07 DE OUTUBRO: O mês de Descartes:
A FILOSOFIA MODERNA, a maior revolução já feita no
pensamento humano.
FILOSOFIA
MODERNA
A criação do RACIOCÍNIO EXPERIMENTAL CIENTÍFICO ENCICLOPÉDICO é a
maior revolução já feita no saber humano, na filosofia, em todos os tempos. No
século XIX o progresso social da filosofia finalmente colocou o raciocínio
humano científico em todo o conhecimento do mundo e do homem. Em outras
palavras, afinal o saber humano se tornou seguro, comprovável, positivo, em
todos os fenômenos das ciências da natureza e também nas ciências humanas.
É a maior revolução na visão do mundo, na filosofia, em todos os tempos. Pela
fundação da Sociologia e da Psicologia científicas abstratas. Então se
descobriram as leis constantes dos fenômenos sociais e psicológicos.
Leis das ciências humanas tão positivas, verificáveis, úteis, universais, infalíveis
no âmbito abstrato como infalível é a lei da gravidade, de Newton.
Poderia então terminar a crença de que os acontecimentos nas
ciências humanas, na vida da sociedade e na vida individual humana dependeriam
da vontade de entidades mágicas, de amuletos, de encantamentos, deuses, de
espíritos malignos e de fadas bondosas. No entanto os mitos ainda serão úteis e
necessários a quem deles necessitar, como o foram no passado e como são no
presente e como serão no futuro. A livre imaginação é muito usada na arte, em
todas as suas formas.
Filosofia
Moderna
O
QUE É FILOSOFIA
Filosofia
para Aristóteles abarca todos os ramos de pesquisa. Da mesma forma, definimos
filosofia como o estudo e a representação do mundo e do homem. Com a observação
do mundo exterior e do mundo interior ao humano, conseguimos ter a sua imagem,
feita com os dados obtidos pelos sentidos e com o processamento mental desses
dados concretos dos objetos e dos dados abstratos dos seus fenômenos. O
registro da imagem que percebemos das coisas e das idéias, dos animais e dos
homens, das teorias, dos princípios primeiros e finais, dos sonhos, das artes,
da ciência, da técnica é que constitui a filosofia. Em outras palavras, é o
saber, o conhecimento, sobre qualquer assunto, sobre qualquer tema. Na
filosofia é feita a identificação e classificação do conhecimento bem como o
estudo da abrangência e dos limites do conhecimento.
A
Filosofia é o saber que sintetiza e cobre todo o conhecimento humano. Não é uma
ciência particular, é uma ciência do conhecimento. É o conhecimento do
conhecimento. E na modernidade se reconhece a certeza e a utilidade do saber
positivo elaborado a partir da imaginação hipotética depois comprovada,
testada, fiel. Mas modestamente reconhecendo sua relatividade, sua dependência,
seus limites e sua subordinação ao mundo exterior, sua dependência à natureza,
à realidade exterior, que alimenta e regula a vida humana.
FILOSOFIA
MODERNA é a representação do mundo e do homem que pode ser verificada,
comprovada. A FILOSOFIA ANTIGA E A MEDIEVAL representava o mundo com base na
tradição religiosa, nos livros sagrados, na autoridade dos sábios mestres
sacerdotes, nos necessários mitos, poderosos e violentos, na imaginação pura.
Hoje sabemos que os mitos não podiam ser testados, comprovados. Os mitos não
podem ser assassinados, mortos, por serem figuras de ficção. Não morrem. São
esquecidos.
O
conhecimento na modernidade pode ser descoberto e redescoberto a qualquer tempo
e em qualquer lugar. Dois e dois são quatro para qualquer lugar, em qualquer
tempo, aqui ou em qualquer outro país, em outro continente. É universal. É o
saber confirmado, testado, verificado. E é o conhecimento dos LIMITES do que
nós sabemos, até onde sabemos, e o conhecimento do muito que nós não sabemos.
Requer sempre a modéstia e o espírito crítico do ceticismo moderno, para evitar
enganos, para obter a segurança da positividade. Assim o conhecimento
científico hoje domina finalmente o saber nas ciências e nas técnicas da
Biologia, nas técnicas e nas ciências humanas da Sociologia, da Psicologia e
suas aplicações. Essa é a maior revolução filosófica: a positivação das ciências
superiores, as ciências humanas, antes dominadas pela imaginação e não pela
observação imaginativa confirmada pela pesquisa científica e aplicada
intensamente na política, nas clínicas médicas, na tecnologia, na indústria.
REPRESENTAÇÃO.
