20 DE OUTUBRO. Bacon:
pesquisa científica também na sociedade e nos costumes
FRANCIS BACON
Sir Francis Bacon, Visconde de Saint Alban, Lord Chanceler da Inglaterra
(nasceu em 1561, em
Londres; morreu em 1626, em Londres)
FILÓSOFO INGLÊS
NOBRE FUNDADOR DA FILOSOFIA MODERNA
O RACIOCÍNIO CIENTÍFICO NA FILOSOFIA MODERNA
A grande revolução do
pensamento humano ocorreu com o fim da Idade Média, com a queda do papado, da
unanimidade católica e do feudalismo.
O movimento
intelectual na Europa do ocidente nos anos 1300, século XIV até os anos 1700,
século XVIII, passou a ter duas correntes. Um movimento foi de decomposição e
destruição da filosofia monoteísta antiga e o outro movimento foi de composição
e preparação da nova filosofia positiva, clara e distinta. Homens como Kepler e
Galileu, Descartes e Francis Bacon ao mesmo tempo em que construindo a nova
filosofia perturbaram o antigo modo de pensar. A revolta começada por Descartes
conduziu finalmente a assaltos ainda mais poderosos , contra as crenças
recebidas do que a ação de alterações religiosas feitas pelos reformadores
protestantes.
Descartes é o
representante mais completo do movimento duplo de composição e decomposição.
Começou a grande revolução matemática que permitiu a Newton interpretar o
sistema solar. Abriu-se o caminho para a operação destrutiva do século XVIII
que afinal levou à Revolução Francesa contra a política antiga de privilégios.
Hobbes e Espinosa continuaram o movimento de demolição. A teodicéia de Leibnitz
era ainda mais perigosa. Locke renunciou francamente ao conhecimento do
absoluto divino. Hume e Diderot demonstraram sua impossibilidade. Kant
completou a operação. Eles foram todos tanto construtores como destruidores.
O mês de Descartes da
Filosofia Moderna descreve essa importante revolução intelectual, a maior em
toda a história da sociedade humana ao estender a razão experimental a todo
conhecimento.
A segunda semana
representa o desenvolvimento da pesquisa científica dos séculos XVII e XVIII
dirigida à natureza individual do homem físico e moral, em grande parte de
maneira preparatória e indutiva. Hobbes, Locke, Vauvenargues, Diderot et
Cabanis aqui são comemorados. Bacon é o chefe de semana ao colocar a filosofia
ao serviço do homem.
Ver em 1007 01 B em 07 de outubro o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES
A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social do
mês
FRANCIS BACON (1561-1626) nasceu em Londres, filho de Sir Nicolas
Bacon, Lord Guarda do Grande Sinete durante 20 anos no governo da rainha
Elisabeth da Inglaterra.
Desde cedo mostrou um espírito vivo e aos 13 anos foi estudar no
Colégio Trinity em
Cambridge. Mesmo antes de seus 16 anos, já estava
profundamente convencido da inutilidade da filosofia aristotélica escolástica
então ensinada nas universidades.
Deixando Cambridge, ele estudou jurisprudência e depois viajou
pela França, onde fez observações minuciosas da política. Ele relatou suas
conclusões na sua obra sobre o Estado da
Europa, escrito quando tinha 20 anos de idade.
Em seu retorno para Londres, ele tornou-se advogado em 1582,
ganhou grande prática forense e foi nomeado em 1589 conselheiro extraordinário
da rainha da Inglaterra. Em 1591 foi eleito membro do Parlamento. Em 1607 foi
feito Promotor-Geral, em 1613 Procurador-Geral e em 1617 Lord Guarda do Grande
Sinete e no ano seguinte Lord Chanceler.
Durante todo esse tempo, ele continuou o seu grande projeto de
juventude: a renovação da filosofia, a ser fundada sobre a ciência moderna. Sua
famosa obra-prima, o Novum organum,
só seria publicada em 1620. Esse texto tem sua leitura recomendada até hoje.
Na última parte de sua vida, Francis Bacon foi acusado de
procedimentos ilegais, perdeu seus títulos, foi condenado a uma grande multa,
banido da corte real e até esteve preso na Torre de Londres. Mas ele continuou
suas pesquisas científicas pelo resto de sua vida. Por conseqüência de uma
explosão acidental em seu laboratório, ele morreu em 1626, em Londres.
Francis Bacon forma com Descartes e com Galileu o grupo de
pensadores que fundou a nova filosofia moderna positiva, o sistema de
conhecimentos que substituiu a filosofia antiga, elaborada desde a remota
antiguidade até a Idade Média.
O início da filosofia moderna foi marcado pelas descobertas
astronômicas dos anos 1500, século 16. O momento seguinte foi usado para
mostrar que as observações científicas da natureza conduziam a uma regra que
permitia a construção de uma nova forma de vida, de progresso, de riqueza. Ao
passo que as teorias sobrenaturais eram improdutivas.
O Novum organum começa
eliminando quatro fontes de erro que Bacon chama de os Ídolos.
1. OS ÍDOLOS DA RAÇA. São os erros devidos à fraqueza natural da
inteligência humana, pelos enganos dos sentidos ou da paixão; a simplificação,
a impaciência e a pressa.
2. OS ÍDOLOS DA CAVERNA. São os erros do temperamento particular
de cada pessoa, de suas ambições e vaidade.
3. OS ÍDOLOS DA PRAÇA. Os erros do uso da palavra na linguagem.
4. OS ÍDOLOS DO TEATRO. Os erros por preconceitos enganosos.
Descartes aplicou o método científico positivo às ciências
naturais, físicas e mesmo à biologia, mas não o aplicou à vida social e moral.
Ao contrário, Bacon englobou em seu programa de pesquisa também o estudo da
sociedade e dos costumes.
A contribuição de Francis Bacon teve importante repercussão sobre
a longa série de pensadores desde Thomas Hobbes até David Hume, pesquisadores
que aplicaram o método indutivo da observação experimental ao estudo da
sociedade em sociologia e do comportamento individual na psicologia.
AMANHÃ: CUJÁCIO a filosofia
e a interpretação do Direito Romano na modernidade
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