30 DE OUTUBRO: FICHTE afirmou
ser o Ego a base do julgamento da realidade
FICHTE
Johann Gottlieb
Fichte
(nasceu em 1762, em
Rammenau, Lusace Superior, Alemanha; morreu em 1814, em Berlim)
FILÓSOFO
METAFÍSICO ALEMÃO DO KANTISMO IDEALISTA TRANSCENDENTAL
A EVOLUÇÃO DO
PENSAMENTO
A grande revolução do
pensamento humano ocorreu com o fim da Idade Média, com a queda do papado, da
religião e do feudalismo.
É quando os homens se libertam do poder do homem sobre o homem em
nome de poderes por vezes injustos e misteriosos.
O movimento
intelectual na Europa do ocidente nos anos 1300, século XIV até os anos 1700,
século XVIII passou a ter duas correntes. Um movimento foi de destruição da filosofia
medieval antiga e o outro movimento foi de preparação da nova filosofia
humanista científica, positiva, clara e distinta. Homens como Kepler e Galileu,
Descartes e Francis Bacon construíam uma nova filosofia. A revolta começada por
Descartes conduziu finalmente, contra as doutrinas antigas, a assaltos ainda
mais poderosos do que os feitos pelos reformadores protestantes.
Descartes é o
representante mais completo do movimento duplo de composição e decomposição.
Começou a grande revolução matemática que permitiu a Newton interpretar o
sistema solar. Abriu-se o caminho para a operação destrutiva do século XVIII
que afinal levou à Revolução Francesa contra a política antiga de privilégios.
Hobbes e Espinosa continuaram o movimento de demolição. A teodicéia de Leibnitz
era ainda mais perigosa. Locke renunciou francamente ao conhecimento do
absoluto divino. Hume e Diderot demonstraram sua impossibilidade. Kant
completou a operação. Eles foram todos tanto construtores como destruidores.
O mês de Descartes da
Filosofia Moderna descreve essa importante revolução intelectual, a maior em
toda a história da sociedade humana ao estender a razão experimental a todo
conhecimento.
A quarta semana está sob a presidência de Hume, que, na discussão
da natureza humana e da vida social, industrial e religiosa coloca as bases da
moderna Sociologia teórica abstrata. Aqui estão historiadores filosóficos como
Robertson e Gibbon; Condorcet com a teoria positiva da História; de Maistre que
fez a primeira apreciação do sistema da Idade Média sob o ponto de vista humano
e os três principais representantes do pensamento alemão moderno com Kant,
Fichte e Hegel.
Ver em 1007 01 B em 07 de outubro o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES
A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social do
mês
FICHTE (1762-1814) é um famoso pensador idealista,
metafísico. A metafísica pode ser entendida como a forma de explicar a
realidade por meio de entidades não pessoais, que substituem os deuses.
É
a negação dos deuses por substituição. Todos os acontecimentos não são mais
dirigidos por Deus. No comando está, por exemplo, a Sábia Natureza ou a Energia
Cósmica. Seria um grande poder, presente em todos os lugares, impessoal,
onipresente. Em Fichte a explicação é pelo Eu, ou Ego. Definido desse modo, o
pensamento metafísico é uma evolução do modo de pensar que se liberta do
comando e da visão fiscalizadora divina para explicar por meio de entidades, de
entes, como numa Ontologia.
Essa
metafísica é o segundo modo de pensar na evolução para o modo de operação do
raciocínio humano. É comum que os religiosos adotem noções dessa metafísica,
não percebendo o efeito destruidor da fé pelo ateísmo da metafísica.
Fichte
encontrou-se com Immanuel Kant em Königsberg (hoje Kaliningrad, Russia), a quem
mostrou seu ensaio “Busca por uma Crítica de Toda Revelação” ou “Versuch
einer Kritik aller Offenbarung” de
1792. Bem apreciado o texto, recebeu ajuda de Kant para fazer sua
publicação. Fichte procura explicar as condições em que a religião revelada se
torna possível. Define religião como a crença da Lei Moral como sendo divina,
crença que é uma afirmação prática, necessária para dar força a essa Lei.
Conclui afirmando a importância do fator prático e o poder da necessidade moral
do Ego, que afirma ser a base de todo julgamento da realidade.
O
filósofo mostra claramente a omissão do poder de Deus para estabelecer as
condições para a existência da revelação e da crença. Fichte nasceu na Saxonia.
Seus estudos teológicos o levaram a descobrir a Filosofia. Deixando as funções
sacerdotais, foi como professor para Königsberg. Lecionou também em Jena,
chegando a reitor da Universidade de Berlim.
Fichte
tornou-se um estudioso da Revolução Francesa. Publicou vários estudos a
respeito, para explicar a verdadeira natureza da Revolução. A explicação para o
direito à liberdade é apresentada pela própria natureza racional do homem.
Define Deus como a ordem moral do universo, sendo Deus a lei eterna do direito,
fundação do Ser total do homem. Devido a sua simpatia pela Revolução foi
acusado de ateísmo e expulso nessa ocasião da cidade de Jena.
Serviu
com ardor na luta armada da juventude alemã contra Napoleão, participando como
voluntário em 1813. Em 1814 morreu de tifo, contraído ao cuidar de sua esposa,
enfermeira trabalhando para os soldados doentes e feridos na guerra.
Fichte,
um pensador do idealismo metafísico, fez parte da elite filosófica da Europa
que promoveu o progresso na pesquisa dos fundamentos científicos dos estudos
sociais e psicológicos. Numa etapa necessária na evolução do pensamento, da
elaboração da filosofia.
AMANHÃ: ADAM FERGUSSON historiador escocês
Nenhum comentário:
Postar um comentário