Representar é fazer o registro de uma imagem, de uma pesquisa, de uma idéia ou
sentimento pelos sinais e símbolos. O registro feito permite a manutenção e
guarda aquela informação, por meio dos sinais escritos, falados, desenhados,
sonoros, visuais e de qualquer outra forma. Serve para o relato da história,
para o controle da ação. E a memória gravada que serve para conservar o saber,
para o ensino que passa de pai para filho, de uma geração para as gerações
seguintes. Em nossos dias presenciamos o aperfeiçoamento do registro, do
processamento e da divulgação dos saber em todas as suas formas.
O QUE
TEM DENTRO DA FILOSOFIA MODERNA. O conhecimento na modernidade, de modo
completo, pode ser chamado de Gnosiologia, estudo da gnosis, do saber. Seria o sinônimo de FILOSOFIA GERAL.
A
Filosofia se divide em três áreas: Estética, da EMOÇÃO na Arte, a da
INTELIGÊNCIA na Ciência e a área da AÇÃO, na Técnica. Correspondendo as três
grandes capacidades da vida humana, sentimento, pensamento e atividade.
A
ESTÉTICA se compõe das artes da linguagem, a geral ou Poesia, a do som, a
Música, da forma, Pintura e Arquitetura. Essas as fontes artísticas das
aplicações contemporâneas, simples e compostas, como no cinema, no rádio, na
televisão.
A
CIÊNCIA tem a teoria geral com a EPISTEMOLOGIA, a teoria do conhecimento, e as
ciências particulares puras ou abstratas (não aplicadas), como a Matemática,
Astronomia, Física, Química, Biologia, e ciências humanas, na Sociologia e
Psicologia. Inclui as ciências aplicadas, como a Mineralogia, Botânica,
Zoologia, Antropologia, Psicologia Aplicada e outras.
A
TÉCNICA ou Tecnologia, que se divide em POLÍTICA ou governo da sociedade e
INDÚSTRIA, ação sobre o mundo, com o Banco, o Comércio, a Manufatura e a Agricultura.
O setor de serviços atende a cada área.
Dentro
da Filosofia Moderna não se incluem as hipóteses e o saber não verificável, que
não conseguem ser universais, não sendo um conhecimento confiável, verificável,
positivo. As ficções estéticas usadas na arte hoje são claramente conscientes
de serem puras idealizações da realidade.
A FILOSOFIA
ANTIGA se propunha a saber tudo, todas as causas, todos os princípios, a origem
do mundo e do homem. Afirmava ter o conhecimento absoluto divino, eterno, o
princípio de todas as coisas e o conhecimento dos deuses, dos anjos e dos
demônios. Ensinava a METAFÍSICA, que era o conhecimento do que não se podia
verificar, o que estaria num outro plano, transcendental, inacessível à
verificação. É o mundo chamado do NÚMENO, aquilo que se imagina, mas não pode
confirmar. O outro plano, a outra dimensão, não passa de um mundo de ficção, do
sobrenatural, do paranormal, dos fantasmas, dos espíritos dos mortos.
O QUE
TINHA DENTRO DA FILOSOFIA ANTIGA. A Filosofia se compunha da Filosofia
propriamente dita e da Lógica, que continha as regras para pensar, para
aprender a pensar sem pensar. Esta era a filosofia do monoteísmo cristão, a
mais evoluída no tempo, que teve diversas versões. A Filosofia propriamente se
dividia em
Filosofia Especulativa e Filosofia Prática.
A
Filosofia Especulativa se dividia em Filosofia Primeira
ou Metafísica e Filosofia da Natureza. A Metafísica (estudo da causa primeira e
final) consistia na Teodicéia (estudo de Deus), a Ontologia (O ser em si) e a
Crítica do Conhecimento (campo e limite do saber). A Filosofia da Natureza se
dividia em Cosmologia, com a Biologia (origem da vida) e a Antropologia (origem
do homem) e com a Psicologia. (estudo da alma divina e eterna). A Filosofia
Prática se dividia em Ética ou Filosofia Moral e em Filosofia da Arte ou Estética.
Concluímos que autores que em nossos dias estudam o Ser e o Ente estão, de fato
voltando a temas obscuros antigos da filosofia da Idade Média e da Antiguidade
grega e oriental. Assim como Aristóteles indicou o atraso do erro do
anacronismo dos temas de seu mestre Platão.
VISÃO
FILOSÓFICA. É perceber a regra ampla que causa o fenômeno que estamos vendo. É
perceber como é a estrutura e a evolução de uma planta ou de uma sociedade ou
de uma criança. A visão da filosofia descobre que há uma regra, uma lei mais
geral, que comanda o acontecimento. Quando um balão sobe no ar, e quando um
pesado navio de aço flutua na água, a visão geral, filosófica, vê ali valer a
mesma regra que diz, por exemplo, que a
força de flutuação de baixo para cima é igual ao peso do volume deslocado do
fluido, gás ou líquido pelo balão ou pelo navio.
