante a maior parte dos anos 1400, assegurando a paz e a prosperidade aos trabalhadores e àqueles que cumpriam a lei.
Luís XI tinha uma saúde delicada e a arteriosclerose finalmente o afetou. Nos últimos 3 anos viveu sem sair, em Plessis-les-Tours, na Turaine, onde morreu em 1483. Ele encarava a morte com uma grande coragem. Seus pensamentos e seus esforços até o fim da vida são a prova de que não pensava na salvação de sua alma, mas pensava sempre em sua pátria.

AMANHÃ: Jurista Chanceler da França realizou a tolerância religiosa: Michel de L’Hospital.




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