13 DE OUTUBRO. AQUINO:
a pesquisa das ciências naturais libertada da Teologia
TOMÁS DE AQUINO
Santo Tomás de
Aquino, San Tommaso d’Aquino, Aquinas, Thomas-Saint; Doctor Angelicus
(nasceu em 1225, em
Roccasecca, perto de Aquino, Sicília, Itália; morreu em 1274, em Fossanova,
Lácio,
Itália)
FILÓSOFO TEÓLOGO
DOMINICANO INTRODUTOR DE ARISTÓTELES NA FILOSOFIA CATÓLICA
O RACIOCÍNIO CIENTÍFICO NA FILOSOFIA MODERNA
A grande revolução do
pensamento humano ocorreu com o fim da Idade Média, com a queda do papado, da
unanimidade católica e do feudalismo.
O movimento
intelectual na Europa do ocidente nos anos 1300, século XIV até os anos 1700,
século XVIII, passou a ter duas correntes. Um movimento foi de decomposição e
destruição da filosofia monoteísta antiga e o outro movimento foi de composição
e preparação da nova filosofia positiva, clara e distinta. Homens como Kepler e
Galileu, Descartes e Francis Bacon ao mesmo tempo em que construindo a nova
filosofia perturbaram o antigo modo de pensar. A revolta começada por Descartes
conduziu finalmente a assaltos ainda mais poderosos , contra as crenças
recebidas do que a ação de alterações religiosas feitas pelos reformadores
protestantes.
Descartes é o
representante mais completo do movimento duplo de composição e decomposição.
Começou a grande revolução matemática que permitiu a Newton interpretar o
sistema solar. Abriu-se o caminho para a operação destrutiva do século XVIII
que afinal levou à Revolução Francesa contra a política antiga de privilégios.
Hobbes e Espinosa continuaram o movimento de demolição. A teodicéia de Leibnitz
era ainda mais perigosa. Locke renunciou francamente ao conhecimento do
absoluto divino. Hume e Diderot demonstraram sua impossibilidade. Kant
completou a operação. Eles foram todos tanto construtores como destruidores.
O mês de Descartes da
Filosofia Moderna descreve essa importante revolução intelectual, a maior em
toda a história da sociedade humana ao estender a razão experimental a todo
conhecimento.
A primeira semana
deste mês mostra os representantes da filosofia Escolástica. É a tentativa
sistemática de Alberto Magno, de Tomás de Aquino e de outros para empregar a
lógica de Aristóteles na defesa das crenças e para reconciliar a fé com o
pensamento científico. O ceticismo inicial é também representado por nomes como
Ramus, Erasmo e Montaigne. O chefe de semana é Santo Tomás de Aquino.
Ver em 1008 01 C em 08 de outubro o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES
A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social do
mês
TOMÁS DE AQUINO (1225-1274) era filho de uma antiga e nobre
família. Passou sua infância no mosteiro beneditino de Monte-Cassino. Em
seguida estudou na Universidade de Nápoles, que tinha sido então fundada pelo
imperador Frederico. Em 1243, contra o
desejo de sua família, ele entrou para o mosteiro dominicano de Nápoles. Quando
em viagem a Roma, ele foi seqüestrado numa emboscada e foi mantido prisioneiro
durante um ano num castelo pertencente a sua família.
Conseguindo escapar, sua Ordem o enviou para Colônia, na Alemanha,
onde começou o estudo sistemático da filosofia e da teologia com o famoso
filósofo Alberto Magno. O estudante alto e gordo, sério e calado, era alvo de
riso pelos colegas, que o apelidaram de “o
boi mudo”. Mas “a voz desse boi”,
disse o seu professor, “encherá um dia o
mundo todo”. O que de fato aconteceu em grande escala.
Tomás foi para Paris com Alberto Magno em 1245 e começou a expor
as Sentences de Pierre Lombard,
famoso texto medieval. Poucos anos depois, recebeu o grau de doutor em Teologia. Sua fama
logo foi conhecida e o papa Clemente IV lhe ofereceu o arcebispado de Nápoles,
que ele recusou obstinadamente para se dedicar a seu trabalho de pesquisa sistemática
da Teologia.
Em 1273 Tomás foi convidado pelo papa Gregório X a tomar parte,
com outros teólogos, no Concílio de Lyon. Durante a viagem ele sofreu um mal
súbito, morrendo em 1274 na abadia cisterciense de Fossanova, no Lácio, na
Itália.
A obra de Tomás de Aquino é muito extensa. Mas a apreciação desse
trabalho de uma vida intelectual laboriosa deve ser feita pelo conhecimento da
evolução mental que ocorreu em seu tempo. Também é possível estudar as
conseqüências da atuação marcante que Tomás de Aquino e seus continuadores na
escolástica.
Os árabes fundaram escolas para o ensino das ciências de
observação com base na filosofia de Aristóteles, nas áreas da Europa que
conquistaram. Logo esse ensino provocou um grande entusiasmo pelo estudo das
ciências, que animou todas as mentes mais em preparadas do continente. Escolas
da mesma natureza se levantaram por toda a parte no Ocidente.europeu
Observatórios astronômicos, escolas de dissecação de cadáveres, museus de
história natural foram feitos na Itália, na França, na Inglaterra e na
Alemanha.
Roger Bacon (1214-1292), frade franciscano cultivou as ciências
naturais com muito sucesso. Ficou logo, desde o início, fortemente sentida a
superioridade do saber científico sobre as especulações sobrenaturais, transcendentais
ou metafísicas. Os sacerdotes, membros eminentes do clero e até dois papas
foram completar sua educação em Córdoba, na Espanha, com professores árabes.
Essa revolução intelectual, ameaçadora da autoridade religiosa da
Igreja Católica, foi enfrentada pelos membros mais destacados do sacerdócio. A
cultura filosófica foi retomada para mostrar que a religião era compatível com
o saber da filosofia natural. Uma verdadeira cruzada intelectual foi instituída
contra a invasão da filosofia aristotélica ameaçadora da doutrina católica, até
então baseada na filosofia de Platão.
Tomás de Aquino se tornou um filósofo moderno ao aplicar a lógica
de Aristóteles para defender a religião e estabelecendo a liberdade da
filosofia no estudo da natureza pelo uso da razão, ao passo que o estudo da
religião se daria pelas verdades das revelações divinas. Ou seja, a filosofia e
a ciência não mais seriam subordinadas às escrituras, seriam livres para
pesquisa na experiência da natureza.
O grande mérito de Aquino foi conciliar a ciência e a escritura
sagrada na Santa Bíblia. O resultado foi liberar a pesquisa científica na
cultura da Europa do Ocidente por meio da filosofia escolástica. E entre os
primeiros cientistas e filósofos da natureza se encontram os sacerdotes católicos.
Foi a origem do grande progresso científico dos séculos seguintes. Como também
foi a raiz da maior revolução social dos homens em todos os tempos, a
modificação da forma dos sentimentos, do raciocínio e da ação na nova sociedade
científica e industrial. Uma revolução que começou nos anos 1300 e dura até
nossos dias.
O catolicismo, como toda religião, é um sistema de educação. A
Igreja Católica Romana, uma instituição venerável, formou o ensino da Idade
Média, que resultou na civilização de todo continente da Europa ocidental,
então a mais adiantada sociedade da raça humana.
AMANHÃ: SPINOZA a crítica
científica da Bíblia
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