A visão
filosófica vê a estrutura e sua mudança, enxerga o dinamismo dos eventos. Vê
muito mais longe no espaço e no tempo do que a visão particular concreta dos
seres. A generalização filosófica é obtida pelo raciocínio abstrato, que pesquisa as relações entre os fenômenos
obtidos dos seres concretos, das coisas observadas. O raciocínio mais complexo,
que se verifica mais tardiamente no desenvolvimento do ser humano e na história
das sociedades. É uma função cerebral importante identificada na psicologia da
modernidade.
VISÃO
EMPÍRICA EXTREMA, EMPIRISMO RADICAL. Nessa visão o pensador acha que cada caso
é um caso isolado, que não há relação com outros acontecimentos. Em especial o
empírico exagerado não admite a evolução em nenhum caso, nas plantas, nos
animais. Então parece que não há relações entre os casos. É a falta de
filosofia, a falta do espírito filosófico.
A
filosofia é necessária, indispensável, inevitável: sem pensar, sem criar o
saber, temos a ignorância, a pobreza, o egoísmo, o ódio. A filosofia moderna
faz justiça à nossa dívida com o passado, com nossos antepassados. Não é uma
doutrina de destruição. É inegável o papel das religiões em todas as
civilizações antigas e recentes. Não há uma sociologia científica sem uma
teoria da liberdade e da religião e de seus deuses. Não é possível negar os
deuses sem conhecer a sua história. Houve e ainda há muitos deuses orientando a
mente e a vida de muitos crentes. A ciência sociológica explica.
Calendário FILOSÓFICO
para um
ano qualquer QUE É
O quadro concreto da preparação humana
MÊS
DE DESCARTES A FILOSOFIA MODERNA
LUNEDIA=segunda-feira;
MARTEDIA=terça; MERCURIDIA=quarta;
JOVEDIA=quinta;
VENERDIA=sexta-feira.
Os nomes à esquerda são para o ano
comum; à direita, dos tipos adjuntos n nosanos bissextos.
A data para os anos bissextos é o
dia anterior a partir 1º de março.
Neste mês João de Salisbury é no dia
7 de outubro, Raimundo Lúlio é dia 8 de outubro.
11º MÊS – Descartes
|
||||
A filosofia
moderna
|
||||
Lunedia
|
1
|
Alberto,
o Grande
|
João
de Salisbury
|
8.out.
|
Martedia
|
2
|
Rogério
Bacon
|
Raimundo
Lúlio
|
9
|
Mercuridia
|
3
|
S.
Boaventura
|
S.Joaquim
|
10
|
Jovedia
|
4
|
Ramus
|
Cardeal
de Cusa
|
11
|
Venerdia
|
5
|
Montaigne
|
Erasmo
|
12
|
Sábado
|
6
|
Campanella
|
Morus
|
13
|
Domingo
|
7
|
TOMÁS DE AQUINO
|
|
14
|
Lunedia
|
8
|
Hobbes
|
Espinosa
|
15
|
Martedia
|
9
|
Pascal
|
Giordano
Bruno
|
16
|
Mercuridia
|
10
|
Locke
|
Malebranche
|
17
|
Jovedia
|
11
|
Vauvenargues
|
Mme.
de Lambert
|
18
|
Venerdia
|
12
|
Diderot
|
Duclos
|
19
|
Sábado
|
13
|
Cabanis
|
Jorge
Leroy
|
20
|
Domingo
|
14
|
BACON
|
|
21
|
Lunedia
|
15
|
Grócio
|
Cujácio
|
22
|
Martedia
|
16
|
Fontenelle
|
Maupertuis
|
23
|
Mercuridia
|
17
|
Vico
|
Herder
|
24
|
Jovedia
|
18
|
Freret
|
Winckelmann
|
25
|
Venerdia
|
19
|
Montesquieu
|
D’Auguesseau
|
26
|
Sábado
|
20
|
Buffon
|
Oken
|
27
|
Domingo
|
21
|
LEIBNIZ
|
|
28
|
Lunedia
|
22
|
Robertson
|
Gibbon
|
29
|
Martedia
|
23
|
Adam
Smith
|
Dunoyer
|
30
|
Mercuridia
|
24
|
Kant
|
Fichte
|
31
|
Jovedia
|
25
|
Condorcet
|
Fergusson
|
1.nov.
|
Venerdia
|
26
|
José
De Maistre
|
De
Bonald
|
2
|
Sábado
|
27
|
Hegel
|
Sofia
Germain
|
3
|
Domingo
|
28
|
HUME
|
|
4
|
Todos
os meses são iguais, de 28 dias e todos começam numa segunda-feira, terminando
num domingo.
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